China e Brasil descartam dólar nas trocas comerciais bilaterais

O presidente do Brasil Lula da Silva, actualmente em visita oficial à China, manifestou o seu apoio à proposta de Pequim para a criação de uma nova divisa global que substitua o dólar norte-americano. Lula também propôs que o comércio China-Brasil seja contabilizado em reais e yuan, abandonando o dólar como divisa de referência, seguindo o exemplo já adoptado por Pequim com outros países.

“Em um contexto de crise econômica, nossos Governos têm de interagir de forma construtiva na busca de uma nova arquitetura financeira internacional”, assinalou hoje Lula durante uma visita à Academia de Ciências Sociais da China. “Vamos elaborar um plano de ação conjunta que lançará novas bases para ampliar a cooperação entre 2010 e 2014”, anunciou o presidente.

Desde Abril passado que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. As trocas  comerciais atingiram USD 3,2 mil milhões/bilhões (mm/bi), relegando os EUA para  segundo lugar, com transações no valor de USD 2,8 mm/bi. Segundo dados oficiais brasileiros, o volume de comércio bilateral sino-brasileiro foi de USD 36,44 bilhões, em 2008, mais 56% do que em 2007.

Todavia, o principal objetivo comercial da visita do presidente Lula da Silva à China, a abertura do mercado de carnes aos produtores brasileiros foi novamente adiado. A única concessão que a delegação presidencial brasileira conseguiu dos chineses foi a confirmação da concessão de licenças de importação para frango, prevista no acordo de abertura do setor, celebrado pelos dois países, em Fevereiro.

Com o fiasco na negociação das carnes, Brasília espera conseguir de Pequim novas compras de aviões Embraer, anunciadas em 2006, suspensas na sequência do agravamento da crise financeira global.

Outro tema tratado pelos presidentes Hu Jintao e Lula da Silva é um empréstimo do Banco de Desenvolvimento da China à Petrobrás para dinamização das exportações petrolíferas brasileiras para o país asiático.

MRA Alliance/Agências

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