China quer comprar dívida soberana portuguesa

A China está disposta a comprar títulos da dívida pública portuguesa e a “participar no esforço de recuperação económica e financeira” do País, admitiu ontem a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros chinesa, Fu Ying. Uma decisão nesse sentido poderá ser tomada já no final da próxima semana, no âmbito da visita a Lisboa do presidente chinês, Hu Jintao, nos dias 6 e 7, que deverá ficar marcada por vários acordos e contratos de investimento. Estes poderão ser uma espécie de “moeda de troca” para o apoio ao financimento da depauperada República Portuguesa.

“A situação económica e financeira em Portugal tem sido sempre o centro das nossas atenções”, explicou aquela governante em Pequim, acrescentando que o seu Governo tem “vontade de participar nos esforços dos países europeus para recuperar da crise”.

E, a avaliar pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), dinheiro não é problema: a economia chinesa deverá crescer 10,5% este ano. E embora continue a assumir-se com “um país em vias de desenvolvimento”, a China possui neste momento as maiores reservas em divisas do mundo: 2,65 mil milhões de dólares, que equivalem a 1,92 mil milhões de euros.

Cerca de um terço daquele valor está investido em títulos do tesouro norte-americano, pelo que a investida chinesa nos mercados euopeus faz também parte de uma estratégia de diversificação das suas reservas demasiado expostas às flutuações do dólar.

Nesse sentido, um professor do Banco Central chinês, Wang Yong, defendeu a compra de dívida pública de Portugal e de outros países europeus, não só para ajudar a Europa a sair da crise, como para tentar limitar a 3% a valorização da moeda chinesa reivindicada pela administração norte-americana, que lhe prejudica as exportações.

MRA Alliance/DN

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