Archive for the ‘OMC’ Category

Piores efeitos da crise estão ainda para vir, diz líder da OMC

quarta-feira, julho 8th, 2009

O pior da crise económica em termos social e político está “ainda para vir”, advertiu hoje o director-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, durante uma conferência de imprensa em Genebra.

As repercussões da crise servirão também de teste de resistência à OMC enquanto instituição capaz de conter o proteccionismo, acrescentou. “Se quiser realmente manter as trocas comerciais abertas, deve compreender (…) que o melhor meio é continuar a abrir as trocas comerciais”, daí “a urgência” de concluir o ciclo de Doha para a liberalização das trocas, sublinhou no dia do arranque oficial da cimeira dos países do G8 na Itália.

“A minha mensagem ao G8 será muito similar à minha mensagem ao G20 de Londres”, que se realizou em Abril, indicou Lamy, que participará na cimeira dos países mais industrializados em L’Aquila, acrescentando que continuará “a empurrar o proteccionismo, que está lá”.

A OMC denunciou novas derrapagens proteccionistas entre os seus 153 países membros e reviu em baixa previsões de 2009 para o comércio mundial que deverá cair 10 por cento, ao nível mais baixo desde a Segunda Guerra mundial.

“O impacto do abrandamento das trocas comerciais será mais dura para os países em desenvolvimento”, advertiu por outro lado Lamy. A organização espera assim que os fluxos comerciais dos países em desenvolvimento sofram uma contracção de 7 por cento no ano em curso, contra os 2 a 3 por cento inicialmente previstos.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, alertara segunda-feira que as medidas proteccionistas implementadas por certos governos para lutar contra a crise económica corriam o risco de “derrapar” e que os Estados que tomaram tais medidas “brincam com o fogo”.

Devido à quebra esperada das trocas comerciais, a ajuda ao comércio “tornou-se hoje essencial”, sublinhou Lamy, que defendeu um relançamento “o mais rápido possível” do ciclo de Doha, as negociações para a liberalização do comércio mundial, iniciado em Novembro de 2001.

MRA Alliance/Agências

Doha atira OMC ao tapete e faz estremecer a globalização

quarta-feira, julho 30th, 2008

A Organização Mundial do Comércio (OMC) – após o fracasso de ontem de um acordo entre países ricos e pobres para encerrar a Ronda de Doha e avançar na liberalização global do comércio – sai com menos poder e influência devendo remeter-se nos próximos anos a um período de hibernação. A cara superestrutura do comércio mundial vai limitar-se à arbitragem de conflitos enquanto se aguarda a eleição de um novo governo nos Estados Unidos (EUA) e os desenvolvimentos no seio da União Europeia (EU) – eleições para o Parlamento Europeu (Junho/2009) e um novo mandato da Comissão Europeia (Outubro/2009). Até lá assistiremos a movimentações dos 154 países membros da OMC para a celebração de acordos no plano bilateral já que, no âmbito multilateral, predominam o autismo e o proteccionismo. “Devemos preparar-nos para o ataque dos que vão declarar que isto é o fim da OMC. Tal posição é um absurdo. A OMC é o árbitro do sistema comercial baseado em regras e vai continuar a ser o local para futuras negociações, amplas ou específicas”, sublinhou num comunicado a Associação Nacional das Indústrias dos EUA, aparentemente confortada. Pascal Lamy, director-geral da OMC, prometeu não desistir e disse que vários ministros lhe pediram para retomar em breve as negociações. Porém, admitiu ser preciso deixar assentar a poeira, mantendo entretanto activos os mecanismos de consulta com os países membros. Celso Amorim, o chefe da diplomacia brasileira, estimou em “três a quatro anos” o tempo necessário para reiniciar o diálogo. O comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, actualmente, considera insanáveis os diferendos entre países ricos e pobres sobre a abertura dos mercados agrícolas, dos bens industriais e dos serviços. Os países em desenvolvimento defenderam um mecanismo especial de salvaguardas para pequenos agricultores contra surtos de importações. A intransigência dos EUA e da Europa para a manutenção dos subsídos agrícolas agrava o desentendimento. Mendelson, um britânico defensor da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e do desmantelamento progressivo do proteccionismo, considerou que o resultado de Genebra foi “um revés significativo para todo o sistema comercial internacional. Todos saríamos ganhadores com um acordo. Sem ele, todos perdemos”. Por seu turno, Lamy lamentou não se ter conseguido avançar no sentido de uma política global contra o proteccionismo. “A minha esperança é que, devido à elasticidade do sistema, ele possa resistir à estrada esburacada que temos pela frente”, afirmou. Os litígios sobre o comércio de carnes, bananas e algodão continuarão a alimentar a pressão dos países em desenvolvimento, enquanto a exigência para o desarmamento fiscal e alfandegário para os bens industriais e serviços será o cavalo de batalha dos países industrializados. Resta à OMC o papel de árbitro. Em declarações à agência Reuters, David Woods, da empresa de consultadoria World Trade Agenda e ex-porta-voz do Gatt/Acordo Geral de Tarifas e Comércio, antecessora da OMC, considerou que o falhanço de Doha “é uma oportunidade perdida”. Porém, adiantou, “a OMC vai continuar a servir para resolver disputas [área] onde a sua integridade está intacta.” MRA Dep. Data Mining

OMC: Sarkozy lidera grupo de pressão europeu contra emergentes

terça-feira, julho 29th, 2008

As negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) entraram numa crítica desde ontem com nove países europeus, liderados pela França, a criarem um bloco para exigir maiores concessões aos países emergentes. O chefe de Estado francês e presidente em exercício da União Europeia, Nicolas Sarkozy, surpreendeu os países mais pobres com o recém-criado – Clube dos VoluntáriosFrança, Irlanda, Polónia, Hungria, Grécia, Portugal, Lituânia, Chipre e Itália – para pressionar o comissário europeu do Comércio, o inglês Peter Mandelson, a ser mais radical na defesa dos interesses dos agricultores da UE, durante as tensas negociações da Ronda de Doha, iniciadas há uma semana, em Genebra (Suíça). O grupo quer maior acesso aos mercados dos países em vias de desenvolvimento para a exportação de bens industriais, agrícolas e serviços. O nascimento do Clube dos Voluntários foi a resposta europeia ao endurecimento das negociações por parte da China e da Índia. Pequim subiu a fasquia dando apoio aos esforços da Índia que, nos últimos dias, reuniu quase uma centena de países favoráveis à imposição de novas barreiras agrícolas no pacote negocial em discussão. Por este motivo, após escassos dias de iminente acordo, tudo voltou ontem à estaca zero. A delegada dos Estados Unidos, Susan Schwab, acossada pela recessão económica no seu país, pediu aos emergentes para não inviabilizarem um acordo susceptível de salvar o trabalho iniciado em 2001, na capital do Qatar. A China e a Índia, pela primeira vez em clara aliança de interesses, assumem-se como as novas locomotivas da economia global e fazem valer o seu peso (1/3 de consumidores do planeta) para obter um acordo mais consentâneo com a sua dimensão e interesses económicos e geopolíticos. Sarkozy é um feroz defensor da PAC (Política Agrícola Comum) que, desde há décadas, garante multimilionários subsídos aos agricultores franceses e europeus para produzirem bens menos competivos e mais caros, fechando o mercado europeu aos países mais pobres com uma vasta rede de barreira aduaneiras, fiscais e técnicas. Em Genebra reina o cepticismo e a descrença, com o Brasil a tentar uma solução de compromisso entre os países ricos e pobres. Qualquer decisão carece da aprovação dos 153 países membros da OMC. Analogamente, qualquer posição assumida pela UE tem de ser ratificada pelos seus 27 Estados-membros. MRA/Agências

Situação económica global vai piorar, diz director da OMC

segunda-feira, julho 21st, 2008

Pascal Lamy - OMCA Organização Mundial de Comercio (OMC) inicia hoje, na Suiça, mais um esforço tendente a um acordo para a liberalização do comércio global, Ronda de Doha, iniciada em 2001 mas, desde há anos, num beco sem saída. A resistência dos países industrializados em abrirem os seus mercados aos países em desenvolvimento, em acabarem com os subsídios a sectores das suas economias, designadamente à agricultura, tem encontrado uma forte resistência por parte dos maiores países emergentes – China, Índia, Brasil, Argentina, México, Indonésia e África do Sul. Numa entrevista ao periódico argentino Clarín, em Genebra, na véspera do reinício das negociações, o director geral da OMC, Pascal Lamy, defendeu que o momento actual oferece “uma janela de oportunidades” para um acordo entre os 152 países membros, mas recusou-se a prognosticar se tal será possível até ao final do ano. “Achamos que a situação económica piorou e vair continuar a degradar-se nos próximos meses”, disse. O líder da OMC classificou a organização como “uma espécie de seguro colectivo contra o proteccionismo” lembrando que “quando o risco de acidentes aumenta também aumenta a apólice do seguro.” Sobre as actuais crises financeira, energética e alimentar, Lamy considerou que a alta dos preços “gera tentações ou impulsos proteccionistas” sendo que, no caso dos alimentos, a “única solução é aumentar a oferta” para reduzir as tensões regionais e globais. Sobre a postura dos países ricos, particularmente da União Europeia, Lamy foi claro: “Na mesa de negociações da OMC, 3/4 dos países são pobres e todos querem uma redução dos subsídios nos países ricos (…) e a redução das tarifas aduaneiras. São eles quem eu escuto. Que os europeus digam o que é bom ou mau para os outros é interessante mas, na OMC, são os países pobres que negoceiam por si próprios e não os europeus.” MRA/pvc

Director da OMC vê 60% de hiopóteses para acordo na «Ronda de Doha»

quinta-feira, maio 29th, 2008

O director-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse na quinta-feira que a Rodada de Doha de negociações comerciais globais têm 60% de chance de sucesso. A probabilidade foi apresentada em resposta a uma consulta de deputados do Parlamento Europeu. “Eu diria 60%, que é mais que 50%, mas bem menos que 100”, afirmou. O objectivo da Ronda de Doha, lançada em 2001, é reduzir as barreiras comerciais no mundo. Os principais obstáculos são as tarifas e subsídios agrícolas dos países desenvolvidos. Na semana passada, mediadores publicaram propostas que podem servir de base para as negociações ministeriais em Junho ou Julho. MRA/Agências

Inflação agro-alimentar e petróleo acentuam desigualdades, pobreza e ameaçam paz mundial

terça-feira, abril 29th, 2008

Especialistas internacionais, da ONU/FAO à OMC passando pela OCDE, convergem num ponto: a combinação da inflacão agro-alimentar e energética vai tornar o mundo mais inseguro, mais pobre e mais desigual. Os ambiciosos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) para 2015 não estão apenas comprometidos. São inexequíveis e pura ficção. Os profetas do crescimento e do desenvolvimento perpétuos atiraram o mundo para um beco sem saída.

Ou consumimos menos e de forma mais inteligente, ou dentro de alguns decénios não teremos dinheiro suficiente para comprar comida, combustíveis e medicamentos para tratarmos as doenças que, crescentemente, vão diminuir a nossa qualidade de vida. Mais…

MRA – Dep. Data Mining

Alemanha e França unidas no proteccionismo agrícola

quinta-feira, abril 24th, 2008

Alemães e franceses uniram-se ontem na rejeição de cortes nos subsídios agrícolas, num clima de encarecimento global dos produtos alimentares, e dando argumentos aos que defendem que o eixo Paris-Bona não quer a liberalização global do comércio, paralizada na “Ronda de Doha”, sob os auspícios da OMC – Organização Mundial de Comércio. O ministro alemão da Agricultura Horst Seehofer argumentou que a fome nos países pobres e o aumento dos preços dos bens alimentares não são razões para reduzir os subsídios aos agricultores da UE. Cerca de 40% do orçamento da europa comunitária (EUR 115 mil milhões/bilhões) é absorvido anualmente por apoios financeiros a uma agricultura cara e não competitiva. A decisão franco-alemã foi tomada no mesmo dia em que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso e o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, manifestaram a sua “profunda preocupação” pela alta dos preços dos alimentos, do petróleo e de outras commodities, na cimeira anual EU-Japão. MRA/Agências

Sarkozy: O falcão europeu nas negociações agrícolas da OMC

quinta-feira, abril 3rd, 2008

“Serei um firme opositor a qualquer acordo que não atenda aos interesses da França”, disse o chefe de Estado francês, num discurso perante o Congresso da principal federação sindical agrícola francês, a FNSEA, em Nantes.O presidente argumentou que depois de mais de sete anos de negociações “o flagrante desequilíbrio [das negociações] deve provocar uma reflexão mais profunda no seio da União Europeia (UE) mas também na OMC, sobre o futuro das decisões, porque é difícil continuar como se nada tivesse acontecido”. “Digo as coisas da forma mais clara: nesta negociação internacional, quero reciprocidade, quero equilíbrio”, insistiu Sarkozy, revelando ter escrito uma carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para lhe recordar a “linha” que se propõe defender.

Sarkozy, cujo país assumirá a presidência rotativa da UE no segundo semestre deste ano, não quer que a Europa seja “ingénua”, deixando uma pergunta no ar: “De que serve construir uma política agrícola se a Europa renuncia a defender sua agricultura de produção e a sua alimentação, se renuncia proteger a qualidade sanitária e o ambiente quando todos os demais se defendem e se protegem?” A União Europeia também não pode ignorar as medidas “dos governos brasileiros e americanos para apoiar, por meio de um dumping fiscal sem precedentes, o desenvolvimento de certos biocombustíveis”.

Na carta a Durão Barroso, Sarkosy exigiu uma “verdadeira reciprocidade no acesso aos mercados” e considerou ser “altamente preocupante” o desequilíbrio das concessões recíprocas contra os interesses europeus quer nos sectores agrícola e industrial, actualmente em fase de negociação, quer no abandono dos temas a negociar sobre os serviços, normativos e os direitos sobre o mapeamento do planeta via satélite. MRA/Agências

Brasil sob pressão na OMC

segunda-feira, julho 30th, 2007

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, manda um recado ao governo brasileiro: o País quer ou não negociar a Rodada Doha com o objetivo de chegar a uma conclusão? Segundo informou a diplomacia brasileira em Genebra, Lamy mandou seu recado por diferentes emissários. O governo garante que quer negociar, mas em bases diferentes.

A cobrança do francês ocorre depois que o País montou uma operação diplomática e impediu que a proposta da OMC fosse aprovada como base de um acordo. Na semana passada, o Itamaraty neutralizou a proposta de cortes de cerca de 60% de suas tarifas de importação de bens industrializados. A proposta foi elaborada pelo mediador das negociações, Don Stephenson, e apoiada nos bastidores pela OMC.

Fonte: A Tarde