Uma crise de crédito poderá atingir os mercados europeus em Fevereiro, devido aos receios decorrentes do aumento do volume de títulos que vai ser vendido pela banca e os governos em 2011, divulgou a Bloomberg em vários artigos publicados hoje.
Só os bancos europeus devem refinanciar-se em cerca de 400 mil milhões de euros em títulos de dívida no primeiro semestre do ano. A este valor acrescem mais de 500 mil milhões de euros que os governos europeus devem substituir no mesmo período, salienta a agência norte-americana de informação económica.
Segundo a Bloomberg, àqueles valores há que adicionar ainda outras centenas de milhões de euros em dívida garantida por créditos à habitação, o que poderá funcionar como o motor de arranque do caos nos mercados de dívida e a reedição dos apertos do crédito vividos desde 2008.
Um especialista em mercados de crédito citado pela Bloomberg garante que, por enquanto, “os governos têm sido capazes de retardar o processo, mas os problemas não vão embora”, alertando que “permanecem triliões de dólares de dívida que deve ser refinanciada ou vendida”.
Neste contexto, prevê que possa haver “uma corrida” para vender activos, parecida com a deu origem à crise do crédito no Verão de 2007.
Na semana passada, o Centro para as Ciências Económicas e Investigação de Negócios (CEBR), advertiu para o facto de poder voltar a acontecer uma crise na zona euro no início de 2011.
A probabilidade de a zona euro existir nos moldes actuais dentro de uma década é de 20 por cento, devido à incapacidade de os governos tomarem medidas para contrabalançar os desequilíbrios, sublinhou o CEBR. Citado pela agência Bloomberg, o CEBR considerou igualmente a possibilidade de ocorrer na zona euro uma nova crise da dívida na Primavera. Esta situação poderá ocorrer quando a Espanha e a Itália tiverem de se financiar em mais de 400 mil milhões de euros.
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