Chefias militares turcas demitem-se em bloco

O chefe de Estado Maior das Forças Armadas turco, general Isik Kosaner, pediu a demissão juntamente com as chefias dos três ramos militares, devido a divergências com o Governo, adiantou a agência de notícias estatal Anatólia.

As demissões em bloco de altos comandantes, jamais vista no país, assinalam uma profunda dissidência entre as chefias de todos os ramos das Forças Armadas e o Governo. E ocorre dias antes da realização do Conselho Supremo Militar, onde devem ser discutidas as promoções das patentes mais altas. Deixa ainda no caos o segundo maior Exército da NATO.

O Governo do primeiro-ministro Recep Erdogan quer que 17 chefias militares envolvidas no “caso Sledgehammer” passem à reserva, em vez de serem promovidos como está previsto. O “caso Sledgehammer” reporta-se a uma suspeita de tentativa de golpe de Estado em 2003, um ano depois Erdogan ter ganho o seu primeiro mandato como chefe do executivo, em 2003. A conspiração terá sido discutida durante um seminário militar realizado numa base em Istambul e 28 pessoas estão formalmente acusadas, entre elas há generais e oficiais – o julgamento começa na próxima semana.

Outros casos têm vindo a fazer crescer as tensões entre os dois lados. Segundo a BBC online, dentro das Forças Armadas secularistas há suspeitas de que o partido da justiça e desenvolvimento AKP, no poder, tem uma agenda islamista secreta, o que tem sido negado veementemente pelo mesmo.

O Governo e os chefes militares procuraram chegar a um acordo através de vários encontros, e novas reuniões estão marcadas.

MRA Alliance/Público

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