A mega seguradora londrina Lloyd’s e três empresas suas agentes – Kiln, Atrium e Catlin – vão ser acusadas de cooperarem com a ditadura militar da Birmânia (Burma/Myanmar) através de contratos celebrados com a transportadora aérea Myanma Airways no início de 2008, revelou hoje o diário britânico Observer. As empresas denunciadas recusaram-se a comentar o envolvimento. Outros sindicatos seguradores liderados pela Lloyd’s também cobriram os riscos relacionados com as companhias de transportes marítimos geridos pela junta militar de Rangun. Os seguros garantem a manutenção das operações de transporte marítimo e aéreo sem as quais o governo birmanês não poderia exportar petróleo, gás, madeira, pedras preciosas e madeiras, cujos lucros ajudam os militares a perpetuar o regime totalitário e a manter na miséria milhões de birmaneses. Um relatório da ONG britânica de defesa dos direitos humanos Burma Campaign UK, que será divulgado na próxima semana, “vai afectar severamente a reputação da City [centro financeiro de Londres]“, diz o jornal. “É provável que [o relatório] desencadeie uma onda de campanhas para forçar a Lloyd’s a aconselhar os seus parceiros a cancelarem os negócios com a Birmânia”, acrescenta o Observer. Citado pelo jornal, Johnny Chatterton, director de campanha da ONG acusou “a indústria seguradora de ajudar a financiar a ditadura birmanesa. As companhias de seguros, incluindo membros da Lloyd’s, estão a pôr os lucros à frente da ética. Não lhes importa que estejam a ajudar o brutal regime birmanês a comprar armas, tanques e munições para campanhas repressivas e de limpeza étnica. Numa altura em que as empresas gostam de apregoar que agem eticamente, a verdade é que estão a ajudar um regime que viola, tortura e mata civis.” A Lloyd´s refutou as acusações argumentando que os seus parceiros não estão a violar a lei. Contrariamente aos Estados Unidos, a União Europeia excluiu os serviços financeiros do pacote de sanções contra o governo da Birmânia, contra as recomendações do Parlamento Europeu. Aguarda-se com expectativa se o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, que se tem destacado pela intransigência em relação ao regime totalitário do Zimbabué e ao presidente Robert Mugabe, cumprirá as promessas feitas em Outubro passado quando recebeu, em Downing Street, uma petição sobre a Birmânia, das mãos de monges budistas birmaneses. MRA Dep. Data Mining
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Seguradora Lloyd’s acusada de colaborar com ditadura birmanesa
domingo, julho 27th, 2008Os mistérios de Myanmar
segunda-feira, outubro 1st, 2007A situação dos direitos humanos em Myanmar tem ocupado os canais das televisões nos últimos dias, o que não pode deixar de merecer o aplauso de todos os que se preocupam com a dignidade humana.
Verdade é que a comunicação social tem encoberto, de forma vergonhosa, a realidade daquele longínquo país e branqueado as responsabilidades de todos os políticos ocidentais que têm responsabilidades na manutenção do governo ditatorial de Rangun.
Pedro Varanda de Castro preparou um dossier informativo para que se possa compreender, com maior rigor o que se passa na antiga Birmânia. Ler Notas sobre Myanmar