A AIG, uma das instituições financeiras salva da falência com dinheiro dos contribuintes, vai pagar 165 milhões de dólares (cerca de 127 milhões de euros) em estímulos aos executivos e trabalhadores, incluindo os que lideraram áreas de negócios responsáveis pela falência técnica da maior seguradora dos Estados Unidos.
A AIG foi intervencionada pelo Estado, em Setembro passado, que agora detém 80% do capital. Desde então, o Tesouro já injectou na empresa USD 170 mil milhões/bilhões (mm/bi), cerca de EUR 131 mm/bi, para impedir a falência.
A AIG justifica o pagamento com o argumento de que os prémios e bónus a pagar a 6.400 funcionários não podem ser cancelados uma vez que foram acordados antes da intervenção estatal.
A parte de leão vai para meia centena de administradores, directores e quadros intermédios. Sete deles, responsáveis pela área dos derivativos de crédito, responsável pelo colapso do grupo, vão receber 3 milhões de dólares em bónus.
O Washington Post e o New York Times referem que a administração americana está furiosa com a situação. Porém, o governo liderado por Barack Obama parece impotente para impedir a decisão da seguradora devido a constragimentos jurídicos.
O diário novaiorquino adianta que o Departamento do Tesouro planeia obrigar a AIG a devolver o dinheiro, no âmbito do acordo de pagamento da dívida ao Estado, actualmente em fase de renegociação.
Na semana passada, o presidente da AIG, Edward M. Liddy, escreveu uma carta ao secretário do Tesouro, Timothy Geithner, tentando pôr água na fervura e lamentando a impossibilidade de contornar o plano de compensações.
Liddy informou Geithner que, a partir de agora e até ao final do ano, os 25 executivos da divisão de produtos financeiros aceitaram reduzir os salários para um dólar por mês.
MRA Alliance/Agências