Egipto: Primeiro alvo energético vítima de sabotagem grave

O gasoduto que corre pelo Egipto e norte do Sinai e fornece gás a Israel, à Jordânia e alguns outros Estados da região sofreu várias explosões esta manhã na sequência de acções de sabotagem, classificadas como “de grande envergadura”, e foi fechado. Os ataques da madrugada de hoje não foram reivindicados, mas uma fonte da área da segurança citada pela Reuters atribuiu-o a “elementos estrangeiros”.

A AFP dá conta, citando um responsável egípcio, de um ataque durante a madrugada próximo da fronteira com a Faixa de Gaza, na localidade de Lehfen, na região de Cheikh Zouwayed, onde houve explosões no gasoduto e no terminal de gás local, a cerca de dez quilómetros da Faixa de Gaza, junto a Israel. Um responsável ouvido pela televisão egípcia dizia que “a situação é muito perigosa, com explosões contínuas de um local para outro” ao longo deste pipeline. “É uma grande operação terrorista”, disse um repórter da televisão egípcia.

Não é para já claro qual o impacto desta acção de sabotagem nos fornecimentos a partir do Egipto e nos preços do petróleo nos mercados mundiais, a partir da próxima semana. O país não é um grande produtor de petróleo mas os seus fornecimentos de gás natural têm expressão regional, assegurando 40 por cento das necessidades de Israel.

Este ataque surge no 12º dia de protestos contra o regime egípcio e o seu Presidente, Hosni Mubarak, e depois o dia de ontem ter sido assinalado como “Dia da Partida”, pois era o último do prazo dado pelo movimento oposicionista para o Presidente deixar o poder – o que não aconteceu.

Nos últimos dias, através da internet, grupos islamitas apelaram aos seus militantes para explorarem a contestação que está a abalar o Governo, incitando-os mesmo a atacar esta conduta de fornecimento de gás a Israel, que corre entre Arish e Ashkelon.

O Exército egípcio encerrou já a principal fonte de alimentação do gasoduto e estava ainda a tentar controlar os fogos. As cadeias árabes de televisão Al Jazeera e Al Arabiya mostraram imagens de uma torre de chamas no cenário de uma das explosões.

O consórcio israelita que assegura as importações confirmou entretanto que os fornecimentos pararam, “por precaução”, mas disse que as explosões não atingiram os fornecimentos a Israel. Uma fonte do Ministério Nacional das infra-estruturas de Israel disse no entanto à agência Reuters que não sabia por quanto tempo o fornecimento de gás egípcio ao país seria afectado.

MRA Alliance/Público 

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