Archive for the ‘Itália’ Category

S&P corta ‘rating’ de Itália

terça-feira, setembro 20th, 2011

A agência de notação financeira informa, em comunicado, que desceu o ‘rating’ de Itália de A+ para A, mantendo o ‘outlook’ negativo, o que indica a possibilidade de um novo ‘downgrade’ nos próximos meses. Isto apesar de Itália ter aprovado este mês um pacote de austeridade de 54 mil milhões de euros, para convencer o Banco Central Europeu (BCE) a comprar títulos de dívida italiana no mercado secundário.

A S&P justifica o corte com a sua previsão de um fraco crescimento da economia italiana A agência reviu em baixa a expansão do PIB de Itália para um ritmo médio anual de 0,7% entre 2011 e 2014, contra a anterior projecção de um crescimento de 1,3%. “Acreditamos que o ritmo reduzido da actividade económica italiana até à data irá fazer com que sejam difíceis de atingir os objectivos orçamentais do Governo”, explica a S&P.

MRA Alliance/DE

“Espanha e Itália, se forem mal geridas, serão um problema mundial”, diz economista do Citi

quinta-feira, setembro 8th, 2011

Economista-chefe do Citi diz que o BCE deve direccionar os seus poderes para proteger Espanha e Itália do contágio da crise de dívida. “Espanha e Itália, se forem mal geridas, não serão um problema europeu, mas mundial”, alerta Willem Buiter, em entrevista à Reuters, em Moscovo.

Buiter diz ainda que “os dois países têm de fazer compromissos mais credíveis do que aqueles que foram feitos até agora, especialmente no caso de Itália”. Isto mesmo depois de o Senado italiano ter aprovado ontem uma nova versão do plano de austeridade para alcançar o equilíbrio orçamental em 2013, que contempla uma subida de um ponto percentual no IVA, de 20 para 21%, e um imposto de 3% sobre os rendimentos superiores a 300 mil euros anuais.

O economista-chefe do grupo financeiro norte-americano defende ainda que cabe ao BCE, e não ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), actuar como financiador de último recurso, fornecendo liquidez a Itália e Espanha. Quanto aos países intervencionados – Grécia, Irlanda e Portugal – o especialista diz que o BCE deve permitir a reestruturação das suas dívidas.

No mesmo comentário, Buiter considerou ainda que o BCE deve descer os juros em Outubro. “Eles têm de mudar o curso e não apenas congelar a subida dos juros. Eles têm realmente de cortar os juros”, disse.

O banco central reúne hoje para decidir a evolução da sua taxa directora, que, segundo os economistas, deve ficar em 1,5%.

MRA Alliance/DE

Dívida pública de Itália atinge recorde de 1,9 biliões de euros

sexta-feira, agosto 12th, 2011
Contribuição para o resgate de Portugal elevou a dívida pública de Itália, país que está também agora debaixo de fogo dos mercados. A dívida italiana subiu para 1,9 milhão de milhões de euros em Junho, um valor recorde que o banco central do país justifica com a contribuição da Itália para os pacotes de ajuda aos países do euro que foram resgatados.

De acordo com a Bloomberg, na primeira metade deste ano a ajuda a Portugal terá sido contabilizada na dívida italiana na parte da contribuição do país, o que justifica o crescimento para o valor recorde.

Este facto elevou também o défice orçamental do país, que subiu em 1,6 mil milhões de euros para 48,2 mil milhões de euros em Junho. De acordo com o banco central italiano, liderado por Mário Draghi, excluindo a contribuição para a ajuda à Grécia, o desequilíbrio orçamental teria descido em 1,6 mil milhões de euros, devido ao aumento das receitas fiscais.

O agravamento do défice e dívida de Itália surge numa altura em que o país está sob forte pressão dos mercados. Está agendado para hoje um Conselho de Ministros extraordinário, que poderá avançar com cortes na despesa de 45 mil milhões de euros nos próximos dois anos.

MRA Alliance/JdN

Da apendicite grega ao tumor hispano-italiano

quarta-feira, agosto 10th, 2011

A bolsa nova-iorquina interrompeu ontem um ciclo de quedas consecutivas, ao fechar com valorizações de mais de quatro por cento nos principais índices. Pouco antes do fecho da sessão, aconteceu a repentina valorização após a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter anunciado que manterá as taxas de juro de referência próximas de zero por mais dois anos.

Entre os índices de referência, o Nasdaq Composite Index, que agrega empresas de base tecnológica, foi o que mais disparou: 5,295 por cento (para 2,482.520 pontos). O índice Standard and Poor’s 500 Index cresceu 4,741 por cento (para 1,172.530 pontos) e o industrial Dow Jones avançou 3,977 por cento (para 11,239.770 pontos).

Porém, o dia foi marcado por uma acentuada volatilidade nas bolsas europeias e norte-americanas. Wall Street abriu positiva, mas o disparo só foi visível no final da sessão, após o anúncio do Fed.

Imediatamente a seguir à divulgação da notícia, os mercados reagiram com apetite pelo risco. O Nasdaq subia pouco mais de um por cento, o índice S&P 500 valorizava 0,2 por cento e o Dow estava em terreno negativo. Os minutos finais da sessão foram determinantes para a recuperação.

Mas a recuperação de ontem será de curta ou de média duração? Em nossa opinião, os fundamentais das economias nacionais e das empresas cotadas nas bolsas dos dois lados do Atlântico não enganam: estamos na antecâmara de uma nova fase da crise sistémica de que temos vindo a falar, desde 2007 (ver  exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, ou aqui).

Contrariamente à reacção de ontem das bolsas norte-americanas, outras praças indicam que entraram no território dos mercados recessivos (bear market). Em Londres, o índice de referência FTSE 100 recuou 20%, desde Fevereiro. De 6091 pontos escorregou para 4855 pontos. O mesmo aconteceu em Hong Kong. O índice Hang Seng recuou 23% desde o último máximo, registado em 8 de Novembro passado.  Idêntica situação aconteceu na brasileira Bovespa  (-31%). Por outro lado, refira-se que o entusiasmo de ontem nas praças americanas está ensombrado pela acelarada perda de 18% nas cotações do índice S&P 500 registada nos últimos meses…

A decisão da agência de rating Standard & Poor´s de baixar a notação da dívida norte-americana de AAA para Aaa, na sexta-feira, na sequência do recente aumento, pelo Congresso, do tecto da dívida federal acima da fasquia de USD 14,3 trillion, apesar de ter precipitado a presente situação, é apenas mais um episódio do colossal descontrolo financeiro norte-americano. A crise não está controlada. Longe disso.

A decisão do Fed agora anunciada de manter as taxas de juro próximas de zero até 2013 é tudo menos uma boa notícia. Dinheiro fácil e escandalosamente barato é mau conselheiro. É um viveiro de bolhas especulativas. Das dotcom às hipotecas subprime insistimos em trilhar um caminho perigoso. De bolha em bolha até à definitiva implosão do sistema financeiro global. Sem pretendermos ser exaustivos, propomos uma olhada sobre os sinais. Alguns têm tanto de elucidativos como de preocupantes:  

  • Na bolsa de futuros Comex, após o anúncio do Fed,  as posições relativamente aos contratos de ouro subiram 1,8%,  fixando-se no novo recorde histórico de  1740 dólares a onça;
  • O banco J.P. Morgan emitiu ontem uma nota segundo a qual a cotação do ouro deverá atingir os 2500 dólares a onça até ao final do ano, enquanto o Goldman Sachs prevê que esteja nos 1730 dólares dentro de seis meses e nos 1900 dólares dentro de 12 meses;
  • O metal amarelo prossegue a sua escalada enquanto activo à prova de crises. Continua a ser o refúgio mais seguro que o dinheiro pode comprar nos tempos que correm. Esta opinião é partilhada por alguns governadores de importantes bancos emissores;
  • Nos dois últimos meses, o banco central da Coreia do Sul comprou 25 toneladas de ouro, aumentando em 17 vezes as suas reservas de metal amarelo. No mesmo período, também o banco central da Tailândia aumentou as suas reservas de ouro em 15,5%, tendo passado de 3523 milhões de onças, em Maio, para 4,07 milhões, em Junho. No princípio do ano, a Tailândia já adquirira 9,3 toneladas de ouro. A Rússia comprou 41,8 toneladas e o México 99,2 toneladas. A China anunciou no início do ano que pretende, até 2020, aumentar drasticamente as suas reservas de ouro.   Das actuais 1054 toneladas quer chegar às 8-10 mil toneladas;
  • Os juros implícitos (yield)  dos títulos dos EUA a dez anos baixaram de 2,32% para 2,28%, entre segunda e terça-feira;
  • Até agora, perante a visível deterioração do clima económico nos sete países mais industrializados (G7) e a profunda crise das dívidas soberanas europeias,  a maioria dos investidores e especuladores comprava, devido ao risco quase inexistente,  títulos do tesouro americano na expectativa de que se valorizassem. Porém, se em vez disso eles se depreciarem, como já está a acontecer,  tal pode significar que a bolha do mercado das obrigações norte-americanas está prestes a rebentar. As consequências serão trágicas para a economia global;
  • Desde 24 de Julho, o pânico generalizado em todos os mercados mundiais gerou perdas globais de USD 8,1 trillion (mais de metade do PIB dos EUA). Este valor  corresponde  a 14,8% da capitalização bolsista do mundo;
  • Em apenas cinco anos (2008-2012), o montante das obrigações de dívida vencidas, emitidas pelo Tesouro norte-americano, atingirá o gigantesco volume de USD 5,6 trillion.   A totalidade do crescimento da dívida do país, entre 1776 (ano da declaração de independência) e 2008, foi de 4,6 trillion. Obama vai ultrapassar em apenas cinco anos o que o conjunto dos seus 43 antecessores fez em… 232 anos!!!
  • O custo global das ajudas financeiras aos bancos e empresas financeiras dos EUA e da Europa, desde 2008, na realidade, ascende a quase USD 24 trillion, segundo a estimativa de Neil Barofsky, o inspector-geral do TARP (Troubled Asset Relief Program), o mega programa de resgate aprovado pela administração Bush e continuado pela administração Obama. Se compararmos este número com o do défice reconhecido pelo Tesouro (USD 14,7 trillion) ficamos com uma ideia mais realista da enormidade dos problemas a resolver quando for apresentada a factura para liquidação; 
  • Se tivermos em conta que o rácio dívida/PIB da Grécia já atingiu os 150%, e que os EUA estão a caminho de ultrapassar rapidamente a psicológica barreira dos 100%, as perspectivas para o biénio 2012-2013 são ainda mais negras. Os efeitos sobre a evolução do crescimento e do emprego serão devastadoras. Também o dólar, enquanto reserva cambial mundial,  terá o seu canto do cisne;

E o que nos reserva a Europa dos 17 (Zona Euro),  ou dos 27 (UE)? Será que o sonho europeu, idealizado nos anos 50 pelo eixo Bona-Paris, poderá, meio século depois,  vir a transformar-se no pesadelo do eixo Berlim-Paris? A prazo é bem possível. Para já, é avisado estarmos preparados para o pior (desintegração da UE e fim do euro).

Os altos dirigentes dos países membros mais ricos e a elite dos eurocratas têm pautado a sua actuação pela incapacidade de gerar consensos, de elaborar discursos coerentes, de afirmar um projecto europeu credível e sustentável e de ter a noção dos timings certos para agir.

Se no debate sobre a subida do tecto da dívida federal, os congressistas norte-americanos e o Presidente Obama deram aquele risível espectáculo de marcar o golo (chegar a acordo) no período de descontos (praticamente no fim do prazo), o que dizer dos líderes europeus? Com os sucessivos avanços e recuos e os constantes desmentidos das promessas feitas na véspera, uns e outros colocaram a Europa a jeito da voracidade vampírica dos mercados (leia-se especuladores).

O que ontem era uma simples apendicite grega, passou hoje a ser um desconfortável pólipo luso-irlandês, o qual, num futuro próximo, ameaça evoluir para um fatal carcinoma hispano-italiano. 

Deste lado do Atlântico, os meteorologistas da política e do dinheiro têm o dedo no botão de alerta de tsunami, atentos a alguns sinais dos chamados “mercados”:

  • Um editorialista do Financial Times escreveu ontem que o futuro da Europa depende da qualidade da defesa da Espanha e da Itália pelo triunvirato UE/BCE/FMI.
  • Embora  Madrid tenha apresentado “bons resultados” no combate ao défice e na flexibilização do mercado de trabalho, o articulista elege como positivo o facto de registar um superávit primário e de os seus empréstimos terem maturidades confortáveis. Como aspecto negativo é sublinhado o elevado peso da dívida (a terceira maior da Zona Euro), as tímidas medidas de combate ao défice e a crónica incapacidade do governo Berlusconi para fazer crescer a economia,  melhorar a capacidade  competitiva e combater o excesso de burocracia;
  • Esta análise, em nossa opinião,  peca por benigna já que passa ao lado de uma variável essencial da equação – a estratégia dos especuladores e as ferramentas de que dispõem para desestabilizar qualquer economia ou moeda, independentemente do seu peso e dimensão;
  • A manipulação pelos especuladores (privados e institucionais) de instrumentos derivativos, designadamente os famigerados seguros de incumprimento financeiro – Credit Default Swaps (CDS) -, levou à falência do banco Lehman Brothers, à nacionalização da seguradora AIG, à insolvência da Islândia e a severas crises cambiais nos anos 90 que atiraram para as cordas as moedas da Rússia, da Malásia, da Coreia do Sul, do México e por aí fora;
  • Ninguém sabe ao certo qual o montante global dos tóxicos CDS que infectam os balanços de sonantes nomes da banca europeia – do germânico Deutsche Bank, ao britânico Barclays, ao francês Paribas, passando pelo espanhol Santander e pelo italiano Unicredit – mas diversos especialistas dividem-se entre estimativas estratosféricas (trillions ou quadrillions);  
  • Certo é que, contrariamente ao que tem sido vertido em muitas páginas de jornais e revistas especializadas, existe o perigo real de um ou mais bancos europeus de grande dimensão poderem vir a ser atacados pelo vírus Lehman Brothers. Quando chegar a hora, lembrem-se  de trautear “Don’t cry for me Argentina”;
  • A França, para alguns inesperada e injustamente, está na berlinda desde sexta-feira, dia em que a S&P despromoveu a qualidade da dívida norte-americana. Comparativamente a outros países com notações triple A, os juros implícitos, os CDS e os níveis do défice que afectam a economia gaulesa são variáveis consideradas excessivas pelas maiores agências de rating;
  • Na próxima sexta-feira, a França publicará dados estatísticos sobre o crescimento da economia no segundo trimestre. A generalidade dos analistas prevê números desanimadores da ordem dos 0,2%, ou seja 0,7% abaixo do valor registado no primeiro trimestre;
  • Caso se confirmem as previsões, as campainhas de alarme alertarão para a dificuldade de a França conseguir, em 2013, atingir a prometida meta de reduzir o actual défice (7,15% do PIB) para menos de 3%;
  • O facto de os CDS sobre a dívida francesa serem superiores aos pagos pelos compradores de dívida emitida pelas autoridades do Peru, Indonésia, África do Sul e da República Eslovaca é motivo de preocupação não apenas para o governo francês. As lideranças da UE, do BCE e do FMI receiam que a equacionável perda pela França da notação AAA possa pôr em causa toda a arquitectura do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e inviabilizar futuros resgates;
  • De  resto, os recursos do FEEF (750 mil milhões de euros) são considerados insuficientes para fazer face às necessidades prováveis dos resgates. Chegam para atender o conjunto dos actuais três “clientes” – Grécia, Irlanda e Portugal e eventualmente de Chipre.  Caso a Espanha ou a Itália sejam forçadas a usá-lo precisaria de ser generosamente recapitalizado.  De resto, há mesmo quem pense que o resgate da terceira e da quarta economias da UE, a Itália e a Espanha respectivamente, necessitaria de um novo Plano Marshall, mas agora com a inclusão dos países emergentes do G20 (China, Índia, Brasil, Arábia Saudita, etc.);
  • Para apimentar o cenário, o mês de Setembro promete ser crítico. A troika irá a Atenas fazer a avaliação de desempenho do governo na aplicação dos programas de resgate em curso e em fase de implementação. A instabilidade política e social em que a Grécia está mergulhada faz temer a obtenção de resultados aquém dos desejados pelos credores, com efeitos negativos na evolução da crise europeia;
  • Na Alemanha, a Chanceler Merkel enfrenta uma resiliente frente de forças políticas e de individualidades da coligação que lidera (CDU/FDP) que discordam abertamente dos acordos pró-resgate por ela validados em Bruxelas. O regresso de férias dos deputados do Bundestag promete acessos debates.
  • Conhecida a sua propensão para o “nim”, bem como para protelar até ao limite decisões urgentes, a senhora Merkel poderá viver dias difíceis e voltar a dar sinais errados aos mercados de dívida. Qualquer sinal de instabilidade e de laisser-faire dado pela Alemanha pode complicar ainda mais as já ténues possibilidades de controlo da situação;
  • Também em Setembro, algumas “cajas de ahorros” espanholas irão ao mercado tentar obter empréstimos. Num cenário de eleições antecipadas, de escalada dos juros da dívida soberana e de insuficientes taxas de crescimento económico, para além de uma elevada taxa de desemprego (superior a 20%), este segmento da banca espanhola terá uma missão espinhosa e de resultados duvidosos;

Se, como tudo indica, nada de enérgico e proactivo for feito, em Agosto, pelos líderes europeus que ditam as políticas da UE – Merkel e Sarkozy – chegaremos a Setembro com uma situação mais degradada. Talvez irremediavelmente…

Nesse caso, e se persistirem os ataques especulativos contra as dívidas espanhola e italiana, com uma insustentável subida das taxas de juro e dos CDS, o último trimestre promete ser um osso duro de roer.

Neste momento, ninguém, do BCE ao FMI, passando por outras instituições de idêntico calibre, dispõe de recursos para resgatar financeiramente países como a Espanha e a Itália. Se tal for imperativo, como vão os mandantes da economia mundial resolver o problema?

A resposta é simples. Ninguém sabe. Nem eles…

Pedro Varanda de Castro, Consultor

MRA Alliance

BCE vai intervir em força nos mercados para travar crise

segunda-feira, agosto 8th, 2011

A reunião de emergência, via teleconferência, do Banco Central Europeu, segundo o relato de uma fonte citada pela Reuters, abordou as medidas a tomar para suster ataques especulativos contra as dívidas soberanas  de Itália e da Espanha.

A Itália já é vista como a próxima vítima da crise de dívida com a taxa de  juro a dez anos a superar, na sexta-feira, a ‘yield’ dos títulos espanhóis da mesma maturidade. 

Segundo aquela fonte, o BCE deverá começar a comprar obrigações de Espanha e Itália no mercado secundário para evitar que o contágio acelere a crise de dívida. No final da semana passada, o Governo italiano garantiu que o BCE prometeu iniciar a compra de obrigações do país no mercado secundário a partir de hoje.

“O sistema do euro vai intervir de uma forma muito significativa nos mercados e responder de uma forma coesa”, afirmou a fonte, acrescentando que brevemente o BCE divulgará um comunicado.

Também hoje a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês Nicolas Sarkozy emitiram um comunicado conjunto onde reafirmam o seu compromisso com as decisões tomadas na cimeira extraordinária da zona euro de Julho. Entre elas está a possibilidade de o fundo europeu de estabilização financeira (FEEF) comprar dívida dos países intervencionados no mercado secundário. Nesse sentido, os dois líderes sublinharam ainda a importância de os parlamentos nacionais aprovaram as medidas até ao fim de Setembro.

Merkel e Sarkozy congratularam-se com os recentes esforços de consolidação orçamental decidos por Madrid e Roma, frisando que “a rapidez de implementação das medidas anunciadas é fundamental para restaurar a confiança nos mercados”.

O executivo italiano anunciou ontem que vai acelerar as medidas de austeridade para cortar o défice orçamental para um valor abaixo dos 3% já em 2013, um ano antes do previsto. Berlusconi prometeu ainda introduzir na lei o mecanismos de equilíbrio orçamental orçamentos equilibrados, liberalizar o mercado de trabalho e vender activos.

A ministra de a Economia espanhola, Elena Salgado, garantiu este domingo que o Conselho de Ministros vai aprovar novas medidas para combater o défice, ainda em Agosto. Madrid quer introduzir melhorias na gestão do imposto sobre sociedades e flexibilizar o contrato a tempo parcial.

MRA Alliance/DE

Itália: Belusconi antecipa mais medidas de austeridade para tentar suster o agravamento da dívida soberana

sábado, agosto 6th, 2011

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciou na sexta-feira que o Governo vai antecipar o programa de austeridade já para Setembro, de forma a atingir o equilíbrio nas contas públicas em 2013, um ano antes do previsto no plano original.

Desta forma o líder italiano tenta dar resposta aos ataques especulativos que esta semana provocaram uma sangria na bolsa de Milão e fizeram disparar os juros da dívida soberana do país.

“Vamos acelerar medidas do programa de austeridade com o objectivo de equilibrar as contas em 2013 em vez de 2014”, revelou Berlusconi. Na ocasião, o líder italiano acrescentou que Giulio Tremonti, ministro da Economia, irá apresentar um plano fiscal e de apoios sociais na próxima semana para avançar com as medidas de corte na despesa.

Berlusconi disse ainda que falou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, sobre a possibilidade de antecipar para “breve” a reunião entre os ministros das Finanças do G7 e pediu uma “resposta coordenada face aos últimos acontecimentos.

Na quinta-feira, o director do Centre for Economics and Business Research (CEBR), Douglas McWilliams, afirmou que a Itália vai ser obrigada a pedir ajuda financeira à UE e ao FMI.

De acordo com o presidente executivo do CEBR, Itália e Espanha têm dinâmicas diferentes. No caso espanhol estima que a dívida não ultrapasse 75% do Produto Interno Bruto (PIB). Já em Itália, os cálculos feitos pelo analista  apontam para uma dívida na casa dos 128% do produto.

A chave para que Espanha não seja contagiada pela crise das dívidas soberanas que está alastrar pela Europa, segundo McWilliams, passa pelo sucesso das suas exportações.

Todavia,  para atingir tal desiderato é fundamental que o enfraquecido sistema bancário italiano não seja forçado a contabilizar grandes perdas nos balanços. Se tal acontecer, o recurso a um financiamento adicional do governo será inevitável, com todas as turbulências que daí advirão.

Apesar de Berlusconi ter implementado medidas austeras de restrição orçamental, estas parecem insuficientes. De acordo com os cálculos do CEBR, se os italianos continuarem a financiar-se nos mercados com juros superiores a 6 por cento, a dívida poderá atingir os 150% do PIB em 2017. Mas, mesmo que os custos dos empréstimos baixem para os 4%, o analista estima que a dívida italiana atinja os 123% do PIB em 2018.

MRA Alliance/Agências

Itália: Procuradores fazem buscas aos escritórios da Moody’s e S&P

quinta-feira, agosto 4th, 2011

A agências de ‘rating’ são suspeitas de estarem envolvidas em movimentos anómalos nas cotações de acções italianas.  A  justiça  iniciou por isso uma investigação à Moody’s e à Standard & Poor’s por as agências de ‘rating’ serem suspeitas de envolvimento em movimentos anómalos nas cotações de acções italianas, segundo a Reuters.

Segundo um membro do Ministério Público, citado pela Reuters, a medida justifica-se para “verificar se estas agências respeitam os regulamentos enquanto desenvolvem o seu trabalho”. Os procuradores italianos pediram ainda informações ao regulador financeiro do país sobre a actividade das agências de ‘rating’.

Em reacção, a Moody’s referiu que irá cooperar com as autoridades e a S&P disse que irá defender a sua integridade e a dos seus analistas. A investigação acontece depois do Ministério Público ter recebido queixas, em 2010, sobre o impacto dos relatórios das duas agências nas cotações da bolsa italiana.

Em Portugal, a Procuradoria-Geral da República também abriu uma investigação às agências de ‘rating’, depois de uma queixa de um grupo de economistas sobre a responsabilidade destas entidades na crise financeira nacional.

MRA Alliance/DE

Dívida: Juros de Espanha e Itália voltam a subir apesar da intervenção do BCE

quinta-feira, agosto 4th, 2011

As taxas dos títulos de dívida espanhóis e italianos estão novamente a disparar, mesmo depois de o BCE ter entrado no mercado. O juro das obrigações italianas subiram em todos os prazos, com a ‘yield’ a 10 anos a subir até aos 6,19%, de acordo com dados da Bloomberg, depois de algum alívio registado durante a manhã.

No mesmo sentido, as taxas dos títulos de dívida espanhóis subiam na maioria dos prazos, apesar de a Reuters ter avançado que o Banco Central Europeu (BCE) comprou dívida de dois dos países do euro que têm estado na mira dos mercados, Portugal e Irlanda, numa tentativa de retirar alguma pressão.

A reacção o mercado aconteceu depois de o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, ter afirmado que o programa de compra de dívida soberana no mercado secundário continua em curso pela autoridade monetária europeia.

É neste cenário que os juros dos títulos de dívida de Portugal aliviam em todos os prazos, com a taxa a cinco anos a ceder mais de 100 pontos base para 14,52%.

MRA Alliance/DE

Juros da dívida italiana voltam a disparar para níveis históricos

quinta-feira, julho 28th, 2011

Os mercados continuam a especular com o default da economia italiana, a terceira maior da zona euro. Itália emitiu hoje no mercado primário 2,7 mil milhões de euros em títulos de dívida pública a 10 anos a uma taxa média ponderada de 5,77%.

Esta é a taxa de juro mais elevada desde Fevereiro de 2000 com uma subida significativa face à ‘yield’ de 4,94% paga numa emissão com as mesmas características colocada no final de Junho. No total foram colocados 7,97 mil milhões de euros, abaixo do limite máximo do montante indicativo da operação, que oscilava entre 5,5 e 8,5 mil milhões de euros.

Foi também realizada uma emissão de dívida a três meses com uma taxa média ponderada de 4,80%, um máximo desde Julho de 2008. No mercado secundário, as taxas de juro implícitas da dívida pública italiana agravam-se em todas as maturidades. A taxa a 10 anos está muito perto de rasgar a barreira dos 6%. Está a cotar nos 5,926%. Os resultados de ambos os leilões dão força aos receios de que a crise da dívida soberana está a alastrar para economias de maior calibre no euro, como a italiana, que representa cerca de 16% do PIB da região.

“Não foram leilões positivos e agora temos também o rumor Tremonti a afectar o sentimento. O mercado, infelizmente, está a reagir a todos os rumores e a todas as manchetes”, disse um ‘trader’ à Reuters, referindo-se às notícias não confirmadas de que o ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, está de saída.

MRA Alliance/DE

Itália: Mais austeridade num país com mais de oito milhões de pobres

sexta-feira, julho 15th, 2011

A Itália contava, no final de 2010, mais de oito milhões de pobres, anunciou hoje o Instituto de Estatísticas italiano (ISTAT), dia em que o parlamento vai aprovar um plano de austeridade para tentar poupar 79 mil milhões de euros.

De acordo com os últimos dados, 8.272.000 italianos, ou 13,8 por cento da população, são considerados “relativamente pobres”, com um rendimento inferior a 992,46 euros por mês para duas pessoas. No final de 2009, 7,81 milhões de italianos (13,1 por cento) eram “relativamente pobres”.

A pobreza relativa aumentou nas famílias de cinco ou mais membros, passando de 24,9 por cento para 29,9 por cento, nas famílias monoparentais (de 11,8 para 14,1 por cento), nas famílias com três filhos ou mais menores de idade e nos agredados de idosos nos quais apenas um elemento recebe uma reforma.

A Itália conta também 3,129 milhões de pessoas, 5,2 por cento da população, a viver numa situação de “pobreza absoluta”. Este número estabilizou relativamente a 2009, quando estas pessoas eram 3,074 milhões.

A “pobreza absoluta” caracteriza-se pela impossibilidade de pagar bens e serviços considerados essenciais para ter um nível de vida «minimamente aceitável» e varia em função da tipologia familiar e das zonas – o custo de vida é mais barato no sul do que no norte do país.

MRA Alliance/DN 

Itália com dificuldade em colocar dívida apesar de preço recorde

quinta-feira, julho 14th, 2011

A Itália colocou hoje no mercado 5 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) entre 5 e 15 anos. O valor máximo levado a concurso destas operações atingia os 8,57 mil milhões de euros. Assim, o montante colocado no mercado ficou 42% abaixo do desejado.

De acordo com dados avançados pelo Tesouro italiano, o leilão obrigacionista a 5 anos resultou na emissão de 1,25 mil milhões de euros ao preço de 4,93%, o valor mais elevado desde 2008. A procura desta operação superou em 1,93 vezes a oferta.

Os leilões foram realizados sobre rumores de mercado que apontavam para o facto de o Banco Central Europeu ter que intervir nos leilões para absorver parte do montante e evitar uma maior subida da ‘yield’ das obrigações.

Actualmente a ‘yield’ dos títulos de dívida italiana de todas as maturidades estão a subir, em média, 8,8 pontos base e as principais praças financeiras da Europa estão a registar perdas avultadas.

Recorde-se ainda que, ainda este ano, o Tesouro italiano precisa de emitir 90 mil milhões de euros, cerca de 41% do total estipulado para 2011, segundo estimativas do BNP Paribas. O primeiro grande teste de Itália irá ocorrer em em Setembro quando vencerão 46 mil milhões de euros.

MRA Alliance/DE

Grupo Berlusconi condenado a pagar 560 milhões

domingo, julho 10th, 2011

O grupo Fininvest, propriedade do primeiro-ministro italiano, Berlusconi, foi este sábado condenado a pagar 560 milhões de euros ao grupo de media concorrente CIR, de Carlo de Benedetti, por prejuízos patrimoniais no caso Mondadori. O grupo vai apresentar recurso e Berlusconi continua a defender-se dizendo que é vítima da perseguição de magistrados de esquerda.

Os juízes do tribunal de Milão reduziram um quarto do valor a que o grupo familiar do chefe de Governo italiano tinha sido condenado a pagar ao grupo de Carlo de Benedetti.

O caso remonta a 1991, quando, três anos antes de Berlusconi entrar na política, um juiz de Roma, Vittorio Metta, autorizou a Fininvest a assumir uma posição de controlo no Mondadori.

Berlusconi tinha começado a acumular acções neste grupo editorial – onde se incluem o diário “La Repubblica” e o semanário “L’ Espresso” – com o objectivo de retirar o controlo accionista a Carlo de Benedetti.

O actual primeiro-ministro chegou a ser ilibado das suspeitas de suborno, mas, em 2007, a tomada de controlo do grupo foi “comprada”. O caso prolongou-se e só dois anos mais tarde a justiça italiana considera Berlusconi “co-responsável” pelo suborno do juiz e de vários advogados envolvidos no processo.

Em Março de 2010, o Governo aprovou uma lei que garantiu imunidade penal ao primeiro-ministro, o processo seria suspenso no mês seguinte, mas retomado entretanto depois de o Tribunal Constitucional ter procedido à sua revogação.

MRA Alliance/Público

Itália: Justiça retira imunidade a Berlusconi

quarta-feira, outubro 7th, 2009

O Tribunal Constitucional italiano invalidou hoje a lei que conferia imunidade aos quatro mais altos cargos do Estado, incluindo ao primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, considerando-a inconstitucional por violar os princípios de igualdade de todos os cidadãos perante a Lei.

Os 15 juízes da instituição tinham em mãos a apreciação do chamado ‘Laudo Afano’, a lei que o Parlamento italiano aprovou a 22 de Julho de 2008 e que levou à suspensão dos processos judiciais contra o primeiro-ministro.

Com esta decisão, o Chefe de Governo italiano pode voltar ao banco dos réus, mas, para já, não deve haver eleições antecipadas.

A lei tinha merecido a contestação dos partidos da Oposição, invocando que a norma fora criada para proteger os interesses pessoais e políticos de Berlusconi.

MRA Alliance/Agências

Angola quer mais investimento italiano não petrolífero

segunda-feira, setembro 7th, 2009

ENI - Exploração de petróleo em AngolaO vice-ministro da Economia de Angola, Job Graça, convidou hoje as empresas italianas a investirem nas áreas de produção de bens e serviços não petrolíferos, durante o Fórum Económico Angola-Itália, a decorrer em Luanda, no qual participam 60 empresas transalpinas.

O vice-ministro para o Comércio Externo da Itália, Adolfo Urso, ouviu do governante angolano declarações que prometem aumentar a presença de capital e de bens italianos na ex-colónia portuguesa. Segundo Job Graça, o comércio bilateral pode desenvolver-se “de forma mútua e benéfica”. Entre 2006 e 2008, as importações de Itália atingiram 151,6 milhões de dólares, enquanto as exportações chegaram aos 221,2 milhões.

Máquinas, equipamentos e utensílios são o grosso das exportações de Itália para Angola, enquanto o petróleo é a quase totalidade das exportações angolanas para o país europeu.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), Aguinaldo Jaime, disse que o fórum demonstra que, apesar da crise económica mundial, Angola continua a ser “um mercado atractivo para as principais economias do mundo”.

“A Itália já teve uma cooperação multifacetada com Angola, que hoje tem índices reduzidos, mas que podem ser aumentados através da elevação da cooperação, saindo da indústria petrolífera e do gás e dos serviços de apoio ao setor petrolífero, para outros em que a Itália é muito forte”, disse Aguinaldo Jaime.

A construção civil, a produção de equipamentos, a agricultura e as agro-indústrias, as pescas, a habitação social, a produção de maquinaria são sectores que o presidente da ANIP considerou “decisivos” para o desenvolvimento da economia angolana.

Aguinaldo Jaime considerou “feliz” a ideia de “desenvolvimento partilhado, não imposto, não intrusivo” estabelecido pela Itália no seu Plano para a Cooperação com África.

“Saber que os italianos querem vir a Angola não para impor regras, mas para se ajustar às regras existentes e para criarem parcerias com os empresários angolanos na criação de mecanismos de transferência de tecnologias parece-me ir de encontro às necessidades da nossa classe empresarial”, frisou.

Por sua vez, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, disse à Lusa que Angola deve saber aproveitar a iniciativa italiana, que reúne no fórum um conjunto de agentes económicos italianos, fortes no comércio e na cooperação internacional, com “posições muito claras e objectivas” nas áreas da madeira, granito, café, produtos derivados da pesca e frutas tropicais com boas possibilidades de exportação para a Itália.

Até ao momento o petróleo, a principal área de investimento dos italianos em Angola, onde estão representados pela ENI, é o único produto a ser exportado.

O volume de negócios entre Angola e a Itália, a terceira maior economia da Europa, não ultrapassa os 50 milhões de dólares fora do sector petrolífero. A Itália é o segundo fornecedor de máquinas e equipamentos industriais e agrícolas.

Participam no fórum, empresas italianas dos sectores da construção civil, engenharia, agricultura, indústria alimentar, transporte aéreo e marítimo, sistemas de tratamento de água, consultoria, telecomunicações, pescas e saúde.

MRA Alliance/Agências

UE: Durão Barroso ganha mais apoios G7 para recandidatura

quarta-feira, julho 16th, 2008

O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, apoiou ontem (15/07) a recandidatura de José Manuel Durão Barroso à presidência da Comissão Europeia a partir de 2009, durante uma conferência de imprensa conjunta. «Devemos, em breve, nomear um presidente da Comissão, o nosso candidato será o presidente Barroso. Vemos (nele) o melhor presidente», declarou Berlusconi, apesar das suas tensões com a CE de Bruxelas. «É um homem inteligente e competente. Seria absurdo desperdiçar a sua experiência», adiantou. A recuperação da companhia aérea Alitalia, a crise do lixo em Nápoles e a imigração clandestina, que evidenciaram problemas entre ambos, parecem estar ultrapassadas. Durão Barroso declarou-se «surpreendido» com a declaração de Berlusconi, assegurando que não falou sobre a questão durante o encontro com o líder italiano. Nicolas Sarkozi, presidente da França e actual presidente do bloco europeu, declarou-se igualmente favorável a uma recandidatura de Barroso, na passada quinta-feira. O ex-primeiro ministro português, dirige o executivo europeu desde 2004. MRA/Agências

Mini-cimeira europeia discute soluções para conter crise dos mercados

terça-feira, janeiro 29th, 2008

10, Downing Street - Brown organiza mini-cimeira europeiaDurão Barroso, Angela Merkel, Nicolas Sarkozy, Romano Prodi e Gordon Brown, estão reunidos em Londres para discutir soluções para enfrentar a ameaça aos mercados financeiros. Durão Barroso confirmou já que a situação financeira da União poderia levar a uma revisão em baixa do cescimento da economia europeia para 2008, mas afasta para já o risco de recessão.

Depois do escândalo que abala desde há uma semana o banco Societé Generale, ou a crise dos créditos imobiliários de risco nos Estados Unidos, o presidente da Comissão e os quatro chefes de estado e de governo querem incrementar a transparência e regulação dos mercados. Segundo os analistas a cimeira a cinco, arrisca-se a inflamar divergências entre os defensores de um maior intervencionismo do estado nos mercados, como a França, e os que preconizam uma maior auto-regulação, como o Reino Unido. Na próxima semana os ministros das finanças do G7, reunem-se em Tóquio, para debater os mesmos temas. (pvc/agências)

Itália: Crise politica após demissão de Prodi

sexta-feira, janeiro 25th, 2008

Prodi perdeu confiança do parlamento e deixou chefia do governoO Presidente italiano Giorgio Napolitano iniciou hoje consultas com representantes políticos do país após as quais decidirá a convocação de eleições ou a formação de um governo de transição, depois da demissão, ontem, do primeiro-ministro, Romano Prodi. Prodi apresentou a demissão a Napolitano depois de ter perdido a votação de uma moção de confiança no Senado, após 20 meses à frente do Governo italiano. O primeiro-ministro pediu uma moção de confiança ao Parlamento que venceu na Câmara dos Deputados depois de o partido aliado dos democratas-cristãos do UDEUR ter anunciado que se retirava da coligação. Até ao momento, Napolitano não se pronunciou sobre a demissão de Prodi e hoje iniciou as consultas, que normalmente duram dois dias. O presidente da República terá de decidir se convoca eleições antecipadas ou se opta pela formação de um governo de transição para alguns meses, o tempo para reformar a lei eleitoral. O presidente Napolitano sempre se opôs a um regresso às urnas nas actuais regras. Lusa

Vaticano já aceita “limitação de tratamentos” a doentes terminais. Abertura para a eutanásia?

sábado, novembro 17th, 2007

Monsenhor Gianfranco RavasiO presidente do Conselho Pontifício da Cultura do Vaticano, Gianfranco Ravasi, pediu aos médicos que limitem a aplicação de tratamentos muito invasivos e opressivos nos doentes terminais “que acabam sendo inúteis”, mas reafirmou que a Igreja Católica “condena a eutanásia” e também “é contra o uso de tratamentos para prolongar a vida.” Em entrevista publicada na edição de hoje (sábado) do jornal “Corriere della Sera”, Ravasi citou o caso do papa João Paulo II, que rejeitou determinadas ações por avaliar que no fim da vida “é preciso evitar os tratamentos muito invasivos”. “Às vezes não se respeitam os limites que separam o tratamento necessário e o inútil”, disse Ravasi, acrescentando que “é preciso defender a vida a todo custo, mas também se deve defender sua dignidade”.

Os membros da Cúria romana sempre citaram como exemplo o caso do papa João Paulo II, que se opôs a tratamentos para prolongar a vida em contraposição à eutanásia. Esta posições surgiram após a anestesista Lina Pavanelli, da Universidade de Ferrara, ter afirmado, em artigo publicado pela revista “Micromega”, que João Paulo 2º “foi ajudado a morrer”, o que, segundo ela, representou uma aplicação da eutanásia.

França não cede deputado à Itália e dificulta aprovação do tratado reformador

quarta-feira, outubro 17th, 2007

françaA França recusa ceder um dos dois deputados que ganhou na nova repartição de lugares do Parlamento Europeu (PE) como solução para o último obstáculo trazido pelos italianos para as negociações do tratado. Este deve ser aprovado pelos 27, em Lisboa, na cimeira de quinta e sexta-feira.

“A França apoia totalmente a proposta aprovada pelo Parlamento Europeu [no dia 10]. Nenhum Estado membro vai perder lugares”, disse ontem ao DN uma fonte do Eliseu, esclarecendo a posição com que o chefe do Estado francês, Nicolas Sarkozy, parte para a reunião dos líderes da UE.

ItáliaEsse eventual gesto poderia ser Paris ceder à Itália um lugar de deputado, uma vez que ganha dois, na proposta aprovada dia 10 em Bruxelas. O Reino Unido também ganhou um eurodeputado, para a legislatura de 2009-2014, enquanto a Itália não aumentou. Assim, pela primeira vez, os italianos vêem-se, pela primeira vez, privados da sua paridade (72) com a França (74) e o Reino Unido (73), todos membros do G-8. A proposta aprovada com os votos contra dos italianos prevê uma nova forma de cálculo chamada proporcionalidade degressiva, ou seja, que os países com mais população tenham direito a mais lugares no PE. Isto dentro dos limites previstos no novo tratado: um máximo de 750 eurodeputados (em vez de 785).

não está fácil…O primeiro-ministro italiano indicou que não vetará um acordo sobre o tratado, substituto da Constituição europeia, desde que a questão seja solucionada depois. Apesar das reticências italianas, que se vieram juntar às de outros Estados membros, como a Polónia, a nota dominante é de optimismo e é dada como quase certa a aprovação do novo tratado em Lisboa.|