Duas dezenas de países já reconheceram Kosovo, três da UE não

balcãs - kosovo e serviaUm conjunto de 18 países reconheceu já formalmente a autoproclamada independência do Kosovo, entre os quais dez da União Europeia. Contra a independência manifestaram-se dez países, três deles da UE. Portugal definirá a sua posição sobre o processo de independência do Kosovo “muito brevemente”, depois de terminadas as consultas com o Presidente da República e com o parlamento, declarou na sexta-feira o primeiro-ministro José Sócrates.

Albânia, Afeganistão, Austrália, Estados Unidos, Peru, Senegal, Taiwan e Turquia, assim como dez membros da UE (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Estónia, França, Itália, Letónia, Luxemburgo, Reino Unido e Eslovénia) reconheceram formalmente o novo Estado, antiga província sérvia de maioria albanesa. Outros países membros da UE estão prestes a fazê-lo: Bélgica, Bulgária, Finlândia, Hungria, Irlanda, Lituânia, Holanda, Polónia e Suécia, tal como outros países que não integram a União: Croácia, Japão e Noruega. Outros países exprimiram reservas face à independência. São os casos da Indonésia, do Montenegro, da Grécia, Malta, República Checa e Eslováquia, mas não se manifestaram contra.

Entre os que se opõem abertamente, além da Sérvia, destacam-se a Rússia a China, Geórgia, Moldova, Sri Lanka e Venezuela, bem como, dentro da UE, o Chipre, a Espanha e a Roménia. O primeiro vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, após assinar ontem, em Belgrado, um acordo de cooperação entre a Gazprom russa e a Serviagaz, afirmou: “A Sérvia é um Estado uno, cuja jurisprudência se estende a todo o seu território e iremos manter no futuro essa posição de princípio”, declarou. A visita, segundo o dirigente russo, teve como objectivo “apoiar a Sérvia face a acções ilegais como o reconhecimento unilateral do Kosovo”. Em resposta, o primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, sublinhou que a Sérvia e a Rússia continuarão a pressionar as Nações Unidas para revogar a decisão do unilateral do Kosovo. O governo de Belgrado anunciou igualmente que não vai normalizar as relações bilaterais com os países que diplomaticamente reconheceram o Kosovo, a menos que voltem atrás.

Por outro lado, embora o Kosovo seja de maioria muçulmana, nenhum Estado árabe reconheceu formalmente a sua independência. A Jordânia declarou que espera uma tomada de posição das Nações Unidas para se pronunciar. Entretanto, na Transilvânia, já se agravaram as tensões nacionalistas na região romena de maioria húngara, que agora pretende a autonomia, após a independência kosovar. Outras minorias étnicas nos Balcãs e Eurásia poderão também aumentar as pressões independentistas aproveitando o precedente criado pelo novo estado étnico albanês. (pvc/agências)

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