A revista colombiana Cambio publicou hoje uma reportagem segundo a qual o envolvimento do governo do presidente venezuelano Hugo Chávez não se limita aos dados encontrados no computador de Raúl Reyes, o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), morto recentemente.
Citando fontes colombianas e americanas, a publicação afirma que ex-funcionários do governo venezuelano estão envolvidos em operações realizadas na Venezuela por narcotraficantes associados à guerrilha.
Na última semana, o governo da Colômbia anunciou que armamentos comprados pela Venezuela e produzidos na Suécia foram encontrados com a guerrilha, o que levantou suspeitas de eventuais ligações entre o governo Chávez e as FARC.
As acusações colombianas causaram uma nova crise diplomática entre os dois países. Chávez afirmou que as armas apreendidas aos rebeldes da Colômbia – que incluíam lançadores de foguetes de fabricação sueca – foram compradas pela Venezuela na década de 1980 e roubadas em 1995 durante um ataque a uma base naval no Estado de Carabobo.
Chávez acusou o governo colombiano de “fazer chantagem” com as acusações, classificadas pelo líder venezuelano como “uma jogada suja e traiçoeira” do presidente pró-americano da Colômbia, Álvaro Uribe.
Segundo a revista, o general Hugo Armando Carvajal, director dos serviços secretos militares da Venezuela, estaria envolvido não só com a entrega de armas e equipamentos às FARC, mas também com operações feitas em solo venezuelano por narcotraficantes associados à guerrilha.
Carvajal é um dos funcionários venezuelanos que enfrenta sanções impostas pelos EUA por alegadamente manter vínculos com rebeldes colombianos envolvidos com o tráfico de drogas. A medida prevê a suspensão de negócios comerciais, transações financeiras e o congelamento de bens e contas bancárias nos EUA.
A revista aponta ainda que as informações obtidas junto dos Estados Unidos pelas autoridades colombianas também comprometem funcionários e ex-assessores de confiança do presidente do Equador, Rafael Correa, designadamente o major Manuel Silva, ex-chefe da Unidade de Investigações Especiais da Polícia. Este confirmou a existência de encontros do ex-ministro de Interior Gustavo Larrea com as FARC.
Recentemente o presidente Correa prometeu que se “se provar que Larrea se reuniu com as FARC, eu mesmo promoverei um processo conta ele por traição”.
MRA Alliance/Agências