O grupo Fininvest, propriedade do primeiro-ministro italiano, Berlusconi, foi este sábado condenado a pagar 560 milhões de euros ao grupo de media concorrente CIR, de Carlo de Benedetti, por prejuízos patrimoniais no caso Mondadori. O grupo vai apresentar recurso e Berlusconi continua a defender-se dizendo que é vítima da perseguição de magistrados de esquerda.
Os juízes do tribunal de Milão reduziram um quarto do valor a que o grupo familiar do chefe de Governo italiano tinha sido condenado a pagar ao grupo de Carlo de Benedetti.
O caso remonta a 1991, quando, três anos antes de Berlusconi entrar na política, um juiz de Roma, Vittorio Metta, autorizou a Fininvest a assumir uma posição de controlo no Mondadori.
Berlusconi tinha começado a acumular acções neste grupo editorial – onde se incluem o diário “La Repubblica” e o semanário “L’ Espresso” – com o objectivo de retirar o controlo accionista a Carlo de Benedetti.
O actual primeiro-ministro chegou a ser ilibado das suspeitas de suborno, mas, em 2007, a tomada de controlo do grupo foi “comprada”. O caso prolongou-se e só dois anos mais tarde a justiça italiana considera Berlusconi “co-responsável” pelo suborno do juiz e de vários advogados envolvidos no processo.
Em Março de 2010, o Governo aprovou uma lei que garantiu imunidade penal ao primeiro-ministro, o processo seria suspenso no mês seguinte, mas retomado entretanto depois de o Tribunal Constitucional ter procedido à sua revogação.
MRA Alliance/Público