Archive for the ‘Reformas’ Category

Governo ataca despesa com extinção de entidades públicas e redução de cargos dirigentes

quarta-feira, setembro 14th, 2011

O primeiro-ministro Passos Coelho anunciou  esta tarde no Parlamento que serão extintas 137 entidades públicas no âmbito da redução do peso da despesa no Orçamento Geral do Estado.

“Serão extintas cerca de 162 entidades no âmbito da Administração Central, serão criadas novas 25 através de fusões de entidades existentes, e isso dá um saldo líquido de cerca de 137 entidades que serão extintas e que beneficiarão a Administração Central para futuro de uma estrutura mais leve que pese menos aos bolsos dos contribuinte”, afirmou Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal, no Parlamento.

O primeiro-ministro acrescentou que “será de 100 milhões de euros o impacto orçamental durante o ano de 2012 que esta medida trará” e, quanto aos 1712 lugares dirigentes a extinguir, referiu que isso “equivale a cerca de 27 por cento de redução”.

Passos Coelho assinalou que esta redução de lugares que vai ser aprovada pelo Conselho de Ministros nesta quinta-feira fica “muito acima, portanto, dos 15 por cento que tinham ficado indicados como objectivo importante a alcançar”.

O Governo estabeleceu, no dia 20 de Julho, as linhas gerais do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC), fixando como “objectivo mínimo uma redução de pelo menos 15 por cento do total das estruturas orgânicas de cada ministério e de pelo menos 15 por cento do número de cargos dirigentes, tanto de nível superior, como de nível intermédio”.

MRA Alliance/DN

Governo tem nove medidas em atraso no plano da ‘troika’

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

Há nove medidas que deviam estar prontas até final de Agosto e ainda não estão no terreno pelo que o Governo tem pela frente um mês que se afigura de grande exigência. Além de ultimar o Orçamento do Estado para 2012 – que será apresentado em Outubro -, o Executivo vai ter de implementar em Setembro 62 medidas que constam do memorando de entendimento com a ‘troika’.

No entanto, o Governo já está obrigado a cumprir o rígido calendário definido pelas autoridades internacionais desde Maio e há nove que já deviam estar no terreno, mas que furaram os prazos definidos.

“Vamos ter um mês de Setembro muito complicado, com muito trabalho pela frente”. A frase é do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que a 23 de Agosto se referia às “75 medidas” que o Governo terá que implementar este mês.

MRA Alliance/DE

Governo anuncia hoje “cortes históricos” de mil milhões

quarta-feira, agosto 31st, 2011

O Governo vai apresentar hoje os prometidos “cortes históricos” na despesa do Estado. As medidas que constam deste documento de estratégia orçamental, que será divulgado pelo ministro das Finanças às 15 horas, vão permitir uma poupança de cerca de mil milhões de euros ao Estado.

Além dos cortes na despesa este documento deverá conter o cenário macroeconómico e orçamental a quatro anos. Sobre este ponto o comunicado do conselho de ministros de ontem antecipou que o “documento referencia as principais opções que permitirão alcançar uma meta próxima do equilíbrio orçamental em 2015”.

Embora o conteúdo deste documento esteja fechado a sete chaves é expectável que haja novidades sobre o programa de rescisões amigáveis no Estado e sobre a redução de trabalhadores na “administração indirecta do Estado”. E segundo apurou o Diário Económico o Executivo vai duplicar as saídas de pessoal da Função Pública. Até 2014 terão de sair do Estado dez mil funcionários por ano.

Espera-se também novidades sobre o programas de racionalização do património do Estado e sobre a “redução do número de cargos de direcção e administração e de dirigentes intermédios “. O Executivo já fez saber que pretende que o já afamado imposto sobre as fortunas comece a ser estudado no âmbito deste pacote de medidas.

MRA Alliance/DE

Os planos franco-alemães para a zona euro

domingo, agosto 28th, 2011

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, reuniram na passada terça-feira em Paris, numa cimeira onde delinearam um novo plano para tentar fortalecer a zona euro. Saiba qual é a estratégia que os dois líderes têm para a moeda única, resumida na edição de hoje do Diário Económico.

1 – Governo económico europeu
Para reforçar a zona euro, Merkel e Sarkozy querem constituir um governo económico europeu. A nova instituição será constituída pelos 17 chefes de Governo dos países que formam a união monetária e devem reunir duas vezes por ano para supervisionar a evolução das políticas económicas, discutir os problemas de cada Estado-membro e tomar decisões para contornar a crise. O actual presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, foi ontem convidado para liderar o governo por um período de dois anos e meio.

2 – Limites à dívida na Constituição
Uma das medidas mais polémicas é a introdução de limites ao endividamento na Constituição dos países da zona euro. Merkel defende a introdução de um objectivo anual quantificado de redução da dívida para os países que ultrapassem o limite de endividamento – de 60% definido para a zona euro no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Os países deverão fazer alterações à Constituição até ao final do Verão de 2012 e, no final deste ano, os governos dos países da zona euro com um nível de dívida acima de 60% – no qual se inclui Portugal – devem apresentar planos de redução e encontrar respostas para o impacto do envelhecimento populacional na sustentabilidade da dívida de longo prazo.

3 – Taxa sobre transacções financeiras
Merkel e Sarkozy sugeriram ainda a aplicação de uma taxa sobre as transacções financeiras. Por saber está o valor da taxa e sobre o que vai incidir. A proposta será feita já em Setembro. A implementação da medida não será fácil já que um imposto semelhante foi chumbado no passado pelos 27 países da União Europeia. O ministro sueco para os Mercados Financeiros, Peter Norman, já fez saber que um imposto deste tipo “só funcionará se for implementado a nível mundial”.

4 – Corte de fundos para quem não cumprir défice
Numa carta enviada ontem a van Rompuy, Alemanha e França defendem o corte de fundos estruturais e de coesão aos países da União Europeia que não consigam reduzir o défice. Esta norma já está prevista nas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

5 – Imposto comum para empresas em França e na Alemanha
Em 2013, os dois países deverão ter um imposto comum para todas as empresas. Falta definir que taxa de IRC será imposta às empresas e qual a base tributável a que será aplicada.

6 – ‘Eurobonds’ não avançam
De fora do acordo, ficaram as ‘eurobonds’. Os títulos de dívida europeia harmonizariam o preço de financiamento dos países da zona euro. Esta é uma solução que agradaria os países em dificuldades, que viam os juros descer, mas desagradaria os países que têm as suas contas públicas em ordem, que pagariam juros mais elevados.

7 – Fundo de estabilização mantém-se
Outro dos pontos que ficou fora das propostas a apresentar por aqueles dois países é a necessidade de mexer nos 440 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

MRA Alliance/DE

Alemanha deseja criar “Estados Unidos da Europa”

domingo, agosto 28th, 2011

A ministra do Trabalho alemã, Ursula von der Leyen, considera que a crise pode ser superada com a criação dos “Estados Unidos da Europa”. “O meu objectivo são os Estados Unidos da Europa, seguindo o exemplo de outros estados federais como a Suíça, Alemanha ou os Estados Unidos de América”, afirma Ursula von der Leyen na edição de hoje da revista alemã Der Spiegel.

Uma união política permitiria, segundo a governante, unificar questões importantes em matéria de política financeira, fiscal e económica, “aproveitando as vantagens da dimensão da Europa”.

No entender da ministra do Trabalho alemã e vice-presidente do partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), a moeda única europeia não é suficiente para fazer face à competição global.

Ursula von der Leyen também defendeu esta semana a exigência da Finlândia de que os países que beneficiam da ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) apresentem como caução desses empréstimos as reservas de ouro que possuam ou as participações que detenham em empresas estatais.

Em declarações à televisão pública ARD, a governante – que é apontada pela imprensa alemã como uma possível sucessora de Angela Merkel – argumentou que só assim esses Estados “continuarão a envidar esforços para consolidar as finanças públicas”.

MRA Alliance/DE

20% das farmácias sem dinheiro para repor stocks

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Associações e distribuidores no mercado ambulatório alertam para colapso das farmácias. A situação, dizem, está a degradar-se a ritmo acelerado desde 2005. O cenário é de alerta, de acordo com dados adiantados pelo sector: 20% das farmácias estão sem dinheiro para repor stocks. Cerca de 604 suspenderam já os fornecimentos de medicamentos, mais 154 que no final de 2010. O número de processos judiciais para execução de dívidas também aumentou, assim como o número de farmácias que pagam aos fornecedores acima dos 90 dias.

As queixas das associações e dos distribuidores relacionam-se com a redução de preços que lhes tem sido imposta e ainda com a sobrecarga com prazos de pagamento dos medicamentos aos distribuidores – dez vezes inferior àqueles de que beneficia o sistema hospitalar. Além disso, as implicações da entrada dos genéricos e a necessidade de manter em stock várias marcas do mesmo medicamento (em consequência da não autorização de receitas por DCI e as receitas trancadas pelos médicos) tem criado desconforto. Além deste rol de problemas, o sector garante que também nota a erosão da confiança dos utentes.

Entre 2005 e 2010, em virtude de uma série de reduções impostas pelo Estado, o preço dos medicamentos passou a ser dez vezes mais baixo. Os lucros distribuem-se em proporções de 20% para as farmácias, 8% para os distribuidores (que revendem com margem estipulada pela lei), cabendo o remanescente à indústria farmacêutica.

MRA Alliance/ionline

Governo prepara “choque reformista” nas autarquias

sexta-feira, agosto 26th, 2011

O governo vai apresentar na próxima semana a reforma administrativa. O programa do executivo de Passos Coelho passa por alterações políticas, na gestão dos municípios, mas também no território, um “verdadeiro choque reformista, com vista ao reforço do municipalismo como veículo de gestão de território e de serviço aos cidadãos”, disse ao jornal i o secretário de Estado da Administração Local Paulo Júlio.

O memorando da troika impõe uma redução do número de autarquias e de freguesias, uma medida que tem levantado polémica entre os autarcas e que o governo não deve seguir, pelo menos com régua, esquadro e tesoura na mão. Ao i, Paulo Júlio prefere avançar que “o grande problema da sustentabilidade financeira dos municípios portugueses não é o elevado número de municípios, mas o seu modelo de gestão”.

Um estudo recente do “Research Institute for Knowledge Systems” alerta para o risco do encerramento de serviços no interior, bem como do comércio e de unidades industriais, o que terá consequências nos próximos anos. Até 2034, diz este estudo, a população do país vai concentrar-se sobretudo junto ao Litoral. As áreas mais afectadas serão Lisboa, Porto e Algarve, uma tendência que já se tem verificado nos últimos anos.

O argumento do perigo de despovoamento do interior, com a perda de serviços, é recorrente e pode bem vir a servir ao governo para justificar uma leitura mais conservadora deste ponto da troika, contornando a questão da extinção de municípios.

O presidente da Liga de Protecção da Natureza e perito em matéria de desertificação, Eugénio Sequeira, explica ao i que “a diminuição das autarquias é o resultado do despovoamento, mas também causa mais despovoamento”. Este movimento de saída para o litoral acarreta outro risco para estas zonas: “São construídas mais casas, utilizados mais recursos hídricos, que acabam com ecossistemas e aumentam os riscos de catástrofe”, diz Sequeira.

O estudo a que o i teve acesso mostra ainda que nos próximos quinze anos o despovoamento vai criar um uso reduzido das terras do interior e que com isso vai aumentar a impermeabilização do solo no litoral. A concentração da população na costa vai provocar, por isso a diminuição da área florestal nesta zona.

O governo tem de reduzir nos próximos dois anos cerca de 100 milhões de euros por ano nas transferências para as autarquias, de acordo com a troika. Neste momento a despesa pública na administração local é de cerca de 251 euros per capita, um montante que fica abaixo de países como a Holanda, Espanha, Itália ou mesmo da Alemanha.

Também no número de autarquias, quer por área quer por número de habitantes, Portugal (34000 habitantes em média) fica longe de países como a França (1758), Espanha (5655), Alemanha (6758) ou Itália (7437). Depois das alterações impostas, a Grécia ficou, mesmo assim, com mais câmaras que Portugal e aproximadamente com a mesma média de habitantes por câmara municipal.

Na reforma administrativa, o governo vai transferir para as câmaras mais competências em áreas como na Educação – em matérias de construção, manutenção e gestão de escolas -, na Saúde – na participação no planeamento de equipamentos de saúde – e na Acção Social, tal como defendido no programa do governo.

MRA Alliance/ionline

Um quarto das famílias portuguesas perdeu rendimento mínimo

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

No espaço de um ano, 36 mil famílias deixaram de receber o Rendimento Social de Inserção (RSI) em nome da contenção do défice.

O Estado decidiu cortar 20% nas verbas do RSI e o resultado está à vista: só no último ano, 70 mil beneficiários deixaram de receber este apoio destinado a minimizar situações de pobreza grave.

Regras de atribuição mais apertadas fizeram com que uma em cada quatro famílias perdesse o apoio. São agora 120 mil.

MRA Alliance/DN

Mais 21 mil obtiveram nacionalidade portuguesa no primeiro semestre

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

Mais 21 584 estrangeiros obtiveram a nacionalidade portuguesa nos primeiros seis meses deste ano, quase tantos como na totalidade de 2010 (24 478).  O Governo está entretanto a analisar a Lei da Nacionalidade, segundo anunciou recentemente o secretário de Estado da Administração Interna.

Na calha está o “abrandamento” dos requisitos, provavelmente para se reduzir o número de naturalizações. As associações de imigrantes já reagiram e temem “um retrocesso nas políticas de integração”, e vão pedir explicações ao Governo.

“Quando um político diz que vai reflectir é porque já tem uma opinião sobre o assunto, e parece-nos que a opinião que tem não é favorável. Portugal tem uma lei bastante razoável, até no contexto da União Europeia, e é expectável que seja aprofundado esse esforço de integração, mas parece que vai haver um retrocesso”, protesta Paulo Mendes, coordenador da Plataforma das Associações de Imigrantes (PERCIP).

MRA Alliance/DN

UE: Alemanha e França querem suspender fundos a países com défices excessivos

quinta-feira, agosto 18th, 2011

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy defendem uma linha mais dura para com os países que não tomem medidas agressivas para reduzirem os seus défices. Na carta, que os dois líderes enviaram ontem ao presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy, é proposto que todos os pagamentos dos fundos estruturais e de coesão sejam suspensos se um Estado-membro da zona euro não cumprir as recomendações sobre o procedimento de défice excessivo.

A medida já está prevista no Pacto de Estabilidade – que o eixo franco-alemão quer reformar até ao final deste ano -, mas nunca foi accionada até agora. Aliás, Bruxelas só suspendeu fundos comunitários até à data por suspeita de uso indevido. Em 2008 foram congelados 500 milhões de euros à Bulgária e, durante o primeiro semestre deste ano, os fundos regionais deixaram de correr para a economia britânica por alegada fraude. Sempre que os fundos não sejam gastos pelos Estados-membros, os dois países proponentes advogam uma transferência para outro fundo de crescimento e competitividade administrado pela Comissão.

Para a formação de um governo económico europeu, Paris e Berlim querem ainda que os países mais endividados apresentem planos detalhados para voltar ao equilíbrio orçamental. Uma medida que se insere na revisão do Pacto de Estabilidade até ao fim deste ano, onde está também incluída a chamada ‘regra de ouro’ – criação de um tecto de endividamento em cada Constituição nacional . Os países europeus “terão que levar a cabo um complicado processo de ratificação de um novo e muito ambicioso tratado. Alguns falharão na ratificação e serão forçados a deixar a União”, diz Hugo Brady, ‘senior fellow’ do Centre for European Research (CER) .

MRA Alliance/DE

Governo vai analisar “com cuidado” Lei da Nacionalidade

quarta-feira, agosto 17th, 2011

O secretário de Estado da Administração Interna disse hoje que o Governo vai analisar “com cuidado” a Lei da Nacionalidade, tendo em conta “o abrandamento” registado no ano passado ao nível dos requisitos da concessão da nacionalidade portuguesa.

“O Governo vai analisar a Lei da Nacionalidade que está neste momento em vigor e ver se fará sentido introduzir alguns ajustamentos”, disse à agência Lusa Filipe Lobo D´Ávila, no final da cerimónia de tomada de posse do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF).

Segundo o secretário de Estado, “importa analisar com algum cuidado” a Lei da Nacionalidade, uma vez que as conclusões do relatório anual do SEF demonstram que há um abrandamento ao nível dos requisitos da concessão da nacionalidade.

Filipe Lobo D´Ávila adiantou que a análise vai ser feita em parceria com o SEF e com o sindicato.

Segundo o relatório do SEF, no ano passado foram apresentados 32.415 pedidos de parecer para acesso à nacionalidade portuguesa, destacando-se os pedidos de cidadãos dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), mas também do leste europeu (Moldávia e Ucrânia).

O SEF emitiu 17.376 pareces para acesso à nacionalidade, dos quais a esmagadora maioria (17.095), foram positivos.

MRA Alliance/DD

Portugal: Consumo privado vai ter contracção histórica

quarta-feira, agosto 17th, 2011

As previsões do Governo apontam para uma quebra acentuada do consumo privado, noticia hoje o Diário Económico. A economia portuguesa vai registar, este ano, uma quebra de 4,5% no consumo privado e de 3,3% no próximo, de acordo com as previsões do próprio Executivo.

O Estado é obrigado a conter gastos – é necessário cumprir a meta de 5,9% de défice em 2011, mesmo depois do desvio de dois mil milhões de euros detectado nas contas públicas deste ano -, por isso, nem o consumo, nem o investimento público podem funcionar como alavanca da economia.

E com os consumidores a optarem por alocar os aumentos de rendimento disponível à poupança – no primeiro trimestre do ano o rendimento disponível aumento 0,7%, mas o consumo privado só aumentou 0,4% – as empresas têm menos procura para os seus produtos e serviços no mercado interno e só lhes resta apostar nas exportações para evitar a falência. Ainda assim, 500 empresas fecharam portas mensalmente ao longo do primeiro semestre, um aumento de 10% face ao mesmo período do ano anterior.

Consequentemente, o desemprego aumenta e as famílias tornam-se ainda mais cautelosas nos seus gastos. As previsões apontam que Portugal chegue a 2012 com uma taxa de desemprego de 13,2%. O próprio ministro das Finanças já reconheceu que o desemprego vai continuar a penalizar as famílias: “Só a partir de 2013, o desemprego começará a decrescer e, ainda assim, lentamente”.

MRA Alliance

Troika avisa que não pode haver mais subida de impostos em Portugal

quarta-feira, agosto 17th, 2011

A ‘troika’ já garantiu que de acordo com a análise às contas públicas de 2011, e incluindo as duas subidas de impostos já anunciadas – a sobretaxa no IRS e a subida do IVA na electricidade e no gás – a redução do défice para 5,9% do PIB está garantida sem a necessidade de mais medidas de austeridade.  A Comissão Europeia, o FMI e o BCE, lembra o Diário Económico, já fez quatro recomendações para serem executadas pelo Governo de Passos Coelho:

1 – Não é preciso subir mais impostos este ano
“Não esperamos mais aumentos de impostos este ano”, garantiu Jürgen Kroeger, no final da semana passada, na conferência de imprensa que marcou o fecho da primeira avaliação da ‘troika’ à aplicação do memorando de entendimento em Portugal. O líder da missão por parte da Comissão Europeia garantiu mesmo que o conjunto das medidas adicionais que já foram anunciadas até agora permite dizer que “o buraco orçamental está fechado”.

2 – Faltam cortes na despesa pública
O que falta, são os cortes na despesa pública. Jürgen Kroeger disse mesmo que a missão da ‘troika’ “esperava ver mais cortes na despesa” e que este foi um ponto do memorando que não foi tão bem conseguido. Os líderes internacionais reconheceram que é preciso tempo para implementar reduções sustentáveis nos gastos, mas alertaram que esse passo terá de ser dado.

3 – Medidas estruturais são para implementar
“As reformas estruturais têm de ser implementada”, frisou Poul Thomsen, o líder do Fundo Monetário Internacional na ‘troika’. Só assim será possível manter as expectativas de evolução do PIB que servem de base ao memorando de entendimento e que antecipam a retoma económica em 2013. “Sem as reformas estruturais, o ajustamento será totalmente feito através de cortes no nível de vida, será feito através do empobrecimento e não com aumentos de competitividade”, avisou Thomsen. “E ninguém quer isso”, garantiu.
4 – O arranque foi bom, mas falta o mais difícil
FMI, Comissão Europeia e BCE concordaram que o arranque da aplicação do programa que permitiu resgatar a economia portuguesa da bancarrota foi “bom”. Contudo, deixaram o alerta: “O mais difícil ainda está para vir”, assegurou Poul Thomsen. E concretizou: “O sucesso do programa vai depender de abrir a economia portuguesa para criar crescimento e empregos”. Além disso, só se o Governo cumprir todos os termos do acordo – que incluem uma liberalização do mercado de trabalho e a redução do sector público – é que os parceiros internacionais continuarão a financiar a economia enquanto for necessário, lembrou.

MRA Alliance

Ministério da Educação vai encerrar 297 escolas do 1º ciclo

sexta-feira, agosto 12th, 2011
O Ministério da Educação revelou em comunicado que vai encerrar  297 escolas do 1º ciclo, com os alunos a serem transferidos para “espaços educativos com mais qualidade”, na sequência de um acordo estabelecido com “as respectivas autarquias”. 
“Os alunos destes estabelecimentos de ensino iniciam o novo ano lectivo em centros escolares ou escolas com infra-estruturas e recursos que permitem melhores condições de ensino (…) e melhores condições para obterem sucesso escolar”, refere a nota.
MRA Alliance/JdN

Passos Coelho admite violação de segredo de Estado nas secretas

sexta-feira, agosto 5th, 2011

O gabinete do primeiro-ministro, numa nota à imprensa, admitiu hoje a possibilidade de ter existido violação do secredo de Estado por parte do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa. O secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa, Júlio Pereira, “colocou já à consideração do procurador-geral da República a instauração de um inquérito criminal”, refere  a nota governamental.

“Tendo o antigo director do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, através de entrevista concedida à Comunicação Social, referido que transmitiu a entidades privadas ainda no exercício daquelas funções, através do seu e-mail pessoal, informações sobre diversas matérias, e havendo diligências cuja realização só pode ser concretizada no âmbito de uma investigação criminal, o secretário-geral do SIRP colocou já à consideração do procurador-geral da República a instauração de um inquérito criminal”, revelou hoje à tarde o gabinete do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Em nota enviada à Comunicação Social, o gabinete de Passos Coelho assume que “não se afasta por completo a possibilidade de ter existido violação de Segredo de Estado ou do dever de sigilo, que, a ter existido, configura nos termos da lei a prática de crime”.

Recorde-se que Jorge Silva Carvalho dirigiu até final do ano passado o SIED. Já na quinta-feira o presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República, Marques Júnior, admitiu que “se registou uma utilização indevida de meios afectos ao SIED e o envio indevido de informação”.

MRA Alliance/JN

Patrões aplaudem corte do custo do despedimento para 10 dias

quinta-feira, julho 28th, 2011

Fonte do Ministério da Economia confirmou hoje que o Governo vai reduzir as indemnizações por despedimento para dez dias por cada ano de trabalho a partir de 2012. A informação surge numa altura em que se discutia a redução do valor do custo do despedimento de 30 para 20 dias para os novos contratos.

A diminuição dos custos de despedimento consta no memorando de entendimento celebrado com a ‘troika’ e vai abranger todos os contratos, novos e antigos, indicou a mesma fonte.

Aos microfones da TSF, o presidente da CIP, António Saraiva, não se mostrou surpreendido com a medida. “Já vem contemplada no memorando de entendimento que o País subscreveu com a troika”, disse, lembrando que a questão dos 10 dias “não estava quantificada”, muito embora o memorando referisse que a redução tinha de ser para a “média europeia”.

“Ou alteramos as leis laborais naquilo que elas nos afastam dos nossos concorrentes da União Europeia ou para outros onde os nossos produtos se destinam ou dificilmente produziremos factores de produtividade”, argumentou.

MRA Alliance/DE

Aumento dos transportes públicos pode abrir vaga de fundo contra austeridade

quinta-feira, julho 21st, 2011

O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, foi chamado pela oposição de esquerda a ir ao Parlamento dar esclarecimentos sobre os aumentos de 15% nos transportes públicos, num clima de forte contestação por parte dos sindicatos e das organizações de utentes que querem avançar com protestos públicos.

O PCP classificou a medida como um “colossal aumento” que afecta a população com menores rendimentos.  O BE quer saber que futuro o governo planeia para o sector. A deputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins argumentou que “o aumento de 15% nos tarifários é escandaloso e inaceitável. Estamos a falar de um aumento quase cinco vezes superior ao da inflação”, afirmou, considerando que só “o extremismo ideológico do Governo e da `troika”” justificam a medida.

O PS criticou a decisão do Governo considerando que incentivará o uso do carro particular e agravará o défice externo, através do aumento da factura dos combustíveis.

O executivo contra-argumenta com números. Segundo o ministério da Economia, a dívida total das empresas públicas do sector ascendeu a 16,8 mil milhões de euros, um valor que triplicou nos últimos dez anos e que representa 10% do PIB.  O montante anual de encargos com juros, em 2010, ascendeu a 590 milhões de euros. No mesmo ano, o prejuízo de todas as empresas atingiu os 940 milhões de euros.

MRA Alliance/Agências

Lisboa terá 24 freguesias

quinta-feira, julho 21st, 2011

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou ontem a redução de 53 para 24 freguesias na cidade. O presidente, António Costa, quer ver a proposta ser aplicada já nas próximas eleições autárquicas, em 2013, refere hoje o Correio da Manhã

O novo mapa, que resulta de um acordo entre a distrital do PSD e a Federação da Área Urbana (FAUL) do PS, estabelece novos nomes para as freguesias da cidade, mas atribui igualmente novas competências às juntas.

MRA Alliance

Concessão de passaportes passa para o SEF

quinta-feira, julho 21st, 2011

O Governo aprovou ontem o decreto-lei que transfere dos governos civis para o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a competência para a concessão de passaportes.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, «o número de locais para requerer o passaporte passa de 27 para 319», porque «passa a ser possível fazê-lo nas conservatórias do registo civil e demais serviços em que se pode requerer o cartão do cidadão».

De acordo com o Governo, «a atribuição desta competência ao diretor nacional do SEF tem em consideração o desenvolvimento de uma política de segurança dos documentos de identidade e de viagem, de harmonia com as diretrizes traçadas pela União Europeia e as organizações internacionais competentes».

MRA Alliance/Agências

Governo vai reduzir cargos dirigentes em 15% e indemnizações por despedimento para 20 dias

quarta-feira, julho 20th, 2011

O Conselho de Ministros aprovou hoje a redução de 15 por cento das estruturas orgânicas de cada ministério e ainda o número de cargos dirigentes superiores e intermédios, anunciou o secretário de Estado da Presidência, Marques Guedes, no final do encontro.«Este processo será finalizado no Conselho de Ministros de 26 de Outubro, que aprovará as leis orgânicas dos ministérios», acrescentou.

O gabinete também aprovou hoje a alteração ao Código de Trabalho que abre a porta à redução do valor das indemnizações por despedimento. O Governo garante que as novas regras serão apenas aplicadas aos contratos de trabalho assinados depois da entrada em vigor da nova legislação, em Setembro.

Incerto ainda é o futuro do novo fundo para despedimentos, também previsto no memorando da troika, e que implica um aumento dos descontos das empresas. O documento prevê que as indemnizações por despedimento ou por dispensa de contratados desçam de 30 para 20 dias de salário-base por ano trabalhado.

Numa primeira fase, a reforma deve apenas aplicar-se a contratos assinados depois da entrada em vigor da lei. Metade deste valor deve ser assegurado por um novo fundo, alimentado por contribuições das empresas (que podem chegar a 1% do salário do trabalhador). O objectivo é que o fundo garanta o pagamento de pelo menos metade da indemnização, o que nem sempre acontece.

MRA Alliance/Agências