Ao nono dia de protestos no Egipto, o regime de Mubarak ripostou com milhares de apoiantes do presidente a invadirem a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e a envolveram-se numa verdadeira batalha campal com os manifestantes antigoverno ali concentrados. Há notícia de pelo menos um morto e mais de 600 feridos.
O exército, que controlava os principais acessos à praça, assistiu a tudo sem intervir, apesar dos apelos desesperados dos opositores de Mubarak, incluindo Mohammed ElBaradei. Na Praça Tahrir, os manifestantes dizem que o ataque foi orquestrado por Mubarak e levado a cabo por polícias vestidos como civis. O governo nega. Ao cair da noite, os agressores recuaram e a praça continuava nas mãos da oposição.
Os Estados Unidos reforçaram ontem a pressão sobre o presidente Hosni Mubarak para abandonar o poder, considerando insuficiente a sua promessa de permanecer no cargo apenas até Setembro. “A mudança tem de acontecer já, e já quer dizer já”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
Apoiantes de Mubarak lançaram vários cocktails molotov contra o Museu do Cairo provocando pequenos focos de incêndio nos jardins mas sem atingir o edifício. Recorde-se que nos primeiros dias dos protestos, manifestantes entraram no museu, roubaram objectos valiosos e mutilaram várias múmias.
MRA Alliance/Agências