As seis maiores empresas públicas que contam para o défice registaram um saldo negativo de 359,2 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Este saldo contribuiu para o défice das administrações públicas que atingiu os 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses do ano, segundo as contas nacionais do INE.
Os números dizem respeito às empresas Metro do Porto, Refer, Estradas de Portugal, Metro de Lisboa, RTP e Parque Escolar, e foram revelados pelo governo, na sequência de um requerimento entregue pelo deputado do PSD, Miguel Frasquilho. No entanto, as contas entregues pela Presidência do Conselho de Ministros mostram que nem todas estas empresas tiveram um contributo negativo para o défice público no primeiro trimestre. RTP e Metro do Porto apresentaram mesmo um saldo positivo nos primeiros três meses do ano, com destaque para a televisão pública que teve um balanço positivo de 8,8 milhões de euros
A empresa que apresentou o maior défice entre despesa e receita foi a Estradas de Portugal com uma diferença de 178,5 milhões de euros. Refer e Parque Escolar contribuíram com aproximadamente 75 milhões de euros cada e o Metro de Lisboa pesou 40,7 milhões de euros. Estes valores traduzem as necessidades de financiamento externo destas empresas para cobrir as despesas que não são asseguradas pelas receitas.
Segundo as regras do INE e do Eurostat, uma empresa pública só fica de fora do défice se gerar receitas próprias que permitam cobrir pelo menos 50% dos seus custos. Este critério passou a ser aplicado a mais empresas públicas: Refer e metros de Lisboa e Porto, sendo um dos factores que levou à revisão em alta do défice público no ano passado pelo Eurostat e pelo INE.
MRA Alliance/ionline