Drama humanitário toma conta da Líbia

Em Trípoli, escasseiam água, medicamentos, energia e combustíveis. Na capital, as forças pró-Kadhafi resumem-se a pequenas bolsas de tropas leais ao regime em colapso e a atiradores furtivos por conta própria. Os rebeldes, apoiados no terreno por forças especiais da NATO, à revelia do mandato da ONU, viram-se agora para Sirte, fazendo cerco à cidade natal de Kadhafi. Esta conquista pode ser decisiva para a vitória final dos testas de ferro do complexo industrial-militar euro-americano.

Nas últimas horas, as tropas rebeldes do Conselho Nacional de Transição (CNT) conquistaram Bin Jawad e lograram ainda abrir a fronteira com a Tunísia, ponto estratégico para o abastecimento de Trípoli. Depois de o CNT anunciar a libertação de Trípoli, os combates prosseguiram rua a rua e, muitas vezes, casa a casa, deixando um rasto de mortos nas artérias da capital.

Nas últimas horas eram audíveis violentos combates, principalmente no sul da cidade. Os mortos são agora às centenas e estavam a ser deixados abandonados sob o Sol, em plena decomposição. A decisão foi por isso começar a sepultar os corpos, sem identificação, em valas comuns.

O caos também é visível nos hospitais, completamente cheios, sendo vulgar encontrar na mesma enfermaria feridos que combateram em lados opostos.
À semelhança do que acontece por toda a capital, também nos hospitais falta quase tudo: pessoal médico, medicamentos e outros bens de primeira necessidade.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu o envio urgente de ajuda humanitária. O CNT já considerou que é uma prioridade resolver esse problema.

MRA Alliance/Agências

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