A subscrição de seguros de protecção de crédito aumentou 20% ao ano nos últimos três anos. O desemprego e a crise económica são os principais receios que levaram um milhão e duzentos mil portugueses a subscrever este tipo de seguro. Os dados, publicados hoje pelo Diário de Notícias (DN), foram coligidos pela Genworth Financial, empresa responsável por este tipo de seguros junto da banca.

“O aumento da taxa de desemprego tem aumentado a necessidade dos portugueses em assegurar a sua estabilidade financeira familiar, pelo que se tem verificado um crescimento acentuado na aquisição do seguro de protecção ao crédito”, revelou Luis Marques, director-geral da Genworth Financial ao DN.

Os dados da Genworth Financial mostram que os seguros de protecção ao crédito são, em dois terços dos clientes, associados a créditos pessoais. “Este tem vindo a apresentar índices cada vez mais elevados de incumprimento e é dos que mais tem reunido a preocupação dos portugueses”, sublinhou Marques.

“Num estudo que realizámos em Abril de 2008, 50%  dos portugueses definiam o desemprego como a principal ameaça ao cumprimento das suas obrigações financeiras. Essa consciência tem vindo a reflectir-se no aumento da activação deste seguro, em particular no crédito hipotecário”, acrescentou.

Fonte da seguradora Tranquilidade citada pelo DN revela que, em 2008, “houve um aumento de 30% do número de pessoas que necessitaram daquele tipo de protecção para pagar os seus empréstimos”, num universo total de cem. 

Todavia, a Associação Portuguesa de Defesa do Consumo (Deco) lembra que tais seguros apenas cobrem os riscos para pagar as prestações dos empréstimos em caso de desemprego involuntário. Os seguros de protecção ao crédito não cobrem contratos a prazo que chegam ao fim e não são renovados nem rescisões amigáveis.

Nos últimos tempos têm chegado à Deco um número crescente de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar as prestações dos empréstimos.

MRA Alliance/DN