Um em cada cinco europeus já experimentou canábis durante a sua vida e 13,4 milhões consumiram a droga em Maio/2008 , revelou um estudo do Observatório europeu das drogas publicado hoje. Na monografia de 700 páginas, publicada durante a Jornada Internacional da Luta contra a Droga, vários especialistas consideram o uso de canábis como um “fenómeno cultural controverso.” Segundo os investigadores, Marrocos é o principal fornecedor de canábis para a Europa, logo seguido da Tailândia, Afeganistão, Paquistão, e de outros Estados da Ásia central e da ex-União Soviética. A cultura no “domicílio começou a mudar o rosto do mercado” europeu na última década, diz o relatório. Em alguns países europeus, a produção local representa uma parte importante da oferta. Em Inglaterra corresponde a mais de 50%. O preço da resina de canábis varia entre € 1,40/gr. (Espanha) e € 21,5/gr. (Noruega). O estudo sublinha a disparidade das leis entre Estados europeus e considera que uma eventual harmonização será “muito lenta”. Portugal despenalizou o consumo da droga em 2000 e o Luxemburgo substituiu a pena de prisão em 2001 por multas por consumo e posse de canábis. Pelo contrário, a Dinamarca (2004) com o encerramento do mercado livre da Rua Pusher ou a Itália (2006) endureceram as respectivas legislações, e a Holanda retrocedeu parcialmente na sua politica liberal dos “coffee-shops”. Por outro lado, os países que aderiram à União europeia, após 2004, possuem leis mais duras, afirmam os peritos do observatório, sedeado em Lisboa. Os especialistas consideram os problemas ligados às drogas como menos importantes que o desemprego ou a pobreza, apesar do consumo estar a aumentar rapidamente. MRA/Agências