Archive for the ‘Violência’ Category

Síria: Procurador de Hama demite-se em protesto contra repressão

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

O procurador-geral da cidade síria de Hama, Adnan al-Bakkour, apresentou ontem a sua demissão como forma de protesto contra a brutalidade com que as forças de segurança estão a tratar os manifestantes anti-regime detidos pelo governo.

Num vídeo transmitido pela Al Jazeera, o alto funcionário afirma que tinha assistido à execução de mais de 70 prisioneiros e que, desde Julho, centenas de civis foram torturados enquanto se encontravam detidos. “Eu, Adnan Mohamed al- Bakkour, procurador-geral da província de Hama, anuncio a minha renúncia ao regime de Assad e das suas tropas”, diz taxativamente o procurador.

Garantindo ter na sua posse documentos que pretende revelar mais tarde, Al-Bakkour conta ter visto mais de 420 corpos de pessoas mortas pelas forças de segurança em valas comuns, ter assistido à detenção de manifestantes pacíficos, à tortura de centenas de prisioneiros e à demolição de casas.

MRA Alliance/ionline

Violência em Inglaterra pode alastrar a Portugal

quinta-feira, agosto 11th, 2011

Os confrontos na Inglaterra podem estender-se a outros países europeus, incluindo Portugal, por razões demográficas, desemprego crónico e défices de qualificações da população jovem, defendeu hoje o investigador José Vegar.

“Estão criadas as condições para que as contestações se alastrem”, porque a “base da pirâmide demográfica é dominada por jovens, entre os 16 e os 25 anos, logo a propensão para haverem problemas é muito grande”, disse hoje à agência Lusa o investigador na área da segurança e professor universitário.

José Vegar exemplificou com os movimentos pela democracia em países islâmicos, no norte de África, em que a “população tem uma maioria de jovens, sem objectivos escolares e desempregados” implicando uma “tendência para existirem problemas muito grandes”.

Em certas áreas urbanas das grandes cidades, nomeadamente “as periferias das cidades de Lisboa, Setúbal, Porto as probabilidades [de protestos] são grandes”, e não é só por uma “questão de austeridade, dificuldade do mercado de trabalho e do emprego”, porque “já não é possível o estado social cobrir todas as funções que antes cobria”.

O investigador lembrou que uma das “principais reivindicações é que querem emprego, querem protecção, [mas] isso acabou e já não há”, tendo as “pessoas de se qualificar, para terem mais acesso.

José Vegar justificou que a “cultura profissional e laboral dominante em Portugal é a de ter direito”. “Por muitas qualificações que as pessoas tenham hoje em dia, o acesso ao emprego não é automático, só os melhores vão ter acesso”, o que aumenta a probabilidade de contestações e problemas sociais.

No caso inglês, “há uma extrema tolerância pelos pensadores, especialistas e académicos classificando os acontecimentos de movimentos sociais”, o que é na óptica do “totalmente absurdo”, porque os contestatários estão a “roubar, pilhar, e a destruir indiscriminadamente”. A “única acção a tomar é a da lei”,  sublinhou Vegar.

MRA Alliance/DE

Violência e saques de Londres alastram a toda a Inglaterra

terça-feira, agosto 9th, 2011

Durante a quarta noite de violência em Inglaterra, continuaram os saques e ataques incendiários a prédios, automóveis e lojas em Londres que começaram a ser igualmente praticados noutras cidades – Birmingham, Bristol, Liverpool, West Bromwich, Wolverhampton, Manchester, Salford e Nottingham –  informou hoje a polícia britânica citada pelo edição digital do diário “The Telegraph”.

A fonte policial precisou que um homem foi atingido a tiro em Leeds e ouve distúrbios em algumas localidades do Kent. Por enquanto, até agora, na Escócia, Gales e Irlanda do Norte não se verificaram incidentes.

Durante a noite, em Londres,  os ataques aumentaram e a polícia prendeu mais de 200 agitadores que realizaram assaltos, enquanto os bombeiros anunciaram que foram registados fogos “por toda a cidade”.  Mais de dois mil incidentes foram registados nas zonas de Clapham, Croydon, Hackney, Ealing, Lewisham, Peckham e Enfield. A população civil foi parcialmente evacuada nas duas primeiras áreas e, em Enfield,  o maior fogo foi registado no Centro da Sony, um grande edifício cujas chamas foram vistas a quilómetros de distância.

Os incidentes começaram em 4 de Agosto com a morte do líder de um gang, Mark Duggan, na área de Tottenham durante uma troca de tiros com os agentes da polícia envolvidos numa rusga para combater o crime armado nas comunidades africanas e do Caribe. Esta morte gerou protestos iniciais por parte daqueles grupos étnicos que degeneraram em violência na localidade.

No entanto, s autoridades britânicas sustentam que  generalização da violência nada têm a ver com a morte de Duggan. Na óptica das autoridades, mais não são do que “actos de criminosos que usam o incidente como pretexto para pilhar e destruir”, com a participação activa de marginais que não residem em Londres e de grupos de anarquistas.

A onda de anarquia e violência que está a flagelar as cidades inglesas, combinada com a falta de capacidade da polícia para fazer frente aos criminosos, está a gerar incredulidade entre os britânicos.

Num artigo publicado no ‘Daily Telegraph’, o director da organização ‘Civitas’, David Green, explica que actualmente a polícia tem sido “super-sensível” a assuntos raciais, evitando interferir em assuntos onde os envolvidos não são de origem europeia, por receio de serem acusados de racismo. Green nota que, em 2002, os agentes foram instruídos pelos seus superiores para aplicarem a lei ignorando a raça dos envolvidos. Green considera que esta postura “é errada e injusta”, por “não levar em conta o facto de que pessoas diferentes têm reacções e necessidades diferentes”. Green acrescentou que os agentes que não compreendessem esse facto e tentassem aplicar a lei de modo igual a todas as pessoas, independentemente da cor da pele, “seriam alvo de sanções disciplinares”.

“Neste tipo de atmosfera, não surpreende que os agentes encarregues de lidar com um motim pensem que é mais seguro esperar por ordens vindas de cima em vez de usarem o seu discernimento para proteger o público sem medo”, conclui o Telegraph.

MRA Alliance

Seguradora lista Grécia e outros países da UE

terça-feira, julho 12th, 2011
A edição 2011 do mapa da violência política e do terrorismo da corretora de seguros Aon passou a integrar ameaças relacionadas com “greves, motins, guerras civis e conflitos armados que, tal como o terrorismo, afectam o crescimento sustentável, a continuidade e a rentabilidade dos negócios”, de acordo com a informação publicada no sítio da empresa.

A Aon Risk Solutions, co-responsável pelo projecto com a consultora de segurança Janusian, sublinha que esta abordagem é uma inovação nos 10 anos de história da publicação.

Sabrina Jestrich, especialista em terrorismo da Aon Alemanha, em declarações à edição alemã do Wall Street Journal, considerou que “agitação social e greves resultantes das medidas de austeridade implementadas em países da União Europeia como a Grécia, França, Espanha e Reino Unido colocarão os gestores de riscos das empresas sob grandes desafios.”

MRA Alliance  

Síria vive dia mais sangrento desde início dos protestos

sexta-feira, abril 22nd, 2011

Polícia síria prende manifestanteMais de 60 pessoas morreram nos confrontos entre polícia e manifestantes de hoje, na Síria, no dia mais sangrento desde o início dos protestos contra o Presidente Bashar al-Assad. A informação é avançada por activistas dos direitos humanos.

As forças de segurança abriram fogo contra as pessoas que se manifestavam em várias cidades da Síria, apelando a reformas democráticas no país. Além dos 50 mortos, há relato de um número elevado de feridos e duas dezenas de desaparecidos.

Este é o primeiro grande protesto desde que foi levantado o estado de emergência que vigorava há 48 anos no país. O presidente Bashar al-Assad advertiu que, a partir desse momento, não iria tolerar mais protestos contra o regime.

Em declarações à Rádio Renascença, Ammar Qurabi, chefe de uma organização de direitos humanos sedeada no Cairo, explica que na Síria não há liberdade e que é difícil fazer passar para o exterior a verdadeira dimensão da repressão.

“A Síria não tem comunicação social fora da esfera estatal e qualquer repórter que tente fazer uma cobertura destes acontecimentos é automaticamente preso. E como não há transparência, estas coisas acontecem sem que o mundo saiba a sua verdadeira dimensão. Os repórteres e as pessoas não sabem o que se passa”, sublinha.

MRA Alliance

Iémen dissolve governo após massacre de manifestantes

domingo, março 20th, 2011

Ali Abdallah Saleh - Presidente do IémenO presidente do Iémen, Ali Abdallah Saleh, alvo há dois meses de protestos populares, destituiu neste domingo o governo, dois dias após o massacre de 52 manifestantes, informou a agência de notícias estatal Saba. “O presidente da República dissolveu o governo e ficará encarregado dos assuntos internos até a formação de um novo executivo”.A decisão foi tomada no momento em que manifestantes exigiam a saída de Saleh, após a morte de 52 pessoas num ataque realizado por homens armados na sexta-feira passada, em Sanaa, atribuído a partidários do regime, que causou 126 feridos.

Milhares de pessoas ocuparam a praça em frente à Universidade de Sanaa e as avenidas adjacentes, na maior manifestação desde o início dos protestos, em janeiro passado, para exigir a saída de Ali Abdullah Saleh.

A praça da Universidade é o epicentro dos protestos e na sexta-feira foi cenário da sangrenta repressão quando homens armados, partidários do regime, dispararam contra a multidão depois da oração semanal.

MRA Alliance/AFP

Khadafi acusa Bin Laden de estar na origem da revolta na Líbia

quinta-feira, fevereiro 24th, 2011

Muammar KhadafiNum segundo discurso à população, o líder líbio pediu às famílias que levem os seus filhos para casa e lhes incutam bom senso. “Isto é uma farsa”, afirmou hoje Muammar Khadafi, numa declaração à população – a segunda esta semana. Num tom paternal, acusou o líder da Al-Qaeda, bin Landen, de ter instado à revolta na Líbia.

“É a Deus que devem dar ouvidos, não a bin Laden. Todo o mundo está connosco para lutar contra o terrorismo. Não deve haver misericórdia para os terroristas”, afirmou.
Khadafi disse ainda que os revoltosos que andam nas ruas são menores, pelo que não se lhes pode aplicar a lei. Pediu, por isso, às famílias que levassem os seus filhos para casa.

“Digam aos seus filhos para voltarem para casa. Isto não tem sentido”, defendeu. “Esta campanha está destinada a fazer mal aos vossos filhos”, acrescentou.  “Querem que o bin Laden vos controle? Isso é vergonhoso!”, disse ainda. Khadafi argumentou depois que “há pessoas que estão no poder há mais tempo do que eu”. E Exemplificou: “A Rainha de Inglaterra”.

“Algumas pessoas não terão problemas em destruir o nosso país e a história da Líbia está a ser destruída. Se é isto que querem para o vosso país, a opção é vossa. Boa sorte. Mas não compreendo. Levem os vossos filhos de volta para casa e prendam os criminosos. Depois entreguem-nos os vossos filhos para reabilitação e vejam o que eles vos dizem”, concluiu.

MRA Alliance/RR

Egipto: Mubarak resiste, EUA pressionam e Cairo mergulha no caos

quinta-feira, fevereiro 3rd, 2011

egipto_crise11.jpgAo nono dia de protestos no Egipto, o regime de Mubarak ripostou com milhares de apoiantes do presidente a invadirem a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e a envolveram-se numa verdadeira batalha campal com os manifestantes antigoverno ali concentrados. Há notícia de pelo menos um morto e mais de 600 feridos.

O exército, que controlava os principais acessos à praça, assistiu a tudo sem intervir, apesar dos apelos desesperados dos opositores de Mubarak, incluindo Mohammed ElBaradei. Na Praça Tahrir, os manifestantes dizem que o ataque foi orquestrado por Mubarak e levado a cabo por polícias vestidos como civis. O governo nega. Ao cair da noite, os agressores recuaram e a praça continuava nas mãos da oposição.

Os Estados Unidos reforçaram ontem a pressão sobre o presidente Hosni Mubarak para abandonar o poder, considerando insuficiente a sua promessa de permanecer no cargo apenas até Setembro. “A mudança tem de acontecer já, e já quer dizer já”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Apoiantes de Mubarak lançaram vários cocktails molotov contra o Museu do Cairo provocando pequenos focos de incêndio nos jardins mas sem atingir o edifício. Recorde-se que nos primeiros dias dos protestos, manifestantes entraram no museu, roubaram objectos valiosos e mutilaram várias múmias.

MRA Alliance/Agências

Iemenitas seguem exemplo da Tunísia e Egipto e querem derrubar o regime

sábado, janeiro 29th, 2011

Ali Abdullah Saleh - Presidente do IémenMilhares de manifestantes voltaram a exigir hoje nas ruas da capital do Iémen a demissão do Presidente, Ali Abdullah Saleh, numa cópia do movimento que conduziu ao derrube do chefe de Estado na Tunísia e que está a ameaçar o poder de Hosni Mubarak, no Egipto.

Testemunhos colhidos pelas agências noticiosas indicam que os protestos, envolvendo mais de 16 mil manifestantes, decorreram de forma pacífica em pelo menos quatro locais de Sanaa, incluindo a universidade, onde há dez dias foram dados os primeiros sinais de contestação no país – então cerca de mil estudantes entoaram cânticos a favor da revolta tunisina e de mudanças democráticas e o fim do regime de mais de 30 anos de Saleh, um aliado do Ocidente, antes de serem dispersados pela polícia anti motim.

De novo foram ouvidos os mesmos slogans. Os organizadores do protesto apelaram aos estudantes e a grupos da sociedade civil para marcharem contra a corrupção e as políticas económicas no Iémen, onde a população mais jovem, em crescendo, vive em cada vez maior frustração dada a pobreza e a sua inexistente influência política.

Recentemente, este sentimento de descontentamento generalizado intensificou-se face a várias tentativas no Parlamento para afastar algumas das limitações aos mandatos presidenciais, com a oposição a acusar Saleh de querer perpetuar-se no poder por toda a vida.

As autoridades iemenitas tinham detido este fim-de-semana a influente activista pró-democracia Tawakul Karman, acusando-a de organizar os protestos contra o Governo – ao que se seguiram mais e maiores protesto. Após a sua libertação, na segunda-feira, a activista afirmou que estava em curso no Iémen uma revolução inspirada pela “revolução dos jasmins” tunisina, que pôs termo aos 23 anos no poder do Presidente Zine al-Abidine Ben Ali.

MRA Alliance/Público

Egipto: Mubarak escolhe militares para reforço do regime e do governo

sábado, janeiro 29th, 2011

Manifestantes desafiam poder no EgiptoO poderoso chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman, tomou posse como vice-presidente do Egipto. Horas depois da tomada de posse de Suleiman, foi indigitado o novo primeiro-ministro. A escolha do Presidente Hosni Mubarak recaiu sobre um antigo comandante da força aérea, Ahmed Shafiq.

Considerado próximo do Presidente, Shafiq era desde 2002 ministro da aviação, onde ganhou, segundo a Reuters, uma reputação de eficácia e competência administração com programas de modernização da companhia aérea estatal EgyptAir e melhorias nos aeroportos do país. Na rua, os manifestantes continuam a pedir a saída de Mubarak, desafiando o recolher obrigatório.

Suleiman, por seu turno, é considerado a “eminência parda” do regime de Mubarak e muito próximo do Presidente. Foi recorrentemente apontado como um possível sucessor para o cargo de Mubarak, dada a tradição de líderes militares no país, e mesmo como um possível concorrente contra o filho de Mubarak, Gamal, que o pai quererá que herde o cargo.

Ao contrário do que é normal para responsáveis dos serviços secretos, Omar Suleiman teve um papel público sobretudo por causa dos seus esforços de mediação entre palestinianos e Israel após a segunda Intifada em 2000, e num breve cessar-fogo, em 2003. Desde a década de 1990, tem ainda crédito por esmagar o activismo islamista.

Suleiman foi sempre considerado o segundo mais importante responsável dentro do regime de Mubarak, um responsável com uma grande importância e influência. Agora recebe o posto de vice-Presidente, um cargo que Mubarak deixou vago em 1982.

MRA Alliance/Público

Grécia: Greve geral e violência voltam a paralisar o país

quinta-feira, dezembro 16th, 2010

Grécia - Confrontos entre polícia e manifestantes na greve geral de ontemA Grécia viveu ontem mais um dia de fortes protestos, com uma greve geral que voltou a contar com adesão em massa por parte da população grega, que não aceita as medidas de austeridade impostas pelo governo.

Depois de três dias de paralisações de curta duração nos transportes, ontem Atenas registou aquilo que a AFP classificou de “gigantescos engarrafamentos” devido à greve no metro, autocarros e eléctricos (e a dos controladores aéreos, que forçou o encerramento do espaço aéreo grego, que se mantém desde terça-feira). As paralisações foram sentidas noutros sectores, como na educação, saúde, sistema judicial e banca, mas foi a manifestação de milhares de pessoas na capital que marcou o dia.

Em frente ao Parlamento, onde a maioria dos manifestantes se concentrou ao longo do dia, um grupo de pessoas atacou e feriu um ex-ministro conservador. Depois dos casos de manifestações violentas no Reino Unido e em Itália, ontem foi a vez de Atenas: uma testemunha contou à Reuters que o grupo de cerca de 200 manifestantes de extrema-esquerda e anarquistas perseguiram o antigo ministro dos transportes, Kostis Hatzidakis, enquanto gritavam “Ladrões! Tenham vergonha!” e lhe atiravam pedras e paus. O político conseguiu refugiar-se num prédio próximo do Parlamento, mas ficou ferido nos ataques.

A polícia encheu a praça de gás lacrimogéneo para obrigar os manifestantes a dispersar. Outros grupos espalharam-se pela cidade, atirando cocktails molotov contra hotéis de luxo nas imediações do parlamento e bombas incendiárias contra o Ministério das Finanças.

Os jornalistas gregos também participaram em massa na paralisação geral, mais uma na sucessão de greves que a Grécia tem enfrentado nos últimos meses desde o anúncio do primeiro pacote de medidas de austeridade, para combater a crise do défice. A greve de ontem surgiu como resposta às novas medidas: o projecto-de-lei exigido pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, prevê cortes de 10% a 25% nos salários superiores a 1800 euros nas DEKO (grandes empresas públicas). A medida foi aprovada na noite de terça-feira com 156 votos a favor e 130 contra. Outras medidas incluem o corte dos salários na Função Pública que já entrou em vigor, bem como duas reformas do mercado laboral grego.

MRA Alliance/ionline

França: Violência entre imigrantes e autoridades em Grenoble ameaça alastrar

segunda-feira, julho 19th, 2010

Grenoble - Violência urbana - Julho 2010Cinco anos depois do país ter sido abalado por fortes revoltas nos subúrbios das suas cidades, o fantasma de insurreições por parte dos filhos de imigrantes e activistas radicais volta a ensombrar a França. O ponto focal dos novos confrontos é a cidade de Grenoble, uma cidade de 500 mil habitantes perto dos Alpes, onde um assalto a um casino deu origem a uma perseguição de carro que degenerou numa troca de tiros entre os assaltantes e a polícia, levando à morte de um dos criminosos, Karim Boudouda, de 27 anos de idade. O perigo de alastramento a outras regiões do país é elevado.

O falecimento de Boudouda gerou forte indignação junto da juventude de origem norte-africana da cidade que, acompanhada de elementos radicais, tem descido às ruas do subúrbio de Villeneuve todas as noites para pilhar lojas, incendiar carros e destruir outras propriedades a golpes de tacos de ‘baseball’, entrando em confrontos com a polícia. Desde a noite de domingo que um forte dispositivo de mais de 300 agentes da polícia está a patrulhar o bairro, de modo a dissuadir os manifestantes de continuarem a destruir a área e de incendiar viaturas, tendo até agora sido perdidos 65 carros.

O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, visitou o local e afirmou estar disposto a “reestabelecer a ordem pública por todos os meios”. Já o chefe do sindicato regional da polícia, Daniel Chomette, tem dúvidas, notando que “a polícia está no ponto de ruptura” e apelou ao envio de reforços para a região.

Saliya Boudouda, mãe de Karim, anunciou aos jornalistas que tenciona apresentar queixa para esclarecer as circunstâncias exactas da morte do seu filho. “Os polícias foram longe demais, foram mesmo muito longe. Vou ter uma audiência com o procurador e apresentar queixa. Isto há-de ir até às mais altas instâncias”, afirmou.

A nova onda de violência urbana que abala a cidade de Grenoble está a trazer de volta aos franceses recordações dolorosas da onda de confrontos que abalou grande parte das cidades do país entre Outubro e Novembro de 2005, deixando mais de 6.500 carros indendiados. A crise teve início em 27 de Outubro daquele ano,  quando os adolescentes de origem imigrante Zyed Benna e Bouna Traore morreram electrocutados numa estação eléctrica do subúrbio de Clichy-sous-Bois, por recearem que a polícia poderia estar atrás deles, uma vez que estavam próximos do local de um roubo quando as autoridades chegaram.  

Os comentários proferidos na altura pelo então ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, de que os criminosos são “escumalha”, atiçaram a fúria dos filhos das comunidades imigrantes em todo o país, e no início de Novembro a própria Paris tornou-se palco de violência, tendo sido incendiados mais de mil carros. Os confrontos continuaram todas as noites, tendo aumentado drasticamente o número de veículos incendiados e de pessoas presas. A sete de Novembro, um homem de 61 anos foi morto quando tentava apagar um fogo num subúrbio. No mesmo dia, os confrontos espalharam-se às comunidades imigrantes da Bélgica e Alemanha.

Na manhã seguinte, o governo francês foi forçado a impor o recolher obrigatório, recuperando uma lei de 1955 que fora criada para controlar a revolta na Argélia, então colónia da França. Em breve verificaram-se incidentes de Norte a Sul do país, incluindo Estrasburgo, a sede do Parlamento Europeu. As revoltas só começaram a acalmar em meados do mês, quando o governo propôs medidas para melhorar a educação e as oportunidades para os habitantes dos bairros de imigrantes, num valor total superior a 30 mil milhões de euros.

Agora, contrariamente às promessas do governo francês de restabelecer a ordem a todo o custo, a polícia receia que os motins alastrem a outras cidades francesas.

MRA Alliance c/ DE

Portugal: Agressões a professores e funcionários aumentam quase 40%, a alunos diminuem 22%

sexta-feira, junho 18th, 2010

O número de agressões a professores e funcionários aumentou quase 40 por cento em 2008/09, face ao ano letivo anterior, enquanto em relação aos alunos se registou uma diminuição de 21,8 por cento, segundo dados do programa Escola Segura hoje divulgados.

De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Educação, registou-se, no entanto, uma redução de 15 por cento do número total de ocorrências, que passaram de 6039 para 5134, entre os anos letivos de 2007/08 e 2008/09.

Relativamente às agressões a alunos, este número passou de 1317 para 1029 naquele período — menos 21,8 por cento – , mas a tendência não é acompanhada quando são analisados os dados referentes aos docentes e aos funcionários.

MRA Alliance/RTP

Brasil: Violência urbana igual ao Iraque atrasa desenvolvimento

domingo, setembro 14th, 2008

Algumas das cidades mais violentas do Brasil têm o mesmo índice de homicídios que o Iraque, de acordo com estatísticas do Ministério da Justiça do Brasil. A cidade de Vitória, regista 70 assassínios por 100 mil habitantes. Um estudo sobre violência global financiado pelo Governo da Suíça indica que a taxa brasileira é equivalente à do Iraque. O estudo foi divulgado ontem, em Genebra. O ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, participou na cerimónia. O relatório afirma que o Brasil regista cerca de 10% dos homicídios mundiais, com 48 mil/ano. A nível planetário os números serão da ordem dos 490 mil/ano, ultrapassando largamente as mortes registadas nos países em guerra, como o Afeganistão, a Colômbia e o Iraque. Os conflitos regionais geram por ano cerca de 52 mil mortes, de acordo com o estudo suíço. “A situação da violência no Brasil é corrosiva. A violência é um sério obstáculo ao desenvolvimento do país”, afirmou Keith Krause, autor do relatório. A América do Sul e a África, são as regiões líderes nos homicídios, a nível mundial. A média de Vitória é dez vezes superior à global. No Rio de Janeiro, a média é de 40 assassínios por 100 mil habitantes. “Dentro de quatro anos, queremos chegar a níveis chilenos, de cerca de 15 por cada 100 mil”, disse Genro. Segundo o estudo, a América Latina também lidera os sequestros com quase 700/ano. O Brasil regista ainda elevados casos de violações/estupros. “Hoje, a violência armada é o quarto motivo de mortes no mundo”, disse Krause. Governos e especialistas estão preocupados pois o número de mortos é bastante superior ao registado nos países em guerra. “O impacto económico da violência no mundo cresce e preocupa os governos que querem o desenvolvimento. O custo chega a USD160 mil milhões/bilhões por ano em produtividade perdida e outros fatores”, frisou Krause. MRA Dep. Data Mining

Alemanha: 500 páginas politicamente explosivas sobre os muçulmanos no país

sexta-feira, dezembro 21st, 2007

Mesquita na AlemanhaUm estudo sobre os muçulmanos na Alemanha apresenta um cenário sombrio: 40% são fundamentalistas e 6% partidários da violência. O número dos inimigos do Estado de Direito é tão elevado quanto entre os alemães não muçulmanos. Políticos e especialistas estão chocados com os números e consideram-nos realistas, revela o semanário germânico Spiegel na última edição. O trabalho, encomendado pelo ministério alemão do Interior, resultou de uma sondagem telefónica a 1750 crentes, um número nunca antes atingido em anteriores inquéritos sobre a comunidade muçulmana, a nível nacional. Em 500 páginas, o estudo “Muçulmanos na Alemanha”, realizado pelos cientistas de Hamburgo Katrin Brettfeld und Peter Wetzels, investigou temas como orientação religiosa, relações com o Estado de Direito, conhecimentos linguísticos, educação e predisposição para a violência. (pvc/Spiegel)