Dívida: Clube dos PIIGS respirou de alívio

Os cinco países europeus em foco na crise da dívida soberana viram as suas posições nos mercados de crédito melhorarem hoje. Rumores de que a União Europeia não vai largar a Grécia na bancarrota e no caos político, declarações da agência Fitch sobre Portugal e a deslocação a Londres de responsáveis espanhóis parecem ter acalmado o mercado dos credit default swaps (CDS).

As bolsas dos Estados Unidos e da Europa fecharam ontem no positivo, depois de um clima de crash que se viveu até ontem. A bolsa grega reanimou 6% depois das quedas brutais na semana passada e na própria segunda-feira.

O mercado dos CDS (veículos financeiros de seguro contra o risco de incumprimento da dívida soberana) relativo aos cinco países europeus incluídos na designação pejorativa de PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) assistiu hoje a uma baixa generalizada do risco. As quebras de preços dos CDS nestes cinco países lideraram as melhorias da situação de crédito em todo o mundo. A Grécia conseguiu descer do 8º lugar de maior risco mundial para 10º, e voltar a situar-se abaixo da barreira dos 400 pontos base (pb), fechando perto dos 380 pb.

Portugal, ainda, se mantêm como segunda situação de maior risco neste grupo europeu, acima ligeiramente dos 200 pb (caiu hoje 16,7% em relação a ontem, a segunda maior descida à escala mundial), apesar da agência de notação Fitch ter declarado hoje numa teleconferência a partir de Londres que o risco de incumprimento era “quase de zero”. Arrastadas pela melhoria da situação da dívida soberana portuguesa, a PT BV e a EDP viram os seus riscos descerem, também.

A Irlanda desceu para menos de 160 pb, a Espanha (recuou 18%, a maior descida à escala mundial) e a Itália mantém-se abaixo dos 150 pb. O ataque especulativo dos hedge funds à Zona Euro a partir dos seus elos mais fracos parece ter abrandado.

Na Europa, a situação da Letónia agravou-se hoje, estando actualmente em 8º lugar no clube mundial de maior risco (que abrange, por ordem decrescente, Venezuela, Argentina, Ucrânia, Paquistão, Iraque, Islândia, Dubai, Letónia, Republica Dominicana e Grécia). O Dubai também viu a sua situação de risco agravar-se.

MRA Alliance/Expresso

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