Archive for the ‘Irlanda’ Category

BCE comprou dívida pública de Portugal e Irlanda

quinta-feira, agosto 4th, 2011

O Banco Central Europeu comprou dívida pública portuguesa e irlandesa, noticia hoje a agência financeira Bloomberg, citando três pessoas com conhecimento das transações, e que acrescentam não ter visto o banco central a comprar dívida de outros países.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, lembrou hoje em conferência de imprensa que, apesar de não haver notícias sobre compra de títulos de dívida pública há cerca de quatro meses, o programa não tinha sido interrompido e deixou até no ar a ideia de que poderia comprar títulos de dívida dos países da zona euro ainda hoje.

“Eu nunca disse que o programa destinado a comprar títulos de dívida nos mercados tinha sido interrompido e vão ver aquilo que fazemos”, afirmou o banqueiro central, acrescentando que “não ficaria surpreendido se até ao final desta teleconferência vocês vissem qualquer coisa no mercado”.

MRA Alliance/Lusa

Moody’s corta rating da Irlanda para “lixo”

quarta-feira, julho 13th, 2011

A agência de notação Moody’s, à semelhança do que recentemente fizera a Portugal e à Grécia, baixou hoje em um escalão o rating da dívida soberana da Irlanda, passando do nível Baa3 para Ba1, considerado “lixo”.

A agência, em comunicado, justifica a decisão com a “crescente possibilidade” de o governo irlandês necessitar de “mais financiamento”
quando o atual fundo de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional acabar em 2013.

Para receber financiamento adicional e poder regressar ao “mercado privado”, também é provável que necessite da “ajuda do sector de
crédito privado”, acrescenta a nota.

MRA Alliance/Agências

UE emitiu mais 4,75 mil milhões para ajudar Portugal e Irlanda

quarta-feira, maio 25th, 2011

A União Europeia emitiu hoje mais 4,75 mil milhões de euros em títulos de dívida a 5 anos para ajudar a Irlanda e Portugal. Depois de ter emitido ontem a mesma quantia em títulos de dívida a 10 anos para ajudar a financiar os resgates da Irlanda e de Portugal, a União Europeia realizou a nova emissão, através do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

Segundo o Diário Económico, desta vez foi um leilão de obrigações a 5 anos, de acordo com um banqueiro citado pela Bloomberg. A emissão de hoje foi gerida pelo Deutsche Bank, HSBC, Societe Generale e UBS, de acordo com a mesma fonte.

Ontem, a Comissão Europeia informou que a procura superou a oferta em três vezes e os investidores asiáticos ficaram com 25% dos títulos de dívida a 10 anos. A instituição liderada por Durão Barroso revelou ainda que dos 4,75 mil milhões emitidos, 3 mil milhões serão entregues à Irlanda e os restantes 1,75 mil milhões terão como destino os cofres do Estado português, no dia 31 de Maio.

Por tipo de investidor, os gestores de activos ficaram com 27% das obrigações a 10 anos, os bancos centrais com 23%, fundos de pensões e seguradoras (23%) e os bancos absorveram 20% do total colocado ontem.

Até 15 de Julho, a UE prevê emitir um total de 15,3 mil milhões de euros através do FEEF, o fundo europeu de apoio ao euro, que será substituído pelo Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), a partir de 2013.

MRA Alliance

S&P corta rating da Irlanda para nível igual ao português

quarta-feira, fevereiro 2nd, 2011

A incerteza sobre a recapitalização da banca irlandesa levou a agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) a baixar hoje a avaliação da dívida a longo prazo do país, de “A” para “A-”, o mesmo nível em que se encontra avaliado Portugal pela mesma agência.

Segundo a classificação da S&P, a nova nota, a sétima melhor numa escala de 22, refere-se à dívida com maturação a longo prazo, mas vulnerável à evolução da situação económica.

O facto de haver ainda “grandes incertezas” quanto à dimensão da necessidade de recapitalização das instituições financeiras da Irlanda esteve na origem deste corte, justificou a agência em comunicado citado pela AFP, tal como tinham feito as restantes agências, que já tinham colocado o rating da Irlanda abaixo do de Portugal.

O nível da S&P, que baixou ainda a nota da dívida emitida a curto prazo, que passou de “A-1” para “A-2”, continua, ainda assim, acima dos atribuídas pela Moody’s e pela Fitch.

“Se o mercado de trabalho vier a degradar-se ainda mais”, explica Frank Gill, analista da S&P, citado pela AFP, um eventual aumento do incumprimeto no “crédito imobiliário poderia conduzir a faltas de capital suplementar mais elevadas” do que a agência antecipa neste momento.

Hoje, a agência de notação financeira manteve a nota da Irlanda ainda sob vilgilânca negativa, podendo voltar a baixá-la nos próximos três meses, embora mantendo-a na categoria de “investimento”.

O Governo irlandês acordou, em Novembro, com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), um plano de ajuda de 85 mil milhões de euros para a recapitalização do sector bancário.

MRA Alliance/Público

Dívida: Irlanda paga menos pelo resgate europeu do que mercados cobram a Portugal

terça-feira, janeiro 25th, 2011

O presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), Klaus Regling, revelou hoje que a Irlanda vai pagar um juro de cerca de 6% pelo primeiro empréstimo de ajuda ao país. Este valor resulta da primeira emissão de títulos de dívida, no valor de 5 mil milhões de euros, que o Fundo Europeu realizou hoje no mercado e pelos quais vai pagar um juro de 2,89%. A maturidade dos títulos é de cinco anos.

Os cerca de 6% que serão cobrados à Irlanda por este empréstimo estão abaixo do juro a que negoceiam hoje as Obrigações do Tesouro portuguesas também a 5 anos, que seguia nos 6,158% no mercado secundário.

O secretário do Tesouro e das Finanças português, Carlos Costa Pina, disse hoje numa conferência em Nova Iorque, que “não está totalmente claro que as condições de financiamento [de Portugal] seriam muito melhores” com a ajuda do FEEF. “É estratégico para nós financiar a nossa dívida no mercado com uma larga base de investidores, e temos de continuar”, frisou Costa Pina.

Na mesma ocasião, o responsável reafirmou que Portugal não precisa de ajuda financeira internacional e que o custo médio de financiamento de Portugal é inferior a 4%.

Na última emissão de títulos de dívida portugueses a seis anos, realizada em Novembro, o juro fixou-se nos 6,156%, enquanto na última emissão a quatro anos, concretizada em Outubro, a taxa média ponderada foi de 4,041%.

MRA Alliance/DE

Irlanda: Primeiro-ministro Cowen demitiu-se do partido

sábado, janeiro 22nd, 2011

Brian CowenBrian Cowen anunciou hoje a sua demissão da presidência do partido Fianna Fail, no final de uma semana de crise política.

Em conferência de imprensa, o chefe do governo indicou ter tomado a decisão por sua iniciativa para favorecer a unidade do partido na campanha para as eleições legislativas previstas para 11 de Março.

O anúncio ocorre após uma semana agitada, em que Cowen enfrentou uma rebelião seguida de um voto de confiança do seu partido e enfrentou a demissão de seis ministros.

MRA Alliance/DE

Bancos portugueses correm sérios riscos de contágio irlandês, diz FMI

sábado, dezembro 18th, 2010

Portugal é o país que tem maior exposição a investimentos na Irlanda em percentagem do PIB (produto interno bruto). A conclusão é do Fundo Monetário Internacional (FMI), num relatório divulgado ontem que serviu de base à decisão de viabilizar a ajuda à Irlanda.

Nas contas do FMI, os investimentos e as aplicações nacionais na Irlanda representam 18,8% do PIB português. Em números redondos, estamos a falar de qualquer coisa como 33 mil milhões de euros que, segundo o FMI, estão sobretudo aplicados em títulos e instrumentos de dívida de longo prazo.

A seguir a Portugal, e pelo critério do PIB, surge o Reino Unido (8,9%) que tem a maior exposição absoluta a activos irlandeses, estimada em 134 mil milhões de euros. A dimensão dos números surpreendeu os especialistas contactados pelo i.

A Irlanda, a par do Luxemburgo, é um destino muito procurado pelos bancos nacionais para domiciliarem operações de titularização de créditos, sobretudo obrigações hipotecárias (empréstimos à habitação). Isto significa que, embora os fluxos financeiros passem pela Irlanda, os activos subjacentes são créditos concedidos no mercado nacional. Por outras palavras, estas aplicações estarão expostas a activos portugueses e não irlandeses, segundo os especialistas ouvidos pelo i.

A titularização é um instrumento financeiro que consiste em antecipar receitas futuras, vendendo os créditos com um juro garantido à banca ou a empresas especializadas, que depois os podem transaccionar no sistema financeiro. Dentro destas dívidas de longo prazo podem estar créditos à habitação, às empresas, ao consumo, concedidos pelo bancos nacionais, mas também o défice tarifário da electricidade (dívidas dos clientes da EDP), receitas futuras da TAP ou das portagens da Brisa, para falar só em operações divulgadas.

Segundo os testes de stresse divulgados em Agosto, a banca nacional tinha cerca de 840 milhões de dívida pública irlandesa. Aproximadamente metade desse valor, que se reportava a Março, era investimento do BPI.

O FMI considera limitada a exposição da banca mundial à dívida soberana de Dublin, mas alerta para o elevado valor dos investimentos bancários em outros activos irlandeses. À frente estão os bancos alemães (113 mil milhões de euros), seguidos dos ingleses e dos franceses. Sublinha ainda que o risco de contágio da crise irlandesa é muito significativo por causa das intensas relações financeiras do país a nível mundial.

Portugal surge no trio dos países periféricos mais vulneráveis a um contágio made in Ireland, juntamente com a Grécia e Espanha. O FMI defende ainda que há um risco considerável de os problemas nos dois maiores bancos irlandeses, Allied Irish Bank e Bank of Ireland, passarem a outros bancos europeus. A probabilidade, diz a instituição, é superior a dois terços, com especial relevo para os bancos portugueses e gregos.

MRA Alliance/ionline

Moody`s baixou «rating» da Irlanda em cinco níveis

sábado, dezembro 18th, 2010

A agência de notação financeira Moody`s considerou ontem que a Irlanda tem menos possibilidades de pagar a sua dívida soberana, pelo que diminuiu a classificação do país de Aa2 para Baa1, ou seja, cinco níveis. A Moody`s justificou a decisão com o aumento das incertezas em relação à economia da Irlanda e o declínio da solidez financeira do Estado irlandês, refere a Lusa.

A agência de notação financeira ameaçou, ainda há dois dias, cortar o «rating» de Espanha e ontem o alvo de alerta foi a Grécia, cuja notação está em Ba1. A Irlanda aproxima-se, por isso, e a passos largos, da classificação de Atenas.

MRA Alliance/Agências

Irlandeses guardam dinheiro em casa e fogem dos depósitos bancários

quinta-feira, dezembro 16th, 2010

A venda de cofres disparou na Irlanda. Um número crescente de irlandeses prefere guardar o dinheiro em casa em vez de o depositar nos falidos bancos do país. Segundo o problemático AIB (Anglo Irish Bank), desde o início do ano, os depósitos caíram em 13 mil milhões de euros, sobretudo devido aos levantamentos efectuados por empresas e instituições financeiras.

A empresa AllSafes.ie, um dos maiores comerciantes de cofres do país, revelou que nos últimos três meses as vendas dispararam 80% relativamente a ígual período do ano passado. O fundador, Neil Donnelly, indicou que a maior parte dos clientes não revela as razões da compra, embora alguns tenham referido que não acreditam nos bancos.  

“O cofre mais vendido custa entre 400-500 euros e pode guardar entre 4.000-5.000 euros em numerário. Isto dá uma ideia da quantidade de dinheiro que as pessoas estão a guardar em casa”, disse Donnelly.

MRA Alliance/Irish Independent

Portugal garante 550 milhões na ajuda à Irlanda

segunda-feira, novembro 29th, 2010

Portugal vai garantir um empréstimo de 550 milhões de euros à Irlanda no total dos 85 mil milhões, acordados ontem pela UE para pagar em sete anos e meio, com uma taxa de juro em torno dos 6%. Só se Dublin não honrar a sua dívida é que a garantia será activada. Porém, o pagamento da comissão de 0,5% está garantido à partida.

A decisão foi tomada ontem à noite por “unanimidade” na reunião extraordinária dos ministros das Finanças europeus em Bruxelas, anunciou o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker.

O pacote de assistência à Irlanda inclui uma fatia de 17,5 mil milhões de auto-financiamento através de um fundo de pensões, 22,5 mil milhões garantidos pelo orçamento comunitário, igual valor do Fundo Monetário Internacional, 17, 665 mil milhões dos estados da zona euro (entre eles Portugal), 3,8 mil milhões do Reino Unido, e ainda 598 da Suécia e 393 milhões da Dinamarca. No final de contas, a ajuda ficará bem mais barata do que se pensava, com a Alemanha a garantir seis mil milhões.

A condição à Irlanda é de aplicar e implementar estritamente nos próximos três anos o seu plano de austeridade, e foi-lhe concedido mais um ano para cumprir o Pacto de estabilidade. Actualmente em 32%, o défice terá de cair para baixo dos 3% até 2015 e não 2014, como previsto inicialmente.

MRA Alliance/DE

Irlanda fecha acordo com UE e FMI sobre ajuda multibilionária

domingo, novembro 28th, 2010

O Governo irlandês e a missão de especialistas europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a acordo sobre as grandes linhas de um plano de ajuda de 85 mil milhões de euros a Dublin, destinado nomeadamente aos bancos.

Este programa de ajuda – o segundo para um país da Zona Euro no espaço de seis meses, depois da Grécia, em Maio – ainda terá de ser formalmente adoptado hoje pelos ministros das Finanças europeus, que se reúnem em Bruxelas ao início da tarde.

Parte da ajuda, mais concretamente 35 mil milhões de euros, deverão ser investidos nos bancos irlandeses, a braços com dívidas elevadas depois de ter rebentado uma bolha imobiliária, revelou fonte diplomática. A quantia restante deverá ser encaminhada para o Estado irlandês, que viu o seu défice aumentar para 32,1 por cento do PIB.

MRA Alliance/Público

Irlanda corta 20% na despesa e sobe impostos

quarta-feira, novembro 24th, 2010

Mendigo na IrlandaO Governo da Irlanda anunciou o plano de austeridade 2011-2014, que envolve cortes de 15 mil milhões de euros. Os gastos com a Segurança Social vão sofrer um corte de 2,8 mil milhões de euros. As receitas com impostos vão aumentar em 1,9 mil milhões de euros.

As medidas, que constam no draconiano programa de austeridade da Irlanda até 2014, apresentando hoje pelo primeiro-ministro, Brian Cowen, em Dublin, visam reduzir o défice orçamental de 12% este ano (ou 34% se incluídas as ajudas à banca) para 3% do PIB até 2014.Os cortes para os próximos quatro anos, na ordem dos 15 mil milhões de euros, foram anunciados numa altura em que decorrem negociações entre o Governo irlandês e técnicos da União Europeia e do FMI para a concessão de ajudas no valor de 85 mil milhões de euros.

O pedido formal de resgate apresentado no domingo levou os parceiros da coligação governamental a retirar o seu apoio ao chefe de Governo. Perante este cenário, o primeiro-ministro anunciou que pretende dissolver o Parlamento após a votação do Orçamento do Estado, marcada para 7 de Dezembro, e convocar eleições gerais antecipadas para Janeiro de 2011.

MRA Alliance/DE

Ajuda bilionária da UE e do FMI já foi confirmada pela Irlanda

segunda-feira, novembro 22nd, 2010

O primeiro ministro da Irlanda, Brian Cowen, afirmou que obteve um acordo de princípio com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um apoio financeiro inferior a 100 mil milhões de euros.Em conferência de imprensa, Cowen anunciou que a dimensão do sistema bancário irlandês vai ser reduzida significativamente, no âmbito do plano de reestruturação previsto para o fundo de apoio da UE e do FMI.

Especialistas da UE e do FMI chegaram à capital da Irlanda há três dias para analisar os números do governo, do tesouro e dos bancos, e estabelecer a dimensão do pacote de ajuda de que o país necessitaria para salvar os bancos.

MRA Alliance/Lusa

Irlanda receia violência urbana face ao agravamento da crise

domingo, novembro 21st, 2010

Brian Cowen - Primeiro-ministro da IrlandaUm dos maiores sindicatos da Irlanda (Technical Engineering and Electrical Union) alertou hoje para o risco de a nação estar à beira de cair numa grave e provavelmente violenta crise social numa altura em que o Governo de Dublin negoceia com a União Europeia e o FMI um multimilionário pacote de salvação da indústria bancária irlandesa.

O TEEU sugere o lançamento de uma campanha de desobediência civil a menos que o primeiro-ministro, Brian Cowen, convoque de imediato eleições gerais.

O sindicato considera que a violência pode manifestar-se nas ruas caso sejam decididos novos cortes “draconianos” de 15 mil milhões de euros no sector público, nos próximos quatro anos.

O défice público, por seu turno, deverá ser reduzido anualmente em 15 mil milhões de euros até 2014.

Os novos cortes serão decididos hoje durante uma reunião de emergência do Conselho de Ministros irlandês.

MRA Alliance/Guardian

Irlanda aceita plano tripartido para evitar colapso financeiro

sexta-feira, novembro 19th, 2010

A Irlanda vai aceitar um plano de contigência para salvar a banca da falência, anunciou ontem o Governo de Dublin, após a primeira reunião com os especialistas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), que ontem aterraram em Dublin para analisar a situação.

Depois das primeiras discussões com os peritos, o ministro das Finanças mostrou-se receptivo a uma ajuda externa, ainda que apenas para sanear a banca. Brian Lenihan, que tem rejeitado veementemente qualquer ajuda da UE e do FMI face à escalada dos juros da dívida – reiterando que o país não vai precisar de recorrer a novos financiamentos externos até Julho do próximo ano -disse agora que seria “muito desejável” a criação de um “fundo de contigência substancial” destinado a ajudar os bancos em dificuldades.

Ainda assim, frisou que a Irlanda não está ainda nessa situação. “Ainda não estamos nesse estágio”, garantiu Lenhihan. O valor do referido fundo não foi quantificado, mas estima-se que pode chegar a cem mil milhões de euros (o empréstimo à Grécia foi de 110 mil milhões).

Orgulhosos da sua independência, a maioria dos irlandeses não vê com bons olhos uma intervenção externa e teme o preço que terá de pagar caso aconteça.

Os protestos contra “a ditadura da UE e do FMI” já se fizeram ontem ouvir em frente ao Ministério das Finanças, enquanto no parlamento o líder da oposição exigia a demissão do Governo, classificando de “humilhante” qualquer ajuda externa.

O governador do banco central irlandês, Patrick Honohan, não esconde a ansiedade. “A minha expectativa é que seja disponibilizado um importante empréstimo de dezenas de milhares de milhões”, disse Honohan, admitindo que poderá nem ser utilizado, mas servirá para mostrar à banca que estão prontos a intervir quando entenderem.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, no entanto, já disse o apoio da instituição aos países mais vulneráveis não é infinito e que “as políticas inicialmente usadas para combater a crise do crédito não podem tornar-se numa dependência [dos Estados] à medida que as condições comecem a normalizar”.

Na opinião do economista-chefe da JP Morgan, citado pela Bloomberg, Trichet “parece muito pouco confortável com o papel que foi forçado a desempenhar neste drama”. E entende que o papel de credor de último recurso “não significa financiar 15% a 20% do balanço do sector financeiro numa perspectiva de longo prazo”.

MRA Alliance/DN

Irlanda: Crise pode afugentar 200 mil quadros e trabalhadores

terça-feira, novembro 16th, 2010

A pior crise econômica em 70 anos pode fazer com que a Irlanda perca até 5% de sua população. Sem emprego e sem perspectivas, jovens irlandeses e milhares de estrangeiros que haviam desembarcado no país nos últimos dez anos para trabalhar agora fazem as malas e buscam a sorte em outros continentes. As estimativas são de que entre 2009 e 2011, o país, de pouco mais de 4 milhões de habitantes, perderá 200 mil pessoas.Essa não seria a primeira vez que os irlandeses fogem de uma recessão. Na realidade, há séculos a emigração tem sido uma resposta recorrente dos irlandeses à sua conturbada história e às crises econômicas. No século XVIII, milhares foram para Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, deixando a pobreza e a fome que assolava a região. Na década de 1950, mais um êxodo: cerca de 500 mil pessoas deixaram o país, a maioria delas jovens. O resultado foi a perda do pouco dinamismo que havia na economia irlandesa e a estagnação da economia por décadas. A última onda de emigração ocorreu nos anos 80, em mais uma recessão.

A crise mais recente também vem provocando estragos. Apenas em 2010, 1,1 mil empresas fecharam suas portas. Empresários deixaram de ter renda e trabalhadores deixaram de ter recursos para sobrevivência. Em apenas cinco anos, a taxa de desemprego passou de 3% para 13,5%. Um a cada três pessoas com menos de 30 anos está desempregada. Segundo os especialistas, a taxa de desemprego poderia ser de quase 20% se não fosse pela emigração e, na verdade, o governo vê o movimento com alívio. Entre 2008 e 2009, 20 mil pessoas deixaram o país. Em 2010, foram mais 70 mil. Para 2011, a perspectiva é que 120 mil saiam da Irlanda.

MRA Alliance/Estadão 

Líderes da UE acalmam mercados e adiam intervenção na Irlanda

sábado, novembro 13th, 2010

Depois da escalada nas taxas de juro da Irlanda na quinta-feira, os responsáveis políticos da União Europeia voltaram ontem a accionar os sinais de alarme, emitindo um comunicado para acalmar os investidores e respondendo rapidamente aos rumores crescentes de um recurso ao fundo de emergência por parte da Irlanda. Coincidência ou não, o dia de ontem foi de descida das taxas de juro da dívida pública, principalmente da irlandesa, mas também de Portugal.

“O Estado está inteiramente financiado até ao próximo mês de Junho e temos reservas importantes (…) [e] “não está de modo algum em situação de pedir ajuda” do fundo europeu de estabilização financeira (EFSF), “, afirmou Brian Lenihan, ministro irlandês das Finanças, à rádio nacional RTE.

A Comissão Europeia garantiu que não recebeu “qualquer pedido do Governo irlandês para qualquer tipo de apoio financeiro”, segundo afirmou um porta-voz.

Jean-Claude Juncker, primeiro- ministro do Luxemburgo e presidente do eurogrupo dos países da moeda única não excluiu, no entanto, a existência de contactos entre Dublin e as outras capitais.

À margem da cimeira do G20 em Seul, os Cinco emitiram ontem de manhã uma declaração formal destinada a afastar qualquer cenário de reestruturação da dívida irlandesa. Este é o grande receio dos mercados financeiros, devido às discussões que decorrem na UE sobre os contornos do futuro mecanismo de gestão de crises do euro que vai substituir o EFSF a partir de 2013.

Depois destas declarações, as taxas de juro irlandesas e portuguesas começaram a cair no mercado da dívida pública. No caso da Irlanda, passaram de 9,243 para 8,434 por cento. Relativamente a Portugal, baixaram de 7,357 para 7,005 por cento.

MRA Alliance/Público

“UE está pronta para ajudar a Irlanda”, garante Barroso

quinta-feira, novembro 11th, 2010

A União Europeia está pronta a ajudar a Irlanda “em caso de necessidade”, afirmou em Seul o presidente da Comissão Europeia, num dia em que as taxas de juro da dívida pública continuam a quebrar recordes.

Acompanhamos a situação (…) e, em caso de necessidade, a União Europeia (UE) está pronta a apoiar a Irlanda”, assegurou Durão Barroso numa conferência de imprensa, à margem da cimeira do G20, que hoje se inicia na capital sul-coreana, ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. 

A crise económica e financeira na Irlanda tem vindo a agravar-se dia após dia, com reflexos tremendos no mercado da dívida pública que tornam cada vez mais provável a possibilidade de o Governo irlandês ter de pedir ajuda à comunidade internacional.

As taxas de juro implícitas aos títulos da dívida pública irlandesa a dez anos ultrapassaram ontem à tarde a fasquia dos 8,5%, rompendo um novo máximo histórico, depois de terem acumulado doze sessões em alta. Após terem fechado nos 8,636%, as taxas estão esta manhã de novo em alta, a rondarem 8,651%.

“A situação irlandesa está pior a cada dia que passa. Estas taxas são insustentáveis. O país está perto de perder a credibilidade junto dos investidores, se é que não a perdeu já”, diz Don Smith, economista do Icap, um dos maiores “brokers” de Londres, em declarações ao Financial Times, que faz hoje manchete com o “disparar” dos custos de financiamento da Irlanda. 

MRA Alliance/JdN

Défice: Medidas de Portugal e Irlanda poderão ser insuficientes, diz membro do BCE

sexta-feira, outubro 15th, 2010

O finlandês Erkki Liikanen, representante do banco central finlandês no BCE, considera que é impossível dizer nesta altura se a Irlanda e Portugal já tomaram medidas suficientes para normalizar os défices públicos. Em entrevista à agência Reuters, Liikanen reconheceu que “os dois países tomaram medidas [de austeridade] importantes, mas nesta altura é impossível dizer se fizeram tudo o que era preciso fazer”.

O responsável aproveitou também uma questão sobre as declarações recentes do alemão Axel Weber, presidente do Bundesbank, que insistiu na oposição da Alemanha ao programa de compra de dívida pública dos países da Zona Euro, para pressionar à responsabilidade individual dos Estados.

Weber disse esta semana que este tipo de intervenção tem de terminar o mais rapidamente possível, temendo pelos efeitos inflacionistas e morais desta medida. “O programa é, por definição, temporário. Foi concebido para restaurar a eficácia da política monetária”, explicou. “O mecanismo crucial é o Fundo de Estabilização Financeira mas, no final de contas, o mais importante é que cada país cumpra as suas obrigações”, concluiu Weber.

MRA Alliance/JdN

Irlanda: Défice salta para 32% do PIB após resgate do Anglo Irish Bank

sexta-feira, outubro 1st, 2010

O ministro irlandês das Finanças Brian Lenihan anunciou na quinta-feira que o défice público do país irá chegar aos 32 % do PIB este ano, devido ao resgate do Anglo Irish Bank, mas mantém o compromisso de ficar abaixo dos 3% em 2014.

O custo total do plano de resgate do banco irlandês poderá atingir os 50 mil milhões de euros, de acordo com os dados publicados também na quinta-feira pelo ministro das Finanças e pelo banco central da Irlanda.“Haverá um salto muito importante no défice público em 2010 devido ao apoio que fazemos ao sistema bancário, que totaliza cerca de 20% do PIB”, disse o ministro em um comunicado, citado pela France Press, acrescentando que isso irá fazer aumentar o défice público para “cerca de 32% do PIB este ano”, contra a previsão de 11,6% em Dezembro passado.

Lenihan garantiu, contudo, que a Irlanda mantém o “firme compromisso” de colocar o défice abaixo dos 3% do PIB em 2014, no cumprimento dos compromissos assumidos perante a Comissão Europeia.

O Governo irlandês irá apresentar em Novembro um plano consolidação orçamental a quatro anos para cumprir essa meta.

MRA Alliance/SIC 

Moody’s corta rating da Irlanda após rebaixar notação da dívida portuguesa

segunda-feira, julho 19th, 2010

Ratings - S&P, Fitch e Moody’sDepois de na semana passada ter descido a notação da dívida portuguesa em dois níveis, a Moody’s anunciou hoje que cortou o “rating” da Irlanda em um nível – de “Aa1” passou para “Aa2” – com perspectivas estáveis. Na última terça-feira, a mesma agência cortou a notação atribuída a Portugal em dois níveis, de “Aa2” para “A1”. No dia seguinte, também reviu em baixa o “rating” de oito bancos portugueses.

“O corte de hoje é essencialmente baseado na gradual mas significativa perda de força financeira do governo irlandês, como reflectido pela deterioração da sua capacidade de financiamento”, justifica Dietmar Hornung, analista da Moody’s para a Irlanda. O mesmo especialista apontou também os problemas do sistema financeiro do país.

A recessão enfrentada pela Irlanda e a quebra do mercado imobiliário penalizaram a sua receita fiscal, colocando o país com o défice orçamental mais elevado entre os membros da Zona Euro.

A Standard & Poor’s atribui à Irlanda um “rating” de AA, enquanto a Ficth atribui uma classificação de AA-.

MRA Alliance/Jornal de Negócios