Archive for the ‘juros’ Category

Juros das obrigações gregas ultrapassam 55%

quinta-feira, setembro 8th, 2011

Os juros das obrigações gregas e o preço de um seguro contra o eventual incumprimento de Atenas sobem hoje até novos máximos, depois de o gabinete de estatísticas grego ter revisto em alta a quebra da economia grega de 6,9 para 7,3% nos 12 meses terminados no segundo trimestre deste ano, depois da contracção de 8,1% registada no primeiro trimestre.

“É a combinação do facto de a Grécia continuar a desapontar e provavelmente uma consciência crescente entre os investidores de que estão a deitar fora dinheiro”, comentou Gary Jenkins, especialista do Evolution Securities, à Bloomberg. “Estão finalmente a ter noção de que não vão receber de volta este dinheiro”, acrescentou.

É neste cenário que os juros das obrigações gregas sobem em todos os prazos, com a ‘yield’ a 2 anos a subir mais de 10 pontos para cima dos 55%, enquanto o juro a 3 anos dispara 28 pontos até muito perto dos 41%.

No mesmo sentido seguia o juro das obrigações a 12 meses: agravava-se em 178 pontos para 95,17%. São novos máximos desde a criação do euro, pelo menos.

No universo dos ‘credit-default swaps’ (CDS) sobre obrigações do Tesouro, que são uma espécie de seguro contra o eventual incumprimento de um Estado ou empresa, os CDS gregos eram os que registavam a subida mais acentuada, com um avanço de 105 pontos para 2.721,36 pontos. Quer isto dizer que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida pública grega os investidores têm de pagar um seguro anual de mais de 2.700 mil euros.

Durante a sessão, os CDS gregos atingiram os 3.045 pontos, com uma subida de 240 pontos, o que corresponde a um novo máximo. De acordo com cálculos da CMA Datavision, este valor significa que existe 91% de hipóteses de a Grécia entrar em bancarrota, ou seja, não conseguir cumprir com as suas obrigações junto dos seus credores.

MRA Alliance/DE

Juros no financiamento às PME acima de 7%

terça-feira, setembro 6th, 2011

Os juros no financiamento às pequenas e médias empresas já ultrapassou o limiar que um dia Teixeira dos Santos disse ser incomportável para o País. As pequenas e médias empresas (PME) financiam-se hoje a uma taxa de juro média de 7,04%. Acima do limiar que ficou célebre nas palavras do então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que o dava como incomportável para o financiamento do Estado, em Outubro de 2010.

Trata-se do valor mais alto desde Janeiro de 2009, num período de máximos históricos das taxas Euribor. Nessa altura o ‘spread’ cobrado às PME rondava os 3,8%, hoje ultrapassa os 5,5%.

“O problema mais importante com o qual as nossas empresas se deparam actualmente é com a falta de financiamento à actividade. E o pouco crédito que os bancos disponibilizam é cada vez mais caro”, refere António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

Em termos mensais, o montante de crédito concedido às PME tem-se mantido mais ou menos constante desde Setembro de 2008 – mês da falência do gigante Lehman Brothers – entre os 1,6 e os dois mil milhões de euros. No entanto, comparando com o período pré-crise, os bancos emprestam hoje menos um terço do crédito então concedido.

MRA Alliance/DE

Stiglitz pede ao BCE para baixar taxas de juro

segunda-feira, agosto 29th, 2011

O Nobel da Economia em 2001 apela ao Banco Central Europeu (BCE) para baixar a taxa de juro directora. Em entrevista ao diário alemão Handelsblatt, Joseph Stiglitz defende que “o BCE deve recuar nos aumentos anteriores”.

A 7 de Julho, o BCE subiu a taxa de juro directora em 0,25 pontos para 1,5% depois de também em Abril ter aumentado a taxa de referência da zona euro para 1,25%, ao fim de 23 meses no mínimo histórico de um por cento.

O economista, conhecido pelas duras críticas liberais, considera que a instituição de Frankfurt deverá ter em conta a decisão da instituição homóloga norte-americana, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que decidiu manter as taxas de juro inalteradas, nos zero por cento, durante dois anos.

“A actual política monetária do BCE impulsiona o euro e prejudica os exportadores alemães”, argumenta o economista, citado pelo jornal.

Os economistas esperam que o banco central não volte a aumentar novamente este ano a taxa de juro na zona euro, devido à nova eclosão da crise da dívida soberana, numa altura em que a instituição parece determinada em tornar a sua política monetária mais rígida já no Outono.

MRA Alliance/DE

Preço das casas no valor mais baixo desde 2008

segunda-feira, agosto 29th, 2011

Segundo o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor médio de cada metro quadrado foi de 1.114 euros em Julho, o que representa uma variação em cadeia de menos 2,8% e a uma variação homóloga inferior em 4,1%.

A descida homóloga é a “mais intensa da actual série”, ou seja, desde pelo menos Setembro de 2008. E o valor de cada metro quadrado também está em mínimos dessa mesma data, o que quer dizer que a avaliação que os bancos atribuem às casas está no valor mais baixo dos últimos 3 anos, pelo menos.

Em todas as regiões do país, exceptuando os Açores, verificaram-se variações negativas. Lisboa e Alentejo foram as regiões mais penalizadas pelas instituições bancárias na hora de decidir qual o valor do empréstimo a conceder.

A capital destacou-se pela negativa com um corte de 18 euros no preço por m2 em relação ao valor registado em Junho. Aqui, o metro quadrado vale 1.351 euros. Um pouco mais abaixo, no Alentejo, os preços das casas também desceram 18 euros por metro quadrado, fixando-se nos 1.018 euros.

MRA Alliance/DE

Juros da dívida portuguesa aliviam em todas as maturidades ao contrário da Grécia

segunda-feira, agosto 29th, 2011

Segundo dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg,  pelas 10H00, os juros exigidos pelos investidores para transacionar dívida  portuguesa a dois anos negociavam hoje no mercado secundário nos 13,249  por cento, ligeiramente abaixo da média de 13,317 por cento da sessão anterior,  com o ‘spread’ face à dívida alemã (referencial para a Europa) nos 1.259  pontos base. 

Neste prazo, o máximo jamais registado desde a adesão de Portugal ao  euro foi atingido a 18 de julho nos 20,359 por cento. A 10 anos, os juros da dívida portuguesa também cedem, ainda que muito  ligeiramente, passando dos 11,180 por cento da sessão de sexta-feira para  os 11,149 por cento. O ‘spread’ nestes títulos face aos títulos alemães é o mais baixo das  três maturidades analisadas, situando-se nos 896,9 pontos base. Já no prazo a cinco anos, registava-se esta manhã uma ligeira descida  para os 12,393 por cento, face à média de 12,512 por cento da sessão anterior,  com o ‘spread’ nos 1.114 pontos base. 

Na Grécia, depois de na quinta-feira os juros associados aos títulos  soberanos a dois anos terem batido o máximo histórico de 45,884 por cento,  estes negoceiam esta manhã nos 45,827 por cento, acima dos 43,944 por cento  da média do dia anterior. 

Estes valores, que se aproximam do máximo de 25 de agosto,  indicam que os investidores continuam a pressionar a dívida helénica perante  o impasse no segundo plano de resgate à Grécia, que pode não avançar face  às resistências da Finlâdia, que exige garantias bilaterais por parte de  Atenas para aceitar participar no pacote de ajuda. No prazo a cinco anos, os juros da dívida helénica negoceiam hoje nos  22,095 por cento, aproximando-se dos máximos de quinta-feira, dia em que  se posicionaram nos 22,430 por cento. Também na Grécia, os juros dos títulos a 10 anos, que fecharam na quinta-feira  em máximos de 18,278 por cento, negoceiam hoje nos 18,064 por cento.

MRA Alliance/SIC Noticias

Finlândia põe em xeque resgate grego e faz disparar juros

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Helsínquia instou ontem os líderes europeus a definirem um “modelo aceitável” de garantias no segundo resgate a Atenas, depois de Berlim ter rejeitado o acordo bilateral entre os governos finlandês e helénico. A indefinição está a causar medo nos investidores, que acreditam cada vez menos no sucesso do segundo pacote de ajuda. Em resultado, os juros gregos a dois anos chegaram a ultrapassar os 46%.

“Se o acordo finlandês e grego não é aceitável para os outros, é tempo de todos os Estados do euro construírem um modelo que toda a gente considere aceitável”. As palavras são da ministra das Finanças finlandesa, Jutta Urpilainen, através de um comunicado citado pela Bloomberg.

Recorde-se que a ministra finlandesa anunciou na terça-feira ter chegado a um acordo bilateral com o seu homólogo grego, Evangelos Venizelos, para um modelo de garantias. Atenas depositaria dinheiro numa conta do país nórdico para este investir nos títulos soberanos com pouco risco. A partir daí, os juros gerados serviriam para aumentar o montante destinado a cobrir a contribuição da Finlândia para o resgate da Grécia.

O montante a depositar não chegou a ser revelado, mas a imprensa internacional avançou que seria entre 20% a 40% dos 1.400 milhões de euros correspondentes à parcela finlandesa do resgate. Mas o acordo motivou críticas dos outros Estados-membro e Áustria e Holanda, por exemplo, fizeram saber que, nesse caso, também queriam garantias para ajudar Atenas.

MRA Alliance/DE

Juros da dívida grega a dois anos superam os 44%

quinta-feira, agosto 25th, 2011
A taxa de juro da dívida portuguesa subiu ontem mais de 40 pontos base nas maturidades mais curtas, num dia em que a Grécia viu os juros a dois anos ultrapassarem os 44%. Em Portugal a “yield” das obrigações a dois anos subiram 26,1 pontos base para 13,276% e na dívida a cinco anos a subida foi de 41,4 pontos para 12,484%.

A subida mais acentuada registou-se na linha de financiamento a seis anos, que saltou 49,3 pontos base para 12,864%, enquanto os juros da dívida a 10 anos apreciaram 19,2 pontos base para 11,175%.

Depois de a Finlândia ter chegado a acordo para receber garantias em troco dos empréstimos concedidos a Atenas, são já mais quatro os países que pedem o mesmo tratamento.

A taxa de juro da dívida grega subiu 414,8 pontos base (4,148 pontos percentuais) para 44,025% na maturidade de dois anos e a taxa de retorno da dívida a cinco anos avançou 204,4 pontos base para 21,865

A mesma tendência de subida dos juros verificou-se em Espanha e Itália, apesar de o Banco Central Europeu ter estado a comprar dívida dos dois países.

A “yield” da dívida espanhola a dois anos apreciou 1,4 pontos base para 3,321% e na emissão a 10 anos os juros aumentaram 1,9 pontos base ara 5,010%. Também Itália viu os juros da dívida a 10 anos subir 4,1 pontos base para 4,047%.

“Existem receios de que o segundo pacote [de ajuda à Grécia] não se materialize”, disse o estratega do Commerzbank, Christoph Rieger, à Bloomberg. “Se a Finlândia cumprir a sua palavra e exigir garantias, poderemos chegar a um impasse”, acrescentou.

Também a Alemanha viu os seus juros subirem num dia em que em emitiu dívida pública e em que os investidores reduziram a sua exposição à segurança relativa das obrigações norte-americanas. A Alemanha “em geral” não concorda com acordos de entrega de garantias feitos em separado entre dois Estados-membros que ponham alguns governos em vantagem face a outros, disse o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, à imprensa. Os detalhes do acordo requerem aprovação pelos parceiros europeus, referiu o responsável em Berlim.

“Vamos acabar por ter alguma forma de reestruturação na Grécia”, disse o analista do mercado cambial do Société Général, Kit Juckes, à Bloomberg. “Se não conseguimos sequer ter o acordo quanto aos termos do resgate entre os finlandeses e os alemães, então teremos simplesmente reestruturação da dívida”, acrescentou.

MRA Alliance/JdN

Juros a pagar pela Grécia voltam a bater nos 40%

terça-feira, agosto 23rd, 2011

Os juros das obrigações gregas a 2 anos estão muito perto dos 40%, sinal do aumento do nervosismo dos mercados em relação ao país. De acordo com dados da Bloomberg, o juro das obrigações do Tesouro grego a 2 anos subiam 120 pontos base até aos 39,6%, muito perto do máximo histórico de 40,46% atingido a 20 de Julho.

Esta subida empurrou o ‘spread’ dos títulos com esta maturidade – prémio que os investidores pagam para comprar dívida grega em vez da alemã, que é a referência para o mercado – até aos 3.894 pontos, um máximo da era do euro. No mesmo sentido, o juro a 3 anos subia até aos 32,53%, enquanto a taxa a 10 anos avançava 61 pontos base para se fixar nos 17,425%.

Na base desta pressão vendedora está a incerteza em relação ao segundo pacote de ajuda à Grécia. Em cima da mesa estão 159 mil milhões de euros para Atenas mas alguns países, incluindo a Finlândia, pediram garantias em troca dos empréstimos, o que está a deixar os mercados nervosos.

“O pacote de ajuda ainda não está fora de questão, mas o mercado pensa que as coisas podem não ser tão estáveis como pareciam antes, o que está a pesar nas obrigações gregas”, explicou David Scnautz, especialista do Commerzbank, à Bloomberg.

O primeiro-ministro finlandês, Jyrku Katainen ameaçou hoje que o país pode desistir de participar no segundo resgate à Grécia se não tiver garantias sobre a sua contribuição nos empréstimos.

Questionado pela Reuters sobre se a Finlândia poderia não entrar no segundo resgate a Atenas caso uma garantia dessas fosse negada, Katainen respondeu que “sim”. “É uma decisão do nosso Parlamento que apresentamos como condição para participar no resgate”, afirmou.

Numa primeira reacção, a Chanceler alemã Angela Merkel rejeitou a possibilidade de a União Europeia tolerar a posição radical de Helsínquia.

MRA Alliance/DE

Dívida: Juros de Espanha e Itália voltam a subir apesar da intervenção do BCE

quinta-feira, agosto 4th, 2011

As taxas dos títulos de dívida espanhóis e italianos estão novamente a disparar, mesmo depois de o BCE ter entrado no mercado. O juro das obrigações italianas subiram em todos os prazos, com a ‘yield’ a 10 anos a subir até aos 6,19%, de acordo com dados da Bloomberg, depois de algum alívio registado durante a manhã.

No mesmo sentido, as taxas dos títulos de dívida espanhóis subiam na maioria dos prazos, apesar de a Reuters ter avançado que o Banco Central Europeu (BCE) comprou dívida de dois dos países do euro que têm estado na mira dos mercados, Portugal e Irlanda, numa tentativa de retirar alguma pressão.

A reacção o mercado aconteceu depois de o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, ter afirmado que o programa de compra de dívida soberana no mercado secundário continua em curso pela autoridade monetária europeia.

É neste cenário que os juros dos títulos de dívida de Portugal aliviam em todos os prazos, com a taxa a cinco anos a ceder mais de 100 pontos base para 14,52%.

MRA Alliance/DE

Juros da dívida italiana voltam a disparar para níveis históricos

quinta-feira, julho 28th, 2011

Os mercados continuam a especular com o default da economia italiana, a terceira maior da zona euro. Itália emitiu hoje no mercado primário 2,7 mil milhões de euros em títulos de dívida pública a 10 anos a uma taxa média ponderada de 5,77%.

Esta é a taxa de juro mais elevada desde Fevereiro de 2000 com uma subida significativa face à ‘yield’ de 4,94% paga numa emissão com as mesmas características colocada no final de Junho. No total foram colocados 7,97 mil milhões de euros, abaixo do limite máximo do montante indicativo da operação, que oscilava entre 5,5 e 8,5 mil milhões de euros.

Foi também realizada uma emissão de dívida a três meses com uma taxa média ponderada de 4,80%, um máximo desde Julho de 2008. No mercado secundário, as taxas de juro implícitas da dívida pública italiana agravam-se em todas as maturidades. A taxa a 10 anos está muito perto de rasgar a barreira dos 6%. Está a cotar nos 5,926%. Os resultados de ambos os leilões dão força aos receios de que a crise da dívida soberana está a alastrar para economias de maior calibre no euro, como a italiana, que representa cerca de 16% do PIB da região.

“Não foram leilões positivos e agora temos também o rumor Tremonti a afectar o sentimento. O mercado, infelizmente, está a reagir a todos os rumores e a todas as manchetes”, disse um ‘trader’ à Reuters, referindo-se às notícias não confirmadas de que o ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, está de saída.

MRA Alliance/DE

Banco Central Europeu criticado por Stiglitz e Krugman

sexta-feira, julho 22nd, 2011

O BCE devia adotar uma «posição mais ativa» face à crise soberana na zona euro, diz hoje o Nobel Joseph Stiglitz, enquanto Paul Krugman acusa a instituição de estar a piorar a situação.

Num artigo de opinião publicado no Financial Times, o Nobel da Economia Joseph Stiglitz escreve que «se o Banco Central Europeu (BCE) está preocupado que um evento de crédito vai levar a agitação nos mercados financeiros, deve tomar uma posição mais ativa para abordar os problemas de base, eliminando a falta de transparência nas trocas de derivados, garantindo que os bancos estão adequadamente capitalizados e prevenindo os bancos de estarem excessivamente interligados».

Por seu lado, o também Nobel da Economia Paul Krugman escrevia no New York Times, num artigo intitulado «A depressão menor» (aquilo que denomina como a «era prolongada de elevado desemprego que começou com a grande recessão de 2007-2009 e continua até hoje»), com sarcasmo: «Terei eu mencionado que o BCE — ainda que, felizmente, não a Reserva Federal — parece determinado em piorar as coisas ao aumentar as taxas de juro?»

MRA Alliance/DD

Dívida soberana: Juros gregos e portugueses em queda

sexta-feira, julho 22nd, 2011

Os juros das dívidas públicas grega e portuguesa, com prazos de maturidade de dez anos, registaram esta manhã uma acentuada descida. No caso da Grécia, entre ontem e hoje, caíram dos 16,65%  para 14,49% e no de Portugal baixaram dos 11,6%  para 11,1%.

Os juros da dívida soberana de países como a Itália e a Espanha – e cujo risco de contágio impôs ontem a tomada das novas medidas de resgate financeiro por Bruxelas – continuam a rondar os 5%. Os da Espanha desceram de 5,774% para  5,669% mas os da Itália subiram dos 5,669% para 5,774%.

MRA Alliance/Agências

Dívida: Portugal leiloou 750 milhões para manter juros abaixo de 5%

quarta-feira, julho 20th, 2011

O Tesouro português colocou hoje 750 milhões de euros em dívida de curto prazo. A emissão foi feita pelo valor mínimo, o que permitiu manter as taxas de juro abaixo dos cinco por cento.

No leilão  de 450 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses, a taxa de juro foi de 4,982 por cento, contra os 4,926 por cento registados no leilão de 6 de Julho. Na emissão de  300 milhões em BT a seis meses, a taxa de juro foi de 4,960 por cento, contra 4,954 por cento na última emissão comparável.

“Portugal colocou o valor mínimo para que a emissão não ultrapasse a fasquia dos cinco por cento”, disse ao Público Filipe Silva, gestor do mercado da dívida do Banco Carregosa.  Para este especialista, as taxas de juro cobradas são positivas, visto que são bem mais baixas do que o mercado secundário está a exigir para comprar dívida a três e a seis meses – 5,25 por cento e quase 7 por cento, respectivamente.

Segundo Filipe Silva, para que a pressão dos mercados acalme não basta que Portugal consiga executar as medidas da troika e as do Governo. “A Europa precisa de tomar decisões concretas sobre como se vai resolver a crise da dívida”, concluiu.

MRA Alliance

Casas entregues à banca disparam a partir de Abril

terça-feira, julho 19th, 2011

Desde o início deste ano, as famílias portuguesas já entregaram 3060 imóveis por incumprimento às instituições bancárias. Só no último mês de Junho, foram entregues à banca 600 imóveis, um dos resultados mais penalizadores desde início do ano.

De acordo com estimativas da Associação Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), ao longo dos primeiros seis meses de 2011 foram transaccionados entre 98 mil a 101.700 imóveis – tanto urbanos, como rústicos e mistos. No entanto, no último mês, verificou-se uma quebra de vendas para valores entre os 15.200 e os 15.800 negócios, uma contracção de 11% face a Maio.

De acordo com a APEMIP, ao longo dos primeiros seis meses de 2011, já foram contabilizados 3060 imóveis entregues em dação de pagamento. Segundo os dados da associação, os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto são os mais afectados concentrando cerca de 50% das ocorrências relativas a imóveis entregues à banca.  Segundo estes dados, aqueles concelhos representam 21% das transacções imobiliárias registadas no mercado nacional.

MRA Alliance/DE

Juro grego a dois anos perto dos 40%

terça-feira, julho 19th, 2011

A ‘yield’ dos títulos de dívida da Grécia a dois anos subiu hoje 300 pontos base para um novo recorde, face à incerteza sobre o segundo resgate ao país, que será discutido na cimeira europeia extraordinária de quinta-feira, em Bruxelas.

Os títulos de dívida gregos a dois anos tingiram 39,13%, um novo máximo desde que a Grécia entrou para a zona euro. No mesmo sentido, seguem as taxas a cinco, oito e nove anos, que galgaram até aos 21,766%, 20,376% e 19,496%, respectivamente.

Apesar deste clima de alta tensão, a Grécia conseguiu vender hoje 1,25 mil milhões de euros em títulos a três meses no mercado primário a uma taxa média ponderada de 4,58%, ligeiramente abaixo dos 4,62% registados no último leilão comparável realizado a 21 de Junho.

Hoje, as autoridades gregas informaram que a taxa de desemprego em Abril atingiu os 15,8% , mais 3,9 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.

MRA Alliance/DE

Dívida: Juros disparam para níveis incomportáveis

terça-feira, julho 19th, 2011

O efeito dos resultados dos testes de stresse à banca da zona euro foi nulo no mercado secundário dos títulos soberanos face às incertezas sobre as resoluções que serão tomadas na reunião de 5ª feira dos ministros das Finanças dos 17 países membros da zona euro (Eurogrupo).

As yields (juros implícitos) dos títulos da dívida pública dos seis países da zona euro sob observação destes mercados financeiros (Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e Bélgica) voltaram a registar subidas significativas, com particular destaque nas variações diárias para os juros dos títulos gregos a 2 anos e dos juros a 2 e a 3 anos das obrigações espanholas e dos títulos italianos.

A Grécia está, de novo, com juros recordes a 2 e a 3 anos; os primeiros fecharam em 35,9% e os segundos em 34,54%, segundo dados da Bloomberg. Entretanto, o custo dos credit default swaps (seguros financeiros contra o risco de incumprimento) ligados à dívida grega ultrapassaram os 3000 pontos base, atingindo 3051,79 pontos base, com uma probabilidade de bancarrota de mais de 88%, segundo dados da CMA DataVision.

Os juros das obrigações do Tesouro (OT) portuguesas atingiram quase 21% na maturidade a 3 anos e ficaram em 20,36% na maturidade a 2 anos. A pressão concentra-se nestas duas maturidades mais próximas refletindo o temor de um default num horizonte próximo, em contraste com o comportamento dos juros nas OT a 5 e a 10 anos que estiveram em baixa. Os juros das OT a 10 anos fecharam em 12,67%, um valor que é superior ao máximo de 12,17% ocorrido em abril de 1995, antes da adesão ao euro. A probabilidade de incumprimento da dívida subiu para 64,31%, tendo fechado na sexta-feira em 62,74%.

Os juros dos títulos irlandeses a 2 e a 10 anos – os que estão a ser transacionados no mercado secundário – estão a níveis superiores aos das OT portuguesas com as mesmas maturidades. Fecharam em 23,22% para as maturidades a 2 anos e em 14,08% para as maturidades a 10 anos. O risco de default do tigre celta também continuou a subir, estando em 63,65%.

Espanha e Itália assistiram hoje a uma enorme pressão nos títulos a 2 e 3 anos. Mas o facto do dia, que chamou à atenção dos analistas, foi a ultrapassagem, de novo, da barreira dos 6%, no caso das obrigações espanholas (OE) a 10 anos (que fecharam em 6,32%), e a aproximação a esse nível por parte dos juros a 10 anos dos títulos italianos (que fecharam em 5,97%). Os juros dos títulos espanhóis e italianos estão, agora, em valores muito próximos; e no caso dos juros dos títulos italianos a 2 anos já são superiores aos juros das OE com a mesma maturidade. A probabilidade de default para Espanha subiu para 28,6% e da Itália para 25,23%.

Também os juros dos títulos belgas estiverem em alta, ainda que em patamares muito mais baixos.

Em total contraste, os juros dos títulos alemães, os Bunds, continuaram em baixa, o que ainda alarga mais o spread (diferença) em relação aos juros dos “periféricos”. No entanto, hoje o risco de default da dívida alemã esteve a subir, fechando a um nível de 5,6%, o que contrasta com 4,7% há uma semana.

À subida no risco de incumprimento e nas yields dos “periféricos” correspondeu uma vaga de crashes nas bolsas europeias, com quedas acima de 2% nos casos dos índices CAC 40 (francês), MIB italiano, PSI 20, Bel 20 (belga), OMX finlandês, OMX de Estocolmo (sueco), húngaro, austríaco e polaco.

A subir, também, o preço da onça de ouro que fixou novo máximo histórico acima de 1600 dólares e da prata que subiu quase 4% para 40,61 dólares por onça (ainda que distante do máximo histórico de 1981 nos 49,45 dólares). O ouro valorizou-se já 16% nos últimos seis meses e 33% no último ano, uma boa valorização, mas mesmo assim abaixo da prata: 35% nos últimos seis meses e 121% nos últimos doze meses.

MRA Alliance/Expresso

BCE: Entrámos no ciclo de subida dos juros

sexta-feira, julho 8th, 2011

Desde ontem, quem contratou um crédito à habitação de 150 mil euros, em Junho de 2010, está agora a pagar mais 70,27 euros por mês do que há um ano, depois de o BCE (Banco Central Europeu) ter subido ontem a sua principal taxa de juro para 1,5% sinalizando que vêm í novos aumentos.

Antecipando as decisões do BCE, a Euribor, o indexante mais usado nos empréstimos à habitação, iniciou há vários meses uma tendência de subida, que desde Março se tem mantido crescente e constante.

Para os milhares de famílias com crédito hipotecário a taxa variável (a opção em mais de 80% dos casos) este movimento tem um reflexo imediato nos seus bolsos pelo aumento da prestação mensal, quando chega o momento da revisão. Simulações realizadas pelo DN/Dinheiro Vivo mostram que quem contraiu um crédito de 150 mil euros, a 30 anos, com revisões semestrais, viu a prestação de Junho ser fixada em 751,05 euros, o que reflecte um agravamento de 70,05 euros.

Pela segunda vez este ano o BCE decidiu mexer na sua principal taxa de referência, subindo-a novamente 0,25 pontos percentuais e a expectativa é de que a instituição liderada por Jean-Claude Trichet decida novos aumentos ao longo dos próximos meses. Na habitual conferência de imprensa após estas reuniões mensais, o presidente do BCE referiu que a “política monetária permanece acomodatícia”, precisando ainda ser “essencial que os recentes desenvolvimentos quanto a preços não venham a dar origem a pressões de inflação generalizadas no médio prazo”.

Trichet recusou adiantar o sentido das próximas decisões – “vão ver o que fazemos quando chegar o momento” -, mas o mercado habituou-se a ler nas expressões como “acomodatícia”, “monitorização”, sinais de que novos aumentos estão na calha.

MRA Alliance

Estado colocou dívida abaixo do objectivo

quarta-feira, julho 6th, 2011

Portugal endividou-se hoje no mercado em 848 milhões de euros, abaixo do valor pretendido e a pagar um juro de 4,926 por cento ao ano por um empréstimo a três meses.

A operações de hoje consistiu num leilão de Bilhetes do Tesouro a três meses, com um montante indicativo entre 750 e 1000 milhões de euros, pelo que o montante arrecadado pelos cofres públicos ficou abaixo do ponto médio deste intervalo e foi por isso que os juros não foram ainda mais elevados.

A taxa de 4,926 por cento paga hoje representa uma ligeira subida de 1,3 por cento face aos 4,863 pagos no último leilão a três meses, a meio do mês passado, valor esse que representava uma descida de 2,1 por cento que os 4,967 por cento pagos no dia 1 desse mês, a taxa mais elevada para este prazo.

A procura de 1733 milhões de euros, o que representa pouco mais do dobro do montante colocado, face a 2,4 vezes o montante colocado na emissão de meio do mês passado, que era uma operação conjunta com leilão também de títulos a seis meses a cargo do ICGP (Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público), que gere a dívida pública.

A operação de hoje foi “claramente afectada” pela descida abrupta da nota da dívida portuguesa anunciada ontem pela Moody’s, na opinião do gestor do Mercado de dívida do Banco Carregosa, Filipe Silva. “Este leilão teve um custo adicional para o Estado, que podemos atribuir à descida de rating. O Estado optou por colocar apenas 840 milhões de euros, porque a taxa seguinte do leilão era de 5,05 por cento, e o IGCP não aceitou colocar mais dívida subindo a taxa”, afirmou aquele responsável numa declaração remetida ao PÚBLICO.

Juros disparam após corte de ‘rating’ para lixo

quarta-feira, julho 6th, 2011

Os juros da dívida soberana a 10 anos estão hoje no mercado secundário em máximos históricos de 11,744 por cento, enquanto que a dois e cinco são os mais elevados em oito semanas.

O corte do “rating” da dívida de Portugal para “lixo”, pela agência de notação norte-americana Moody’s está a penalizar os juros nas diferentes maturidades.

Pelas 09:17, os juros exigidos pelos investidores para transacionar títulos de dívida soberana portuguesa a 10 anos negociavam-se nos 11,744 por cento, acima dos 11,021 por cento de terça-feira, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.

Este valor situa-se no nível máximo para este prazo desde a entrada de Portugal no euro, em 1999.

O ‘spread’ face à dívida alemã (referencial para a Europa) nesta maturidade estava nos 878,8 pontos base.

A dois anos, a tendência desta manhã era também para a subida, com os juros associados a estes títulos a negociarem nos 14,435 por cento face aos 12,943 por cento da última sessão, enquanto o ‘spread’ face à dívida alemã se fixava nos 1286 pontos base. O nível máximo atingido registou-se a 27 de junho nos 14,632 por cento.

MRA Alliance/DN

Juros cobrados a Portugal nunca foram tão elevados

terça-feira, junho 28th, 2011

As ‘yields’ das obrigações do Tesouro português avançaram hoje até novos máximos históricos em todos os prazos, no mercado secundário. Na maturidade a dois anos a taxa atingiu os 14,64% e no prazo a três anos subiu até aos 15,79%. Estas taxas engordaram o diferencial entre as dívidas portuguesa e alemã a 10 anos para 878 pontos base. No início de 2011 este indicador de risco, conhecido por ‘spread’, estava nos 264 pontos.

Portugal parece estar a sofrer por contágio do nervosismo patente no mercado em véspera de o parlamento grego votar um novo programa de austeridade, cuja aprovação é condição para o país receber mais dinheiro de Bruxelas e assim evitar um cenário de incumprimento. As ‘yields’ gregas também se agravavam em todas as frentes, ao mesmo tempo que as taxas da dívida irlandesa registaram o valor recorde de 12,11% no prazo a 10 anos.

A nível nacional, o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) que será conhecido amanhã de manhã – e que deve mostrar um défice de cerca de 7% do PIB no primeiro trimestre – poderá agravar ainda mais a renitência dos investidores em agarrar dívida nacional. Portugal comprometeu-se a baixar o défice para 5,9% até ao final do ano.

MRA Alliance/DE

Director interino do FMI aconselha BCE a subir gradualmente as taxas de juro

segunda-feira, junho 20th, 2011

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a zona euro está a recuperar e que o BCE deve por isso começar a subir os juros gradualmente.  “Devido à trajectória esperada da recuperação, a normalização das taxas de juro deve prosseguir gradualmente”, diz o FMI num relatório divulgado hoje. O objectivo, de acordo com a instituição agora liderada por John Lipsky, é manter a inflação controlada na zona euro, que já está acima de 2% há cinco meses consecutivos. Recorde-se que, ontem, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, voltou a dizer que o banco central está determinado em assegurar a estabilidade de preços na zona euro.

No mesmo relatório, o FMI nota que a crise de dívida da zona euro é uma ameaça à recuperação económica da região e que os países do euro devem cooperar mais para conter a crise e consolidar as contas públicas para restaurar a confiança dos mercados. “Prossegue uma recuperação alargada, mas a crise de dívida nos periféricos ameaça afectar estas perspectivas favoráveis, e ainda falta muito fazer”, escreve o FMI no relatório.

John Lipsky é um produto da banca de Wall Street e do próprio FMI, de acordo com a sua biografia oficial. Foi o quadro superior do fundo residente no Chile, então sob a ditadura de Augusto Pinochet, entre 1978 e 1980, após o que regressou à sede da instituição em Washington, D.C. encarregado de desenvolver procedimentos relacionados com os mercados internacionais de capitais. Entre 1984-1998 foi quadro superior do banco Solomon Brothers, em Nova Iorque e Londres. A partir de 1994 foi o economista-chefe do SB, em Nova Iorque. Em 1998 foi contratado pelo JP Morgan para ocupar a mesma posição acumulando-a com o cargo de Administrador Executivo. Quando saiu, em 2006, Para ocupar a actual posição no fundo, era vice-presidente do banco de investimento de Wall Street.

No dia 12 de de Maio de 2011, anunciou formalmente a sua recusa em renovar o contrato de nº 2 do FMI, informando que abandonaria a organização a partir do próximo dia 31 de Agosto. O escândalo sexual que envolveu, três dias depois, e que posteriormente levou à inevitável demissão do seu superior hierárquico – o francês Dominique Strauss-Kahn – catapultou Lipsky para a primeira linha da finança internacional.

Actualmente com 64 anos, o economista norte-americano Lipsky, descendente de emigrantes judeus russos, é membro do Council on Foreign Relations (CFR), a organização elitista que. juntamente com o grupo Bilderberg e Comissão Trilateral, desde 1921, fez eleger vários presidentes e vice-presidentes dos Estados Unidos e forneceu centenas de altos membros das administrações americanas, das multinacionais, das organizações multilaterais e das chefias superiores das Forças Armadas norte-americanas.

MRA Alliance/DE

Portugal: Juros da dívida soberana batem máximos históricos em todos os prazos

segunda-feira, junho 20th, 2011

Os juros da dívida soberana portuguesa seguem hoje a bater novos máximos históricos no mercado secundário a dois, cinco e dez anos, após os ministros das Finanças europeus terem condicionado o empréstimo à Grécia a novo plano de austeridade. Pelas 13:45, os juros exigidos pelos investidores para transacionar títulos de dívida soberana portuguesa a cinco anos negociavam, em média, nos 12,88 por cento, no dia em que os ministros das Finanças europeus marcaram para dia 3 de julho uma nova reunião para analisar o caso da Grécia.

Este valor é um novo recorde histórico desde, pelo menos, a entrada de Portugal no euro (1999) e significa que estes títulos estão a bater máximos desde 10 de junho, ou seja, pela sétima sessão consecutiva, segundo os dados da agência de informação financeira Bloomberg.

MRA Alliance/DN

Bancos espanhóis proibidos de oferecer juros acima de 3,2%

sexta-feira, maio 27th, 2011

O governo de Madrid vai intervir na guerra de depósitos que se vive no mercado bancário espanhol. As autoridades pretendem obrigar os bancos que ofereçam juros superiores a 3,2%, nas aplicações a prazo, a fazerem contribuições mais elevadas para o fundo de garantia de depósitos.

Segundo o “Expansión”, a lei será aprovada no conselho de ministros do executivo liderado por José Rodriguez Zapatero, de 10 de Junho, entrando em vigor com efeitos imediatos. Os depósitos que superem a taxa Euribor a 12 meses acrescida de um diferencial de 100 pontos base (ou seja, 3,2% à cotação actual) serão penalizados, adianta o jornal espanhol.

O certo é que desde Março de 2010 que os bancos do país vizinho se digladiam numa luta sem quartel pela captação das poupanças dos espanhóis. Esta disputa fragilizou ainda mais a posição de muitas caixas de aforro – controladas pelas juntas autonómicas e outras entidades regionais – que se encontram descapitalizadas e com dificuldades no acesso aos mercados financeiros.

MRA Alliance/DE

Juro da dívida portuguesa a 5 anos chega aos 11% e bate nível histórico

quarta-feira, abril 20th, 2011

No dia em que Portugal foi aos mercados de dívida pela primeira vez desde que pediu ajuda internacional, o juro da dívida a 5 anos atingiu os 11%, um novo máximo da era do euro e cerca de três vezes acima do registado há um ano.

Ao mesmo tempo, também o ‘spread’, que é o prémio que os investidores exigem para comprar títulos de dívida pública portuguesa a 10 anos em vez das bund alemãs, negociou hoje nos 599,27 pontos, um novo recorde.

Já o juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos subia até aos 9,29%. Nas maturidades mais curtas, a tendência também é de avanços, com a ‘yield’ dos títulos de dívida a 2 anos a chegar aos 10,45%, um novo máximo.

De resto, os juros das obrigações com maturidades entre os dois e os sete anos mantêm-se acima dos 10%. Nos prazos mais longos, a ‘yield’ das OT a 8 anos segue nos 9,83% e também na dívida a nove, 10 e 15 anos, os juros seguem acima dos 9%.

Olhando para o monitor da Bloomberg que acompanha a evolução do preço dos ‘credit-default swaps’ (CDS) sobre Obrigações do Tesouro a 5 anos de 57 países, verifica-se que o preço deste instrumento para proteger os investidores contra um eventual ‘default’ de Portugal registava a segunda subida mais expressiva (+26 pontos) até aos 635,50 pontos. Significa isto que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida pública portuguesa, os investidores têm de pagar um seguro anual de 635,5 mil euros para se protegerem de um eventual incumprimento de Portugal junto dos credores.

Com uma subida mais acentuada, só mesmo os CDS gregos, que cotavam nos 1.372 pontos, com um avanço de 41 pontos. A maioria dos 55 economistas consultados pela Reuters esta semana antecipa que a Grécia terá mesmo de reestruturar a dívida. E, de facto, os indicadores de risco para a dívida grega e irlandesa também se agravavam de forma acentuada.

Esta manhã, Portugal conseguiu colocar no mercado mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a 3 e a 6 meses. Os juros subiram nas duas maturidades. A marcar a agenda continuam as negociações entre a ‘troika’ e os responsáveis portugueses sobre o pacote de resgate a Portugal.

MRA Alliance/DE

Bancos encarecem juros dos imóveis e troika pressiona arrendamento

quarta-feira, abril 20th, 2011

Os ‘spreads’ cobrados pelos maiores bancos a operar no mercado nacional dispararam já este mês e vão continuar a aumentar revela hoje o Diário Económico. As instituições estão a reflectir nos clientes a impossibilidade de recorrerem a financiamento no mercado externo, fruto dos sucessivos cortes de ‘rating’ após o estalar da crise política e pedido de ajuda externa.

O potencial de subida dos ‘spreads’ a curto e médio prazo vai depender, segundo os economistas contactados, da evolução do custo do financiamento nos mercados e dos termos do acordo do resgate a Portugal, sobretudo, das exigências feitas pela ‘troika’ à banca.

De acordo com os preçários das 12 instituições analisadas – CGD, BCP, BES, BPI, Santander Totta, Montepio Geral, Barclays, Banif, Crédito Agrícola, Banco Popular, Deutsche Bank e BBVA -, a média do ‘spread’ mínimo cobrado é agora de 1,55%, o que compara com 1,51% no início do mês. Para os clientes com maior perfil de risco, o custo médio aumentou de 4,35% para 4,67%.

Por estas razões, segundo o Diário Económico, os representantes do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu que se encontram em Portugal preparam-se para impor o ressurgimento da aposta no arrendamento imobiliário e diminuir o endividamento das famílias.

“Os organismos internacionais pretendem que a economia portuguesa seja mais flexível para que possa crescer mais. Sabendo-se que a existência de muitas casas próprias é um obstáculo à mobilidade e flexibilidade económica, o programa de auxílio tenderá a reduzir a necessidade de aquisição de casa própria, através da flexibilização da solução de arrendamento (como aliás o PEC IV já sugeria)”, defende Cristina Casalinho.

A economista-chefe do BPI recorda que o excesso de crédito à habitação em Portugal resulta de “uma distorção de mercado, cuja correcção deverá fazer com que os níveis de crédito à habitação regressem, desejavelmente, a patamares mais alinhados com o passado português e com a média europeia”.

Para ilustrar a distorção basta regressar a 2007, ano em que os bancos concorriam pelo melhor “spread zero” do mercado e relembrar que a lei do arrendamento urbano não vingou.

MRA Alliance

Juro a dois anos supera os 10% pela primeira vez

segunda-feira, abril 18th, 2011

As ‘yields’ das Obrigações do Tesouro (OT) portuguesas estão hoje a renovar máximos históricos em praticamente todas as maturidades. No prazo a 2 anos, o juro subiu hoje até aos 10,095%, um máximo desde pelo menos a adesão ao euro, em 1999, uma barreira que também já tinha sido atingida nas maturidades a 3, 5 e 7 anos.

Os títulos de dívida a 5 anos estão mesmo a caminho dos 11%, depois de terem avançado esta manhã até aos 10,723%, um recorde.

Também os juros da Irlanda, Grécia e Espanha estão hoje em alta. A ‘yield’ a 10 anos espanhola bateu hoje um máximo histórico nos 5,59%. Isto apesar de os responsáveis europeus terem descartado nos últimos dias um contágio da crise de dívida portuguesa ao país vizinho.

O agravamento dos juros dos países periféricos da zona euro deve-se sobretudo às notícias que dão conta que a Grécia estará a negociar com o FMI e a União Europeia a reestruturação da dívida. Os investidores temem que venha a suceder o mesmo à Irlanda e a Portugal, as outras nações que já pediram ajuda financeira externa.

MRA Alliance/DE

BCE pode voltar a subir juros em breve

domingo, abril 17th, 2011

Ewald Nowotny, BCEEwald Nowotny, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, voltou a sinalizar que a instituição deverá mexer novamente no preço do dinheiro até ao final do ano.

Apesar de Jean-Claude Trichet ter afirmado, na conferência de imprensa que sucedeu à última reunião de política monetária, que a subida em 0,25% da taxa refi não precedia uma série de aumentos, a verdade é que a não é a primeira vez que um membro do Conselho de Governadores do BCE sinaliza que a instituição deverá mexer no preço do dinheiro novamente.

Os mercados antecipam uma subida do juro em 0,5% até ao final do ano, depois de o BCE ter mantido, durante quase dois anos, a taxa refi no mínimo histórico de 1%.

“As expectativas têm fundamento” disse ontem Nowotny, em Washington, citado pela Bloomberg, quando questionado sobre se o BCE poderia subir os juros em mais 0,5% até ao final do ano.

“Não quero comentar um valor exacto, mas a tendência é perfeitamente perceptível. A altura em que vai acontecer, no entanto, vai depender da situação económica”, referiu. Um comentário que faz os especialistas acreditar que um novo aumento pode acontecer já durante o próximo mês.

MRA Alliance/DE

Aumento dos ‘spreads’ é “inevitável”, diz presidente da CGD

sábado, abril 9th, 2011

Faria de Oliveira, presidente da CGDFaria de Oliveira avisou intem que “vai haver maior selectividade na concessão de créditos”. Em entrevista à Antena 1, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, no entanto, precisou que “no nosso orçamento para este ano, e não obstante esta conjuntura, o que temos previsto é conceder o mesmo número de créditos que no ano anterior”.No primeiro trimestre de 2011 a concessão de créditos aumentou em 2%, revelou Faria de Oliveira, mas a situação pode inverter-se com os inevitáveis aumentos de juros e de ‘spread’, consequência tanto do pedido de ajuda externa de Portugal como da subida da taxa de referência da zona euro, anunciada ontem pelo Banco Central Europeu (BCE).

O aumento dos spreads é uma “consequência inevitável do aumento do custo do ‘funding'”, explicou Faria de Oliveira, acrescentando que o ‘funding’ inclui depósitos “e é também obtenção de financiamento do exterior”. “É um facto que não se pode esconder.[Esse aumento] vai repercutir-se, imediatamente nas prestações da renda de casa.

MRA Alliance/DE

Mira Amaral prevê juros de 4 ou 5% e resgate da banca

sexta-feira, abril 8th, 2011

Mira Amaral - Presidente do banco BIC PortugalPortugal poderá vir a pagar juros de quatro ou cinco por cento do empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, de acordo com o antigo ministro Mira Amaral, citado pela Lusa.

 “Devíamos ter taxas de juros compatíveis com as nossas taxas de crescimento, pelo que juros de dois ou três por cento era o adequado”, disse Mira Amaral, que no entanto reconheceu que esse cenário não é “realista”. Assim, para o antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, Portugal deverá conseguir taxas ligeiramente abaixo das praticadas na Grécia e na Irlanda.

Mira Amaral, citado pelo JN, considerou ainda  que, além do Estado, a banca também vai precisar da ajuda do fundo europeu e do FMI devido à falta liquidez causada pela crise das finanças públicas.

“Parece que [a ajuda] não é só para as finanças públicas, o sistema bancário também vai precisar da ajuda do fundo europeu”, disse o actual presidente do banco BIC Portugal, à margem de um jantar da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, em Lisboa.

Para o antigo governante o que aconteceu foi uma contaminação da débil situação do Estado ao sistema financeiro, o que o deixou fragilizado. “Ao contrário da Irlanda, em Portugal, o estado das finanças públicas é que criou problemas ao sistema financeiro. A crise de liquidez dos bancos é consequência da falta de confiança dos credores externos sobre as finanças públicas portuguesas. Quando há riscos das finanças públicas isso contamina a economia e os credores cortam financiamento externo que era feito pelos bancos”, considerou.

Segundo o antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, o fundo europeu devia mesmo ser “flexibilizado” para poder “acorrer à banca”, até porque se em Portugal houvesse um grave problema com os bancos o Estado não tinha “recursos” para os ajudar, considerou.

MRA Alliance

Portugal venceu à risca mais um obstáculo no financiamento da dívida

sexta-feira, abril 1st, 2011

O IGCP, instituto responsável pela gestão da dívida de Portugal, colocou hoje no mercado 1.645 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com maturidade em Junho de 2012, num leilão extraordinário onde a procura superou em 1,4 vezes a oferta. Este rácio ficou, contudo, abaixo do verificado no último leilão comparável, realizado em Julho último, onde a procura superou em 2,3 vezes a oferta.

Os 1.645 milhões de euros colocados ficaram acima do montante indicativo de 1.500 milhões de euros anunciado pelo IGCP no dia de ontem, com um juro de 5,793%, abaixo das actuais taxas de mercado para os títulos de dívida com esta maturidade, acima de 6%.

Contudo, na última emissão comparável de Julho, o juro fixou-se nos 3,159%. Os operadores contactados pelo Diário Económico apontavam para juros de 6,4%. De acordo com as mesmas fontes de mercado, Portugal já tinha compradores, nomeadamente o Brasil e a China.

“Com este leilão, Portugal comprou mais tempo na sua luta para não pedir um ‘bailout’. As amortizações de Abril deverão já estar asseguradas, embora para as de Junho se tenha de esperar para ver”, comentou Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, à Reuters.

O mesmo especialista adiantou que “a taxa foi surpreendentemente mais baixa do que o mercado secundário está a negociar, que se situa acima dos 6%, e o montante foi também acima do indicativo. O Estado português continua a ter quem acredite que consegue amortizar a sua dívida. No entanto, mantém-se que a taxa é extremamente elevada”.

MRA Alliance/DE