Archive for the ‘Recessão’ Category

Recessão volta a arrasar bolsas mundiais

sexta-feira, agosto 19th, 2011

O banco Morgan Stanley, com a publicação de previsões desapontadoras do crescimento económico mundial, contribuiu ontem para mais uma quinta-feira negra nas bolsas, agravada pelo incontornável desânimo dos investidores perante o anúncio de indicadores desfavoráveis aos Estados Unidos .

As praças de Frankfurt, Madrid, Londres, Paris e Milão registaram perdas entre 4% e 6% no dia, o pior registo desde Março de 2009. A fuga dos investidores foi de tal forma generalizada que em 600 acções europeias do Stoxx Europe apenas quatro subiram. Em Portugal, o principal índice bolsista tombou 4,12%, com os 20 títulos do PSI-20 a serem fustigados. Do outro lado do Atlântico, os mercados também sucumbiram ao tsunami europeu, ao iniciarem a sessão com uma desvalorização de 4%.

“Contribuíram para a queda novos medos de abrandamento, substanciados por um research da Morgan Stanley que colocava a possibilidade de recessão nos EUA, acrescidos de uma nova vaga de dados económicos piores do que o esperado, como foram as vendas de casas usadas e o índice Philadelphia Fed muito abaixo do esperado”, explicou Paulo Santos, analista da XTB ao jornal ionline.

A este quadro, segundo o espescialista da XTB, acrescem os “receios relacionados com a possibilidade de alguns bancos europeus poderem vir a enfrentar problemas de solvabilidade no curto prazo, devido à desvalorização da dívida pública periférica”. Ontem, o “Wall Street Journal” escrevia que a Reserva Federal está “preocupada” com a liquidez dos bancos europeus presentes nos EUA.

O sector financeiro foi por isso dos mais penalizados, ao cair 6,7%. Entre os bancos portugueses, o BCP derrapou quase 4,2% para 0,253 euros, depois de ter renovado um novo mínimo histórico ao bater nos 0,251 euros. “Quanto ao BCP, por mais que custe dizer, a tendência é de queda e não se consegue dizer onde vai parar, porque não há histórico, não há referências, o BCP está a valores nunca vistos”, refere Tiago Pereira, gestor de activos do Banco Carregosa.

Além da banca, as utilities (distribuição de energia, por exemplo) desceram 5,8% e as telecomunicações, habitualmente mais seguras, desvalorizaram 3,6%.

“É a ressaca da cimeira Merkel/Sarkozy, que veio confundir e desestabilizar ainda mais os investidores, e é a continuação de um mercado que continua a testar os limites”, acrescenta Tiago Pereira. A tendência é para descer e, na dúvida, vende-se, o que agrava ainda mais a tendência. “De vez em quando, alguns rumores espalham o pânico. Faz lembrar o pós-11 de Setembro em que todos os dias havia notícias negativas e que parecia que o mundo ia acabar.”

O resultado da soma da crise da dívida à crise de liderança política na Europa vai além da queda das bolsas. Os juros dos títulos de dívida de quase todos os países europeus subiram, à excepção da Alemanha.

Os receios levam os investidores a procurar activos refúgio, como as obrigações alemãs e o ouro. O metal amarelo subiu para 1.820 dólares por onça e “vai continuar a subir até existirem sinais seguros de que os EUA e a Europa estão a regressar à normalidade”, afirmou à Bloomberg, Afshin Nabavi, vice-presidente da MKS Finance.

O dólar valorizou e os sinais de abrandamento económico pressionaram o preço do petróleo que, em Nova Iorque, recuou mais de 5%.

MRA Alliance

Rogoff diz que vivemos a “Segunda Grande Contracção”

terça-feira, agosto 9th, 2011

Num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times, o professor de Economia da Universidade de Harvard, Kenneth Rogoff, diz que depois de quatro anos em crise financeira, é cada vez mais claro que “o maior défice não é no crédito mas na credibilidade” e avança com o conceito de estarmos a viver a “Segunda Grande Depressão”

Isto porque, argumenta, “os mercados podem ajustar-se a uma quebra no crescimento mundial, mas não podem lidar com uma perda de confiança em espiral na liderança e com um sentimento crescente de que os políticos estão desligados da realidade”. E lança a questão: “O que é preciso fazer para nos afastarmos do precipício?”.

Para o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) até agora o problema reside numa elevada dívida que tem aumentado a pressão para “acelerar a normalização do crescimento pós-crise”, que é geralmente muito lento. 

ogoff considera mesmo que “é melhor pensarmos que a economia global está a atravessar uma “Segunda Grande Contracção” (sendo a Grande Depressão a iniciada em 1929) envolvendo o mercado de crédito e o mercado imobiliário, e não apenas o crescimento e o desemprego”.

O economista vai mais longe ao considerar que a questão de as maiores economias do mundo enfrentarem um cenário de nova recessão “é quase irrelevante”, uma vez que “para todos os efeitos”, a maioria das economias europeias e a norte-americana nunca chegaram a sair totalmente da recessão.

Na opinião de Rogoff, as soluções financeiras e monetárias têm de ser reforçadas com reformas estruturais, envolvendo os “inustentáveis fundos de pensões e de saúde”. O professor de Harvard adianta que “se os responsáveis conseguissem, pelo menos, fazer o diagnóstico certo, seria um passo importante para a recuperação””, após “uma longa série de meias medidas e tropeções”.

Mas o economista deixa um sinal de esperança  ao considerar que “as opções estão a diminuir mas os líderes ainda não ficaram sem balas”. Em sua opinião esquemas de amortização da dívida, subidas temporárias da inflação e robustas reformas estruturais podem ajudar a resolver a crise.

Contudo, alerta Rodoff, “nesta conjuntura crítica”, os líderes devem dirigir-se aos problemas de uma “Grande Contracção e não apenas a uma grande mas convencional recessão”.

MRA Alliance/DE

Portugal em recessão até 2012

quarta-feira, abril 13th, 2011

Portugal já está em recessão técnica e assim deverá continuar no próximo ano, revela um estudo da Universidade Católica, apontando que a economia nacional deverá recuar 1,1 por cento este ano, após uma quebra de 0,2 por cento no primeiro trimestre do ano.

Estes números indicam recessão técnica, dado que, segundo os últimos dados do Instituo Nacional de Estatística (INE) enviados a Bruxelas, o PIB nacional registou uma quebra de 0,5 por cento nos últimos três meses de 2010 em relação ao trimestre anterior.

Apesar de os dados serem negativos, a Universidade Católica sublinha que a evolução da economia registou um resultado melhor do que o previsto, tendo em conta a situação financeira difícil que o País atravessa.

No entanto, o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Universidade Católica deixa um alerta: apesar do bom desempenho das exportações e de uma melhoria do investimento, em Março registou-se um agravamento de indicadores, pelo que poderá haver necessidade de medidas adicionais de redução do défice para 2011 e 2012.

MRA Alliance/Agências

Banco de Portugal agrava previsão de recessão

terça-feira, março 29th, 2011

No Boletim de Primavera do Banco de Portugal, a instituição liderada por Carlos Costa prevê que o PIB nacional recue 1,4% este ano (menos uma décima que a previsão de Inverno) e cresça 0,3% no próximo (menos três décimas). Mas o único que acompanha a revisão do PIB é o consumo público, que deverá cair 6,6%, face à quebra de 4,6% apontada no boletim anterior.

De resto, todas as outras componentes são revistas em alta, num movimento que o BdP justifica com a incorporação da “informação relativa ao quarto trimestre de 2010”, que aparentemente correu melhor do que o Banco esperava. Assim, as exportações são revistas em alta para 6%; o consumo privado para uma quebra de 1,9% – a anterior projecção era de uma quebra de 2,7% -; e o investimento para -5,6% – face aos anteriores -6,8%.

Já para 2012, a previsão é de um crescimento de 0,3% do PIB, mas o supervisor admite que tal valor não deverá verificar-se, dando lugar a uma recessão. É que, frisa o Boletim, serão necessárias “medidas de consolidação orçamental adicionais”, o que deverá traduzir-se numa “redução significativa da taxa de crescimento da actividade relevante aos valores apresentados nas projecções agora publicadas, em especial para 2012”.

Como habitual, o BdP não avança previsões para a taxa de desemprego, mas estima que o emprego na economia nacional vai recuar 0,9% este ano e 0,3% em 2012. A concretizar-se, Portugal terá quatro anos consecutivos a destruir postos de trabalho, já que no ano passado o emprego caiu 1,5%. O BdP frisa que a redução de postos de trabalho será “comum aos sectores privado e público”, mas “mais pronunciada neste último”.

MRA Alliance/DE

Supermercados, restaurantes e indústria já estão a perder clientes

terça-feira, março 22nd, 2011

Menos visitas aos supermercados e aos restaurantes e mais racionalização no que se come e no que se bebe. Estas são as principais conclusões das empresas contactadas pelo Diário Económico em relação ao consumo nos primeiros dois meses do ano, já fortemente marcado pelas medidas de austeridade.

As cadeias de distribuição Sonae e Jerónimo Martins (JM) já estão a sentir o impacto desse comportamento dos consumidores, bem como as empresas de bebidas, de queijos ou de iogurtes.

Paulo Azevedo, presidente executivo da Sonae, afirmou recentemente ao Diário Económico que se sente uma retracção do consumo, “em particular na área não-alimentar, uma retracção maior do que a do ano passado”.

Pedro Soares dos Santos, administrador-delegado da JM, disse que, apesar de “as vendas terem crescido em Janeiro”, sente-se uma “contracção. As pessoas estão a comprar um bocadinho menos”, confirma.

MRA Alliance 

Governo admite que recessão veio para ficar pelo menos até 2014

terça-feira, março 22nd, 2011

O Governo assumiu hoje que a economia vai contrair este ano, ao contrário do que tinha defendido na apresentação do Orçamento. A economia portuguesa deverá recuar 0,9%, em vez de crescer 0,2% como tinha sido inscrito no cenário macroeconómico que serviu de base ao OE/2011. A estimativa do Executivo continua, ainda assim, a ser mais optimista do que a esperada pelo Banco de Portugal, que no último boletim de inverno previu uma recessão de 1,4%.

As novas previsões foram inscritas na actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que foi hoje entregue na Assembleia da República. Para os próximos anos, a equipa de José Sócrates prevê já o regresso ao crescimento. No próximo ano o primeiro-ministro espera um crescimento de 0,3%, para 2013 de 0,7% e para 2014 de 1,3%.

No tocante ao desemprego, o Executivo espera um agravamento da taxa para 11,2% este ano. Só em 2014 o desemprego voltará a ser inferior a 10%. Por outro lado, o PEC IV também avança com uma estimativa de 6,5% para a taxa de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos nos próximos quatro anos. Para este ano, o Executivo de José Sócrates espera um juro médio de 6,8%.

De acordo com a nova versão do Programa de Estabilidade e Cerscimento (PEC) , o juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos deve fixar-se nos 6,9% em 2012. Para o ano seguinte (2013), o Governo avança com uma estimativa de 6,8%, estimando que o juro das OT a 10 anos portuguesas se fixe, em média, nos 6,5% em 2014. Na sessão de ontem, a ‘yield’ genérica das OT a 10 portuguesas fixou-se nos 7,367%.

O PEC IV volta a anunciar nova revisão e limitação dos benefícios e deduções fiscais em sede de IRC e IRS, garantindo mais 865 milhões de euros de receita fiscal nos próximos dois anos. O ganho de receitas estimado corresponde a 0,4% PIB [692 milhões] em 2012 e a 0,1% PIB [173 milhões] em 2013″, lê-se no documento.

No próximo ano, metade da receita estimada (0,2%) representará um acréscimo de carga fiscal sobre as empresas: 346 milhões de euros. Há muito desperdício, é preciso mais equilíbrio. Esta parece ser a palavra de ordem do Ministério das Finanças que à semelhança do mote que já tinha dado no Orçamento de Estado deste ano continua a insistir que “há uma parcela excessiva de receita desperdiçada em benefícios” concedidos às empresas.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF) tinha já avançado que “é bom ter presente que no final deste ano caducam automaticamente muitos dos benefícios previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais”. Sérgio Vasques alertou mesmo: “temos, por isso, a obrigação de ponderar o que deve ou não sobreviver em que termos”. Uma revisão de deduções e benefícios fiscais que, diz, abrangerá, essencialmente, as grandes empresas”.

“Em sede de IRC, no tocante a benefícios aplicáveis a pessoas colectivas, propõe-se uma racionalização dos benefícios fiscais e dos regimes especiais em vigor, tendo em especial atenção a regra de caducidade prevista no Estatuto dos Benefícios Fiscais. O ganho de receitas estimado corresponde a 0,4% PIB [692 milhões] em 2012 e a 0,1% PIB [173 milhões] em 2013”, segundo o PEC IV entregue hoje no Parlamento.

Ainda que não tenha sido dada indicação do possa vir a ser feito no que concerne aos benefícios fiscais às empresas, as medidas de austeridade vão garantir uma receita adicional nos próximos dois anos, que representará 39% do aumento de receita fiscal previsto entre 2012 e 2013, num total de 2,2 mil milhões de euros.

Os novos contratos de crédito para a compra de casa também vão perder benefícios fiscais a partir de 2012, pois o Governo quer desincentivar o endividamento excessivo das famílias. Assim, prepara-se para acabar com a dedução dos encargos com juros e amortização das dívidas contraídas com a compra de casa. A medida apenas deverá vigorar para as novas aquisições de casa, mantendo-se em vigor a dedução para os contribuintes que já têm créditos à habitação.

Portugal é o campeão da queda salarial na UE em 2011

quinta-feira, dezembro 2nd, 2010

Portugal é o país da União Europeia a 27 (UE) onde os salários mais vão cair em 2011. Num ano em que a economia volta a entrar em recessão, as remunerações recuam 3,5% em termos reais, valor suficiente para produzir uma queda recorde nos custos com o trabalho das empresas portuguesas.

As previsões, feitas pela Comissão Europeia, apontam para algo que nunca antes tinha acontecido: uma redução dos salários nominais (o valor que os trabalhadores de facto levam para casa no final do mês) na ordem dos 1,3%. Mas, com a inflação a acelerar o passo no próximo ano, o resultado final é uma perda real de poder de compra mais elevada em 2,2 pontos percentuais.

Uma parte desta quebra resulta directamente da decisão do Governo de cortar os salários da Função Pública no próximo ano – 5%, em média -, uma opção plasmada no Orçamento do Estado de 2011. Mas, com o desemprego nos dois dígitos, os trabalhadores do sector privado também vão sentir dificuldades acrescidas em negociar actualizações salariais mais favoráveis, de acordo com os técnicos da Comissão.

MRA Alliance/JdN

Portugal: Economia entra em recessão no 2º semestre, diz UTAO

quarta-feira, outubro 27th, 2010

Segundo a estimativa de crescimento do Governo para este ano, a economia portuguesa ainda deverá regressar à recessão no segundo semestre de 2010. O pressuposto faz parte das contas apresentadas por Teixeira dos Santos e foi sublinhado pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental, na sua análise à proposta de Orçamento do Estado para 2011.

Segundo a equipa das Finanças, a economia portuguesa deverá crescer 1,3% este ano, em vez dos 0,7% que eram inicialmente esperados para a evolução do produto interno bruto (PIB). Mas esta previsão implica um agravamento da conjuntura na segunda metade do ano.

MRA Alliance/DE

Economia portuguesa é como um avião a perder força, diz governador do BdP

segunda-feira, outubro 18th, 2010

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considera que a economia portuguesa é um avião a perder força. O banqueiro usou esta metáfora para afirmar que é preciso dar mais gás ao motor das exportações.

«Temos que alterar o equilíbrio nestes motores que sustentam a trajectória desta economia e temos que colocar o motor das exportações e dos transaccionáveis a funcionar com um regime maior, o que significa que temos de alocar mais combustível para termos condições no futuro de suportar um nível de consumo maior», adianta.

O governador do Banco de Portugal considera ainda que «a economia portuguesa é como um avião com quatro motores, o consumo privado, o consumo público, as exportações e o investimento privado e público».

No que respeita ao «motor do consumo privado» Carlos Costa considera que este «vai reflectir a maior restrição face à expressão de combustível e por isso vai trabalhar num regime mais baixo».

«A grande questão é saber como vai trabalhar o motor das exportações que até agora tem trabalho num regime relativamente bom e promissor. Se isso acontecer a tendência é para que este aeroplano não perca muita altitude e consiga ter uma trajectória aceitável», adianta.

MRA Alliance/TSF

Portugal sofrerá uma quebra “severa e inescapável” na economia, diz BdP

sexta-feira, outubro 8th, 2010

Primeiro, o FMI admitiu que Portugal entrará, de novo, em recessão. Ontem, o Banco de Portugal (BdP) divulgou as previsões de Outono, admitindo uma “dinâmica contraccionista severa e inescapável”, já que a redução da dependência de endividamento terá que ser feita ao mesmo tempo pelo Estado, empresas e famílias.

Em linha com as contas da organização internacional, as da instituiçãol liderada por Carlos Costa antevêem uma estagnação para 2011 (tal como o FMI), mas não consideram as últimas medidas de austeridade. Foi precisamente o seu impacto que levou o FMI, horas depois de falar de estagnação, a rever em alta a quebra da riqueza nacional para -1,4%.

O banco central português entende que a adopção de medidas de contenção é imperativa, apesar do impacto negativo no crescimento e no desemprego. O cenário alternativo de descontrolo das contas públicas seria ainda pior, porque implicaria “custos (…) incomensuravelmente mais elevados”, alertou.

O BdP lembrou, ainda, que mal os mercados financeiros comecem a estabilizar, a banca perderá aquela que tem sido a sua quase exclusiva fonte de financiamento – os empréstimos sem limites do Banco Central Europeu. A poupança será, então, fundamental para que haja dinheiro a circular na economia. Neste momento, lembrou, o investimento de famílias e empresas está “em mínimos históricos”.

MRA Alliance/JN

Austeridade vai empurrar Portugal para a recessão em 2011, diz FMI

quarta-feira, outubro 6th, 2010

As medidas de austeridade anunciadas na semana passada pelo Governo, farão com que a economia portuguesa volte a entrar em recessão no próximo ano, alertou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com as informações que estão a ser veiculadas pelos jornais económicos, Jörg Dressing, director assistente do departamento de pesquisa do FMI, considera que o impacto dessas medidas poderá fazer com que a economia portuguesa volte a mergulhar na recessão em 2011, contraindo 1,4 por cento. 

As novas projecções do FMI para a economia portuguesa ainda não têm em conta o impacto das medidas anunciadas na semana passada pelo Governo, que incluem o corte de cinco por cento na massa salarial da função pública e o aumento do IVA para 23 por cento.

Hoje, em Washington, a organização apresentou o seu último World Economic Outlook, onde estão as suas previsões semestrais para a economia mundial e para Portugal, que deverá estagnar no próximo ano, depois de crescer 1,1 por cento este ano.

MRA Alliance/Público

Crise da banca mundial persiste e ameaça retoma, diz FMI

quarta-feira, outubro 6th, 2010

Os Governos em todo o mundo já colocaram as suas finanças públicas em risco para salvar o sistema financeiro, mas a tarefa pode ainda estar por concluir, alertou ontem o Fundo Monetário Internacional.

No seu relatório semestral sobre a estabilidade financeira do globo, o Fundo assinalou que, no sector bancário, os riscos agravaram-se durante os últimos seis meses e avisou os governos de que podem ver-se obrigados a recapitalizar ou reestruturar algumas instituições, se quiserem evitar uma crise capaz de relançar a economia mundial de novo em recessão.

O sistema financeiro europeu é, de acordo com o FMI, aquele onde “os desafios são mais acentuados”, devido sobretudo à exposição que têm à crise da dívida soberana. Ou seja, os Estados endividaram-se para salvar os bancos e agora os bancos sofrem com as dívidas dos Estados.

De acordo com as contas do FMI, o sistema financeiro internacional vai precisar, durante os próximos dois anos, de se refinanciar em quatro biliões (milhões de milhões) de dólares. É, por isso, pedido a bancos centrais e governos que não retirem de forma brusca as suas ajudas à banca.

Na sua análise à crise da dívida soberana, o FMI comparou a situação das finanças públicas entre 23 países. O Estado português precisa, até ao final de 2011, de emitir nova dívida equivalente a 20,7 por cento do PIB, o sétimo valor mais elevado entre os países analisados, atrás do Japão, EUA, Grécia, Itália, Bélgica e França.

Ontem foi também um dia em que se ouviram outros alertas ao futuro da economia mundial. O prémio Nobel Joseph Stiglitz acusou a Fed e o BCE de lançarem a economia mundial no caos. Em particular, defende que as medidas da Fed “não estão a fazer nada para ajudar a economia americana, mas estão a causar o caos no resto do mundo”.

O investidor George Soros, por seu lado, centrou as suas críticas na política económica alemã, acusando o Governo liderado por Angela Merkel de estar a esquecer as lições da Grande Depressão e a “lançar a zona euro numa espiral de deflação” com as suas medidas de austeridade.

MRA Alliance/Público

Portugal deverá regressar à recessão no final do ano, diz Ernst & Young

quinta-feira, setembro 30th, 2010

Quebras no investimento e no consumo privado devem levar à contracção da economia portuguesa em 2011, conclui um estudo da consultora Ernst & Young. As empresas ainda não estão a investir, o desemprego continua a aumentar e o consumo privado teima em cair. A situação só tenderá a alterar-se a partir de 2012.

As conclusões são do estudo Eurozone Forecast, que hoje está a ser apresentado a nível europeu, segundo o qual a economia nacional entrará em recessão no segundo semestre.

O crescimento acima do esperado na primeira metade do ano ajudará a compensar as contracções de um por cento e 0,8 por cento no terceiro e quarto trimestres, respectivamente, permitindo um aumento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7 por cento, conclui o estudo. Mas, se a previsão de crescimento anual até vem em linha com o esperado pelo Governo, são as diferentes expectativas quanto ao desempenho do investimento e do consumo privado que explicam que a consultora antecipe uma contracção de 0,7 por cento da economia em 2011, quando o gabinete de Teixeira dos Santos espera um crescimento de 0,5 por cento.

“Temos uma leitura mais realista que o Governo destes dois motores da economia”, disse ao PÚBLICO o partner da Ernst & Young, José Gonzaga Rosa. Se em 2011 as previsões do executivo apontam para subidas do consumo e do investimento de 0,5 e 0,9 por cento, respectivamente, a consultora vaticina descidas de 1,7 e 3,8 por cento.

Quando a crise da dívida pública e a introdução de novas medidas de austeridade voltam a marcar a agenda, o especialista defende que é preciso “desviar a questão do Estado” e recentrá-la nas empresas, que estão “no limiar de sobrevivência, a trabalhar para pagar custos”.

Gonzaga Rosa sugere medidas como “a redução, mesmo que transitória, das obrigações das empresas com a Segurança Social”, para que estas “possam suster emprego e recrutar”.

MRA Alliance/Público

Portugal pode entrar de novo em recessão, alerta Roubini

segunda-feira, maio 31st, 2010

Nouriel RoubiniO economista norte-americano Nouriel Roubini disse hoje, durante uma conferência em São Paulo, que Portugal e Grécia correm o risco de voltar a uma situação de recessão económica.

Roubini falava durante uma conferência em São Paulo, onde admitiu existir ” o risco significativo” de um “double dip” na Europa – uma segunda contracção da economia após uma breve recuperação. Para ele, os elevados défices orçamentais agravam os riscos de incumprimento e inflacionistas. No limite, em sua opinião, a retirada precoce de medidas anti-crise pode activar um cenário de deflação.

É neste contexto que, e apesar do crescimento homólogo de 1,7% da economia portuguesa no primeiro trimestre, Roubini afirma que Portugal poderá caminhar para uma nova recessão.

Roubini salientou ainda que “as condições do mercado de trabalho” vão continuar fragilizadas em algumas economias desenvolvidas” e alertou para o facto de “as poupanças terem que crescer a um ritmo mais rápido que o consumo nos próximos anos”.

MRA Alliance/DE

PEC estabelece período de “vacas magras” até 2013

quinta-feira, fevereiro 11th, 2010

Os funcionários públicos vão ter os salários congelados até 2013, medida que integra o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), documento a apresentar pelo Governo, dentro de duas semanas, em Bruxelas, considerado essencial pelas agências de ‘rating’ para evitar o agravamento da notação do risco atribuída à dívida pública portuguesa. O período de “vacas magras” afectará a generalidade da actividade económica e prolongará o actual período recesssivo. 

Ao que o Diário Económico apurou, nos próximos três anos, o documento prevê uma política de moderação salarial para os empregados do Estado. O PEC apresenta metas definidas sobre o peso da factura com pessoal no total da despesa estatal. Eventualmente, só haverá uma actualização salarial igual à inflação prevista até àquele ano.

O Ministério das Finanças disse ao jornal que “face ao desafio de consolidação orçamental que temos pela frente, antecipa-se, um período de particular contenção e rigor redobrado nos próximos anos”.

MRA Alliance/DE

Portugal com metade da velocidade da Zona Euro

terça-feira, janeiro 26th, 2010

Se as contas do Fundo Monetário Internacional (FMI) baterem certo, Portugal vai regressar este ano à trajectória de divergência com a Zona Euro, depois de, em 2009, ter sofrido uma recessão menos profunda.

No relatório divulgado na semana passada, o FMI reviu de 0,4% para 0,5% a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa. Os números hoje divulgados, no âmbito da actualização das previsões para as principais economias mundiais, permitem concluir que o Fundo espera que a economia nacional cresça metade do previsto para o conjunto da Zona Euro, que, nas novas previsões de Washington, deverá crescer 1%, mais sete décimas do que estimava em Outubro. A penalizar a economia portuguesa estará a vizinha Espanha.

O maior cliente e fornecedor de Portugal será o único grande país da União Europeia que persistirá com valores negativos em 2010, com o FMI a prever um novo recuo do PIB de 0,6%, que se segue ao trambolhão de 3,6% observado em 2009.

Depois de ter afundado na mais severa recessão dos “tempos modernos”, com um recuo de 0,8% em 2009, a economia mundial vai regressar ao crescimento neste ano, devendo o PIB global expandir-se 3,9%, antes de voltar a acelerar para 4,3% em 2011.

MRA Alliance/JdN

Crise provocou uma brutal retracção na venda de veículos em 2009

segunda-feira, janeiro 4th, 2010

A Associação Automóvel de Portugal revelou esta segunda-feira que as vendas de automóveis ligeiros sofreram perdas de 24,6% no decorrer de 2009, com um total de 160.996 ligeiros vendidos. Globalmente, em 2009 foram vendidos 203 682 veículos automóveis, uma quebra de 26%.

A ACAP refere que «a crise económica e a elevada fiscalidade são os grandes responsáveis pela forte contracção do mercado automóvel nos últimos anos» e adianta que o cenário seria ainda mais negro «se não estivesse em vigor o programa de incentivos ao abate, o qual, todavia, se encontra suspenso desde o dia 1 de Janeiro.»

A associação lembra que em Dezembro, final do prazo para o Programa de Incentivos, as vendas ao abrigo desta medida representaram 40% do total, criticando, por este motivo, «a interrupção abrupta e inesperada daquele Programa». Em seu entender a decisão «terá graves consequências para o sector do comércio automóvel no curto prazo».

MRA Alliance/Agências

BCE: “Retoma mundial está confirmada”, diz Trichet

segunda-feira, novembro 9th, 2009

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, confirmou hoje que a economia global está a crescer a um ritmo melhor do que o previsto. “Existem factores que estão a dar força à confirmação de que evitámos uma profunda depressão, mas também temos dados que nos pedem uma vigilância contínua”, afirmou Trichet, que presidiu hoje a uma reunião de presidentes de bancos centrais, que decorreu em Basel, na Suíça.”O crescimento está confirmado a níveis um pouco melhores do que o previsto”, disse Trichet, citado pela Bloomberg, depois de este fim-de-semana, os ministros das Finanças dos países das vinte maiores economias do mundo (G-20), terem decidido manter os planos de estímulo económico.

Na ocasião, Trichet frisou que o sector da banca deve continuar a preocupar-se com a solidez dos balanços e a recorrer a todos os meios necessários para garantir a estabilidade financeira.

MRA Alliance/Agências

Confiança dos consumidores e clima económico melhoram mas recessão persiste

terça-feira, setembro 29th, 2009

A confiança dos consumidores voltou a subir em Setembro, segundo dados do INE divulgados hoje que reflectem igualmente uma melhoria no clima económico. A confiança aumentou em todos os sectores, com excepção da construção e obras públicas, evidenciando uma forte recuperação da indústria transformadora.

O indicador de confiança dos consumidores prolonga o movimento de subida iniciado em Abril, mais intenso nos últimos dois meses, após ter atingido em Março o mínimo histórico da série.

«Nos últimos cinco meses, o aumento do indicador de confiança dos consumidores resultou do contributo positivo de todas as componentes, mais expressivo no caso das perspectivas sobre a evolução económica do país e sobre a evolução do desemprego, em que se registam fortes recuperações nos últimos três meses», explica.
 
O Indicador de Clima Económico, que junta a Indústria, Construção, Comércio e Serviços, mantém o movimento de recuperação, estando nos -0,8 pontos em Setembro, depois de ter atingido o mínimo em Abril, com -3 pontos.
  
O INE destaca a «recuperação expressiva» do indicador de confiança da Indústria Transformadora em Setembro, para -20,7 pontos, depois de ter atingido em Fevereiro o valor mais baixo da série.
  
Nos Serviços, o indicador de confiança aumentou também nos últimos cinco meses, atingindo em Setembro os -5,8 pontos e contrariando a acentuada diminuição observada desde o final de 2007, na sequência da qual atingiu o menor valor da série.
 
No Comércio, por seu turno, o indicador de confiança «aumentou moderadamente» em Setembro (para -12,4), continuando o movimento ascendente iniciado em Abril, após o mínimo histórico da série registado no mês anterior, devido a uma «ténue recuperação» registada nos dois subsectores, Grosso e Retalho.
 
Em sentido contrário está o sector da Construção e das Obras Públicas, onde o indicador de confiança diminuiu ligeiramente nos últimos dois meses, situando-se agora nos -29,5 pontos.
  
Este comportamento, refere o INE, contraria o aumento registado nos três meses anteriores devido ao «agravamento observado em ambas as componentes, opiniões sobre a carteira de encomendas e perspectivas de emprego».

MRA Alliance/Agências

Alemanha: confiança empresarial sobe pelo sexto mês

quinta-feira, setembro 24th, 2009

O Instituto de Pesquisa Económica alemã (Ifo) informou, esta quinta-feira, que o índice de confiança empresarial no conjunto da Alemanha melhorou em Setembro, pelo sexto mês consecutivo e subiu para os 91,3 pontos face aos 90,5 pontos registados em Agosto.O índice de confiança empresarial é baseado em respostas de 7 mil empresas dos sectores da indústria, construção, de vendas grossistas e de retalho e uma pesquisa mensal.

O instituto afirma que as empresas acreditam que a sua situação actual e as perspectivas melhoraram. No entanto, um grande número de empresas considera que a sua situação é má.

Nos próximos seis meses vai atingir-se «um empate entre pessimistas e optimistas», algo que o Ifo qualificou de «boa notícia», dada a catastrófica evolução dos últimos doze meses.

MRA Alliance/Agências

Alemanha: Economia só recupera em 2013, diz presidente do BuBa

segunda-feira, setembro 21st, 2009

A economia alemã só voltará ao nível que tinha em 2008 provavelmente em 2013, advertiu hoje o presidente do banco central alemão (Bundesbank/ BuBa), Axel Weber, em entrevista ao diário Frankfurter Rundschau.

“A retoma económica vai levar muito tempo, a economia alemã só voltará a encontrar o nível de prosperidade atingido em 2008 provavelmente em 2013. E o caminho será acidentado”, progonista o banqueiro alemão. “Porém – acrescenta – a fase de queda livre acabou.”

A Alemanha espera, para este ano, a maior recessão da sua história recente com uma quebra do PIB (Produto Interno Bruto) entre 5 a 6%.

MRA Alliance/Agências

Recessão nos Estados Unidos “provavelmente” terminou, diz Bernanke

terça-feira, setembro 15th, 2009

Ben BernankeBen Bernanke, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, afirmou que “do ponto de vista técnico é muito provável que a recessão no país tenha terminado” mas fez questão de sublinhar “que a actividade económica vai continuar muito fraca durante algum tempo”. No dia em que se assinala o primeiro ano da queda do Lehman Brothers, Bernanke referiu ainda que o chamado “sistema bancário sombra” vai estar sujeito a uma maior regulação.

“Acredito que o sistema bancário sombra, pelo menos no médio prazo, não vai voltar a ter a dimensão que tinha antes da crise” e vai estar sujeito a uma maior regulação”, disse o responsável pela Reserva Federal norte-americana, durante um discurso em Washington, referindo-se, por exemplo, à securitização de empréstimos.

Bernanke arescentou que “do ponto de vista técnico é muito provável que a recessão no país tenha terminado”. No entanto, fez questão de alertar para o facto da “actividade económica poder continuar muito fraca durante algum tempo”. Os últimos dados oficiais indicam que o produto interno bruto (PIB) caiu menos do que o previsto durante o segundo trimestre do ano. Entre Abril e Junho, a economia caiu 1%, quando os economistas esperavam uma queda de 1,5%.

Esta foi a quarta queda trimestral consecutiva e seguiu-se a uma contracção de 6,4%, a maior dos últimos 27 anos, nos primeiros três meses do ano.

MRA Alliance/Agências

EUA: Fed reafirma recuperação lenta no segundo semestre

quinta-feira, setembro 3rd, 2009

A maioria dos membros da comissão de política monetária da Reserva Federal (banco central dos Estados Unidos) prevê uma “lenta recuperação” durante o segundo semestre deste ano, segundo a acta da reunião de 11 e 12 de Agosto, divulgada esta quarta-feira.

Todos os membros da comissão concordam que a economia continua vulnerável a choques adversos. “As condições no mercado de trabalho permanecem débeis e as empresas em geral indicaram que serão bastante cautelosas em contratar quando a procura melhorar”, refere o documento.

Em Agosto, o Fed mantive a taxa de juro de curto prazo inalterada. Na ocasião, o banco central também reiterou que as condições económicas provavelmente iriam garantir “níveis excepcionalmente baixos da taxa dos Fed Funds por um período prolongado de tempo”.

MRA Alliance/Agências

Portugal: Clima económico melhora ligeiramente

sexta-feira, agosto 28th, 2009

O clima económico relativo a Agosto, publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), acentuou a tendência de melhoria desde os mínimos históricos verificados em Abril, mas os indicadores de confiança dos consumidores ainda estão longe dos que se verificavam antes da crise.

De acordo com o relatório do INE, o indicador de clima económico – que agrega as expectativas dos empresários na índustria, construção, comércio e serviços – subiu de -1,6 pontos, em Julho, para -1,2 pontos, em Agosto. Desde Abril, quando tinha sido atingido um mínimo histórico de -3 pontos, este indicador tem vindo a recuperar, atingindo agora o melhor resultado desde Novembro de 2008. Ainda assim, continua muito longe dos valores médios da série, que se situam em torno dos 2,1 pontos.

Na Indústria, Serviços e Comércio a Retalho registaram-se melhorias nas expectativas. Apenas o sector da construção continuou avesso à tendência positiva.

Os consumidores portugueses, após terem batido o recorde do pessimismo, em Março passado, manifestaram-se agora mais optimistas relativamente à situação da economia, às finanças das famílias e à evolução do desemprego.

Em Agosto, o índice de confiança dos consumidores passou de -39,3 para -34,3 pontos. É necessário recuar até Dezembro de 2007, quando a crise financeira ainda estava na sua fase inicial e a entrada em recessão da economia mundial ainda não era certa, para encontrar um valor menos negativo.

A forte descida das taxas de juro e os programas de estímulo ao sector financeiro e à dinamização do investimento público podem explicar a tendência actual.

MRA Alliance/Agências

Uma nova recessão pode já estar em marcha, diz Roubini

segunda-feira, agosto 24th, 2009

Nouriel Roubini As possibilidades de a economia global voltar a entrar em recessão estão a aumentar devido aos planos para acabar com os programas de estímulo económico, escreve o economista Nouriel Roubini num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times.

“Existem riscos associados com as estratégias de saída das políticas massivas de estímulo monetário e económico. Os responsáveis irão ter graves problemas, independentemente das decisões que tomem”, prevê Roubini, um dos especialistas que melhor antecipou a presente crise financeira global. Em sua opinião, os governos e os bancos centrais porão em risco a retoma económica, aumentando os riscos de ‘estagflação’, uma mistura de estagnação com inflação, caso aumentem os impostos, cortem nas despesas e reduzam o excesso de liquidez nos sistemas financeiros para equilibrar os défices orçamentais.

Em contrapartida, se aquelas medidas não forem tomadas, os grandes défices estatais, designadamente nos EUA e no Reino Unido, serão fortemente penalizados pelos mercados obrigacionistas, já que as expectativas de inflação e os juros que aquelas nações terão de pagar pela sua dívida irão subir fortemente, o que irá levar a uma situação de estagflação, sustenta Roubini.

O economista note-americano calcula que, com os actuais pacotes de emergência financeira, a economia global irá “bater no fundo” no segundo semestre de 2009, embora a recessão não deva estar “formalmente terminada” nos EUA e no Reino Unido antes do fim do ano, ao contrário da China, Alemanha, França, Austrália e Japão, onde a recuperação já terá começado.

“Sumariamente – conclui Roubini – a retoma deverá ser anémica e abaixo das tendências nas economias avançadas existindo um risco grande de recessão com retomas ligeiras e intercaladas [double-dip recession].”

O mundo está prestes a sair da recessão, diz Bernanke

sexta-feira, agosto 21st, 2009

O ‘chairman’ da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, Ben Bernanke, afirmou hoje que a actividade económica mundial está a estabilizar, sendo possível um regresso ao crescimento no curto prazo.

“Depois de se ter contraído acentuadamente durante o ano passado, a actividade económica parece estar a estabilizar, tanto nos Estados Unidos como no resto do mundo, e as perspectivas para um regresso ao crescimento no curto prazo parecem boas”, disse Bernanke durante um discurso perante banqueiros centrais na cidade de Jackson Hole, no Estado do Wyoming. O ‘chairman’ da autoridade monetária norte-americana notou, no entanto, que qualquer retoma deverá “ser relativamente lenta” no início, não prevendo melhoria no desemprego no curto prazo.

MRA Alliance/Diário Económico

Alemanha: Bundesbank diz que recessão parou na Primavera

quinta-feira, agosto 20th, 2009

O banco central da Alemanha (Bundesbank) considera que a economia mundial poderá ter batido no fundo nos meses da Primavera, no boletim de Agosto, publicado hoje.

O banco central germânico adianta que os indicadores de conjuntura mostram que a produção da Alemanha pode experimentar uma melhoria apreciável no terceiro trimestre do ano, embora o nível de incerteza seja elevado.

“Com a melhoria da procura externa deu-se uma condição importante para que as empresas ganhem confiança”, adiantou o banco central.

A economia alemã, a maior da zona euro, parece ter superado a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, após sofrer uma forte queda no Inverno passado.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha subiu 0,3 por cento no segundo trimestre, face aos três meses precedentes, tendo crescido pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2008.

Contudo, em relação ao mesmo trimestre de 2008, o PIB da Alemanha baixou 7,1 por cento no segundo trimestre deste ano.

A confiança a médio prazo do investidor na economia alemã subiu em Agosto até ao seu valor máximo desde Abril de 2006, em virtude da melhoria da actual situação, e após ter caído em Julho passado.

MRA Alliance/Agências 

BCE: Recessão global bateu no fundo mas crise vai continuar

quinta-feira, agosto 13th, 2009

O Banco Central Europeu (BCE) considera que «a recessão global já tocou no fundo» e que na Zona Euro «o ritmo de contracção está a abrandar claramente». Porém, no boletim mensal de Agosto, o banco central também avisa que a «actividade económica será débil nos meses que restam de 2009».

A instituição, presidida pelo francês Jean-Claude Trichet, constata que em Junho o fluxo de crédito ao sector privado não financeiro continuou moderado, mas que os empréstimos às famílias subiram ligeiramente face ao mês anterior.

O BCE considera que os bancos “reduziram significativamente a restritividade dos critérios aplicados à concessão de crédito”, tendo a incerteza sobre a evolução do ambiente económico “atenuado a procura” de financiamentos bancários.

Ainda assim, avança com um conselho aos bancos comerciais em termos de recapitalização. “Face aos desafios que se colocam no futuro, os bancos devem tomar medidas adequadas com vista a reforçarem ainda mais as respectivas bases de capital e, quando necessário, devem tirar total partido das medidas estatais de apoio ao sector financeiro, em particular no que respeita à recapitalização”, refere o editorial do Boletim Mensal de Agosto do BCE.

MRA Alliance/Agências

Portugal: Actividade económica bate no fundo desde 1991

sexta-feira, julho 17th, 2009

O indicador de actividade económica diminuiu em Maio para -4,1 por cento, de acordo com os dados do INE.  «O indicador de actividade económica agravou-se ligeiramente em Maio, prolongando a acentuada trajectória descendente registada desde Janeiro de 2008 e atingindo um novo mínimo para a série iniciada em 1991», afirma o INE.
   
Por sua vez, o indicador de clima económico recuperou, nos últimos dois meses, apesar de se manter ainda em terreno negativo nos -2,1 por cento, mas acima do valor mínimo da série registado em Abril, nos -3,0 por cento. O consumo privado apresentou reduções menos intensas nos dois últimos meses.
    
As importações e as exportações continuaram a registar em Maio taxas de variação homóloga nominais «fortemente negativas», respectivamente de -28,8 por cento e de -25,5 por cento.

MRA Alliance/TSF

Economia portuguesa voltou a cair 1,6% no primeiro trimestre, diz Eurostat

quarta-feira, julho 8th, 2009

O serviço de estatística da União Europeia (UE), Eurostat, revelou hoje que o primeiro trimestre de 2009 foi o terceiro consecutivo de recuo para a economia portuguesa. Os resultados divulgados indicam que o PIB português encolheu -0,5% e -1,8% nos dois últimos trimestres do ano passado e voltou a cair -1,6% nos três primeiros meses deste ano. Em termos homólogos – comparação com o primeiro trimestre de 2008 – a economia portuguesa teve uma quebra de 3,7%.

O cenário é ainda mais desolador na Zona Euro e em toda a União Europeia. O PIB dos países do euro registou uma contracção de 0,3% no segundo trimestre de 2008, de 0,4% no terceiro e de 1,8% no quatro. Nos primeiros meses deste ano caiu 2,5%. Quando ao conjunto da União Europeia a evolução, para os mesmos trimestres, foi de -0,2, -0,4, -1,8 e -2,4.

Os dados mostram que a União Europeia está a sofrer mais com a crise económica do que os Estados Unidos, que caíram 1,4% no primeiro trimestre de 2009.

MRA Alliance/Agências