Archive for the ‘NATO’ Category

Países da África Austral pedem à NATO fim da intervenção militar na Líbia

sexta-feira, agosto 19th, 2011

O Presidente angolano José Eduardo dos Santos defendeu hoje em Luanda que a NATO deve pôr fim à intervenção na Líbia e apoiar um acordo político entre as partes em conflito.

O líder angolano, que falou depois do encerramento da 31ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorreu em Luanda, referiu-se às “situações de conflito” noutras partes do continente africano, “particularmente a Líbia, onde é difícil encontrar uma saída para a situação de guerra que afeta o país”.

“Na Líbia, a NATO deve cessar a sua ação militar e abrir espaços para a negociação de um acordo político entre as partes beligerantes, sem condições prévias, mediante a adoção da proposta da União Africana (UA)”, sublinhou o presidente em exercício da organização da África Austral.

MRA Alliance/Agências

Chefias militares turcas demitem-se em bloco

sábado, julho 30th, 2011

O chefe de Estado Maior das Forças Armadas turco, general Isik Kosaner, pediu a demissão juntamente com as chefias dos três ramos militares, devido a divergências com o Governo, adiantou a agência de notícias estatal Anatólia.

As demissões em bloco de altos comandantes, jamais vista no país, assinalam uma profunda dissidência entre as chefias de todos os ramos das Forças Armadas e o Governo. E ocorre dias antes da realização do Conselho Supremo Militar, onde devem ser discutidas as promoções das patentes mais altas. Deixa ainda no caos o segundo maior Exército da NATO.

O Governo do primeiro-ministro Recep Erdogan quer que 17 chefias militares envolvidas no “caso Sledgehammer” passem à reserva, em vez de serem promovidos como está previsto. O “caso Sledgehammer” reporta-se a uma suspeita de tentativa de golpe de Estado em 2003, um ano depois Erdogan ter ganho o seu primeiro mandato como chefe do executivo, em 2003. A conspiração terá sido discutida durante um seminário militar realizado numa base em Istambul e 28 pessoas estão formalmente acusadas, entre elas há generais e oficiais – o julgamento começa na próxima semana.

Outros casos têm vindo a fazer crescer as tensões entre os dois lados. Segundo a BBC online, dentro das Forças Armadas secularistas há suspeitas de que o partido da justiça e desenvolvimento AKP, no poder, tem uma agenda islamista secreta, o que tem sido negado veementemente pelo mesmo.

O Governo e os chefes militares procuraram chegar a um acordo através de vários encontros, e novas reuniões estão marcadas.

MRA Alliance/Público

Sarkozy vai propor à UE “ataques aéreos cirúrgicos” na Líbia

quinta-feira, março 10th, 2011

Nicolas SarkozyO Presidente francês, Nicolas Sarkozy, vai propor à União Europeia a realização de “ataques aéreos cirúrgicos” sobre a Líbia, noticiou hoje a agência francesa AFP com base em fontes próximas do Eliseu.A França tornou-se hoje no primeiro país a reconhecer o Conselho de Transição dos rebeldes como o “único representante legítimo” do povo líbio. Ainda segundo a AFP, o regime de Muammar Kadhafi anunciou que tenciona romper todos os laços diplomáticos com Paris.

Entretanto, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, revelou hoje ter enviado uma mensagem para o contestado líder líbio Muammar Khadafi através do emissário de Tripoli que esteve ontem em Lisboa: o regime “acabou”.

“Reuni-me com o emissário de Trípoli. E a mensagem que lhe dei foi muito clara. Do ponto de vista da comunidade internacional o regime de Khadafi acabou. E sob o ponto de vista da sua legitimidade, ele está acabado”, contou o chefe da diplomacia portuguesa à chegada, a Bruxelas, para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.

Luís Amado avançou ainda que já se reuniu também com um representante da oposição ao regime líbio, ao qual transmitiu a mesma ideia. “Espero que o espírito desta mensagem tenha algum impacto em Trípoli”, disse.

No encontro ocorrido esta quarta-feira, em Lisboa, entre o ministro fos Negócio Estrangeiros português e o emissário do líder líbio Muammar Khadafi, este adiantou que a Líbia está na disposição de dar início a um processo de negociações para a transição, segundo uma fonte diplomática que acompanha a crise líbia. Foi o primeiro encontro desde que Portugal assumiu, na terça-feira, a presidência do comité do Conselho de Segurança da ONU para as sanções à Líbia.

MRA Alliance/Lusa/Público

NATO: Escudo anti-míssil custará mil milhões de euros

sábado, novembro 20th, 2010

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, na sequência da reunião da Cimeira da NATO sobre o Afeganistão, reconheceu que os 200 milhões de euros apontados como custo aproximado do futuro escudo anti-míssil para a Europa são apenas um custo adicional a que acrescem os gastos já existentes de mais 800 milhões.

Mas defendeu que “comparados com os benefícios que trazem, estes custos são perfeitamente suportáveis e vantajosos” pois resultam da combinação de dois sistemas de defesa.

Sublinhando não ser ainda este o momento adequado para abordar os custos do escudo de protecção anti-míssil que sai do novo conceito estratégico da NATO para os próximos dez anos, Santos Silva reconheceu que os 200 milhões somados aos 800 milhões referidos resultam da integração de dois sistemas complementares da Aliança e dos EUA.

MRA Alliance/DE

NATO sai do Afeganistão no final de 2014

sábado, novembro 20th, 2010

Rasmussen com KarzaiO secretário-geral da NATO e o presidente do Afeganistão assinaram hoje um compromisso que prevê a retirada gradual da forças da Aliança Atlântica do país até ao final de 2014. O compromisso foi selado esta manhã em Lisboa, no quadro da 22ª cimeira da NATO, e a Aliança comprometeu-se a continuar a apoiar o país mesmo após a transição.

“Se os taliban pensam que nos vamos embora, esqueçam!”, recordou Rasmussen, enfatizando a parceria “a longo-prazo” assinada com o presidente Hamid Karzai. O presidente agradeceu o contributo das forças aliadas para o desenvolvimento do país, e manifestou satisfação por, durante a cimeira, os líderes mundiais terem demonstrado “profundo conhecimento sobre a situação actual do Afeganistão”.

O secretário-geral das Nações Unidas, também presente, garantiu o apoio das Nações Unidas durante o processo de transição no Afeganistão. Ban Ki-moon frisou, porém, que a transição deve ser guiada “pela realidade e não pelo calendário”. O secretário-geral da NATO mostrou-se confiante no cumprimento das metas estabelecidas, porque “tem-se visto um grande crescimento nas capacidades das forças de segurança afegãs”.

MRA Alliance/JdN 

Paquistão decide pesada retaliação contra a NATO

sexta-feira, outubro 1st, 2010

Soldados da NATO atrevessam fronteira de Torkham entre Paquistão e AfeganistãoO Governo paquistanês proibiu a NATO de utilizar a fronteira de Torkham, por onde passava até agora, em direcção ao Afeganistão, grande parte dos abastecimentos da coligação ocupante no país vizinho. A proibição foi decidida na sequência de um incidente em que dois helicópteros da NATO mataram três soldados paquistaneses.

O Governo de Islamabad responsabilizara a NATO pela violação da soberania do país e pelo tiroteio que custou a vida a soldados paquistaneses – dois segundo a agência France Press, três segundo a Al Jazeera. Um posto fronteiriço do lado paquistanês terá sido alvejado hoje por dois helicópteros da NATO, causando as baixas mortais referidas e ferindo mais três soldados paquistaneses.

O incidente, segundo fonte paquistanesa citada pela France Press, foi o quarto numa semana. O Governo de Islamabad protestara na segunda feira contra duas destas violações do seu espaço aéreo cometidas no final da semana passada. A ISAF, força da NATO que ocupa o Afeganistão, reconhecera o fundamento da queixa, justificando-se embora com um direito de perseguição a combatentes taliban, dos quais teria matado 30.

MRA Alliance/RTP

Sócrates compromete-se com reforço da NATO, diz Rasmussen

sábado, julho 3rd, 2010

Anders Rasmussen na audiência com SócratesAs questões ligadas com o financiamento das missões militares têm-se agravado face ás necessidades colocadas por operações de grande envergadura – do Afeganistão, ao Kosovo e golfo de Áden – referiu o secretário-geral da NATO, Anders Rasmussen, durante uma palestra realizada ontem, na Universidade Católica, em Lisboa.

“Apelo aos aliados para que não deixem que as diferenças se acentuem porque elas já são suficientemente grandes.” Nas contas do ex-primeiro-ministro dinamarquês, os Estados Unidos “gastam três vezes mais por soldado do que os aliados europeus”. Estes números têm impacto na capacidade militar e tecnológica dos dois lados do Atlântico, principalmente numa altura em que “os americanos estão a redimensionar a sua posição dentro da Aliança”, sustenta um oficial de topo da organização.`

“Tento levantar a questão junto dos europeus: se não querem ser vistos apenas como consumidores de segurança e se pretendem que a Aliança continue vital, têm de gastar mais”, argumentou. Isto justifica, em parte, a insistência de Rasmussen na criação de um sistema comum de defesa balística que daria um sinal de “compromisso” do lado europeu.

Num grupo de 28 países apenas cinco cumprem a meta de 2% do produto interno bruto alocado a despesas militares. Portugal não cumpre e por isso o tema foi abordado no almoço que Rasmussen – ontem pela primeira vez em Lisboa como secretário- geral – teve com o primeiro-ministro José Sócrates.

“Eu já fui primeiro-ministro e sei que num período de constrangimentos orçamentais os governos são forçados a fazer cortes em todas as áreas. A defesa não é excepção. Encorajo os aliados a manterem o compromisso com as operações da Aliança, e Portugal fá-lo. Encorajo os aliados a manterem a rota de reforma e transformação das suas Forças Armadas e essa foi exactamente a promessa que recebi do primeiro-ministro Sócrates” disse Rasmussen.

A Cimeira de Lisboa, a 19 e 20 de Novembro, é tida pelos dois homens como “histórica”. Nela estarão em cima da mesa alguns dos tópicos mais decisivos para a modernização da Aliança: aprovação do novo conceito estratégico, reforma interna, defesa antimíssil. E, claro está, a “grande prioridade” – Afeganistão.

O corrente ano será decisivo para o Afeganistão e para a NATO e Rasmussen esforça-se por afastar a turbulência. “Este não é o tempo de indecisão. Este não é o tempo para dar aos talibãs a ideia falsa de que vamos retirar. Este é o tempo de enviar um sinal claro: que vamos ficar o tempo que for preciso”, disse.

Rasmussen assegurou que a solução para o problema afegão não passará – ao contrário do que é avançado pela imprensa internacional – por uma paz negociada com os talibãs e patrocinada pela NATO. “Não teremos conversações com os talibãs”, sublinhou.

Esta opção conduz ao prolongamento a longo prazo do envolvimento militar da Aliança Atlântica  no Afeganistão.

De resto, o novo comandante das tropas norte-americanas e da missão da NATO no Afeganistão, general David Petraeus, apelou no sábado de manhã à “união de esforços” para combater a rebelião no país onde vai comandar cerca de 140 mil homens.

“Temos de conseguir unir os nossos esforços e alcançar o objectivo comum. Civis e militares, afegãos e estrangeiros, todos fazemos parte da mesma equipa com a mesma missão”, declarou, insistindo, durante esta primeira visita a Cabul após ter sido confirmado naquele posto pelo Senado dos Estados Unidos, que “neste importante propósito, a cooperação não é uma opção”.

O general, que substituiu Stanley McChrystal no comando das forças militares internacionais no Afeganistão, reconheceu que esta é “uma missão difícil” mas considerou que “trabalhando juntos podemos fazer progressos”.

MRA Alliance/Agências/ionline

Afeganistão: EUA e aliados da NATO enviam mais 37 mil soldados

sábado, dezembro 5th, 2009

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO chegaram hoje a acordo, em Bruxelas, para enviar para o Afeganistão um reforço de pelo menos sete mil efectivos. O número, quase o dobro do inicialmente anunciado, fica aquém dos dez mil solicitados pelos Estados Unidos da América que vão reforçar o seu contingente com 30 mil homens.

Dos países que já anunciaram um reforço de tropas, Portugal é o que, em termos percentuais, mais vai aumentar o seu contingente no Afeganistão. O envio de mais 150 homens anunciado para o próximo mês significa um aumento de 146% face ao número de efectivos que o exército português tinha naquele país (103). Com 253 elementos, este passa a ser o maior destacamento português em território estrangeiro, só batido pelas tropas estacionadas no Kosovo, podendo aumentar nos próximos meses.

No final da reunião de dois dias, no quartel-geral da NATO, apesar de tudo, foi com optimismo que o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, anunciou o acordo. “Pelo menos 25 países enviarão mais tropas em 2010”, afirmou, mostrando-se confiante de que nos próximos meses mais aliados respondam ao apelo de Barack Obama e reforcem o contingente das tropas da coligação.

Refira-se que a NATO é composta por 28 países, mas actualmente são 43 os aliados com tropas no Afeganistão. Isto significa que não é forçoso ser a Aliança a fornecer o total de efectivos adicionais.

Isso mesmo foi sublinhado pelo responsável da diplomacia portuguesa, Luís Amado, que considerou “positiva” a resposta da NATO. Esta resulta, salientou, da “convicção de que não há alternativa” à estratégia do presidente Barack Obama, que no dia 1 de Dezembro anunciou o envio de mais 30 mil soldados norte-americanos para o teatro de operações e pediu aos aliados um esforço adicional.

Com o reforço de contingente, o número total de tropas estrangeiras no Afeganistão vai elevar-se no próximo ano para cerca de 140 mil efectivos de combate.

Ainda assim, segundo Rasmussen, a escalada dos efectivos não basta para ganhar a guerra: “Não há balas de prata nem soluções mágicas. Serão necessários mais tempo, mais empenho e mais paciência para alcançarmos o nosso objectivo”, frisou.

MRA Alliance/Agências

NATO: Novo SG Rasmussen jura forte empenhamento no Afeganistão

segunda-feira, agosto 3rd, 2009

Anders Fogh Rasmussen - Secretário-geral da NATOO novo secretário-geral da NATO, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, prometeu hoje um compromisso sério da Aliança Atlântica no Afeganistão para evitar que aquele país «se torne num centro do terrorismo internacional».

«Durante o meu mandato, espero que consigamos ajudar os afegãos a assumirem a sua segurança (…) mas que seja claro para os talibãs, que não é uma estratégia de saída», disse o ex-primeiro-ministro dinamarquês durante a sua primeira conferência de imprensa, em Bruxelas, após a tomada de posse. 

O novo secretário-geral da Aliança Atlântica garantiu: «a NATO não se prepara para sair. Ficaremos a apoiar o tempo que for necessário».

Na apresentação das suas prioridades para a Aliança, Rasmussen definiu a relação com a Rússia, a «segunda prioridade». Em sua opinião ela deverá ser vantajosa para as duas partes e pediu a Moscovo para respeitar a integridade territorial dos países vizinhos.

O novo líder da NATO definiu a luta contra o terrorismo, o combate contra a pirataria e a não proliferação de armas como áreas de «interesse comum», e prometeu trabalhar para convencer a população e os responsáveis russos de que a «NATO não é inimiga da Rússia».

Como terceira prioridade, Rasmussen destacou as relações da Aliança com os países do Mediterrâneo, com os quais espera construir um diálogo baseado no «respeito mútuo, compreensão e confiança».

Sobre a posição que assumiu durante a chamada «crise das caricaturas» de Maomé, quando era primeiro-ministro, e que causou um grave incidente diplomático entre a Dinamarca e o mundo muçulmano, Rasmussen sublinhou que se trata de um «elemento do passado» e defendeu um aprofundamento das relações com os países islâmicos.

Em relação ao Kosovo, Rasmussen confirmou os planos de retirada progressiva das forças aliadas, destacou o êxito da operação, que apresentou como um exemplo para o Afeganistão.

MRA Alliance/Agências

Potências europeias querem dinamarquês na chefia da NATO

sábado, março 7th, 2009

Anders Fogh RasmussenGordon Brown, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy estão de acordo que o próximo Secretário-Geral da NATO deverá ser o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, noticia hoje a edição online do jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”.

A nomeação é dada como garantida, segundo o periódico bávaro, mesmo que ainda não tenha recebido o apoio oficial dos Estados Unidos.

A confirmar-se a notícia, Rasmussen sucederá no cargo ao holandês Jaap de Hoop Scheffer.

MRA Alliance/Süddeutsche Zeitung

Medvedev “satisfeito” com decisão dos EUA relativamente ao não alargamento da NATO

sexta-feira, novembro 28th, 2008

A Rússia está “satisfeita” com a decisão dos Estados Unidos de renunciar à concessão do estatuto de candidato oficial de adesão à NATO para Geórgia e Ucrânia, declarou hoje o presidente russo Dmitri Medvedev, em Havana, durante a visita oficial que realiza a Cuba.

“Estou satisfeito por a razão ter prevalecido”, declarou Medvedev, citado pela agência Ria-Novosti, ao mesmo tempo que lamentou os acontecimentos que marcaram “o fim de actividade da actual administração norte-americana”. “O mais importante é que não se fará mais avançar esta ideia obstinada e absurda, como era o caso há alguns anos”, sublinhou o presidente russo, na última etapa do seu périplo latino-americano.

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, anuncira na quarta-feira que não vai insistir na concessão à Geórgia e à Ucrânia do estatuto de candidato oficial de adesão à NATO, principal ponto na ordem de trabalhos de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança a 02 e 03 de Dezembro, em Bruxelas.

Em contrapartida, Rice preconizou transformar “a comissão NATO-Geórgia e a comissão NATO-Ucrânia” em “estruturas no seio das quais se pode intensificar o diálogo e as actividades” com os dois países.

Durante a cimeira da NATO, realizada em Março em Bucareste, os 26 países-membros da OTAN não chegaram a um entendimento sobre o Plano de acção tendo em vista a adesão à Aliança Atlântica (MAP) de Kiev e Tbilissi.

Os Estados Unidos e a maior parte dos países da Europa central desejavam a adesão de Geórgia e Ucrânia, ao contrário da Alemanha e da França, preocupadas com a posição da Rússia, hostil à esta perspectiva.

Os líderes aliados reconheceram que a Geórgia e a Ucrânia têm vocação para um dia entrar na NATO e concordaram que a questão do MAP seria alvo de uma “primeira reavaliação” em Dezembro.

MRA Dep. Data Mining

Turquia bloqueia cooperação UE-NATO

sábado, novembro 8th, 2008

O governo da Turquia rejeitou propostas da União Europeia para o reforço da cooperação informal com Chipre está a prejudicar as relações entre a UE e a NATO, noticiou o jornal turco Hurriyet.

“Estamos num beco sem saída” afirmou Gerard Araud, responsável pelos assuntos políticos do Ministério dos negócios Estrangeiros Francês após uma visita a Ancara, na semana que agora termina.

A Turquia é membro da Aliança Atlântica mas, até agora, viu recusado o seu pedido de adesão à UE. Chipe é um dos 27 países membros do bloco mas a Turquia vetou a sua adesão à NATO.

MRA Dep. Data Mining/Agências

Rússia propõe cimeira pan-europeia sobre segurança

domingo, setembro 28th, 2008

A Rússia propôs hoje em Nova Iorque, no quadro da 63.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), a realização de uma cimeira pan-europeia para a criação de um novo sistema de segurança colectiva na Europa. “A actual arquitectura da segurança europeia não superou o teste que lhe foi feito por acontecimentos recentes”, declarou Serguei Lavrov. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo aludia à crise na Geórgia e às independências unilateralmente proclamadas pelas repúblicas rebeldes da Ossétia do Sul e da Abcázia. Lavrov recordou que o presidente russo, Dmitri Medvedev, está apostado num novo Tratado para a Segurança na Europa. MRA Dep. Data Mining

América Latina atirada para o lodaçal da nova Guerra-Fria

domingo, setembro 14th, 2008

Ahmadinejad com Morales, em Teerão (01-09-2008)Enquanto a media global nos empaturrava com notícias das guerras no Médio Oriente, Cáucaso e Ásia Central, outra, surda e secreta, mas igualmente de capital importância geopolítica e geoestratégica – a desestabilização da América do Sul – já estava em marcha. Tal como no Afeganistão, Iraque e Geórgia, a reconquista da influência das multinacionais norte-americanas e europeias no Cone Sul é de crucial importância para os poderes globais – EUA, Rússia, China e União Europeia (o elo político-militar mais fraco da cadeia). Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando são regiões bolivianas. No léxico industrial-militar ocidental são sinónimos de Kandahar, Faluja, Mosul ou Tskhinvali. Em qualquer deles, militares e diplomatas do Arco Atlântico usam a “Guerra contra o Terror” e a “Guerra contra a Droga” como justificação para invasões, ocupações militares e operações clandestinas. Na região andina o cenário é idêntico. Convencidos de que ganhavam rapidamente as guerras no Afeganistão e no Iraque, EUA e NATO mobilizaram para ali todos os recursos “pesados”. Os países sul-americanos levaram as sobras – algum dinheiro, agentes secretos e conselheiros militares. A versão “soft” da pressão político-militar ocidental está agora a dar os seus frutos.

O Governo da Bolívia confirmou esta semana a morte de 16 pessoas nos confrontos armados ocorridos em Pando, norte do país, entre partidários do governo (Collas) e militantes da oposição (Cambas) que querem impedir a nova Constituição, proposta por Morales. As regiões rebeldes da parte oriental do país, habitadas maioritariamente por cidadãos de origem europeia ou mestiços, opõem-se à redistribuição das riquezas naturais pelas pobres comunidades índias dos Andes. Nos últimos dias, as tensões diplomáticas agudizaram-se. A Bolívia e a Venezuela expulsaram os embaixadores dos EUA em La Paz e Caracas. Em retaliação, Washington, para além da expulsão do embaixador venezuelano, impôs sanções contra dois altos responsáveis dos serviços secretos e um ex-ministro da Venezuela sob a acusação de “ajuda material às FARC no tráfico de droga”. Nas últimas semanas, o embaixador Patrick Duddy, agora “persona non grata” na Venezuela, irritara o presidente Hugo Chávez ao criticar a falta de cooperação do regime bolivariano na luta anti-droga. Os EUA ripostaram com o “combate ao narcotráfico” e às “actividades terroristas”, metendo no mesmo saco as “FARC”, da Colômbia, e os movimentos índios que defendem a soberania dos seus países contra a ingerência ocidental. Morales e Chávez foram eleitos democraticamente. As eleições foram sufragadas pela ONU. Tal como na Palestina, onde o Hamas conquistou o poder após um processo eleitoral julgado por observadores ocidentais como “livre e justo”, os eleitores bolivianos e venezuelanos foram penalizados por votar contra os interesses americanos e europeus. Os collas bolivianos são etiquetados como os talibã da América Latina. Em cada teatro de guerra, EUA e NATO dispõem de aliados estratégicos – Colômbia, Paquistão, Israel e Geórgia. O correspondente do semanário alemão “Der Spiegel“, Jens Glüsing, analisou desta forma a tensão na Bolívia: “O próprio presidente [Morales] agudizou desnecessariamente a crise quando expulsou o embaixador americano do país [Bolívia]. Claro que os americanos não morrem de amores pelo ‘presidente índio’, claro que o embaixador dos EUA, Philipp Goldberg, foi imprudente quando na semana passada se encontrou com o governador da província rebelde de Santa Cruz. Porém, Washington não é o causador do conflito boliviano. A causa é interna. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, interfere de forma muito mais forte nos assuntos internos da Bolívia. Ele financia o seu protegido Morales. Com a sua estratégia de envolvimento, Chávez empurrou o inexperiente presidente-índio para uma confrontação inútil com os ‘porcos-ianques’, como lhes chamou na quinta-feira.” O articulista alemão, que considerou uma provocação a Venezuela ter autorizado o estacionamento de vasos de guerra russos nos portos do país, apontou “o único líder” regional que “pode fazer frente” a Chávez: Luís Inácio Lula da Silva – e tomou como seus os prognósticos dos think tanks americanos AEI e CFR: “Caso Lula não consiga neutralizar o barril de pólvora na Bolívia, terá de enfrentar outros conflitos. Então, morrerá definitivamente o seu sonho de uma América do Sul unida.”

O embaixador Goldberg, antes de ocupar o cargo em La Paz, foi o representante diplomático dos Estados Unidos no Kosovo, província que se separou da Sérvia com o apoio de Washington, da NATO e de boa parte dos 27 estados membros da UE. Em Outubro de 2006, quando apresentou credenciais ao “presidente-índio”, alguns observadores prognosticaram que iria aplicar a experiência separatista nos Balcãs e preparar o terreno para uma situação idêntica na Bolívia. Estes factos não merecem destaque nas análises dos comentadores alinhados com a lógica geopolítica do eixo Washington-Bruxelas. Este mês reforçaram os alertas sobre os perigos das estratégias da Rússia, da China e do Irão, no continente americano: “Enquanto a Rússia recupera a esfera de influência no seu quintal [Ásia Central], via rearmamento nuclear, o Irão islâmico está a intervir amplamente no quintal da América. Cumprindo a promessa de reforçar o protagonismo na América Latina, o Irão estende a mão aos governos esquerdistas na Bolívia, Venezuela e Nicarágua. Analistas receiam que o Irão possa usar aqueles laços para a introdução clandestina nos Estados Unidos de terroristas e armas de destruição maciça. O presidente venezuelano Hugo Chávez, um inimigo fanático dos EUA, é apontado como o promotor da aliança latino-iraniana. O presidente boliviano Evo Morales está a reforçá-la. Ele aterrou em Teerão na segunda-feira [01-09-2008] para uma visita de dois dias no seguimento da visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad à Bolívia, em 2007, durante a qual prometeu a ajuda de USD 1 000 milhões/1 bilhão à nação andina.”

Está recriado o “Eixo do Mal”. A demonização dos regimes contrários aos interesses estratégicos do Ocidente em geral, e dos EUA em particular, faz parte dos cenários que antecipam o ciclo pós Bush/Cheney nas Américas. Não importa quem será o próximo presidente estadunidense. O democrata Barack Obama ou o republicano John McCain cumprirão a agenda estabelecida pelos financiadores das suas campanhas eleitorais. O CIM/Complexo Industrial-Militar forneceu antecipadamente os cenários dos próximos capítulos através de um obscuro general da secreta militar dos EUA. Uma intervenção militar na Amazónia, nos próximos 4 ou 8 anos, não está excluída dos programas do Pentágono. As mudanças de poder na América Latina puseram em risco o domínio continental do Tio Sam e tornaram menos fácil o livre acesso às matérias-primas que abundam em diversos países – da Nicarágua ao Chile, da Venezuela à Argentina, passando pelo Equador, Bolívia, Peru, Paraguai e, incontornavelmente, pelo Brasil – putativo membro da OPEP na região. Os movimentos sindicais e organizações de camponeses – Cocaleros (Bolívia) e CONAIE (Equador) – são colocados no mesmo plano das guerrilhas paramilitares anti-americanas – Zapatistas (México), FARC (Colômbia).

A história recente das ligações da CIA aos cartéis da droga latino-americanos faz temer o pior. O caldo político-ideológico esbate as questões sociais e releva os fenómenos do terrorismo e do narcotráfico, ambos apresentados como causas de possíveis intervenções militares. Rotulados de “ameaça à segurança nacional” dos EUA, Zapatistas e FARC, tal como os Talibã e a Al Qaeda, ajudam a neutralizar politicamente a revolta das populações indígenas. Ambos são úteis cortinas de fumo para iludir as manobras secretas de Washington e Bruxelas. Desde 2001, o governo Bush/Cheney canalizou USD 20 milhões para apoio aos movimentos anti-Chávez através do National Endowment for Democracy e da USAID/United States Agency for International Development. Durante o consulado Bush/Cheney o apoio financeiro à oposição venezuelana aumentou 400%. Duddy ocupou vários postos diplomáticos na região antes de assumir o cargo em Caracas – Chile, República Dominicana, Costa Rica, Panama e Paraguai. Em 2002, como Cônsul Geral em La Paz, foi decisivo no incremento da presença militar americana na Bolívia, ao abrigo do acordo para a erradicação de plantações de coca. Como subsecretário para o Brasil, Cone Sul e Caraíbas desempenhou um papel importante nas eleições de 2005, no Haiti, após o derrube do presidente Jean-Bertrand Aristide, através de um golpe de estado patrocinado pelos EUA. Na Bolívia, cabe ao embaixador americano, e ao chefe local das operações da CIA, a coordenação dos fundos do Pentágono, das fundações e dos think tanks para apoio aos aliados da “Nação Camba”, no leste do país. Nas suas províncias estão localizadas as maiores reservas de gás natural. As operações clandestinas são executadas pelos “camba” na metade ocidental da BolíviaLa Paz, Chuquisaca, Potosí, Oruro e Cochabamba – contra os “colla”, aliados de Morales, que recusam a autonomia e a divisão político-administrativa do país. Os governadores e as populações rebeldes estão dispostos a paralisar a acção do governo até às eleições presidenciais de 2010. As lições da Bolívia deverão servir de exemplo aos países vizinhos. Mesmo aos politicamente mais moderados. Como o Brasil. Quando chegar a altura de avaliar o acesso a recursos energéticos e alimentares – bem como às ricas reservas de água potável da região – não faltarão bodes expiatórios para justificar o congelamento de processos democráticos. As areias movediças da Guerra-Fria XXI irão tragar novas vítimas.

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor

P.S.: Neste contexto será útil revisitar o histórico dos serviços secretos americanos na região através de vídeos disponibilizados no YouTube.

CIA I (ex-agentes revelam segredos; 6 videoclips)

CIA II (Bolivia/Che Guevara)

CIA III (Nicarágua)

CIA I (Venezuela/Chávez; 6 videoclips)

Putin e Bush acordaram deixar aos seus sucessores a resolução das questões geoestratégicas

segunda-feira, abril 7th, 2008

Vladimir Putin e George W. Bush fizeram tímidos progressos em relação ao delicado tema do escudo antimíssil na Europa. Todavia, mesmo sem um acordo formal, ambos defenderam a criação de um sistema comum de defesa antimísseis com os países da Europa. Os dois presidentes, que participaram no seu último encontro como chefes de Estado, ontem, em Sotchi, nas margens do Mar Negro, adoptaram uma “declaração de cunho estratégico” clarificando a oposição do Kremlin ao projecto norte-americano. As medidas propostas por Washington para dar garantias a Moscovo são “importantes e úteis” limitou-se a admitir o cessante Chefe de Estado russo. Mais…

(MRA/Agências)

Comandos talibã cooperam com EUA e Inglaterra para eliminação de radicais islâmicos

segunda-feira, fevereiro 18th, 2008

Mansoor DadullahMansoor Dadullah, comandante veterano dos talibãs foi ferido e capturado na semana passada, após três horas de tiroteio com comandos paquistaneses. Segundo o jornal escocês Scotsman, o mujahedin foi traído pelos seus superiores alegadamente por ter mantido contactos com os serviços secretos britânicos MI6. O ataque teve lugar no seu esconderijo, uma casa situada numa área tribal na fronteira afegano-paquistanesa.

Mansoor fora responsável por dezenas de ataques contra as tropas ocupantes britânicas, na província de Helmand, uma zona controlada por tribos afegãs hostis aos invasores da NATO. A operação foi desencadeada 24 horas depois de o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, ter avisado que os santuários dos guerrilheiros islâmicos nas zonas tribais constituem um sério perigo para o Paquistão.

Radicais islâmicos, fiéis ao líder espiritual talibã Mullah Omar, sentenciaram a sorte de Mansoor, após ter perdido o controlo militar de Musa Qala, em 2007. As tropas regulares afegãs e britânicas passaram a controlar militarmente o refúgio secreto talibã.

Oficiais paquistaneses, citados pelo diário escocês, admitiram “ter informações acerca do esconderijo, fornecidas por agentes secretos.” Segundo o jornal
“Mansoor deverá ter sido traído como parte de um acordo entre os novos talibã da linha dura, no Paquistão, e as forças de segurança locais.”

Na semana passada, foi a vez do comandante da al-Qaeda, Abu Laith al-Libi, ter sido mortalmente atingido por um míssil norte-americano, na província pauistanesa do Waziristão Norte. Especialistas em terrorismo, segundo o Scotsman, acreditam que os serviços secretos do Paquistão (ISI) forneceram ao exército americano as informações sobre o paradeiro de Libi, com o objectivo de aliviarem a pressão dos EUA sobre o governo de Islamabade descontentes com as actividades dos radicais islâmicos no Paquistão. (pvc)