ChinÁfrica: O novo paradigma de desenvolvimento regional

chinafrica.jpgA República Popular da China está empenhada e interessada em aplicar nos países africanos em vias de desenvolvimento, onde tem investido fundos multimilionários em troca de recursos naturais, um modelo inovador de combate à pobreza endémica. Os recursos e tecnologias serão idênticos aos que, desde os anos 80, tiraram da miséria e da subnutrição mais de 500 milhões de pessoas. O plano será executado por fases: o primeiro passa por dar prioridade à fileira agro-alimentar. Simultaneamente visa desenvolver capacidades internas para a criação de elítes e aplicar sistemas geradores de boas práticas de governação.

Um estudo patrocinado pelo Banco Mundial, constata que a China tinha um nível de pobreza muito mais elevado do que o dos países africanos, antes de profundas reformas económicas e sociais que permitiram aproximar-se rapidamente do nível dos países mais desenvolvidos. “É claro que a combinação de políticas sãs com instituições estatais fortes foi um factor-chave no sucesso da China contra a pobreza. E também é claro que os dois ingredientes são complementares, não substitutos. Menos ideologia ajuda pouco se as instituições estatais forem fracas. As lições da China para África acerca da importância de «procurar a verdade nos factos» quando se definem as políticas, de pouco servirão se as intituições estatais africanas permanecerem fracas”, afirmou Martin Ravallion, autor do estudo.

Dados apresentados pelo investigador demonstram que, desde a década de 1980, a percentagem de pessoas a viver com menos de um dólar por dia em África tem-se mantido acima dos 40 por cento, enquanto que na China caiu dos 66% para menos de 10%. O principal motor, em sua opinião, foi o impulso do sector primário possibilitado pela reforma do sistema colectivo de produção agrícola nos anos 80/90 pelo robusto crescimento da indústria exportadora. Estimulada por importantes fluxos de investimento estrangeiro ela permitiu manter até hoje o aumento do nível de vida chinês. Entre 1981 e 2004, cerca de 500 milhões de chineses terão saído da pobreza, enquanto que no mesmo período mais 130 milhões de africanos viviam com menos de um dólar por dia.

Fontes: MRA/Agências

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