Google perderá “apenas” 600 milhões se abandonar mercado chinês

Google ChinaA Google anunciou que estará nas próximas semanas em conversas com as autoridades chinesas para saber se é possível manter um motor de busca sem ser obrigada a censurar os resultados das pesquisas. Caso não haja acordo, a empresa deverá encerrar a actividade neste país.

Embora executivos da Google já tenham garantido que a empresa não está sequer a fazer considerações de carácter financeiro, sair do mercado chinês não significa perder, para já, muito dinheiro podendo até vir a ser benéfico para a sua imagem.

Em 2010, a Google poderia conseguir cerca de 600 milhões de dólares (414 milhões de euros) em receitas na China, estimam alguns analistas, comparativamente a 800 milhões em França.

De acordo com a informação financeira mais recente, a Google totalizou, em 2008, um pouco mais de 15700 milhões de euros em receitas. Nos três primeiros trimestres de 2009, as receitas foram de quase 12 mil milhões. Mesmo comparando as previsões de receitas para 2010 com o obtido em 2008, a Google chinesa representaria menos de três por cento do total de receitas da multinacional.

Na China, contrariamente ao que acontece em boa parte do mundo, a Google não é dona do motor de busca mais usado. Com uma quota de mercado a rondar os 63 por cento, a liderança do mercado é do Baidu, um motor de busca chinês. O motor da Google surge em segundo lugar, com uma quota próxima dos 30 por cento.

Quanto entrou na China, em 2006, a Google foi fortemente criticada por ter aceitado filtrar resultados das pesquisas no motor de busca, de forma a excluir, por exemplo, páginas com referências à independência do Tibete ou ao massacre de Tiananmen.

A notícia já recebeu o aplauso de cibernautas. Na China, e em sinal de apoio, foram até depositadas flores junto das instalações da empresa. Em contrapartida, os mercados bolsistas penalizaram o título em mais de 1%.

MRA Alliance/Público

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