Galp pode ser moeda de troca na compra de dívida nacional pela China

A Jefferies International subiu o ‘target’ da Galp para 17 euros e sugeriu que a China poderá estar interessada na petrolífera. “É difícil acreditar que não haja uma petrolífera chinesa na corrida”, lê-se numa nota de análise libertada hoje, onde a equipa de analistas liderada por Daniel Ekstein sublinha que vários negócios entre a Repsol Brazil e a Sinopec, e também entre a Ineos e a Petrochina, mostram que o gigante asiático já se tornou fundamental para a realização de investimentos estratégicos nas diversas áreas de actuação da Galp.

A Jefferies lembra a recente “cooperação” entre Lisboa e Pequim e sugere que o negócio da Galp poderá servir de moeda de troca à compra de dívida pública portuguesa por parte da China. “A relação política entre Portugal e a China tem-se tornado cada vez mais cooperante, com a China a assumir-se com um forte comprador de dívida soberana portuguesa. Se a China acordou ajudar a economia portuguesa, então talvez a Galp vá emergir como o ‘quid pro quo’ nesse entendimento”, refere.

No entanto, para a casa de investimento a ENI não está disponível para vender a sua participação na Galp abaixo do valor de mercado. À cotação actual, a posição de 33% da ENI vale cerca de 4,3 mil milhões de euros. Ainda sobre a venda da posição da ENI, a Jefferies diz mesmo que “ou o negócio acontece com condições favoráveis para a ENI e, consequentemente, provoca uma valorização da Galp no mercado, ou não acontece de todo”.

A empresa norte-americana informa ainda que subiu o preço-alvo da petrolífera nacional de 16 euros para 17 euros, mantendo a recomendação de ‘comprar’ para as acções. Este ‘target’ implica um ‘upside’ de 7,6%. A suportar esta decisão estão também os resultados positivos apresentados pela Galp, que na sexta-feira reportou um lucro de 306 milhões de euros, o que representa uma subida de 43% face a 2009.

MRA Alliance/DE

Leave a Reply