Archive for the ‘Nacionalizações’ Category

Fraudes terão delapidado BPN em 750 milhões de euros

sábado, fevereiro 5th, 2011

O governador do Banco de Portugal revelou ontem, durante a audição parlamentar sobre o BPN, que actividades fraudulentas são responsáveis pela fatia de leão do ‘buraco’ financeiro de cerca de 2 mil milhões de euros que afecta o banco nacionalizado. Segundo Carlos Costa, as imparidades do Banco Português de Negócios (BPN) ascendem actualmente a 2.078 milhões de euros, das quais “grande parte, 750 milhões de euros, terão sido resultantes de presumíveis fraudes”.

Segundo o governador do Banco de Portugal, prejuízos de 330 milhões de euros foram provocados pelas difíceis condições em que se encontram as empresas do grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), antiga dona do BPN, que se financiavam junto do banco.

O restante montante terá sido provocado pela deterioração do ambiente económico nos dois anos que se seguiram à nacionalização, marcados pela mais grave crise desde a Grande Depressão de 1929.

Em conformidade com as informações prestadas nas audições do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, do presidente da CGD, Faria de Oliveira, e do presidente do BPN, Francisco Bandeira, actualmente, o ‘buraco’ financeiro do BPN ultrapassa os dois mil milhões de euros.

Refira-se que o regulador recusou o plano apresentado pela administração do BPN, onde são definidos os termos em que se processará a reestruturação do banco. Por isso, a autoridade monetária ainda não deu aval ao aumento de capital para a recapitalização do banco, pedido pela administração, no valor de 500 milhões.

“O que estamos a pedir à administração é que aperfeiçoe o ‘business plan’ [plano de negócios] para que estejamos seguros de que a capitalização é a adequada”. A explicação, disse Carlos Costa, é simples: “O mercado português está saturado, a conjuntura não é a mais favorável, e é preciso ter segurança em relação aos números de crescimento do crédito e dos depósitos.”

MRA Alliance/DN

“Falta o Estado na lista dos arguidos do BPN”, acusa Cadilhe

terça-feira, novembro 2nd, 2010

Miguel CadilheO ex-ministro das Finanças, o social-democrata Miguel Cadilhe, em entrevista ao Diário Económico, acusou hoje o Estado português de ter feito da nacionalização do banco BPN um “embuste” com “efeitos perversos” que “serviu primariamente outros desígnios”, motivo pelo qual deveria constar na lista dos arquidos.

“Os autores da nacionalização declararam ao país que o custo seria zero para o contribuinte, um embuste, como agora se está a ver. Ignoraram os efeitos perversos do acto. E desprezaram o capital privado que o nosso plano prometia trazer ao banco. E julgo que o Ministro e o Governador não quiseram conceder ao BPN privado, aliás misto, os apoios de liquidez que pronta e avultadamente vieram depois a conceder ao BPN nacionalizado”, precisou.

“De fora, se pudesse admiti-lo, diria que ficou pelo menos um grande nome, o Estado, nas suas funções de regulador e supervisor”, disse Cadilhe sobre a lista dos arguidos apresentada pelo juíz de instrução.

MRA Alliance/DE

Governo deve nacionalizar tudo e começar tudo de novo, diz Berardo

domingo, julho 11th, 2010

Joe BerardoO empresário Joe Berardo defendeu que uma das soluções para Portugal sair da actual crise financeira passa pelo Governo «nacionalizar tudo e começar tudo de novo». Em entrevista à agência Lusa citada pela TVI 24, o comendador considerou que se perspectiva «um problema dramático nos próximos cinco anos» para a economia nacional.

«Estamos a brincar com o lume. Portugal está completamente endividado, ao nível do Governo, das empresas e privados», opinou, acrescentando que o país «não se pode dar ao luxo» de fazer exigências.

Sublinha que «as pessoas ainda não compreenderam que não há alternativa e não podemos justificar este endividamento».

O empresário madeirense defende ser necessário «negociar uma globalidade e andar com o problema para a frente porque o dinheiro virtual que não está a ser contabilisticamente apreciado vai ser uma dor de cabeça». «Empurramos este problema com a barriga, mas vai chegar o dia em que acho que vai ser tudo nacionalizado», diz.

Para Joe Berardo, a situação de Portugal neste contexto de crise «não é tão drástica como na restante economia mundial», porque pela sua dimensão «não arrisca muito, sendo arrastado para o que é bom e para o que é mau».

Refere que «as pessoas não querem fazer os sacrifícios necessários» e realça que todo o processo «foi mal conduzido nos últimos tempos», classificando de «o maior roubo à humanidade o que estão a fazer nos offshores, que são casinos sem regulamentos».

MRA Alliance

SLN: Governo não vai pagar indemnização de 400 milhões aos accionistas

quarta-feira, maio 27th, 2009

O Ministério das Finanças anunciou hoje que os accionistas da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) não vão receber a indemnização que exigiram no âmbito da  nacionalização do Banco Português de Negócios, em Novembro de 2008. A SLN, antiga propietária e accionista única do BPN, exigia o pagamento de 403,8 milhões de euros. 

A decisão do Governo baseia-se no valor negativo das avaliações, segundo um comunicado do Ministério das Finanças. “Considerando o valor negativo da situação patrimonial e financeira do BPN, apurado na sequência das avaliações realizadas por duas entidades independentes, nos termos legais – artigo 5, n.º 1 do regime jurídico da apropriação pública –  o ministro de Estado e das Finanças propõe-se determinar que não seja devida qualquer indemnização aos anteriores accionistas do BPN”, refere a nota.

Conhecida a posição do Estado, o ministério indica que a SLN “dispõe agora de um prazo de 15 dias para se pronunciar, caso o queira fazer, sobre o teor do projecto de despacho, findo o qual será proferida a respectiva decisão”.

MRA Alliance/Agências 

Capitalismo de Estado reina na Venezuela de Chávez

sexta-feira, maio 22nd, 2009

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou ontem, a nacionalização de mais cinco metalúrgicas e uma cerâmica, de capitais japoneses, mexicanos, europeus e australianos, para criar um complexo industrial estatal idêntico aos modelos económicos chinês e russo.

A ordem foi dada durante uma reunião na cidade de Guayana (500 quilómetros a sul de Caracas) com transmissão directa e obrigatória pelas rádios e televisões do país. «Este sector está nacionalizado. Não há discussão», disse Chávez.

«Que comece de uma vez o processo de nacionalização para se poder criar este complexo industrial», sublinhou o presidente venezuelano defendendo que as «empresas têm de estar sob controlo operário».

O anúncio da nacionalização das cinco empresas acontece três semanas depois da nacionalização de 73 empresas do sector de serviços petrolíferos. De acordo com representantes dos sindicatos daquelas empresas, os salários estão atrasados e a produção praticamente paralisada, há pelo menos seis meses. Por esse motivo, pediram a intervenção do Estado.

Com a onda de nacionalizações o Estado venezuelano passou a controlar quase todos os sectores estratégicos da economia. Desde 2007, foram estatizadas as companhias de telecomunicações e de electricidade, a faixa petrolífera do rio Orinoco e três empresas de cimento.

Chávez pretende que os «trabalhadores venezuelanos ensinem ao mundo que a classe operária ressuscitou para fazer uma revolução».

MRA Alliance/Agências

Governo nacionaliza COSEC e promete milhões para apoiar PME’s e exportações

quarta-feira, maio 13th, 2009

O governo anunciou hoje a compra da maioria do capital da companhia de seguros COSEC, com o objectivo de assegurar que as empresas nacionais terão o apoio indispensável à exportação.

«Temos já a garantia que os privados estão disponíveis para vender, O Estado quer ter uma intervenção directa nos mercados de seguro de crédito à exportação, assegurando que as empresas têm da parte do Estado o apoio suficiente que lhes permite exportar», afirmou o primeiro-ministro José Sócrates, durante o debate quinzenal no Parlamento.

A empresa, que pertencia ao Banco de Fomento Exterior, adquirido pelo BPI em 1996, é detida em partes iguais pelo banco liderado por Fernando Ulrich e por uma empresa do Grupo Allianz, a Euler- Hermes. A Allianz possui cerca de oito por cento do BPI.  

O chefe do Governo anunciou ainda a criação da linha de crédito PME Invest IV, num valor global de mais de 400 milhões de euros, com 200 milhões para apoiar exportações e outros 200 milhões para pequenas e médias empresas.

MRA Alliance/Agências

Basílio Horta defende renacionalização de seguros de crédito

quinta-feira, maio 7th, 2009

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) defendeu hoje a renacionalização de um operador de seguro de crédito, considerando que se trata de “matéria de Estado”.”Nunca o seguro de crédito à exportação devia ter sido privatizado, nunca”, afirmou Basílio Horta, sustentando que “essa é matéria essencial para as exportações portuguesas” e, logo, “matéria de Estado”.

Falando no Porto à margem do “Dia da Internacionalização”, inserido na “1ª Semana Europeia das PME’2009”, o presidente da AICEP concordou assim com a proposta apresentada quarta-feira pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), que defendeu a renacionalização de um operador nacional de seguros de crédito como a única solução para ultrapassar os persistentes problemas sentidos nesta área pelas empresas.

MRA Alliance/Lusa

Estado alemão vai nacionalizar gigante imobiliário para evitar “catástrofe financeira”

quinta-feira, abril 9th, 2009

O Estado alemão anunciou hoje o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco Hypo Real Estate a 1,39 euros por acção. Este é o primeiro passo para a nacionalização total da instituição, em situação de pré-falência. O preço é 10 % superior ao valor médio do título no período de 01 a 15 de Fevereiro. A duração da oferta será revelada “nos próximos dias”. 

O Governo afirmou várias vezes não ter alternativa para salvar o HRE, cuja falência poderia provocar uma catástrofe financeira internacional.

 

MRA Alliance/Agências

Grã-Bretanha: Estado nacionaliza parcialmente banco Lloyds

sábado, março 7th, 2009

O Estado britânico vai assumir uma participação de até 75% no Lloyds Banking Group, revelou hoje a agência Reuters. O Tesouro da Grã-Bretanha estabeleceu um acordo para cobrir as perdas do banco com “activos tóxicos” – cerca de 250 mil milhões/bilhões de libras – segundo informou uma fonte próxima da negociação.

Após uma semana de intensas negociações, o Lloyds e o governo chefiado por Gordon Brown chegaram a um “amplo acordo” na sexta-feira, afirmou a fonte.

A transacção deverá aumentar de 43% para 60% o poder de voto do governo sobre a gestão do grupo financeiro, mas o contrato inclui uma cláusula através da qual a participação do Estado poderá chegar aos 75%, referiu a fonte.

Instadas pela Reuters, as partes recusaram-se a comentar  o assunto.

MRA Alliance/Reuters

EUA: Greenspan sugeriu a “nacionalização temporária” dos bancos

quarta-feira, fevereiro 18th, 2009

O antigo presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos (EUA), Alan Greenspan, defendeu a nacionalização temporária de alguns bancos norte-americanos para reanimar o sistema financeiro e os mercados de crédito, numa entrevista que concedeu ao diário económico britânico Financial Times.

“Pode ser necessário nacionalizar temporariamente certos bancos para facilitar uma reestruturação rápida e ordenada”, afirmou Greenspan, que presidiu aos destinos do Fed entre 1987 e 2006.

“Em certos casos – prosseguiu – a solução menos má é que o governo assuma o controlo temporário” dos bancos em dificuldades.

MRA Alliance/Financial Times  

Alemanha: Banco Hypo Real Estate à beira da nacionalização

domingo, fevereiro 15th, 2009

A nacionalização do banco Hypo Real Estate (HRE) está a ser considerada pelas autoridades alemãs, anunciou hoje a chanceler Angela Merkel, em declarações à ZDF, o segundo canal da televisão alemã. “Nós pretendemos alcançar uma maioria de controlo” do banco, mas “em último recurso, devemos considerar uma expropriação” dos accionistas privados, o que conduziria à nacionalização, precisou a chefe do governo alemão. 

Há várias semanas que as especulações têm aumentado quanto a uma nacionalização total do HRE, o caso mais paradigmático da profunda crise de solvabilidade que afecta a banca alemã.

Desde 2008, o banco já recebeu  50 mil milhões de euros em fundos estatais para se refinanciar mas, mesmo assim, não afastou a inevitabilidade de uma falência.

Os críticos da nacionalização consideram que a salvação do banco bávaro é demasiado cara defendendo o seu desaparecimento do mercado como primeiro passo para limpar o sistema financeiro germânico das metástases financeiras que arruínam a sua saúde.

MRA Alliance/Agências

Reino Unido: Salvamento do Lloyds Banking Group sinónimo de fiasco

sábado, fevereiro 14th, 2009

O Governo britânico admitiu hoje quer poderá ser obrigado a assumir uma participação maior no capital do Lloyds Banking Group, onde o Estado já detém 43% do controlo accionista, ou a optar pela sua nacionalização integral devido ao falhanço das operações de recapitalização que não lograram melhorar a desastrosa situação financeira  do banco. O Lloyds Banking Group anunciou  ontem que o banco HBOS, que adquiriu no ano passado, registou prejuízos de USD 14.394 milhões no exercício de 2008. O anúncio provocou a abrupta queda das acções do banco na Bolsa de Londres, registando uma perda de quase 33%, numa única sessão. 

Após a notícia, o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, defendeu a política do governo para o sector aregumentado que o Estado não tinha outra alternativa senão tentar salvar a instituição para evitar o colapso do mercado bancário britânico. Darling pretende agora que sejam rapidamente identificados os “activos tóxicos” que afectam os balanços dos bancos, “retirá-los do sistema” e recuperar a normalidade nas operações de concessão de crédito. 

Os partidos da oposição – Conservador e Liberal – acusam o governo de estar a malbaratar dinheiros públicos para salvar instituições que, em circuntâncias normais de mercado, estariam condenadas à falência.

Darling afirmou à BBC que após o Governo ter estimulado a fusão Lloyds TSB-HBOS e injectado 17 mil milhões de libras para viabilizar a operação, existirem “um leque de opções (…) para ajudar os bancos” frisando “que a integridade dos bancos é muito importante.” Os analistas interpretam estas declarações como um sinal de que, se fôr necessário, o governo trabalhista procederá à nacionalização do grupo financeiro.

MRA Alliance/Agências 

Venezuela: Chávez quer nacionalizar “amigavelmente” banco espanhol

sexta-feira, agosto 1st, 2008

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou que vai nacionalizar o Banco da Venezuela, do Grupo Santander, um dos maiores bancos privados do país, para o colocar “ao serviço dos venezuelanos”, antecipando uma “guerra mediática” contra o Governo. “Os donos dizem que não querem vender, agora eu digo-lhes que compro”, afirmou o presidente venezuelano durante uma cerimónia, no Teatro Municipal de Caracas. “Há uns meses atrás chegou-me a informação de que o Banco da Venezuela, que foi privatizado há vários anos, estava a ser vendido pelos donos espanhóis. O que é certo porque tenho uma cópia do pré-acordo entre o Grupo Santander de Espanha e um banqueiro venezuelano”, sublinhou. Chávez disse ter enviado “uma mensagem aos espanhóis e ao banqueiro venezuelano.” “Agora o Governo quer comprá-lo, quer recuperá-lo porque é o Banco da Venezuela. Assim se chama, o Banco da Venezuela, e vamos pô-lo ao serviço da Venezuela, porque esse banco dá muito lucro”, garantiu. “Faço um apelo aos donos para que venham aqui. Comecemos a negociar porque não entendo, há algo escuro aí. Estavam desesperados para vender o banco, inclusive a tentar pressionar-me. Eu não aceito pressões”, prosseguiu Chávez. O presidente venezuelano disse que o banco é um “estandarte” comparando-o à transportadora venezuelana VIASA, vendida nos anos 90 à espanhola IBERIA. A companhia foi fechada em 1997 e a marca VIASA deixou de ser usada. O Banco da Venezuela foi nacionalizado, em 1994, na sequência da crise financeira que abalou a América do Sul. Em 1996, o Grupo Santander comprou a instituição por 351,5 milhões de dólares. MRA/Agências

Onda de nacionalizações, continua na Venezuela “bolivariana”

sexta-feira, abril 11th, 2008

Ternium Sidor - Venezuela - GreveO presidente venezuelano Hugo Chávez está prestes a concretizar a nacionalização da Ternium Sidor, uma das grandes siderúrgicas privadas da América do Sul e a maior que opera no país, controlada em 60% por investidores argentinos da holding Techint. Chávez tornou públicas as suas intenções após o insucesso das negociações salariais entre a administração argentina e os trabalhadores venezuelanos. O presidente populista afirmou que os operários siderúrgicos terão mais vantagens se trabalharem para o Estado. A informação surgiu após a nacionalização no início da semana de companhias estrangeiras de cimento. O Estado venezuelano domina completamente os sectores do petróleo, energia eléctrica, e telecomunicações.

A poderosa União Industrial Argentina (UIA) advertiu para as consequências negativas da decisão em termos da integração bilateral e regional do fluxo de investimento directo estrangeiro (IDE). “A integração da Venezuela como membro do Mercosul requer, sem dúvida, relações comerciais amigáveis e de confiança mútua, a respeito dos investimentos”, disse a organização patronal argentina em comunicado emitido em Buenos Aires. “Está em jogo o ideal da integração do Mercosul”, o bloco fundado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, disse um representante da siderúrgica argentina em declarações a rádio América, de Buenos Aires. A empresa deseja que Chávez reconsidere a nacionalização da empresa e afirmou-se disposta a concluir a negociação do contrato colectivo de trabalho com os sindicatos.

A integração da Venezuela no Mercosul foi aprovada pelos parlamentos de Buenos Aires e Montevidéu, mas ainda está pendente em Brasília e Assunção(Paraguai). Cerca de um 1/3 da dívida externa argentina foi comprada em 2007 pela Fazenda venezuelana, facto que compromete a capacidade de pressão do governo Kirchner. MRA Dep. Data Mining