China compra dívida pública portuguesa

Hu JintaoA China já é dona de parte da dívida pública nacional. O acordo ainda não é oficial, mas a TVI noticiou que a compra está a ser feita de forma gradual. O presidente da China, Hu Jintao, de visita a Lisboa este fim-de-semana, após a reunião com o primeiro-ministro, José Sócrates, assinou vários acordos a nível institucional e empresarial.

O encontro antecedeu as reuniões técnicas entre as duas comitivas, onde foram ultimados os quatro acordos institucionais e os nove acordos entre empresas assinados entre os dois países. Grupos como EDP, PT, BCP e BPI confirmaram a assinatura de protocolos de entendimento com grandes empresas chinesas.

Hu Jintao sublinhou ser intenção de Pequim duplicar as trocas comerciais com Portugal até 2015. Pelas contas chinesas, nos primeiros nove meses deste ano, o comércio bilateral cresceu 40,7% em relação a igual período de 2009, atingindo 2.396 milhões de dólares (cerca de 1,69 milhões de euros). As exportações portuguesas aumentaram 61,4%, para 549,9 milhões de dólares (perto de 390,9 milhões de euros).

«A China valoriza muito a relações com Portugal» disse Hu, sublinhando que, «perante o cenário internacional complexo», o governo de Pequim «está disposto em trabalhar com o lado português», no sentido de «elevar a parceria estratégica [entre os dois países] para um patamar ainda mais elevado».

Ontem foi assinado um memorando de entendimento entre o Industrial and Commercial Bank of China e o BCP, para utilização preferencial recíproca das redes em diferentes áreas de negócio e cooperação a vários níveis, revelou a instituição liderada por Carlos Santos Ferreira em comunicado.

Sobre a EDP, «a China tem manifestado o interesse em entrar no capital da eléctrica portuguesa», disse à Lusa fonte próxima das negociações, sem adiantar, no entanto, nem percentagens de capital nem datas. A EDP e a empresa chinesa «China Power Holding International» (CPI) assinaram no segundo dia e último dia da visita do presidente chinês a Portugal, um acordo de cooperação nas novas energias em projectos na Ásia, Europa, África e Brasil.

O presidente da EDP, António Mexia esclareceu à Lusa que o protocolo assinado entre as duas eléctricas prevê «a eventual entrada, enquanto acionista de referência, no capital da EDP».   «A entrada [no capital] faz-se através do mercado», disse ainda António Mexia, afirmando que a CPI, até agora, só manifestou intenção. «O que está a aqui em causa para virem a ser sócios de referência é ter o mínimo de 2%», disse Mexia, citado pela TSF.

MRA Alliance/AF

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