O candidato do partido liberal, no poder, Bronislaw Komorowski foi hoje eleito na segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, após uma disputa cerrada com o conservador Jaroslaw Kaczynski, irmão gémeo do falecido presidente polaco, segundo os primeiros resultados divulgados. A abstenção aproximou-se dos 50%.
“Felicito o vencedor. Felicito Bronislaw Komorowski”, afirmou Kaczynski, num discurso proferido depois do anúncio das projeções.
“As divisões são um elemento inseparável da democracia. Mas sinto que estas diferenças, esta dor da divisão é muito grande”, disse, por seu lado, Bronislaw Komorowski. “Há muito trabalho para fazer para que estas diferenças não nos impeçam de cooperar e de construir um entendimento nacional”, acrescentou.
Bronislaww Komorowski era o candidato oficial da Plataforma Civica, à eleição presidencial prevista para o Outono. Mas o destino fatídico do presidente Lech Kaczynski desencadeou um mecanismo institucional que o projectou antecipadamente para a chefia do Estado, enquanto presidente do parlamento da Polónia. O desaparecimento súbito e brutal do presidente provocou a antecipação das eleições e fê-lo enfrentar um outro adversário, o irmão gémeo de Lech, Jaroslaw Kaczynski.
O seu envolvimento político começou na era comunista. Membro do Movimento para os Direitos Humanos e Cívicos, em 1980, foi condenado a um mês de prisão. Historiador, de origem aristocrática, em 2000 aceitou o convite para fazer parte de um governo de centro-direita. Jerrzy Buzek confiou-lhe, na altura, a pasta de Defesa. Um cargo que lhe pode conferir alguma experiência. No edifício constitucional polaco, a segurança e a política externa são competências do presidente.
Muitos analistas criticaram-no por alegada “falta de carisma”. No entanto, a sua serenidade e previsibilidade sobre as questões instituicionais poderão ter influenciado os eleitores na sua escolha para suprema chefia do Estado.
MRA Alliance/Agências