Archive for the ‘Tensões’ Category

Síria: Procurador de Hama demite-se em protesto contra repressão

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

O procurador-geral da cidade síria de Hama, Adnan al-Bakkour, apresentou ontem a sua demissão como forma de protesto contra a brutalidade com que as forças de segurança estão a tratar os manifestantes anti-regime detidos pelo governo.

Num vídeo transmitido pela Al Jazeera, o alto funcionário afirma que tinha assistido à execução de mais de 70 prisioneiros e que, desde Julho, centenas de civis foram torturados enquanto se encontravam detidos. “Eu, Adnan Mohamed al- Bakkour, procurador-geral da província de Hama, anuncio a minha renúncia ao regime de Assad e das suas tropas”, diz taxativamente o procurador.

Garantindo ter na sua posse documentos que pretende revelar mais tarde, Al-Bakkour conta ter visto mais de 420 corpos de pessoas mortas pelas forças de segurança em valas comuns, ter assistido à detenção de manifestantes pacíficos, à tortura de centenas de prisioneiros e à demolição de casas.

MRA Alliance/ionline

Violência e saques de Londres alastram a toda a Inglaterra

terça-feira, agosto 9th, 2011

Durante a quarta noite de violência em Inglaterra, continuaram os saques e ataques incendiários a prédios, automóveis e lojas em Londres que começaram a ser igualmente praticados noutras cidades – Birmingham, Bristol, Liverpool, West Bromwich, Wolverhampton, Manchester, Salford e Nottingham –  informou hoje a polícia britânica citada pelo edição digital do diário “The Telegraph”.

A fonte policial precisou que um homem foi atingido a tiro em Leeds e ouve distúrbios em algumas localidades do Kent. Por enquanto, até agora, na Escócia, Gales e Irlanda do Norte não se verificaram incidentes.

Durante a noite, em Londres,  os ataques aumentaram e a polícia prendeu mais de 200 agitadores que realizaram assaltos, enquanto os bombeiros anunciaram que foram registados fogos “por toda a cidade”.  Mais de dois mil incidentes foram registados nas zonas de Clapham, Croydon, Hackney, Ealing, Lewisham, Peckham e Enfield. A população civil foi parcialmente evacuada nas duas primeiras áreas e, em Enfield,  o maior fogo foi registado no Centro da Sony, um grande edifício cujas chamas foram vistas a quilómetros de distância.

Os incidentes começaram em 4 de Agosto com a morte do líder de um gang, Mark Duggan, na área de Tottenham durante uma troca de tiros com os agentes da polícia envolvidos numa rusga para combater o crime armado nas comunidades africanas e do Caribe. Esta morte gerou protestos iniciais por parte daqueles grupos étnicos que degeneraram em violência na localidade.

No entanto, s autoridades britânicas sustentam que  generalização da violência nada têm a ver com a morte de Duggan. Na óptica das autoridades, mais não são do que “actos de criminosos que usam o incidente como pretexto para pilhar e destruir”, com a participação activa de marginais que não residem em Londres e de grupos de anarquistas.

A onda de anarquia e violência que está a flagelar as cidades inglesas, combinada com a falta de capacidade da polícia para fazer frente aos criminosos, está a gerar incredulidade entre os britânicos.

Num artigo publicado no ‘Daily Telegraph’, o director da organização ‘Civitas’, David Green, explica que actualmente a polícia tem sido “super-sensível” a assuntos raciais, evitando interferir em assuntos onde os envolvidos não são de origem europeia, por receio de serem acusados de racismo. Green nota que, em 2002, os agentes foram instruídos pelos seus superiores para aplicarem a lei ignorando a raça dos envolvidos. Green considera que esta postura “é errada e injusta”, por “não levar em conta o facto de que pessoas diferentes têm reacções e necessidades diferentes”. Green acrescentou que os agentes que não compreendessem esse facto e tentassem aplicar a lei de modo igual a todas as pessoas, independentemente da cor da pele, “seriam alvo de sanções disciplinares”.

“Neste tipo de atmosfera, não surpreende que os agentes encarregues de lidar com um motim pensem que é mais seguro esperar por ordens vindas de cima em vez de usarem o seu discernimento para proteger o público sem medo”, conclui o Telegraph.

MRA Alliance

Iémen: Presidente Saleh atacado e ferido fugiu para a Arábia Saudita

sábado, junho 4th, 2011
O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, deixou neste sábado o seu país em direção à Arábia Saudita para receber tratamento aos ferimentos sofridos na sexta-feira num atentado em Sana, informaram à Agência Efe fontes do Ministério de Exteriores saudita. As fontes, que pediram anonimato, não esclareceram se Saleh já chegou a Riade.
Por enquanto, nem as autoridades da Arábia Saudita nem as do Iémen confirmaram oficialmente a viagem do contestado presidente. Ao longo do dia especulou-se sobre uma possível transferência de Saleh depois de cinco altos responsáveis iemenitas, durante a madrugada, terem viajado para receber tratamento em Sana.

Entre eles contam-se o primeiro-ministro Ali Mohammed al Muyawar, os presidentes da Câmara Alta e Baixa do Parlamento, Yahia al-Rai e Abdul Aziz Abdul Ghani; o vice-primeiro-ministro para Assuntos de Defesa e de Segurança Rashad al-Alimi e o secretário adjunto do Partido do Congresso Geral Popular, no poder há várias décadas, Sadiq Amin Abu Ras.

Neste sábado, um assistente da Presidência afirmou que Saleh havia sofrido ferimentos leves na parte posterior da cabeça pelo impacto de um projétil numa mesquita do complexo presidencial, onde estava rezando na companhia dos altos quadros iemenitas.

No entanto, pairam dúvidas sobre o estado de saúde do Presidente, já que na gravação de áudio divulgada na sexta-feira era possível perceber que Saleh respirava com dificuldade.

MRA Alliance/Agências

Afeganistão: NATO mata 14 civis e irrita Karzai

segunda-feira, maio 30th, 2011

Um ataque da NATO no Afeganistão matou 12 crianças e duas mulheres. O Presidente Hamid Karzai repudiou o “erro grave” do raide aéreo e lançou um aviso às forças aliadas.

Há meses que uma operação das forças da Aliança (Isaf) não provocava a morte de tantos civis no Afeganistão. Uma base de “marines” norte-americanos foi atacada por rebeldes taliban, no sábado, em Nawzad, na província de Helmand. A base pediu ajuda à Isaf, que por isso lançou o raide. Mas errou o alvo.

“O ataque aéreo da Isaf atingiu duas casas de civis. Infelizmente, 14 civis inocentes morreram e seis ficaram feridos”, afirmou um comunicado do governador. Sete rapazes, cinco raparigas e duas mulheres morreram, especificou.

Em Cabul, um responsável da força da NATO afirmou “estar ciente das notícias da morte de alegados civis ontem [sábado] em Helmand”. Uma equipa já foi enviada para o local para fazer um inquérito.

As mortes de civis pelas forças estrangeiras, normalmente durante “raides nocturnos”, é um dos grandes pontos de tensão entre Karzai e os aliados estrangeiros, e prejudica as tentativas de conseguir o apoio da população afegã a uma guerra cada vez mais impopular, refere a Reuters.

Karzai afirmou num comunicado oficial: “Já foi várias vezes repetido aos EUA e à NATO que as suas operações unilaterais e inúteis causam a morte de afegãos inocentes e que tais operações violam os valores humanos e morais. Mas parece que eles não ouvem”.

No mesmo texto, e “dirigindo um último aviso às tropas e responsáveis americanos”, o Presidente qualificou “este incidente como um erro grave”.

Um porta-voz da Casa Branca disse este domingo que os Estados Unidos reagiram com «muita serenidade» aos avisos do presidente afegão, Hamid Karzai, que condenou o «grave erro» das tropas norte-americanas que matou 14 civis no Afeganistão.

«O Presidente Karzai já expressou por diversas ocasiões a sua preocupação pela perda de vidas humanas entre a população civil. É uma preocupação que partilhamos e que encaramos com muita seriedade», disse Jay Carney.

MRA Alliance/Público/Agências

Iémen dissolve governo após massacre de manifestantes

domingo, março 20th, 2011

Ali Abdallah Saleh - Presidente do IémenO presidente do Iémen, Ali Abdallah Saleh, alvo há dois meses de protestos populares, destituiu neste domingo o governo, dois dias após o massacre de 52 manifestantes, informou a agência de notícias estatal Saba. “O presidente da República dissolveu o governo e ficará encarregado dos assuntos internos até a formação de um novo executivo”.A decisão foi tomada no momento em que manifestantes exigiam a saída de Saleh, após a morte de 52 pessoas num ataque realizado por homens armados na sexta-feira passada, em Sanaa, atribuído a partidários do regime, que causou 126 feridos.

Milhares de pessoas ocuparam a praça em frente à Universidade de Sanaa e as avenidas adjacentes, na maior manifestação desde o início dos protestos, em janeiro passado, para exigir a saída de Ali Abdullah Saleh.

A praça da Universidade é o epicentro dos protestos e na sexta-feira foi cenário da sangrenta repressão quando homens armados, partidários do regime, dispararam contra a multidão depois da oração semanal.

MRA Alliance/AFP

Fuga de militares e polícias deixa várias cidades líbias nas mãos dos manifestantes

segunda-feira, fevereiro 21st, 2011

Várias cidades na Líbia estão agora nas mãos dos manifestantes, depois de unidades militares e policiais se terem posto em fuga na sequência dos avanços dos protestos contra o regime de Khadafi.

Bengasi, a segunda maior cidade líbia, e Sirte já estão sob o controle das multidões, que pedem o fim do regime no poder desde 1969. De acordo com a Federação Internacional de Direitos Humanos, os manifestantes ganharam o controlo daquelas cidades após a retirada das forças de segurança. Segundo a AFP, a polícia também terá fugido da cidade de Zawiyah, a oeste da capital, Trípoli.

Entretanto, o jornal líbio Quryna diz, na sua edição online, que decorrem protestos em Ras Lanuf, cidade onde está sedeada uma das maiores refinarias petrolíferas do país. O mesmo jornal acrescenta que os trabalhadores formaram comités de segurança para evitar a destruição das instalações pelos manifestantes.

Entretanto, a BBC está a avançar que há rumores não confirmados de que Muammar Kadafi terá deixado Trípoli, possivelmente em direcção a Sirte, a sua cidade natal, ou em direcção à base que possui no deserto, em Sabha.

Pelas cidades líbias continua a contestação, com vários edifícios governamentais na capital a arder. Ainda de acordo com a BBC, as ruas de Trípoli estão agora calmas e sob o controle das forças de segurança, apesar de continuarem os relatos de disparos nos arredores da cidade.

Vários organismos e associação pró-regime estão a distribuir gratuitamente carne, peixe e frutos secos aos que se juntarem às manifestações em favor do presidente.

MRA Alliance/Agências

Egipto: Irmandade Muçulmana disposta a negociar ciclo pós-Mubarak

domingo, fevereiro 6th, 2011

Manifestantes egípciosA Irmandade Muçulmana, a principal organização da oposição no Egipto, anunciou na madrugada de sábado para domingo que está disposta a “iniciar um diálogo” com as autoridades egípcias. Citado pela agência France Presse, o comunicado refere que a disponibilidade visa “saber até que ponto” os responsáveis egípcios estão “dispostos a aceitar as exigências do povo”.

Um responsável do movimento declarou à agência francesa, sob anonimato, que decorreu uma reunião na manhã de sábado entre responsáveis da irmandade e o vice-presidente egípcio, Omar Souleimane. No comunicado, a Irmandade justifica a sua posição de abertura ao diálogo com a recusa de “qualquer interferência internacional ou regional nos assuntos internos”. “Desejosos de preservar os interesses da nação e das suas instituições e preocupados em preservar a independência do país e a recusa de qualquer interferência internacional ou regional em assuntos internos”, a Irmandade manifesta-se aberta ao diálogo com as autoridades.

A Irmandade Muçulmana não quer que “a insurreição (no Egipto) seja apresentada como uma revolução islâmica”, explicou seu porta-voz Rashad al-Bayumi, em entrevista à revista alemã Der Spiegel. “Mantemo-nos em segundo plano” durante as manifestações, por “não querermos que sejam apresentadas como uma revolução da Irmandade Muçulmana. É um levantamento do povo egípcio”, explica al Bayumi.

O número dois da organização islamita lamenta que o regime do presidente Hosni Mubarak “transmita voluntariamente uma visão deformada do movimento e manipule a opinião pública”. “O Ocidente não quer nos ouvir. Não somos diabos. Queremos a paz, não a violência. Nossa religião não é diabólica. Nossa religião respeita os fiéis de outras crenças, esses são nossos princípios”, assegura.

Nesta semana, a Irmandade foi surpreendida pela abertura do governo de abrir diálogo com o grupo. Estima-se que pelo menos 20% dos votos irão para candidatos ligados ao movimento nas próximas eleições parlamentares. No entanto, para a surpresa de muitos, o grupo adoptou nesta semana uma posição cautelosa.

“Não temos interesse em concorrer para ocupar a presidência do Egipto”, afirmou o guia espiritual do grupo, Mohammed Badie, em entrevista à rede de televisão Al-Jazeera. “Por enquanto, nosso único objetivo é o de tirar um regime corrupto e injusto do poder.”

Criada em 1920, a entidade foi banida em 1954 por querer transformar o Egipto num Estado islâmico.

MRA Alliance/Agências

Egipto: Mubarak resiste, EUA pressionam e Cairo mergulha no caos

quinta-feira, fevereiro 3rd, 2011

egipto_crise11.jpgAo nono dia de protestos no Egipto, o regime de Mubarak ripostou com milhares de apoiantes do presidente a invadirem a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e a envolveram-se numa verdadeira batalha campal com os manifestantes antigoverno ali concentrados. Há notícia de pelo menos um morto e mais de 600 feridos.

O exército, que controlava os principais acessos à praça, assistiu a tudo sem intervir, apesar dos apelos desesperados dos opositores de Mubarak, incluindo Mohammed ElBaradei. Na Praça Tahrir, os manifestantes dizem que o ataque foi orquestrado por Mubarak e levado a cabo por polícias vestidos como civis. O governo nega. Ao cair da noite, os agressores recuaram e a praça continuava nas mãos da oposição.

Os Estados Unidos reforçaram ontem a pressão sobre o presidente Hosni Mubarak para abandonar o poder, considerando insuficiente a sua promessa de permanecer no cargo apenas até Setembro. “A mudança tem de acontecer já, e já quer dizer já”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Apoiantes de Mubarak lançaram vários cocktails molotov contra o Museu do Cairo provocando pequenos focos de incêndio nos jardins mas sem atingir o edifício. Recorde-se que nos primeiros dias dos protestos, manifestantes entraram no museu, roubaram objectos valiosos e mutilaram várias múmias.

MRA Alliance/Agências

Presidente do Iémen não se vai recandidatar

quarta-feira, fevereiro 2nd, 2011

Ali Abdullah Saleh - Presidente do IémenO presidente do Iémen, Ali Abdullah Saleh, afirmou esta quarta-feira que não irá tentar prolongar o seu mandato, que termina em 2013. O anúncio ocorre um dia antes de uma série de manifestações convocadas pela sociedade civil e por grupos da oposição contra o presidente, que se mantém no poder há mais de 30 anos.Em Janeiro, Saleh propôs uma emenda constitucional que permitiria a sua recondução no cargo nas eleições previstas para 2013. Este facto deu início às manifestações, que exigem um governo mais democrático e reformas que melhorem a situação económica do país.

Saleh assumiu a Presidência da República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) em 1978, através de um golpe militar. Em 1990, tornou-se presidente da nova república, criada a partir da fusão entre os Iémens do Norte e do Sul.

Saleh colaborou com os Estados Unidos na chamada guerra ao terror, durante o mandato de George W. Bush. A grande presença de militantes da rede Al Qaeda, que ameaça frequentemente o regime, é uma das maiores preocupações do governo.

MRA Alliance/DD

Jordânia: Rei demitiu Governo e nomeou novo primeiro-ministro

terça-feira, fevereiro 1st, 2011

Rei Abdullah II, da JordâniaO rei Abdullah II, da Jordânia, pediu a Maarouf Bakhit, um antigo primeiro-ministro (2005-2007), “que tome medidas rápidas e claras para reformas políticas reais que reflictam a nossa visão favorável a reformas gerais modernas em apoio da nossa acção pela democracia”, segundo o palácio. Bakhit, um antigo militar que foi embaixador na Turquia (2002) e em Israel (2005), é muito popular na Jordânia.

Várias manifestações realizaram-se em Janeiro na Jordânia para exigir a demissão de Samir Rifai – o primeiro-ministro demitido – e contestar a política económica do seu governo, nomeadamente pela subida do preço dos combustíveis e dos alimentos. Segundo o palácio, o governo de Rifai demitiu-se hoje. “Queremos reformas que abram caminho ao nosso povo para grandes oportunidades e a vida decente que merece”, acrescenta o rei.

A Frente de Acção Islâmica, principal partido da oposição na Jordânia, criticou hoje a nomeação de Bakhit, considerando que ele “não é um reformista”. Já na segunda-feira a FAI anunciara que, contrariamente ao Egipto, a oposição não exige uma mudança de regime no reino mas sim reformas políticas.

MRA Alliance/DE

Iemenitas seguem exemplo da Tunísia e Egipto e querem derrubar o regime

sábado, janeiro 29th, 2011

Ali Abdullah Saleh - Presidente do IémenMilhares de manifestantes voltaram a exigir hoje nas ruas da capital do Iémen a demissão do Presidente, Ali Abdullah Saleh, numa cópia do movimento que conduziu ao derrube do chefe de Estado na Tunísia e que está a ameaçar o poder de Hosni Mubarak, no Egipto.

Testemunhos colhidos pelas agências noticiosas indicam que os protestos, envolvendo mais de 16 mil manifestantes, decorreram de forma pacífica em pelo menos quatro locais de Sanaa, incluindo a universidade, onde há dez dias foram dados os primeiros sinais de contestação no país – então cerca de mil estudantes entoaram cânticos a favor da revolta tunisina e de mudanças democráticas e o fim do regime de mais de 30 anos de Saleh, um aliado do Ocidente, antes de serem dispersados pela polícia anti motim.

De novo foram ouvidos os mesmos slogans. Os organizadores do protesto apelaram aos estudantes e a grupos da sociedade civil para marcharem contra a corrupção e as políticas económicas no Iémen, onde a população mais jovem, em crescendo, vive em cada vez maior frustração dada a pobreza e a sua inexistente influência política.

Recentemente, este sentimento de descontentamento generalizado intensificou-se face a várias tentativas no Parlamento para afastar algumas das limitações aos mandatos presidenciais, com a oposição a acusar Saleh de querer perpetuar-se no poder por toda a vida.

As autoridades iemenitas tinham detido este fim-de-semana a influente activista pró-democracia Tawakul Karman, acusando-a de organizar os protestos contra o Governo – ao que se seguiram mais e maiores protesto. Após a sua libertação, na segunda-feira, a activista afirmou que estava em curso no Iémen uma revolução inspirada pela “revolução dos jasmins” tunisina, que pôs termo aos 23 anos no poder do Presidente Zine al-Abidine Ben Ali.

MRA Alliance/Público

Egipto: Mubarak escolhe militares para reforço do regime e do governo

sábado, janeiro 29th, 2011

Manifestantes desafiam poder no EgiptoO poderoso chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman, tomou posse como vice-presidente do Egipto. Horas depois da tomada de posse de Suleiman, foi indigitado o novo primeiro-ministro. A escolha do Presidente Hosni Mubarak recaiu sobre um antigo comandante da força aérea, Ahmed Shafiq.

Considerado próximo do Presidente, Shafiq era desde 2002 ministro da aviação, onde ganhou, segundo a Reuters, uma reputação de eficácia e competência administração com programas de modernização da companhia aérea estatal EgyptAir e melhorias nos aeroportos do país. Na rua, os manifestantes continuam a pedir a saída de Mubarak, desafiando o recolher obrigatório.

Suleiman, por seu turno, é considerado a “eminência parda” do regime de Mubarak e muito próximo do Presidente. Foi recorrentemente apontado como um possível sucessor para o cargo de Mubarak, dada a tradição de líderes militares no país, e mesmo como um possível concorrente contra o filho de Mubarak, Gamal, que o pai quererá que herde o cargo.

Ao contrário do que é normal para responsáveis dos serviços secretos, Omar Suleiman teve um papel público sobretudo por causa dos seus esforços de mediação entre palestinianos e Israel após a segunda Intifada em 2000, e num breve cessar-fogo, em 2003. Desde a década de 1990, tem ainda crédito por esmagar o activismo islamista.

Suleiman foi sempre considerado o segundo mais importante responsável dentro do regime de Mubarak, um responsável com uma grande importância e influência. Agora recebe o posto de vice-Presidente, um cargo que Mubarak deixou vago em 1982.

MRA Alliance/Público

Estado tunisino irá apreender todos os bens do partido de Ben Ali

quinta-feira, janeiro 20th, 2011

O Estado tunisiano irá apreender todos os bens da Reunião Constitucional Democrática (RCD), o partido do regime do presidente deposto, Zine el Abidine Ben Ali, anunciou nesta quinta-feira o porta-voz do Governo de transição, Taieb Bacuche. “O Conselho de Ministros decidiu confiscar todos os bens móveis e imóveis do RCD”, disse Bacuche.O RCD controlava o poder e a administração do Estado durante o regime de Ben Ali, a nível central, regional e local até ao ponto de as suas estruturas se confundirem com as públicas.

O primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi, tinha prometido nesta semana separar o Estado do partido de Ben Ali e também o presidente interino, Fouad Mebazaa, se comprometeu realizar uma separação de poderes.

Desde a fuga do presidente na sexta-feira passada, os tunisinos reivindicaram em todo o país a dissolução do RCD e a saída dos membros daquele partido do Governo de transição.

MRA Alliance/Terra

Tunísia é um alerta para o mundo árabe, dizem analistas

sábado, janeiro 15th, 2011

Analistas ouvidos pela BBC Brasil disseram que os violentos protestos na Tunísia, que culminaram com a renuncia do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, na última sexta-feira, servem como uma mensagem de alerta aos governos da região de que um novo ativismo começa a surgir no mundo árabe.

Segundo eles, governos totalitários enfrentam cada vez mais a insatisfação popular com a falta de soluções para os problemas econômicos, sociais e de liberdades individuais. No entanto, dizem que ainda é cedo para falar em reações semelhantes em outros países árabes em médio prazo.

“Embora muitos tenham ficado perplexos com os protestos que sacudiram a Tunísia nas últimas semanas, eles não podem ser vistos como uma surpresa para aqueles que acompanham o cenário da região”, disse o analista político libanês Rami Khouri, do Instituto Fares da Universidade Americana de Beirute. De acordo com Khouri, a região vive um renascimento do ativismo árabe entre as populações mais jovens e mais conscientes, com fome de liberdades individuais, emprego e desenvolvimento. “O problema que assola a região é comum a todos -, a atual ordem política e econômica do mundo árabe, que é instável e insustentável, porque traz instatisfação para a imensa maioria de seus cidadãos”.

O clima de tensão na Tunísia começou no dia 17 de dezembro, quando o desempregado Sidi Bouzeid, de 26 anos e com formação superior, foi abordado por policiais enquanto vendia verduras na rua. Após ter sua mercadoria apreendida, ele foi impedido de prestar queixa. Desesperado, o jovem ateou fogo no próprio corpo e morreu dias depois no hospital. A morte de Bouzeid iniciou uma série de protestos que se espalharam rapidamente pelo país e a capital Túnis. Centenas de milhares de pessoas, entre estudantes, sindicatos e partidos de oposição, protestaram contra o desemprego, corrupção e falta de democracia.

O presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, que estava no poder há 23 anos, tentou reprimir as manifestações com policiais nas ruas. Grupos de direitos humanos afirmam que mais de 60 pessoas morreram nos confrontos e centenas de manifestantes ficaram feridos. Antes de renunciar, Ben Ali dissolveu o Parlamento e governo, e fugiu do país com a sua famíla tendo obtido refúgio na Arábia Saudita.

“A Tunísia é um modelo de mudança na região porque foi orquestrado pelos seus cidadãos, que chegaram ao ponto de enfrentar as forças da repressão. O que se viu nas ruas de Túnis foi uma mensagem clara aos ditadores árabes, de que quando os cidadãos não temem mais as balas das armas dos governantes, então os dias destes ditadores estão contados”, salientou Khouri.

Para o egípcio Haitham Bahy, analista político e diretor da Academia de Democracia Egípcia, as populações árabes mais conscientes não se deixam mais levar pelas velhas desculpas dos governantes. Segundo ele, durante décadas, os ditadores árabes usavam Israel ou países ocidentais como desculpa para seus próprios fracassos.

“Para justificar suas políticas e incompetências, presidentes e monarcas árabes colocavam sempre a culpa em Israel ou outros países estrangeiros como forma de ganhar apoio popular e legimitização de seus poderes”. Ele aponta os novos tempos – fluxo de informação, globalização e ativismo na internet – como implacáveis para os ditadores da região, que não conseguem mais controlar os corações e mentes como antes.

“Os governantes árabes deveriam aprender as lições da Tunísia, de que já é hora de promover reformas democráticas no mundo árabe, e os líderes da região deveriam fazer isso antes que sofram do mesmo destino do agora ex-presidente tunisiano”, diz.

Haitham Bahy acredita que os acontecimentos na Tunísia irão repercutir durante algum tempo na região. Ele diz que ainda é cedo para avaliar o sucesso dos acontecimentos no país do norte da África, mas acha que a Tunísia deverá avançar em vários aspectos após a queda do presidente Ben Ali. “Arrisco dizer que uma nova era começou na região, e as massas populares muito provavelmente se espelharão no sucesso dos protestos na Tunísia. Os países da região reúnem uma combinação de fatores comum a todos: pobreza, desemprego e repressão política”, diz.

Para ele, o próximo país a ser palco de conflitos poderá ser a Argélia, onde já acontecem protestos por motivos econômicos e sociais. “Embora em menor escala, os protestos na Argélia, inspirados por seus vizinhos, podem muito bem aumentar e resultar em mudanças naquele país”, disse ele

No entanto, o libanês Rami Khouri não acha que que mudanças em médio prazo ocorrerão em países de peso no mundo árabe, como Egito, Síria e Árabia Saudita. “Estamos falando de Estados fortemente protegidos por um aparato de segurança e forças militares. Protestos semelhantes aos da Tunísia nestes países seriam muito mais complexos”, explicou Khouri. “Eu venho dizendo isso por anos, que nós não podemos prever quando, onde, como e por quem as transformações de autocracias para democracias começarão no mundo árabe. Mas nós sabemos que essas trasnformações inevitavelmente começarão”.

MRA Alliance/BBC Brasil

Tunísia: Tensões continuam e Presidente Ben Ali foge para local desconhecido

sexta-feira, janeiro 14th, 2011

Manifestação anti-presidencial na TunísiaO primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciou que vai assumir interinamente a presidência, substituindo o Presidente Zine El Abidine Ben Ali terá entretanto abandonado o país, garantem fontes que lhe são próximas.

Horas antes, Ben Ali demitira o Governo, convocou eleições para Junho e  declarou o estado de emergência sob uma forte onda de contestação política e social dos tunisinos que continuam a exigir a demissão imediata do chefe de Estado. As medidas foram anunciadas um dia depois de Ben Ali ter declarado que não iria concorrer às Presidenciais de 2014, ao cabo de 23 anos no poder, e de ter decretado a redução de preços de vários bens essenciais.

A comunicação não bastou para pôr termo aos protestos que hoje prosseguem nas ruas das principais cidades tunisinas. As manifestações, que duram desde Dezembro, causaram pelo menos 23 mortos, segundo o Governo, ou mais de 60, de acordo com a oposição ao regime. Durante a última noite, e segundo fontes médicas, terão morrido 13 pessoas na capital do país, Tunes.

Nas ruas, continuam os apelos à demissão imediata de Ben Ali. As forças de segurança ameaçam recorrer de novo às armas, depois do próprio Presidente ter supostamente proibido o recurso a munição real.

Os protestos na Tunísia começaram em Dezembro após o suicídio de um jovem diplomado no desemprego, a quem a polícia confiscou a banca de fruta que garantia a sua subsistência. O desemprego, a inflação, a censura e as suspeitas de corrupção que pairam sobre a família de Ben Ali, que controla a economia do país, são os principais motivos para a inédita vaga de contestação na nação norte-africana, tida até agora como uma das mais estáveis do continente.

MRA Alliance/Agências

Costa do Marfim perto da guerra civil

sexta-feira, dezembro 24th, 2010

A situação na Costa do Marfim está cada vez mais instável desde as eleições de 28 de Novembro. O Presidente derrotado, Laurent Gbagbo, continua a recusar abanadonar o cargo e inaugurou, esta semana, um rol de ameaças à comunidade internacional, que exige o reconhecimento do candidato da oposição, Alassane Ouattara, como o novo Presidente.

No início deste mês, antes da segunda volta que deu a vitória a Ouattara, o analista do “AllAfrica”, Charles Onunaiju, referia-se à ida às urnas como “o último bálsamo curativo para um país há muito fracturado”. Mas depois de várias semanas de manifestações – que, segundo as Nações Unidas, já levaram à morte de 173 opositores – os analistas são cada vez mais unânimes: já não há bálsamo capaz de impedir que a Costa do Marfim mergulhe numa nova guerra civil.

Desde a assinatura de um cessar-fogo com as forças rebeldes no país, em 2003, o país criou um currículo invejável no continente. As forças rebeldes foram lentamente introduzidas no sistema político marfinense, com o chefe de uma das guerrilhas, Guillaume Soro, a assumir o cargo de primeiro-ministro num governo de coligação em 2007. O cacau potenciou o desenvolvimento económico do país, que é hoje o maior produtor e exportador mundial do ingrediente. Mas as conquistas recentes estão a começar a desmoronar.

A ONU continua atenta ao desenrolar dos acontecimentos. Apesar das ameaças do presidente aos os capacetes azuis que não abanadonarem o país, a organização já anunciou que vai enviar mais tropas a juntar às dez mil já em missão de paz no país.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU teve ontem uma reunião de emergência, onde, para além dos 173 mortos confirmados, falou em, pelo menos, 90 casos de tortura provados, só nesta última semana. “Infelizmente tem sido impossível investigar todas as alegações de violações dos direitos humanos, incluindo rumores de valas comuns, devido às restrições de movimento impostas ao pessoal da ONU”, disse na reunião Betty E. King, embaixadora norte-americana no Conselho.

Os EUA, bem como a UE, já impuseram sanções à Costa do Marfim, que impedem Gbagbo, a sua família e apoiantes de viajar para os países. Os analistas, contudo, dizem que será preciso mais do que sanções para acabar com a crise política marfinense.

MRA Alliance/ionline

Moçambique: Governo mantém subida de preços apesar da revolta popular

quinta-feira, setembro 2nd, 2010

As Forças Armadas e a polícia andaram hoje nas ruas de Maputo a desfazer as barricadas montadas nas vias de acesso à capital. O executivo, em reunião de emergência, anunciou que vai manter o aumento dos preços. Os protestos, convocados por sms e boca-a-boca, contestam a subida dos preços da electricidade e água e o aumento generalizado custo de vida.

O Governo mantém, desta forma, o braço de ferro com os populares que participam nos tumultos dos últimos dois dias. O Governo moçambicano prefere, contudo, sublinhar que mantém “a determinação em prosseguir com o programa para o combate à pobreza”.

Os prejuízos decorrentes das manifestações de ontem e hoje estão estimados em 122 milhões de meticais (2,5 milhões de euros). O porta-voz do executivo acrescenta que causaram a perda de 3910 postos de trabalho.

MRA Alliance/RTP

Protestos violentos em Maputo contra aumento da água e luz

quarta-feira, setembro 1st, 2010

Protestos em Maputo contra aumentos de preçosA capital de Moçambique vive desde esta manhã momentos de grande tensão política e social provocada pelo anúncio do aumento de preços de bens de primeira necessidade. As principais agencias noticiosas dão conta de manifestações, apedrejamentos e disparos policiais nos bairros periféricos de Maputo. As entradas na cidade estão na maior parte bloqueadas e há pneus a arder em vários locais.

Milhares de pessoas estão nas ruas, não há transportes públicos por causa da greve geral de protesto contra os aumentos anunciados para hoje nos preços da água e da electricidade. A polícia moçambicana já deteve vários manifestantes na zona do aeroporto de Maputo. Segundo a agência lusa, os grevistas estão a apedrejar carros particulares e alguns transportes públicos. O voo da TAP que devia ter saído esta manha não se realizou e a tripulação foi aconselhada a não sair do hotel, segundo uma informação confirmada à Renascença pelo porta-voz da TAP.

“Foi convocada uma greve geral, porque estava anunciada uma subida de preços para hoje. Portanto, as populações que vivem nos arredores de Maputo bloquearam as ruas, com pneus a arder, fizeram barreiras para não se poder entrar na cidade. Vê-se a polícia e a tropa na rua para tentar dominar a situação. De qualquer forma, é preocupante porque os acessos estão cortados. Já não se consegue passar para o aeroporto”, explicou à Renascença Maria Manuel, adida de imprensa da embaixada de Portugal em Moçambique.

MRA Alliance/RR

Chávez rompe relações com Colômbia

quinta-feira, julho 22nd, 2010

chavez11.jpgO presidente da Venezuela anunciou hoje a ruptura das relações bilaterais com a Colômbia, depois de este país acusar Caracas de abrigar guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

“Vejo-me obrigado a romper as relações com a Colômbia, por dignidade. É o mínimo que nós podemos fazer e estaremos alerta porque o presidente da Colômbia está doente de ódio”,disse Hugo Chávez.  

O embaixador da Colômbia na Organização de Estados Americanos (OEA),  Luís Alfonso Hoyos, denunciou esta quinta-feira que 1500 guerrilheiros terroristas colombianos estão refugiados em território venezuelano.

Luís Alfonso Hoyos disse ainda que a paz na Colômbia não pode existir “quando guerrilheiros encontram guarida no irmão território da Venezuela, onde encontram a oportunidade  de se rearmarem, de sequestrar e de planear acções terroristas”.

MRA Alliance/CM

Turquia prestes a cortar relações com Israel

segunda-feira, julho 5th, 2010

Ahmet Davutoglu - MNE da TurquiaDepois do corte do espaço aéreo turco a Israel, o governo de Ancara ameaça agora o fim das relações entre os dois países, caso Telavive não peça desculpas pelo ataque de 31 de Maio a um navio turco com ajuda humanitária para Gaza. A ameaça foi feita por Ahmet Davutoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, ao jornal Hürriyet.

O governante exigiu um pedido de desculpas ou então a aceitação por parte dos israelitas das conclusões de uma comissão de inquérito internacional. Em caso de recusa, «as relações serão cortadas» precisou Davutoglu. No ataque israelita morreram nove pessoas, na sua maioria cidadãos turcos.

Em sinal de protesto, a Turquia reduziu ao mínimo as relações dimplomáticas e comerciais com Israel, cancelou manobras militares conjuntas e fechou o seu espaço aéreo aos voos militares do Exército judaico. O ministro turco avançou a possibilidade de caso “Israel não dê os passos adequados, o processo de isolamento continuará” podendo culminar co encerramento do espaço aéreo turco a voos civis israelitas.

O novo aviso da Turquia foi feito escassos dias depois de uma reunião secreta, em Bruxelas, entre Davutoglu e o ministro do Comércio israelita, Benjamin Ben-Eliezer, para tentar acalmar os ânimos entre dois tradicionais aliados regionais.

MRA Alliance/Agências

Gazprom corta parcialmente fornecimento de gás à Bielorrússia

segunda-feira, junho 21st, 2010

A gigante gasífera estatal russa Gazprom começou esta manhã a reduzir em 15 por cento as exportações de gás para a vizinha Bielorrússia, país com o qual Moscovo trava desde há meses um conflito financeiro nos fornecimentos de energia.

“A dívida não foi paga e desde as 10 horas [locais, 7h em Portugal] que introduzimos um regime de diminuição dos fornecimentos de gás para a Bielorrússia em relação ao volume habitual”, anunciou o chefe da Gazprom, Alexei Miller. Caso a situação de pagamentos em dívida persista, a Rússia continuará a limitar estes fornecimentos “gradualmente até 85 por cento”, prosseguiu.

A Gazprom reclama ao país vizinho cerca de 200 milhões de dólares pelo gás já fornecido desde o início deste ano. Mas, por seu lado, o regime de Minsk exige o pagamento da mesma quantia em taxas de trânsito do gás para a Europa – sendo que cerca de 20 por cento das exportações gasíferas da Rússia para os clientes europeus passam pela Bielorrússia (e o restante pela Ucrânia).

MRA Alliance/Público

Israel rejeita investigação da ONU sobre incidentes com activistas turcos

segunda-feira, junho 7th, 2010

Turquia - Funeral das vítimas do ataque israelita a barco com ajuda humanitária para GazaO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou a proposta do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, para criar uma comissão internacional para investigar o ataque contra uma frota de barcos que levava ajuda humanitária a Gaza, na semana passada. Nove ativistas morreram, sendo oito turcos e um americano de origem turca.

A comissão seria presidida pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia, Geoffrey Palmer, e incluiria representantes de Israel, Estados Unidos e Turquia.

Segundo as agências internacionais, as autoridades israelitas não aceitaram as investigações externas, alegando que o país tem o direito de se investigar a si próprio.

MRA Alliance/Agências

Israel recusa comissão de inquérito internacional

sexta-feira, junho 4th, 2010

Manifestação na Turquia contra incidente com IsraelIsrael recusou ontem uma resolução do Conselho de Direitos do Homem da ONU, em Genebra, que aprovou um inquérito internacional ao incidente da flotilha interceptada pela marinha israelita. O ataque ocorreu segunda-feira, em águas internacionais, quando os seis navios se dirigiam para Gaza com ajuda humanitária.

Na abordagem do Mavi Marmora por comandos navais israelitas morreram nove pessoas, oito turcos e um cidadão americano de origem turca, de 19 anos e que foi abatido com quatro tiros. Os EUA querem um inquérito sobre este caso. Na ocasião, foram detidos os activistas, entretanto expulsos. Ontem, em Istambul, começaram os funerais das vítimas (todas feridas por balas) e houve cenas de grande emoção.

Os EUA votaram derrotados contra a resolução da ONU, apesar do apoio da Holanda e Itália. França e Reino Unido abstiveram-se. Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado adiantou que Israel é capaz de uma investigação adequada. “Israel pode conduzir um inquérito justo, transparente e credível? A resposta é sim”, disse Philip Crowley, em nome da diplomacia americana.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já recusou as críticas internacionais e, num discurso pela televisão, prometeu manter o bloqueio a Gaza, numa altura em que os árabes tentam desafiar as restrições, acusando os críticos de “hipocrisia”.

MRA Alliance/DN

China congela trocas militares com Estados Unidos

sábado, janeiro 30th, 2010

Helicóptero Black HawkA China suspendeu hoje as trocas militares com os Estados Unidos e decidiu aplicar sanções às empresas norte-americanas que vendem armas a Taiwan, anunciou o ministério dos Negócios Estrangeiros, em Pequim.

Num comunicado, o ministério informou ter suspendido as discussões de segurança de alto nível como retaliação pela decisão de Washington.

Ontem, a China reagiu contra a venda de armamento a Taiwan, ameaçando com “graves repercussões nas relações sino-americanas”, segundo um porta-voz da embaixada da China, na capital dos Estados Unidos.

“A nova iniciativa norte-americana para vender armas a Taiwan, que faz parte integrante da China, constitui uma interferência chocante nos assuntos internos chineses, põe em perigo a segurança nacional da China e prejudica os seus esforços de reunificação pacífica” com a ilha nacionalista, declarou o porta-voz, lendo o protesto oficial.

O Pentágono anunciou a venda a Taiwan de mísseis Patriot, navios caça-minas submarinas e helicópteros Black Hawk no valor de 6,4 mil milhões de dólares. O o contrato inclui equipamentos de comunicações para o F-16 de Taiwan, 114 mísseis Patriot e 60 Black Hawk.

MRA Alliance/Agências

Chávez prepara venezuela para guerra com Colômbia

segunda-feira, novembro 9th, 2009

Hugo Chávez ordenou aos soldados venezuelanos que se preparem para a guerra contra a Colômbia num discurso que promete agravar a tensão entre os dois vizinhos da América Latina. O Presidente da Venezuela disse que a melhor forma de evitar uma guerra é estar pronto para ela. O Governo colombiano preferiu dizer que vai procurar ajuda das Nações Unidas. O Presidente da Colômbia disse que o seu país não encetará qualquer acção belicista contra a comunidade internacional e muito menos contra uma nação latino americana.

Caracas e Bogotá estão de costas voltadas desde que, em Julho, a Colombia assinou um acordo para a instalação de bases militares americanas no seu território. O Presidente colombiano Alvaro Uribe justificou a decisão dizendo que EUA vão colaborar no combate à guerrilha e aos traficantes de droga. Chávez vê no acordo uma cedência ao imperialismo e terá ordenado o envio de mais de 1 500 soldados para a fronteira com o argumento de que a violência dos grupos paramilitares colombianos na região está a aumentar.

“Não vamos desperdiçar em um dia o nosso maior objectivo – preparar-nos para a guerra e ajudar as pessoas a prepararem-se para a guerra, por essa é uma responsabilidade de todos”, disse Chávez.

MRA Alliance/Agências

Chávez ameaça com “uma guerra na América do Sul”

quinta-feira, agosto 6th, 2009

O presidente da Venezuela ameaçou dar «início a uma guerra na América do Sul» se os EUA levarem avante o seu plano de instalar sete bases militares na Colômbia.

O aviso de Chávez teve como destinatário Barack Obama, que recentemente assinou um acordo com o presidente da Colômbia para a instalação de sete bases militares norte-americanas naquele país.

Uma prova, para Hugo Chávez, de que a política do presidente norte-americano para o continente «é igual à de Bush».

Em conferência de imprensa no palácio presidencial, Chávez recomendou a Obama que «em vez de enviar mais soldados, mais armas e mais dinheiro à Colômbia para que faça mais guerra e mais mortes» faça «ver à Colômbia que poderia liderar um processo de paz» com a guerrilha das FARC.

Para reforçar a sua ameaça, o chefe de Estado venezuelano anunciou que assinará com a Rússia «um acordo importante de armamento» já no próximo mês de Setembro.

Hugo Chávez aproveitou ainda a ocasião para repetir o desmentido sobre o eventual apoio militar da Venezuela à guerrilha das FARC. Uma tese defendida pelo presidente colombiano e que levou à suspensão das relações diplomáticas entre os dois países e ao boicote económico à Colômbia por parte do Estado venezuelano.

MRA Alliance/Agências

Líder nacionalista urumqi sob o fogo de Pequim

sábado, julho 11th, 2009

Rebiya KadeerO governo chinês intensificou neste sábado (11), através da imprensa oficial, os ataques contra a empresária uigur Rebiya Kadeer, a quem acusa de estar por trás dos distúrbios de 5 de Julho em Urumqi, na província de Xinjiang, e de ter ligações com terroristas.

A líder nacionalista muçulmana, de 62 anos, presidente do Congresso Mundial Uigur, segundo a agência oficial chinesa “Xinhua”, “tem contacto estreito com organizações terroristas” e falou por telefone nos dias anteriores aos distúrbios com o irmão, residente em Xinjiang, alertando-o para “algo grande” que iria acontecer.

A “Xinhua” diz ainda que “Kadeer lamenta o corte de comunicações, via Internet e telefone, mas contradiz-se ao assegurar que os seus contactos em Urumqi dizem que morreram centenas de uigures”e apresentando como prova fotografias que recebeu via web. De acordo com a agência, Kadeer exibiu fotos de polícias nas ruas da cidade de Shishou mas mentiu ao dizer que os acontecimentos fotografados se passaram na capital regional, Urumqi.

O Congresso Mundial Uigur, juntamente com outras associações daquela etnia exiladas nos Estados Unidos, Alemanha, Suécia e Turquia, assegura que os distúrbios resultam de décadas de discriminação e garante que neles morreram 800 pessoas, e não 184 como alega Pequim.

MRA Alliance/Agências

China: Partido Comunista em Urumqi decreta pena capital para agitadores

quarta-feira, julho 8th, 2009

tensões entre etnias han e uighur na chinaO dirigente do Partido Comunista da China em Urumqi, a capital de Xinjiang, reserva a pena de morte a todos os que “cometeram crimes cruéis” nos motins dos últimos dias. Li Zhi atribui a responsabilidade pela violência às duas etnias que habitam o noroeste da China, os han e os uighures, e garante que “a situação está controlada”, apesar dos ataques esporádicos, revela o site da RTP.

Dezenas de milhares de efectivos das forças de segurança chinesas ocupavam, esta quarta-feira, em Urumqi, as zonas de delimitação entre os bairros habitados por chineses han e pela minoria muçulmana uighure. Três dias de motins e violência entre as duas etnias, esmagados por um poderoso dispositivo do braço da ordem do regime chinês, fizeram pelo menos 156 mortos e mais de 1.100 feridos, segundo os números oficiais de Pequim. Os dissidentes uighures asseguram que o número de vítimas mortais ascende a quatro centenas.

A capital da região setentrional de Xinjiang, com uma massa populacional de 2,3 milhões de habitantes, vive hoje um quadro de lei marcial. No sector muçulmano, centenas de operacionais paramilitares armados com espingardas automáticas vigiam todos os movimentos. A acompanhá-los estão outros tantos efectivos das brigadas de intervenção, equipados com escudos e bastões.

O objectivo declarado das autoridades é vedar o bairro uighure a novas investidas de chineses han – a etnia maioritária do país -, que procuram vingar-se dos actos de violência cometidos no fim-de-semana durante os motins da minoria muçulmana. Enquanto as forças de segurança varrem as ruas, alguns helicópteros lançam panfletos sobre a cidade com apelos à calma. Ainda assim a violência prossegue, embora menos frequente.

Na versão da agência oficial Xinhua, Urumqi foi palco, nas últimas horas, de “confrontos esporádicos” entre manifestantes e as forças da ordem. Segundo a Reuters, uma multidão de mil chineses han travou um novo braço-de-ferro com a polícia. A agência France Presse, que dispõe de jornalistas no terreno, relata pelo menos dois incidentes separados de ataques de chineses han contra uighures: uma das acções envolveu seis pessoas, que agrediram a murro e a pontapé um homem uighure enquanto dezenas de han encorajavam a violência.

MRA Alliance/RTP 

G8: Crise étnica obriga Hu Jintao a regressar de urgência a Pequim e falhar cimeira na Itália

quarta-feira, julho 8th, 2009

Hu Jintao, ontem, em VenezaO presidente Hu Jintao, de visita oficial à Itália para participar na cimeira do G8, decidiu regressar à China devido à situação em Xinjiang, onde os distúrbios étnicos dos últimos dias provocaram 156 mortos, anunciou a agência Ansa. O inesperado cancelamento da visita sublinha a gravidade da situação interna chinesa.

“Face ao agravamento das desordens em Xinjiang, o presidente Hu Jintao decidiu antecipar o seu regresso à China e não participar da Cúpula do G8”, que começa hoje, em L’Aquila, no centro da Itália, revelou a Ansa, citando o primeiro conselheiro político da embaixada chinesa em Roma, Tang Heng.

O presidente chinês, que chegou no domingo a Itália, reuniu-se na segunda-feira com seu homólogo italiano, Giorgio Napolitano, e com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

MRA Alliance/Agências

Chineses vingam-se após protestos uigures

quarta-feira, julho 8th, 2009

Chineses da etnia han, armados com ferros e manchetes, percorreram a cidade de Urumqi procurando cidadãos uigures, de etnia muçulmana, como vingança após os confrontos étnicos dos últimos dias que provocaram a morte de 156 pessoas e mais de mil feridos.

Um grande número de polícias antimotim usaram gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes em fúria que percorreram as ruas de Urumqi, a capital da região de Xinjiang, no noroeste da China.

O próprio líder do Partido Comunista na região, Li Zhi, esteve nas ruas a pedir aos manifestantes que regressassem a casa e foram impostas “restrições de tráfego” nocturnas – inicialmente anunciadas como um recolher obrigatório – visando pôr fim à violência.

As forças de segurança, de acordo com a Agência Reuters, tiveram de intervir para parar uma batalha entre centenas de hans e uigures que atiravam pedras uns contra os outros e forçar um grupo de hans a abandonar um edifício que haviam tomado numa área uigure. Não houve relatos de vítimas destes confrontos.

A polícia antimotim actuou mais cautelosamente face a uma multidão que manifestou a sua fúria atirando pedras contra uma mesquita e restaurantes propriedade de uigures, uma etnia de origem turca, maioritariamente muçulmana.

Os uigures começaram por protestar contra o excessivo domínio da etnia han, largamente maioritária na China.

MRA Alliance/Agências