Archive for the ‘Tratado Reformador’ Category

Europa adia grandes decisões para Dezembro

sábado, outubro 30th, 2010

tratadolx13.jpgA nova governação económica europeia está a meio gás. Os líderes dos 27 já aprovaram as sanções financeiras aos países incumpridores, mas não chegaram a acordo nas restantes medidas, nomeadamente, suspensão do direito de voto no seio da União Europeia aos países incumpridores em matéria orçamental.

“A proposta da Alemanha de estudar uma alteração constitucional para a suspensão dos direitos de voto não teve acolhimento. A maior parte das delegações é contra, Portugal é contra, eu sou contra”, disse José Sócrates no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo, que começou quinta-feira e terminou ontem em Bruxelas. O primeiro-ministro lembrou que os 27 mandataram o presidente do Conselho, Herman van Rompuy, para estudar, até Dezembro, a melhor forma de proceder a alterações “muito circunscritas” ao Tratado de Lisboa para dar uma base jurídica sólida a um futuro mecanismo permanente de gestão de crise de estabilização financeira “e nada mais”.

Mas a forma como ele vai funcionar ainda é uma incógnita. Em vigor há um ano, o Tratado tem uma cláusula de não socorro, que diz que os Estados-membro não podem assumir a dívida uns dos outros. A Alemanha fez por isso finca-pé à revisão da cláusula, antes de se avançar para a criação do mecanismo e ficou decidido que Rompuy irá analisar a situação.

“Se for caso disso, eu farei a recomendação de fazer essa alteração ao Tratado, de forma limitada”, disse Rompuy, notando, porém, que os 27 “não estão muito de acordo” em fazer alterações ao Tratado, ainda que de forma limitada.

MRA Alliance/DE

Alemanha pressiona alterações ao Tratado de Lisboa

sexta-feira, outubro 22nd, 2010

Angela MerkelA Alemanha quer convencer outros países da UE a aceitarem alterações ao Tratado de Lisboa para criação de um mecanismo substituto do fundo de protecção do euro.Angela Merkel, a líder do governo alemão, lembrou o acordo feito com o presidente francês Nicolas Sarkozy, numa cimeira que decorreu no principio da semana em Deauville (França), sublinhando que o acordo em torno da alteração do Tratado de Lisboa “deve ser parte importante das conclusões do Conselho Europeu” agendado para o fim da próxima semana, em Bruxelas.

“Vamos convidar outros países a seguir-nos porque quando os actuais fundos expirarem, em 2013, se não tivermos um mecanismo substituto, não será uma boa notícia para o euro”, advertiu Merkel.

A Alemanha já se pronunciou contra a prorrogação, para além de 2013, do fundo de proteção do euro, criado em maio, com a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI), para ajudar países da moeda única em dificuldades orçamentais.

“Por isso”, vincou a chanceler alemã, “precisamos de um processo de reestruturação das dívidas soberanas com a participação dos credores”.

Um tal processo equivale, segundo especialistas, a um processo de insolvência para Estados, à semelhança dos que já existem para empresas e particulares.

Para introduzir um tal mecanismo na UE é necessário que todos os 27 Estados membros aprovem alterações ao Tratado de Lisboa.

MRA Alliance/DE

UE: Tratado de Lisboa pode entrar em vigor já em Dezembro

terça-feira, novembro 3rd, 2009

O presidente da República Checa, Vaclav Klaus, assinou esta tarde o Tratado de Lisboa, depois do Tribunal Constitucional do país ter emitido um veredicto, considerando que este é compatível com a lei fundamental do país. Cumprida esta etapa, fica finalmente livre o caminho para a entrada em vigor, possivelmente ainda em Dezembro, do Tratado que promete provocar a maior revolução no modo de funcionamento e no modelo de governação em mais de meio século de história de União Europeia.

A decisão do Tribunal checo inicia, por seu turno, o «contra-relógio» para uma decisão final sobre quem irá estrear os dois novos altos cargos previstos no Tratado de Lisboa. As escolhas deverão ser oficialmente anunciadas após um encontro entre os líderes europeus, que deverá ser agendado para o próximo dia 10 ou 12 de Novembro.

MRA Alliance/Agências

Tratado de Lisboa: UE aceitou condições impostas pela República Checa

quinta-feira, outubro 29th, 2009

Vaclav KlausEstá finalmente livre o caminho para a ratificação do Tratado de Lisboa que vai permitir reformar a União Europeia (UE). Os líderes dos 27 reunidos em Bruxelas aceitaram hoje a condição imposta pelo presidente checo para ratificar o tratado, segundo despachos das agências internacionais que citam fontes da presidência sueca da UE e do Governo checo.

A decisão foi tomada esta noite, no início da cimeira da UE, que termina amanhã, e anula o obstáculo à ratificação do tratado por Vaclav Klaus, o Presidente da República Checa, único país dos 27 que estava reticente relativamente à sua assinatura.

O Presidente Vaclav Klaus exigiu que a Carta dos Direitos Fundamentais, um documento anexo ao Tratado de Lisboa, não seja aplicada à República Checa, alegando que isso permitiria aos alemães expulsos da região dos Sudetas após a II Guerra Mundial exigirem indemnizações.

MRA Alliance/Agências

Presidente Checo admite ratificar Tratado de Lisboa

sábado, outubro 17th, 2009

O presidente da República Checa, Vaclav Klaus, único líder europeu que ainda não rubricou o Tratado de Lisboa, deixou entender que assinará o texto, em entrevista publicada hoje por um jornal checo, citada pela Agência Lusa.

A aprovação do Tratado de Lisboa na República Checa está suspensa por decisão do Tribunal Constitucional, face a uma queixa de um grupo de senadores liberais que se propõem verificar se este texto, herdado do projecto abortado em 2005 de Constituição europeia, não é incompatível com a lei fundamental do país. 

“Da forma como as coisas estão a evoluir, muito rapidamente, já não é possível travar o tratado nem recuos, apesar de isso ser desejo de alguns de nós”, declarou o presidente checo ao jornal Lidove Noviny. 

Vaclav Klaus reafirma na entrevista que não considera que o texto do Tratado de Lisboa seja bom “para a liberdade na Europa”, mas admite que a sua entrada em vigor “não será o fim do mundo”. 

“Não posso esperar nem esperarei pelas eleições na Grã-Bretanha, a menos que se realizem nos próximos dias ou semanas”, acrescenta o estadista checo, aludindo aos próximos escrutínios britânicos, que poderão levar os conservadores ao poder e a um provável referendo sobre o tratado.

Visto como instrumento capaz de permitir à União Europeia um funcionamento mais eficaz, o Tratado de Lisboa já foi ratificado pelos outros 26 países comunitários e aprovado pelas duas câmaras do Parlamento checo, mas só poderá entrar em vigor depois de ratificado pelos 27.

MRA Alliance/Agências

Tratado de Lisboa ressuscitado pelos irlandeses

domingo, outubro 4th, 2009

Campanha pelo O eleitorado irlandês reconsiderou o seu apoio ao Tratado de Lisboa no novo referendo ao votar maioritariamente (67,1%) a reforma da União Europeia. Para o primeiro-ministro irlandês, a mensagem é clara: “”Juntos somos melhores e mais fortes. Este é um bom dia para a Irlanda e para a Europa”.

Este foi o segundo referendo realizado no único país dos 27 que obriga a uma decisão através de uma consulta eleitoral. Em Junho do ano passado, os defensores do “Não” venceram  com 53.4% dos votos.

Um resultado negativo significaria a rejeição da Irlanda à reforma da UE e inviabilizava o tratado, assinado há dois anos, em Lisboa, pelos 27 chefes de Estado. Por outro lado, a aprovação irlandesa pode significar que a resistência da Polónia e da República Checa ao tratado reformador deverá ser abandonada.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, classificou o resultado como “um voto de confiança”. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, considerou-o “bom para o Reino Unido”.

A oposição dos irlandeses relacionava-se com questões de soberania nacional e a legalização do aborto. As garantias asseguradas por Bruxelas face àqueles temas e a profunda crise económica irlandesa apaziguaram os descontentes. 

Todos os principais partidos deram o aval ao “Sim”. Os defensores do “Não” alegam que o compromisso com Bruxelas não irá ajudar à recuperação económica nem à diminuição do desemprego.

Em Londres, David Cameron, líder dos Conservadores e possível sucessor de Gordon Brown na liderança do governo, já prometeu a realização de um referendo, caso vença as eleições legislativas, na Primavera.

Todavia, a promessa foi feita quando outros estados-membros haviam rejeitado o Tratado. Ainda assim, Cameron vai ter muita dificuldade em calar internamente a crescente facção anti-Europa que floresce no seio do Partido Conservador britânico.

Fonte/Agências

Britânicos também querem referendo sobre Tratado de Lisboa

domingo, setembro 20th, 2009

A grande maioria dos britânicos deseja um referendo sobre o Tratado de Lisboa da União Europeia (UE) se o líder do Partido Conservador do Reino Unido, David Cameron, ganhar as eleições gerais do próximo ano, de acordo com o resultado de uma sondagem publicada este domingo, pelo The Sunday Telegraph.

De acordo com a sondagem, feita pela empresa ICM por telefone entre os dias 16 e 17 de Setembro, 40 por cento apoia mesmo a saída do Reino Unido da UE, uma percentagem maior do que a resultante de sondagens anteriores.

Dos 1.018 adultos entrevistados 70 por cento exigem a realização de uma consulta popular sobre o texto que determina a reforma das instituições de governação da Europa a 27 países.

A maioria defende o referendo mesmo que o texto do Tratado de Lisboa já tenha sido introduzido na legislação nacional antes dos resultados eleitorais.

Interrogados sobre qual dos quatro grandes países membros beneficia mais da integração na UE, 43 por cento mencionam a França, 25 por cento a Alemanha, 10 por cento o Reino Unido e 0,8 por cento a Itália.

No passado dia 16, Cameron deixou claro o facto de, enquanto o texto não for ratificado por todos os Estados, o seu partido advogará a realização de referendo e recomendará o voto “não” com a finalidade de “mudar a Europa”.

MRA Alliance/Agências

Irlanda: Apenas 46% querem Tratado de Lisboa

sábado, setembro 5th, 2009

Uma sondagem publicada ontem pelo Irish Times mostrou um nítido recuo do campo favorável ao Tratado de Lisboa. No ano passado, a Irlanda rejeitou o tratado reformador da União Europeia, com 53,4% para o “não”. O novo referendo, marcado para 2 de Outubro, promete ser tão renhido quanto decisivo.

A sondagem do jornal irlandês mostra um recuo do “sim” e um perigoso aumento dos indecisos. Ao que parece, muitos dos irlandeses que em Maio manifestaram a intenção de votar a favor passaram entretanto para o campo dos indecisos.

Ainda assim, o “sim” continua a liderar, com 46%, embora tenha perdido oito pontos. Os indecisos ganharam sete pontos e estão nos 25%. O “não” progrediu um ponto, para 29%.

“Continuo a ter esperança que os irlandeses digam ‘sim’ ao Tratado de Lisboa, depois de todas as concessões que os outros Estados membros fizeram, para responder aos problemas que surgiram aquando do último referendo”, disse ontem Durão Barroso, à imprensa, em Bruxelas.

O presidente da Comissão lembrou que “a Irlanda beneficiou imenso da solidariedade europeia. Para dar uma ideia, a Irlanda representa apenas 1% do Produto Interno Bruto comunitário e beneficiou de 15% das reservas do Banco Central Europeu. Se a Irlanda não fizesse parte do Euro, se a Irlanda não fosse membro da União Europeia, teria tido uma bancarrota, como a Islândia.”

Se a Irlanda repetir o ‘não’ ao Tratado de Lisboa, a UE não tem nenhum plano alternativo para impedir uma crise institucional, de acordo com as recentes declarações de Fredrik Reinfeldt, o primeiro-ministro sueco e presidente em exercício da União Europeia.   

MRA Alliance/Agências

UE: Novo referendo irlandês ao Tratado Reformador em Outubro

quarta-feira, julho 8th, 2009

Brian Cowen, o primeiro-ministro da Irlanda, anunciou hoje no parlamento a data do segundo referendo que o país vai efectuar, após o primeiro chumbo do Tratado de Lisboa, em Junho de 2008. A data escolhida foi 2 de Outubro de 2009, de acordo com a agência espanhola «Europa Press».De acordo com Cowen, as garantias dadas pelos 27 países da UE a Dublin, «permitem a realização de uma segundo consulta» à população, para que o país possa depois ratificar o Tratado de Lisboa. As sondagens mais recentes apontam para uma vitória do «sim».

«O Governo considera que este Tratado será bom para a Irlanda e para a Europa. O nosso trabalho vai ser defender esta causa perante os cidadãos», afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Micheal Martin.

MRA Alliance/Agências

Alemanha: Supremo dá luz verde para ratificação do Tratado de Lisboa

terça-feira, junho 30th, 2009

O Tribunal Supremo da Alemanha deu luz verde para a ratificação do Tratado de Lisboa naquele país. Segundo a rádio «Deutsche Welle», os juízes consideram que a reforma da União Europeia é compatível com a lei germânica, mas pediram um reforço dos poderes do parlamento alemão em questões susceptíveis de afectar a soberania nacional.

«Se alguém quiser resumir este resultado, poderemos dizer que a constituição diz sim ao Tratado de Lisboa, mas obriga o parlamento a ter uma participação mais forte no processo», disse uma fonte do Tribunal Constitucional Federal, acrescentando que «o tribunal acredita que foi clarificada a última barreira à ratificação do documento».

Esta decisão elimina uma das últimas barreiras ao tratado. As situações colocadas pela Irlanda, Polónia e República Checa continuam por clarificar.

MRA Alliance/Agências

UE: Irlanda vence batalha sobre Tratado de Lisboa

sábado, junho 20th, 2009

A Irlanda conseguiu todas as garantias legais que pretendia para assegurar a convocação de um segundo referendo ao Tratado de Lisboa no Outono deste ano.

“Estamos bem equipados para voltar ao governo e recomendar a convocação de um novo referendo”, afirmou Brian Cowen, o chefe do Executivo irlandês no final do segundo dia de Conselho Europeu.

A lista das exigências, que se acredita estarem na base das razões que levaram a que os irlandeses votassem contra o tratado sucessor da Constituição Europeia vai figurar num protocolo anexo ao próximo Tratado de adesão à UE.

“Viemos com dois objectivos, conseguir garantias políticas e um protocolo, e atingimos os dois”, continuou Cowen, no rescaldo de uma negociação que “foi difícil”, nas palavras de Durão Barroso e de Jan Fisher, presidente em exercício da UE pela República Checa.

O Reino Unido em particular decidiu abandonar a rejeição que mantinha ao facto de Dublin pretender mais do que uma simples declaração anexa ao Tratado.

MRA Alliance/DN

Senado checo aprova Tratado de Lisboa mas presidente rejeita-o

quarta-feira, maio 6th, 2009

Vaclav KlausO Senado da República Checa aprovou hoje o Tratado de Lisboa, com mais votos a favor do que os necessários, abrindo caminho à ratificação definitiva pelo presidente Vaclav Klaus.No entanto, segundo a Reuters, para já Klaus não vai ratificar o Tratado de Lisboa, criando um novo obstáculo ao plano.

O presidente checo garantiu que não vai aprovar o Tratado devido à rejeição dos irlandeses no ano passado e porque espera uma mudança de tribunal na República Checa.

«O Tratado de Lisboa está morto, porque foi rejeitado num referendo num Estado-Membro [Irlanda, onde está previsto novo referendo este ano]. A partir daí, a ratificação não está na ordem do dia», afirmou aos jornalistas.

Durão Barroso já se congratulou com a aprovação do Senado checo. «Depois das notícias de hoje há boas perspectivas para o referendo na Irlanda», disse o presidente da Comissão Europeia, que se encontra em Praga.

MRA Alliance/Agências

Tribunal checo diz que Tratado de Lisboa não viola a Constituição

quarta-feira, novembro 26th, 2008

O Tribunal Constitucional checo deliberou hoje que o Tratado de Lisboa está em conformidade com a lei fundamental do país, abrindo caminho à sua ratificação, após vários meses de bloqueio. “O Tratado de Lisboa não contradiz a ordem constitucional”, declarou o presidente do Tribunal Constitucional, Pavel Rychetsky, durante uma audiência pública organizada em Brno.

O Primeiro-ministro checo defende a ratificação do tratado, embora reconheça que ele não lhe agrada, pelo facto de o seu país assumir a partir de Janeiro a presidência da União Europeia. O grande opositor ao tratado é o Presidente checo, Vaclav Klaus, o qual rejeita qualquer nova transferência de poderes para Bruxelas.

Se a República Checa concluir o processo, a entrada em vigor do tratado de fica apenas pendente do resultado de um novo referendo na Irlanda, que votou contra na primeira consulta popular, no Verão passado.

A decisão do tribunal é um passo importante com vista à ratificação, mas não é o decisivo, porque o texto assinado durante a presidência portuguesa terá ainda de ser aprovado pelas duas câmaras do Parlamento.

MRA Dep. Data Mining

Ilhéus finlandeses podem rejeitar o tratado de Lisboa

terça-feira, agosto 19th, 2008

Alanda - BrasãoO parlamento autónomo do arquipélago finlandês de Alanda analisa a possibilidade de não aprovar o Tratado de Lisboa aprovado por Helsínquia, o que colocaria a Finlândia numa situação embaraçosa. A incapacidade do governo finlandês em assegurar a aplicação do tratado no conjunto do seu território colocaria a Comissão Europeia numa situação mais delicada após a recusa da Irlanda e as ameaças de rejeição oriundas da Polónia, República Checa. O parlamento de Alanda e as comissões que superintendem as questões relativas á autonomia regional debaterão o assunto dentro de duas semanas. Só após a audição de painéis de especialistas será tomada a decisão final. A vice-presidente do parlamento regional, Susanne Eriksson, em declarações à EuroActiv informou que a decisão “dependerá do que vai suceder ao tratado no seu todo.” O anterior Tratado Constitucional, rejeitado pela França e pela Holanda, recebeu igualmente o «não» da região autónoma finlandesa por estar condenado politicamente. Após a nega irlandesa a situação volta a repetir-se. A decisão do parlamento de Alanda não afecta a validade da ratificação do poder legislativo finlandês aprovada em 11 de Junho passado. No entanto, o tratado não seria executado no conjunto do território da Finlândia, criando uma situção política e jurídicamente bizarra no contexto da União Europeia. MRA Dep. Data Mining

UE: Lei do divórcio pode abrir caminho a “Europa a 2 velocidades”

quinta-feira, julho 24th, 2008

O veto sueco à lei europeia do divórcio está a ser desafiado por nove estados membros da União Europeia (UE) dispostos a adoptar uma lei comum que, a verificar-se, reacenderá a polémica questão da “Europa a duas velocidades”. Áustria, França, Grécia, Hungria, Itália, Luxemburgo, Roménia, Eslovénia e Espanha estão prontos a accionar o chamado procedimento “cooperação reforçada”, previsto pelos tratados da União. Ele permite que um grupo mínimo de oito países possa adoptar legislação, com ritmos e/ou objectivos diferentes, dos restantes parceiros. Outros quatro Estados-membros – Alemanha, Bélgica, Lituânia e Portugal – estudam a possibilidade de se associarem à iniciativa. O mecanismo jurídico prevê uma cooperação mais estreita entre os estados que desejem prosseguir o aprofundamento da construção europeia mais rapidamente. A acontecer será utilizado pela primeira vez. Se a inciativa for aprovada pela Comissão Europeia (CE), só entrará em vigor após a aprovação por uma maioria qualificada dos 27. Observadores em Bruxelas, consideram que o mecanismo, criado para evitar a paralisia institucional do bloco, poderá abrir um precedente imparável se a comissão não resolver rapidamente o impasse criado pelo «não» irlandês ao Tratado de Lisboa. O processo de aprofundamento europeu, com ritmos diferentes, entre os diversos parceiros passaria a ser a regra e não a excepção, alegam os críticos. “A cooperação reforçada é uma questão muito sensível por nunca ter sido usada. Permite a vários Estados-membros avançar mais rapidamente que outros. Essa não é propriamente a imagem da UE que queremos transmitir,” disse uma fonte da presidência francesa, citada pela agência Reuters. Há anos que os países da UE não se entendem sobre a legislação comum relativamente a casos de divórcio entre casais europeus de nacionalidades diferentes. A questão tem sido bloqueada pela Suécia que se recusa a aceitar que as partes possam escolher a jurisdição que deverá julgar o divórcio. Existem substanciais discrepâncias entre o Direito de Família nos países nórdicos (mais tolerante) e nos países maioritariamente católicos (mais restritivo). Em Malta, por exemplo, o divórcio é proibido. O tema vai ser debatido amanhã, em Bruxelas, durante uma reunião dos ministros da Justiça e da Administração Interna. MRA/Agências

Sarkozy: Reforma da Constituição francesa pode ser um fiasco político

segunda-feira, julho 21st, 2008

Versalhes - PalácioOs deputados e senadores franceses referendam hoje, em Versalhes (Paris) a revisão da Magna Carta promovida pelo presidente, Nicolas Sarkozy e pelo seu governo. Para ratificar o novo projecto constitucional, aprovado isoladamente pelas duas câmaras, é necessário o «sim» de pelo menos 60% dos deputados. Uma percentagem que a UMP e os partidos aliados não conseguiriam alcançar sozinhos. Apesar de concessões de última hora, os líderes do Partido Socialista (PS), Partido Comunista (PCF) e do Partido Verde vão votar «não». O projecto de reforma – mais poderes para o Parlamento, menos para o chefe de Estado e mais direitos para os cidadãos – mudou bastante em relação ao texto apresentado inicialmente por Sarkozy para estabelecer o que classificou de um modelo de ‘democracia exemplar’. O texto limita a 2 os mandatos consecutivos do chefe de Estado e dá ao Parlamento o poder de veto nas nomeações presidenciais para grandes instituições, como o Conselho Constitucional. A 24ª revisão da Constituição, criada por Charles de Gaulle em 1958, também vai ter implicações na política externa. As duas câmaras assumiram um compromisso que mantém a obrigatoriedade de um referendo para futuros alargamentos da União Europeia (UE). Porém, incluíram no texto a possibilidade de os legisladores pedirem ao chefe do Estado que opte pela ratificação parlamentar. Quanto ao envio de tropas francesas para o estrangeiro, será necessária a aprovação do Parlamento. O primeiro-ministro, François Fillon, disse que a reforma constitucional é um avanço “espectacular”. Embora não admita a hipótese de uma rejeição, Fillon disse ao “Journal du Dimanche” que não se sentiria desautorizado caso tal acontecesse. “Se alguém pode sair enfraquecido de um fiasco desta reforma seria primeiro o PS”, afirmou. Se esta reforma fosse proposta por um líder de esquerda, o PS “sem sombra de dúvida” que a aprovaria, disse Fillon, recordando que socialistas como François Mitterrand e Lionel Jospin defendem muitas das alterações agora propostas. O projecto têm o apoio maioritário dos franceses, inclusive dos eleitores do PS, segundo uma sondagem recente. A ex-candidata socialista ao Palácio do Eliseu, Ségolène Royal, afirmou que a rejeição à reforma seria “um fracasso do poder, que achou que poderia comprar parlamentares ou para os pressionar para que aprovem um texto medíocre”. MRA/Agências

UE: Sarkozy vai à Irlanda para “ouvir” e “compreender” razões do “não”

domingo, julho 20th, 2008

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, assegurou, em declarações ao jornal Irish Times, que vai amanhã à Irlanda “para ouvir e compreender” as razões do “não” irlandês ao Tratado de Lisboa. “Eu preciso de compreender a mensagem que os irlandeses quiseram dar quando votarão `não` ao Tratado assinado pelos representantes dos 27 Estados membros”, disse Sarkozy, numa alusão aos 53% de irlandeses que, no referendo de 12 de Junho, disseram não à reforma institucional da União União Europeia. “Fui dos primeiros líderes europeus a dizer publicamente que a decisão democrática do povo irlandês deve ser respeitada”, acrescentou.

Sarkozy, que exerce a presidência da União Europeia até Dezembro, vai a Dublin avaliar com as autoridades possíveis soluções para o impasse criado pela consulta popular irlandesa. O Tratado de Lisboa, não entrará em vigor se não for ratificado por todos os Estados-membros. A Irlanda é o único país da UE constitucionalmente obrigado a aprovar os tratados europeus através de referendo. A visita realiza-se após Sarkozy ter defendido que os irlandeses “devem voltar a votar” o Tratado. Vários responsáveis políticos irlandeses reagiram mal à sugestão. A presidência francesa desdramatizou as declarações. O conselheiro de Sarkozy, Henri Guaino, considerou que o incidente foi provocado por as declarações terem sido “retiradas do contexto” e sustentou que o referendo é “uma hipótese entre outras”. Na entrevista ao Irish Times, o presidente francês rejeitou que os outros 26 Estados-membros possam avançar sem a Irlanda: “Eu não quero uma Europa a várias velocidades. (…) Essa só pode ser uma solução de último recurso”, disse. O presidente da França enfatizou todavia que as opções do governo irlandês estão limitadas ao Tratado de Lisboa por não ser possível a sua renegociação. “Não me parece que os 26 parceiros da Irlanda estejam dispostos a lançar uma nova Conferência Inter-Governamental (renegociação do tratado) e também não me parece que seja isso que os europeus querem”, disse. Numa altura em que os media irlandeses noticiam que o Governo se prepara para organizar um segundo referendo no Outono de 2009, Sarkozy frisou na entrevista que, antes disso, têm de ser tomadas decisões sobre as eleições europeias. Acautelando que não pretende impor qualquer calendário aos irlandeses, o presidente em exercício da UE defendeu que “os europeus precisam de saber em que termos vão eleger os seus representantes no Parlamento Europeu (PE)” [Junho de 2009] “mas têm de ser organizadas vários meses antes”. O Tratado de Lisboa inclui uma série de disposições que afectam o Parlamento Europeu, designadamente por alargar o conjunto das suas competências e redefinir a relação entre o PE e a Comissão Europeia. “Independentemente de o Tratado de Nice se manter em vigor ou de o Tratado de Lisboa entrar em vigor, temos de eleger um novo Parlamento Europeu em Junho de 2009 e nomear uma nova Comissão Europeia em Outubro do mesmo ano”, disse. MRA/Agências

Checos e britânicos colocam entraves ao Tratado de Lisboa

segunda-feira, junho 23rd, 2008

Até Outubro, os 27 Estados membros da União Europeia (UE) vão negociar nos bastidores e aguardam que a Irlanda decida o futuro próximo, após o “não” no referendo da semana passada. Mas os obstáculos ao Tratado de Lisboa não vêm apenas de Dublin. A ratificação do texto na República Checa está ameaçada por um imbróglio jurídico, depois de o Senado ter anunciado a suspensão do processo até o Tribunal Constitucional decidir se o documento está conforme com a Lei Fundamental. O primeiro-ministro checo afirma que não consegue adivinhar o que vai acontecer. “Neste momento estamos a decidir como será feito o processo de ratificação. Não posso adiantar nada porque este é um processo em que não tenho influência”, declarou Mirek Topolanek. Do Reino Unido veio outro entrave semelhante. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou que a ratificação do Tratado só acontecerá depois de o Tribunal de Primeira Instância de Londres tomar uma decisão sobre um recurso interposto por um cidadão inglês, que se opõe ao processo. Brown declarou que o juiz deverá emitir uma sentença na “próxima semana”. O chefe de governo defende que, apesar do documento ter sido ratificado pelas duas câmaras do Parlamento inglês, “têm de ser seguidos todos os trâmites e isso só pode acontecer depois da decisão do juiz”. MRA/Agências

Tratado de Lisboa: Impasse paralisa ampliação da UE, diz Sarkozy

sexta-feira, junho 20th, 2008

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse hoje que considera “paralisada” a ampliação da União Europeia (UE) aos países dos Balcãs ocidentais, pelo menos até que os 27 países do bloco encontrem uma solução para a ratificação do Tratado de Lisboa, rejeitado na semana passada pela Irlanda. “É certo que, até a resolução do problema institucional, a ampliação fica paralisada ‘de jure’ e ‘de facto’ “, disse Sarkozy numa conferência de imprensa no início da cimeira da UE em Bruxelas. “Não vamos seguir com a ampliação sem antes conseguir um acordo entre os 27. Não é razoável”, acrescentou o chefe de Estado francês. MRA/Agências

Não irlandês ao Tratado de Lisboa torna EU ingovernável, diz MNE

quarta-feira, junho 18th, 2008

Os chefes de Estado e de governo europeus devem “dar uma orientação” a seguir nos “próximos meses” para ultrapassar o impasse institucional aberto com a vitória do não no referendo irlandês sobre o Tratado de Lisboa, afirmou esta quarta-feira o ministro português dos Negócios Estrangeiros. Luís Amado considera que sem uma reforma das suas instituições a União Europeia “será ingovernável” num horizonte próximo. MRA/Agências

UE: A dimensão militar do ‘não’ irlandês ao Tratado de Lisboa

segunda-feira, junho 16th, 2008

Declan Ganley-Mr. NoA Irlanda representa menos de 1% da população do bloco, apenas 1,3% do PIB europeu sendo o único país da União obrigado pela Constituição a auscultar a vontade do povo sobre alterações aos tratados europeus. No recente referendo sobre o Tratado de Lisboa, que visa a reforma das instituições e dos processos de decisão na UE, mais de 53% dos irlandeses votaram “Não”, e puseram o bloco europeu à beira de um ataque de nervos. A Irlanda, desde que aderiu à CEE (1973), cresceu rapidamente à custa de mais de € 40 mil milhões de fundos comunitários recebidos até 2006 (€ 1,8 mil milhões/ano). Em 2007, segundo o Banco Mundial, foi a 5.ª economia do mundo com melhor PIB per capita – USD 51 578,00. Porquê então, a recusa irlandesa? A vertente menos conhecida – as implicações militares – parece-nos digna de referência.No fervor da campanha referendária a deputada irlandesa do Parlamento Europeu Kathy Sinnot, defensora do ‘Não’, revelou em que medida o Tratado de Lisboa afectaria a defesa nacional da Irlanda. Na sua óptica, o texto enformador da reforma, implica o fim da neutralidade militar do país. “A despeito de o Tratado reconhecer o nosso direito de veto sobre o envio de militares para zonas internacionais de conflito sob a bandeira da UE, não temos o direito de recusar a entrada na corrida europeia aos armamentos. (…) Em nome da solidariedade (…) os contribuintes irlandeses teriam de comprar armas europeias” (11/06/2008, EUobserver). A militante socialista, bem como um leque variado de partidos e movimentos nacionalistas, da extrema-direita à extrema-esquerda, foram generosamente apoiados pelo “Mr. No” para negarem o tratado.O “Senhor Não”, Declan Ganley, um influente empreendedor irlandês, teve realmente um papel decisivo na minagem do Tratado de Lisboa. O “Irish Times” classificou-o como “misterioso fundador” do “Instituto Libertas”. Ele terá arrecadado “donativos anónimos”, no valor de 1,3 milhões de euros, para combater o ‘Sim’. O jornal irlandês conotou-o com o complexo industrial-militar americano, através da sua empresa – Rivada Networks – fornecedora de equipamentos de comunicação para o exército dos EUA. O deputado europeu Gay Mitchell, antes do referendo, lançou mesmo a suspeita de o “Libertas” ser apoiado pela CIA. O editor Trevor White, do jornal “The Dubliner”, também fez revelações na versão electrónica do “Evening Herald” (09/06/2008). White diz que o “Libertas” nasceu em 2003. Ganley apresentou-o, por escrito, a meios americanos envolvidos na promoção de “acções militares” e de “fortes capacidades de defesa” para apoio da “política externa dos EUA” no estrangeiro. Ele considera Ganley um feroz adversário da política externa e de defesa comuns. O empresário anti – reformador, segundo o jornalista, afirmou (2003): “A nova Europa, em vez de ser um contrapeso aos EUA, deve ser um parceiro igual e influenciar a disseminação da justiça e da liberdade a nível mundial.” A conclusão do jornalista irlandês foi a seguinte: “Se [o leitor] rejeita a ideia de que a Europa precisa de um exército poderoso ‘Libertas’ é o melhor argumento à sua disposição. A sua simples existência, para mim, significa que o Tratado de Lisboa conduzirá à criação de um exército europeu.” No site da Rivada Networks encontram-se alguns dados biográficos sobre Ganley, presidente-executivo (CEO) da empresa: “É consultor em ‘tecnologia e terrorismo’ do Clube de Madrid, um grupo internacional de chefes de governo. (…) Durante a presidência irlandesa da União Europeia [Maio, 2004], presidiu ao Fórum para o Debate da Constituição Europeia. (…) Forneceu recursos de comunicação ao exército americano após o furacão Katrina (…) É membro do Royal Institute of International Affairs [e] fundador-presidente do Instituto Libertas.” O vice-presidente da empresa é o contra-almirante estadunidense na reserva, Robert Duncan.

MRA Dep. Data Mining

UE: A dimensão militar do ‘não’ irlandês ao Tratado de Lisboa

segunda-feira, junho 16th, 2008

Declan Ganley A Irlanda representa menos de 1% da população do bloco e apenas 1,3% do PIB europeu e é o único país membro da União Europeia obrigado pela Constituição a auscultar a vontade do povo sobre alterações aos tratados europeus. No recente referendo sobre o Tratado de Lisboa, que visa a reforma das instituições e dos processos de decisão europeus, mais de 53% dos irlandeses votaram “Não”, e puseram o bloco europeu à beira de um ataque de nervos. A Irlanda, desde que aderiu à CEE (1973) cresceu rapidamente. Em 2007, segundo o Banco Mundial, foi a 5.ª economia do mundo com melhor PIB per capita – USD 51 578,00. Porquê então, a recusa irlandesa? Vamos abordar a vertente menos conhecida: as implicações militares.

O “Senhor Não”, Declan Ganley, um influente empreendedor irlandês, teve um papel decisivo na minagem do Tratado de Lisboa. O “Irish Times” classificou-o como “misterioso fundador” do “Instituto Libertas” que terá arrecadado “donativos anónimos”, no valor de 1,3 milhões de euros, para combater o ‘Sim’. O jornal irlandês conotou-o com o complexo industrial-militar americano, através da sua empresa – Rivada Networks – fornecedora de equipamentos de comunicação ao exército dos EUA – . O deputado europeu Gay Mitchell, antes do referendo, lançou mesmo a suspeita de o “Libertas” ser apoiado pela CIA. O editor do jornal “The Dubliner”, Trevor White, também fez revelações na versão eletrónica do “Evening Herald” (09/06/2008). O “Libertas” nasceu em 2003. Ganley apresentou-o por escrito a meios americanos envolvidos na promoção de “acções militares” e de “fortes capacidades de defesa” para apoio da política externa dos EUA. Para White, Ganley é um feroz adversário de uma política externa e de defesa da UE. O empresário anti–Tratado de Lisboa, em 2003, afirmou: “Em lugar de tentar definir-se como contrapeso aos EUA, a nova Europa deve ser um parceiro igual e influenciar a nível mundial a disseminação da justiça e da liberdade.” A conclusão do jornalista irlandês foi a seguinte: “Se [o leitor] rejeita a ideia de que a Europa precisa de um exército poderoso ‘Libertas’ é o melhor argumento à sua disposição. A sua simples existência, para mim, significa que o Tratado de Lisboa conduzirá à criação de um exército europeu.” No site da Rivada Networks encontramos dados biográficos sobre Ganley, presidente-executivo (CEO) da empresa: “É consultor em ‘tecnologia e terrorismo’ do Clube de Madrid, um grupo internacional de chefes de governo. (…) Durante a presidência irlandesa da União Europeia [Maio, 2004], presidiu ao Fórum para o Debate da Constituição Europeia. (…) Forneceu recursos de comunicação ao exército americano após o furacão Katrina (…) É membro do Royal Institute of International Affairs [e] fundador-presidente do Instituto Libertas.” O vice-presidente da empresa é o contra-almirante estadunidense na reserva, Robert Duncan.

MRA Dep. Data Mining

Governo aprova amanhã resolução para ratificar Tratado de Lisboa na AR

quarta-feira, janeiro 16th, 2008

Conselho de Ministros - Jan/2008O Conselho de Ministros vai aprovar amanhã a proposta de resolução para ratificação do Tratado de Lisboa da União Europeia na Assembleia da República, anunciou o primeiro-ministro, durante o debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo Bloco de Esquerda. José Sócrates espera que o tratado seja alvo de “um amplo debate” durante a sessão parlamentar, ainda sem data marcada. Fonte: Público

UE: MNE rejeita existência de acordo entre países membros para não referendar Tratado

quinta-feira, dezembro 20th, 2007

Plenário da Assembleia da RepúblicaO ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, rejeitou hoje (quinta-feira), no Parlamento, a existência de um compromisso entre os governos europeus para não referendar o Tratado de Lisboa e recusou revelar, antes de Janeiro, a forma de ratificação. Sob fortes e truculentas intervenções da oposição, designadamente do CDS, PCP e Bloco de Esquerda, o ministro reiterou que a titulo pessoal não concorda com a ratificação pela via do referendo por considerar que “gera insegurança”, mas afirmou que não terá nenhum problema em submeter o tratado a referendo. O debate parlamentar tinha como tema a discussão sobre o Programa legislativo e de trabalho da comissão europeia para 2008, mas acabou por se centrar na questão da ratificação do Tratado de Lisboa. (pvc/SIC)

Comissão Europeia defende assinatura do Tratado de Lisboa na capital portuguesa

sexta-feira, novembro 9th, 2007

Mosteiro dos Jerónimos - 1986/2007 - Do Tratado de Adesão de Portugal à CEE ao Tratado de Lisboa /Reforma da UEA Comissão Europeia defende que o Tratado de Lisboa deve ser assinado a 13 de Dezembro na capital portuguesa, como está previsto, considerando que não há razões para se quebrar uma prática há muito estabelecida na União Europeia. A “transferência” da cerimónia de assinatura do novo Tratado europeu para Bruxelas é defendida por algumas vozes, pois no mesmo dia terá início na capital belga a cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, mas segundo o executivo liderado por José Manuel Durão Barroso não há razões para alterações, embora essa seja uma decisão que cabe sempre aos Estados-membros. Nos últimos dias, algumas vozes têm-se insurgido contra os custos e a carga poluente de deslocações aéreas dos 27 dirigentes europeus, num mesmo dia, entre as respectivas capitais, Lisboa e Bruxelas, defendendo que a assinatura do novo Tratado e a Cimeira europeia deveriam realizar-se no mesmo local.

Primeiras reacções ao acordo que permite à UE assinar o “Tratado de Lisboa”

sexta-feira, outubro 19th, 2007

Boa disposiçãoO Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que enalteceu o empenhamento da presidência portuguesa nesta negociação, classificou o resultado das negociações como um “acordo histórico” para bloco dos Vinte e Sete.O presidente em exercício da União Europeia, José Sócrates, afinou pelo mesmo diapasão, ao afirmar que se trata de “uma vitória importante para a Europa”. O acordo de hoje “vence um impasse de muitos anos e uma crise institucional” europeia, sublinhou o chefe do governo português. Em sua opinião o texto abre novos caminhos para o futuro, “dá um sinal positivo à economia e aos cidadãos da UE” e confirmou que o projecto europeu continua a desenvolver-se.

Da discórdia polaca…

Os gémeos polacosVarsóvia obteve duas vitórias que lhe poderão dar trunfos para ganhar as eleições intercalares polacas do próximo domingo. Ao conseguir a elevação do chamado «Compromisso de Ioannina» – que permite a um pequeno grupo de países suspender uma decisão – de declaração política a protocolo do Tratado, com o mesmo valor jurídico.
A Polónia – ou qualquer outro país – pode invocar Ioannina sempre que se oponha a uma decisão maioritária. Todavia, tal mecanismo não impede o Conselho de Ministros europeu de passar à votação sempre que entender esgotada a a pausa para reflexão, consignada na cláusula.

Varsóvia conseguiu também assegurar um lugar permanente de advogado-geral no Tribunal de Justiça da UE em paridade com os restantes “grandes” estados. A contrapartida é a atribuição de pelo menos mais um lugar rotativo a ocupar pelos países mais pequenos.

…Ao compromisso com Itália

Prodi  desconfortávelInesperadamente, a reivindicação dos italianos foi de solução mais complexa e sensível. Romano Prodi, primeiro-ministro italiano veio a Lisboa numa posição inflexível: a proposta avançada pelo Parlamento Europeu (PE) sobre a repartição dos seus futuros 750 membros em circunstãncia alguma seria aceite por Roma.
Com um número de deputados (72) inferior aos dos Reino Unido (73) e, sobretudo, da França (74), calculados em termos de população nacional, a Itália, pela primeira vez via-lhe negado um direito adquirido desde a construção da Europa comum – a paridade entre os três países. Prodi rejeitou a fórmula de cálculo. Em lugar da população, o que deveria contar era o número de cidadãos. Só restava uma hipótese aumentar em 1 (um) o limite total de deputados, que agora passa a ser de 751.

Campanha pelo “NÃo” em FrançaCom esta excepção à regra, fica aberto o caminho para a assinatura do Tratado de Lisboa (13/12/2007) e a sua sucessiva ratificação, nos meses seguintes. pelos parlamentos nacionais. Os observadores, face aos embaraçosos “não”, votados pelas maiorias de eleitores franceses e holandeses, nos referendos de 2005, e que liquidaram a aprovação do nado-morto texto constitucional da UE, são unânimes em vaticinar que o Tratado de Lisboa, na esmagadora maioria dos 27, será aprovado sem recurso ao escrutíno popular do referendo. Os deputados encarregam-se do serviço, em cada país…

Tratado de Lisboa: Conclave da UE libertou fumo branco admitindo que há acordo para reforma europeia

sexta-feira, outubro 19th, 2007

Tratado Reformador europeu - Finalmente Fumo BrancoOs líderes da União Europeia aprovaram hoje de madrugada (hora de Lisboa) o texto do novo Tratado Reformador europeu que substitui o rejeitado texto constitucional e, assim se espera, relançará as dinâmicas comunitárias entre os 27 estados membros. “Pronto, temos um acordo”, anunciou o porta-voz da presidência portuguesa.Segundo fontes diplomáticas, o Tratado de Lisboa será assinado no dia 13 de Dezembro em Lisboa, actual sede da Presidência portuguesa do Conselho de Chefes de Estado e de Governo da União, que termina no final de 2007. O compromisso foi celebrado na sequência das propostas apresentadas pelos negociadores portugueses para neutralizar a a resistência de Polónia e da Itália, ao texto final.

Varsóvia pugnava pela inclusão da cláusula de Ioanaina – permissão para que uma minoria possa atrasar a aprovação de legislação votada pela maioria dos grandes países membros – no texto final e nunca como anexo ao tratado.

A Itália, que não levantou quaiquer objecções ao conteúdo do Tratado Reformador, exigia porém, à margem da agenda negocial, a manutenção do mesmo número de deputados no Parlamento Europeu, para assegurar a histórica paridade com a França e a Inglaterra. Ao que parece, as reticências dos dois países membros terão sido ultrapassadas. Desconhece-se, todavia, os termos do acordo.

França não cede deputado à Itália e dificulta aprovação do tratado reformador

quarta-feira, outubro 17th, 2007

françaA França recusa ceder um dos dois deputados que ganhou na nova repartição de lugares do Parlamento Europeu (PE) como solução para o último obstáculo trazido pelos italianos para as negociações do tratado. Este deve ser aprovado pelos 27, em Lisboa, na cimeira de quinta e sexta-feira.

“A França apoia totalmente a proposta aprovada pelo Parlamento Europeu [no dia 10]. Nenhum Estado membro vai perder lugares”, disse ontem ao DN uma fonte do Eliseu, esclarecendo a posição com que o chefe do Estado francês, Nicolas Sarkozy, parte para a reunião dos líderes da UE.

ItáliaEsse eventual gesto poderia ser Paris ceder à Itália um lugar de deputado, uma vez que ganha dois, na proposta aprovada dia 10 em Bruxelas. O Reino Unido também ganhou um eurodeputado, para a legislatura de 2009-2014, enquanto a Itália não aumentou. Assim, pela primeira vez, os italianos vêem-se, pela primeira vez, privados da sua paridade (72) com a França (74) e o Reino Unido (73), todos membros do G-8. A proposta aprovada com os votos contra dos italianos prevê uma nova forma de cálculo chamada proporcionalidade degressiva, ou seja, que os países com mais população tenham direito a mais lugares no PE. Isto dentro dos limites previstos no novo tratado: um máximo de 750 eurodeputados (em vez de 785).

não está fácil…O primeiro-ministro italiano indicou que não vetará um acordo sobre o tratado, substituto da Constituição europeia, desde que a questão seja solucionada depois. Apesar das reticências italianas, que se vieram juntar às de outros Estados membros, como a Polónia, a nota dominante é de optimismo e é dada como quase certa a aprovação do novo tratado em Lisboa.|