Os certificados de óbito em papel vão acabar em Portugal até ao final do ano, passando a ser feitos por via electrónica, anunciou o director-geral de Saúde, Francisco George. “Os 110 mil óbitos que ocorrem anualmente em Portugal vão passar a ser notificados de uma forma automática, online”, avançou Francisco George no I Congresso Nacional de Saúde Pública, promovido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), Escola Nacional de Saúde Pública e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, que termina hoje em Lisboa.
O director-geral de Saúde, na alocução que proferiu ontem perante os congressistas, considerou a “desmaterialização dos certificados de óbito” como um “grande projecto” para a saúde pública em Portugal, e “seguramente, o mais importante”.
Francisco George explicou que os médicos vão passar a preencher os certificados de óbito de forma electrónica. Ao digitar o número de Bilhete de Identidade da pessoa que morreu, o médico terá acesso imediato aos respectivos dados de identificação através de uma base de dados.
Com esta medida, os médicos poderão dedicar mais tempo às tarefas clínicas. A solução permite aos clínicos registarem electronicamente a causa de morte ou, consultar a Classificação Internacional das Doenças, via Internet, para classificar com rigor a causa de morte.
Mário Carreira, da DGS, explicou que o certificado de óbito actualmente é passado pelo médico e é entregue a um familiar da pessoa que morreu e que leva à conservatória para registar o óbito. Este processo acaba, o mais tardar, em Janeiro de 2010, sublinhou Mário Carreira, avançado que em Julho o sistema estará concluído e que depois serão necessários alguns meses para o “afinar”.
Segundo Mário Carreira, este processo permite “mais rigor e mais velocidade”. “Pela primeira vez vamos conhecer o número de mortes ao dia, mas também as causas de morte”, que em vez de serem conhecidas muitos anos depois vão passar a ser conhecidas mais rapidamente.
“Este sistema melhora a qualidade da informação, aumenta a segurança da informação e facilita ao médico o preenchimento do certificado de óbito e o conhecimento para a saúde pública”, acrescentou a enfermeira Andreia Silva, da DGS.
MRA Alliance/Jornal de Notícias�