A China reduziu no final de Abril, pela primeira vez em mais de um ano, a sua carteira de Títulos do Tesouro dos Estados Unidos num sinal de que as autoridades de Pequim estão preocupadas com a provável desvalorização dos activos “dolarizados”, noticiou a agência chinesa Xinhua.
De acordo com dados do Departamento do Tesouro norte-americano, em comparação com Março, o volume daqueles títulos de dívida diminuiu em USD 4,4 mil milhões/bilhões (mm/bi), fixando-se em USD 763,5 mm/bi.
“É um montante bastante pequeno (…) mas é um sinal que pode reflectir a actividade dos investidores institucionais chineses”, disse à agência Tan Yaling, especialista do Instituto para Derivativos Financeiros da Universidade de Pequim.
Outro especialista, Zhang Bin, investigador do Instituto Internacional de Economia e Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse à Xinhua que “por o montante ser pequeno não sabemos se a redução vai continuar. Mas o corte mostra prudência dos governos ou instituições face aos Títulos do Tesouro norte-americanos.” Zhang frisou que a fraqueza do dólar constitui uma ameaça à rentabilidade dos investimentos chineses na divisa americana.
Outros países, como o Japão, a Rússia e o Brasil, seguiram o exemplo da China, em Abril, e também reduziram a sua exposição àquele tipo de instrumentos financeiros.
Estas movimentações começaram em Março como reacção as decisões do governo norte-americano de comprar obrigações da sua dívida pública. O facto foi interpretado pelo mercado como um sinal da deterioração da capacidade da maior economia do mundo para honrar os compromissos financeiros com os seus credores. Por esta razão, o dólar e todos os activos com ele relecionados entraram de imediato numa curva descendente.
A China é o maior detentor de Títulos dos Tesouro dos EUA. Em Março, o primeiro-ministro Wen Jiabao mostrou-se preocupado com o descontrolo da dívida norte-americana e pediu à administração Obama que “garanta a segurança dos activos chineses.”
MRA Alliance/Xinhua