Para o Citigroup o próximo passo da Telefónica deverá ser subir a oferta pela Vivo em vésperas da assembleia-geral de 30 de Junho. O banco norte-americano reviu em alta, de 8,5 para 9,2 euros, a sua avaliação para a Portugal Telecom (PT), ‘target’ que atribui um potencial de valorização de 6% à operadora portuguesa e deixa antever as estratégias para o xeque-mate do negócio que está a animar a bolsa lisboeta.
Sobre a disputa pela Vivo, o Citigroup escreve que “o próximo passo da Telefónica poderá ser aumentar a oferta, condicionando a nova proposta a uma recomendação da administração da PT, provavelmente em vésperas da assembleia-geral”. Nas condições actuais, com um preço de 6,5 mil milhões de euros, o Citigroup mostra-se céptico quanto ao negócio, em parte porque assume que a Telefónica não poderá votar com os 10% que controla na PT. “O apoio de outros accionistas [da PT] é difícil de percepcionar e poderá ser insuficiente [para viabilizar o negócio]”, lê-se na nota de análise.
O grupo espanhol pode melhorar a sua oferta até à assembleia, até porque a proposta que será levada à votação já refere a possibilidade de ser apresentado um valor superior. Nestas circunstâncias, as fontes ouvidas pelo Diário Económico consideram que a hipótese mais provável será a suspensão da assembleia, a pedido da administração. A alternativa será a convocatória de uma nova assembleia, se se justificar, também a pedido do conselho de administração, uma vez que o presidente da mesa e os investidores não o poderão fazer.
Este ponto assume especial relevância, uma vez que, quanto mais tarde a Telefónica subir a oferta, mais poder negocial terá face à administração e aos accionistas da PT. Se apresentar uma proposta ‘irresistível’ na própria assembleia, o efeito surpresa poderá garantir a vitória à Telefónica, uma vez que a gestão da PT e os accionistas de referência portugueses não terão margem de manobra para exigirem nova subida do preço. A menos que, no dia da assembleia, já exista um acordo entre a PT e a Telefónica, no âmbito das discussões que as duas empresas têm mantido sobre o futuro da Vivo.
MRA Alliance/DE