Fariñas ameaça Havana se não for receber prémio Sakharov

O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento de 2010 foi atribuído ontem ao cubano Guillermo Fariñas, alguém “que estava pronto a sacrificar a sua saúde e a sua vida para se concretizarem mudanças em Cuba”, declarou o presidente do Parlamento Europeu (PE), Jerzy Buzek, ao anunciar a escolha do opositor, que se tem distinguido pela resistência pacífica ao regime comunista de Havana. Esta é a terceira vez em menos de dez anos que o Parlamento de Estrasburgo distingue figuras da oposição anticastrista.

Declarando-se pessimista face a uma possível autorização de Havana para se deslocar a Estrasburgo e receber o Prémio a 17 de Dezembro, o opositor disse estar pronto a “iniciar uma greve de fome para que me deixem sair”. Todavia, esta decisão será tomada em comum “com os companheiros de luta mais próximos, com veteranos da oposição e também com a minha família”, disse Fariñas.

Ao ser informado da escolha do PE, Fariñas dedicou o prémio a todo o povo cubano. “Em nome de todas as mulheres e homens de boa vontade em qualquer parte do mundo, queremos agradecer esta distinção, que não é para mim, é para todo o povo de Cuba e Cuba é a minha pátria.”

Em 2002, o prémio foi atribuído a Oswaldo Paya Sardiñas, opositor activo desde os anos 60, que foi autorizado por Havana a sair do país para a cerimónia em Estrasburgo. Três anos depois, foram escolhidas as Damas de Branco, grupos de mães, mulheres, filhos e filhas de opositores na prisão, que se batem por uma amnistia geral aos presos políticos. Quando foram distinguidas, em 2005, o regime não autorizou a sua deslocação ao PE.

MRA Alliance/DN

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