Portugal é um dos países referenciados nos telegramas da WikiLeaks como possível ponto de passagem de materiais nucleares roubados. Em concreto, um telegrama de Julho de 2008 da embaixada dos EUA em Lisboa faz referência a um ex-general russo radicado no nosso país que alegadamente estaria a tentar vender uma placa de urânio.
O alerta, no entanto, não terá sido considerado suficientemente credível por Washington, já que não existe qualquer outra referência ao caso e a embaixada dos EUA nem se deu ao trabalho de confirmar os dados pessoais do informador.
Num telegrama datado de 25 de Julho de 2008 e assinado pelo então embaixador Thomas Stephenson, é relatado que a embaixada foi contactada por um informador, descrito como um angolano “bem vestido” e que “falava bem inglês”. O informador disse aos diplomatas que um parceiro de negócios chamado Orlando lhe pedira ajuda para vender “placas de urânio” provenientes da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Adiantou ainda que o proprietário do material é “um ex-general russo residente em Portugal”, que trabalharia em conjunto com “um velho juiz português residente no Porto”.
O informador, que admitiu ter contactado a embaixada por “motivos financeiros”, mostrou como prova uma fotocópia a cores de uma fotografia de um “tijolo metálico acinzentado”, embrulhado em papel de jornal com várias anotações, incluindo as medidas e o peso da placa de urânio.
O embaixador Stephenson admite no telegrama, porém, que não verificou as informações pessoais dadas pelo informador, incluindo a morada, e o caso parece ter ficado por aqui.
MRA Alliance/