Fórum Social Mundial inconclusivo sobre crise económica

O Fórum Social Mundial foi encerrado ontem, em Belém do Pará (Brasil), sem ser aprovado um documento final com as conclusões do encontro. O conclave anticapitalista não produziu qualquer conclusão ou sugestão sobre a crise económica mundial, o tema central debatido durante os sete dias do evento.

Na assembleia geral, realizada ao ar livre, no fim da tarde, foram lidos documentos sobre um conjunto de 22 questões pontuais, desde a preservação da Amazónia aos problemas mundiais da emigração, passando pela demarcação das terras indígenas e pela a questão palestiniana entre outras.

Apesar da ausência de um documento global, os comentários dos organizadores e participantes, no final da reunião, evidenciaram dois pontos comuns:

1) O FSM aponta na direcção certa, assente no lema “um outro mundo é possível” e que a crise económica mundial parece fortalecer;

2) O fórum deverá atrair mais participantes da Ásia, do Leste Europeu, da África e de outras regiões do mundo. Este ano, das quase seis mil entidades participantes, mais de quatro mil eram da América do Sul.

“Davos acabou. Nós somos o futuro”, comentou Candido Grzybowski, do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial e director do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), referindo-se à cidade suíça que acolhe anualmente a elite do pensamento capitalista mundial no âmbito do “Fórum Económico Mundial”. 

“A crise global é a demonstração científica de que o sistema em vigor – o sistema de Davos – não é sustentável”, acrescentou a italiana Rafaella Bolini, membro do conselho internacional e dirigente de uma ONG que actua na área da cultura.

MRA/Agências

Leave a Reply