Archive for the ‘Iraque’ Category

Iraque: Ex-vice-primeiro-ministro de Saddam condenado à morte

quarta-feira, outubro 27th, 2010

Tarek AzizO Supremo Tribunal do Iraque condenou hoje à morte por enforcamento o antigo vice-primeiro-ministro de Saddam Hussein Tarek Aziz, pelo seu papel na eliminação dos partidos religiosos, noticiou a televisão estatal iraquiana. “O Supremo Tribunal iraquiano emitiu uma ordem de execução de Tarek Aziz pelo seu papel na eliminação dos partidos religiosos”, segundo a televisão Al-Irakiya. O porta-voz do tribunal, Mohammed Abdul Sahib, não precisou quando é que a sentença vai ser executada.

Aziz, de 74 anos, cristão, foi vice-primeiro-ministro de Saddam entre 1979 e 2003 e ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1983 e 1991. Neste processo era acusado de, durante o regime de Saddam (1979-2003), participar na campanha de perseguição a membros do Partido Dawa, ao qual pertence o atual primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. Anteriormente, Aziz já tinha sido condenado a duas penas, de 15 anos e de sete anos de prisão.

Numa primeira reação a este anúncio, Ziad Aziz, filho de Tarek, considerou que esta condenação é “uma vingança” que prova “a credibilidade das informações do Wikileaks”.

MRA Alliance/DN

Fundador do WikiLeaks acusa EUA de crimes de guerra

domingo, outubro 24th, 2010

Julian Assange, fundador do WikiLeaksJulian Assange emergiu ontem da quase clandestinidade em que vive para defender a divulgação de milhares de ficheiros do Exército americano sobre a guerra no Iraque. Na cave de um hotel em Londres, o local de uma conferência de imprensa mantido até ao último minuto em segredo, o fundador do WikiLeaks disse querer “repor a verdade” sobre um conflito que terá matado mais de 66 mil civis.

Os documentos, ontem escrutinados pela imprensa, revelam que os militares americanos tinham instruções para ignorar os abusos cometidos pelas forças iraquianas, o que os pode tornar cúmplices da tortura sistemática cometida nas prisões do país.

Citando a famosa frase de que “a verdade é a primeira vítima da guerra”, o ex-hacker australiano acrescentou: “Esperamos corrigir os ataques que lhe foram feitos antes e durante esta guerra e que continuam mesmo depois de ela ter terminado”.

A essa hora, já o Pentágono dissera que os quase 392 mil ficheiros disponibilizados pelo site não passavam de “observações em bruto”. Ainda assim, a sua divulgação constitui “uma tragédia que ajudará os inimigos” dos EUA, disse um porta-voz militar, citado pela BBC. Também o Ministério da Defesa britânico condenou a fuga de informação, que diz “tornar mais difícil e perigoso o trabalho” dos militares.

Numa entrevista à CNN, Assange afirmou que os documentos agora expostos apresentam “provas convincentes de crimes de guerra” cometidos pelas forças iraquianas e da coligação, uma alegação que o Departamento de Defesa repudia: “Revimos, palavra a palavra, cada um desses documentos. Não há nada que possa indicar a existência de crimes de guerra. Se houvesse, já teríamos investigado”, disse à estação o assessor Geoff Morrell.

A afirmação será difícil de sustentar face às centenas de abusos reportados pelos militares americanos nos documentos agora divulgados. Há descrições de detidos espancados, chicoteados, sodomizados, queimados com ácido ou pontas de cigarro pelos militares iraquianos. Seis deles acabariam por morrer na prisão. Mas quase invariavelmente os casos eram encerrados, sem mais investigação, e a informação passada ao Exército iraquiano, muitas vezes às mesmas unidades responsáveis pelos abusos.

O Guardian, um dos jornais a quem o WikiLeaks passou a informação em primeira mão, adianta que isto era consequência de uma ordem – emitida em Junho de 2004 e conhecida por Frago 242 -, estipulando que apenas os casos envolvendo militares da coligação seriam investigados. Abusos de iraquianos sobre iraquianos deveriam ser alvo de um “relatório inicial”. “Nenhuma outra investigação será necessária, a menos que seja pedida pelo quartel-general”, estipulava.

As revelações levaram de imediato o relator especial da ONU sobre tortura a pedir ao Presidente norte-americano, Barack Obama, que ordene uma investigação ao envolvimento dos seus militares nestes abusos. Manfred Nowak sublinha que, além da aparente cumplicidade, os EUA podem ter violado a Convenção contra a Tortura se transferiram detidos para controlo iraquiano sem a garantia de que eles não seriam sujeitos a sevícias.

“Quando foi eleito, o Presidente Obama disse não querer que os EUA fossem vistos como uma nação responsável por violações dos direitos humanos […] Tem, por isso, a obrigação de investigar estes casos”, disse Nowak.

As revelações do WikiLeaks surgem numa altura em que a Administração americana, a braços com o sangrento conflito no Afeganistão, desejava colocar uma pedra sobre a ofensiva iniciada em 2003. Ameaçam também agravar a crise política no Iraque, quando Nouri al-Maliki tenta reunir os últimos apoios para formar novo Governo, sete meses depois das legislativas. O primeiro-ministro, a quem a Constituição atribui o controlo das forças de segurança, denunciou ontem “objectivos políticos” por trás da fuga de informação, ao mesmo tempo que prometia “não ter qualquer misericórdia” com os abusadores.

À semelhança do que acontera em Julho, na divulgação de informações sobre a guerra do Afeganistão, há nestes novos documentos relatos de incidentes nunca reportados pelos soldados dos EUA que vitimaram civis – em checkpoints ou abatidos por helicópteros militares. Incidentes que, durante meses, marcaram o quotidiano dos iraquianos, a par das bombas, das batalhas nas ruas, das execuções e que se traduzem num número negro: 66.081 civis mortos entre Janeiro de 2004 e Dezembro do ano passado, num total de mais de cem mil baixas.

São números que o Pentágono sempre se recusou a divulgar – “eles serviam como uma espécie de pulso do sucesso ou do fracasso do esforço de guerra”, escreveu o New York Times -, mas que, segundo John Sloboda, do Iraq Body Count, representam mais 15 mil mortos do que até agora se calculava. “Assassinatos, disparos feitos a partir de carros em andamento, execuções, mortes em checkpoints; estas são as pequenas mas incansáveis tragédias desta guerra que estes ficheiros mostram com um detalhe até agora sem precedentes”, sublinhou ontem Sloboda, professor de Psicologia envolvido desde 2003 na compilação da sangrenta estatística.

MRA Alliance/Público

Casa Branca mantém silêncio após denúncia de crimes cometidos no Iraque

sábado, outubro 23rd, 2010

Imagens da guerra no IraqueA Casa Branca manteve-se hoje em silêncio apesar dos esclarecimentos exigidos ao governo dos Estados Unidos após a divulgação de documentos secretos pelo site WikiLeaks, que denunciam casos de tortura cometidos pelas forças da coligação no Iraque.

Segundo os documentos divulgados pelo WikiLeaks e citados pela cadeia árabe de televisão Al-Jazira, o exército norte-americano “encobriu” casos de tortura de detidos pelas autoridades no Iraque, onde também centenas de civis foram mortos em barreiras de controlo dos aliados nas estradas.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, garantiu hoje, a partir de Londres, que os documentos mostram “a verdade” sobre a guerra no Iraque.

“Esperamos corrigir parte do ataque à verdade que ocorreu antes da guerra, durante a guerra e que continuou desde que esta terminou oficialmente” no final de agosto com o termo das operações de combate dos Estados Unidos no Iraque, afirmou Assange.

A divulgação dos documentos provocaram hoje inúmeras reações a nível internacional, nomeadamente, por parte do governo iraquiano que prometeu investigar os alegados abusos.

“O governo não mostrará indulgência quando o que está em jogo é o direito dos seus cidadãos”, lê-se num documento divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki.

Também o governo britânico condenou hoje a divulgação, pelo portal WikiLeaks, de cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra no Iraque, considerando que a sua publicação “pode representar um risco para as tropas no terreno”.

A mesma posição é partilhada pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que condenou igualmente a divulgação de quaisquer documentos que “coloquem em perigo a vida, quer dos norte-americanos, quer dos seus aliados”.

Até ao momento, a Casa Branca mantém-se em silêncio, um dia depois de o Pentágono ter condenado o teor das informações vindas a público, argumentando que “não há nada que possa indicar a existência de crimes de guerra”.

O WikiLeaks divulgou perto de 400.000 documentos secretos do exército norte-americano sobre a guerra, mencionando nomeadamente “mais de 300 casos de tortura e de violência cometidos pelas forças da coligação sobre prisioneiros” e mais de um milhar de abusos por parte das forças iraquianas.

Os documentos abarcam o período de 1 de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009, após a invasão norte-americana de março de 2003 que derrubou o regime de Saddam Hussein e revelam que o conflito causou 109.032 mortos naquele período, 60 por cento dos quais civis, ou seja, 66.081 pessoas.

MRA Alliance/SIC

“Ali, o Químico” enforcado no Iraque

segunda-feira, janeiro 25th, 2010

Ali Hassan al-Majid, o primo de Saddam Hussein conhecido por “Ali, o Químico”, que já tinha sido condenado quatro vezes à pena de morte, foi enforcado, esta segunda-feira, indicou o porta-voz do governo iraquiano, em comunicado. A nota precisa que que Ali Hassan foi enforcado «de acordo com a lei e a Constituição, pelos «assassínios e crimes contra a humanidade que cometeu» sem que tenham ocorrido «quaisquer problemas, gritos de alegria ou palavras ofensivas». 

Este antigo homem-forte do regime de Saddam Hussein tinha sido novamente condenado à morte há cerca de uma semana por responsabilidade no massacre de cinco mil curdos em 1988.

Para além de ter admitido que ordenou aquele massacre na aldeia curda de Halabja, o ex-governante iraquiano também supervisionou a ocupação do Koweit, tendo mesmo governado a chamada «19ª província» iraquiana, entre Agosto e Novembro de 1990. 

Antes, “Ali, o Químico” fora secretário-geral do partido Bass, coordenou o exército, dirigiu a segurança geral do país e as informações militares. Após a invasão do Koweit assumiu a pasta da Administração Interna.

MRA Alliance/Agências

Iraque: Mil funcionários públicos acusados de corrupção após mais de 5000 denúncias

quinta-feira, maio 28th, 2009

A Comissão de Integridade Pública do Iraque, órgão responsável por investigar a corrupção no país, emitiu ontem mil mandados de detenção de funcionários públicos por alegados crimes de corrupção. Um relatório publicado pelo organismo revela que, dos 997 mandados expedidos, 53 visam ocupantes de altos cargos na administração pública iraquiana. O documento acrescenta que, entre Abril e Maio, foram detidos 51 funcionários, 33 dos quais no domingo passado.

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki confirmou que os casos mais graves envolvem o Ministério do Comércio, onde um grande número de funcionários é acusado de aceitar subornos para favorecimento de contratos de importação de alimentos. No Iraque, o Ministério do Comércio dispõe de um orçamento bilionário para a importação de cereais.

Al-Maliki garantiu que irá erradicar a corrupção enquanto ocupar o cargo. “Vamos instituir reformas e buscar, sem descanso, a verdade. Não ficaremos de braços cruzados enquanto a corrupção se instala no país. Iremos perseguir até ao fim aqueles que são corruptos e levá-los aos tribunais”, afirmou. 

No dia 14, o chefe do governo iraquiano aceitou a renúncia do ministro do Comércio, Abdul Falah Sudani, pressionado pela denúncia de desvios no ministério. O ex-ministro tem um irmão detido por corrupção e outro sob investigação mas que se encontra ausente em parte incerta.  

Os irmãos do ex-ministro Sudani trabalhavam como seus assessores, mas ambos desapareceram no fim de Abril quando estavam prestes a ser detidos. A polícia chegou a entrar no prédio do ministério para prender os suspeitos, mas foi recebida a tiro pelos seguranças do edifício. Aproveitando a confusão, os irmãos conseguiram escapar. Um deles acabou por ser detido por não ter conseguido iludir o cerco policial. O ministro Sudani, que nega ter cometido quaisquer irregularidades, poderá vir a ser condenado pelos tribunais.

O juiz Rahim al-Ukeili, membro da Comissão de Transparência nomeada pelo Parlamento, revelou ter recebido, em 2008, denúncias sobre 5 031 casos de corrupção, 3 027 foram investigados.

A Transparência Internacional (TI), ONG com sede em Berlim, classificou o Iraque como o terceiro país mais corrupto do mundo, a seguir a Myanmar e à Somália.

MRA Alliance/Agências

Fraudes americanas no Iraque fazem de Madoff um aprendiz…

terça-feira, fevereiro 17th, 2009

Iraque - Dólares - Exército dos EUAA justiça norte-americana começou a investigar o papel que alguns líderes da hierarquia militar dos Estados Unidos desempenharam no desaparecimento de 125 mil milhões/bilhões (mm/bi) de dólares canalizados para a reconstrução do Iraque. Ninguém sabe onde páram nem quem os desviou. 

Bernard Madoff, o corretor responsável pela maior vigarice publicamente assumida na história financeira dos Estados Unidos, poderá não ter sido mais do que um aprendiz nas insondáveis técnicas da fraude e do engano.

O inspector-geral para a reconstrução do Iraque adianta o número de USD 125 mil milhões/bilhões (mm/bi). Porém ninguém sabe ao certo quanto se evaporou no processo de “restauração da democracia” e de reconhecimento dos “direitos humanos” no Iraque, para usar expressões tão caras ao establishment estadunidense, de matriz republicana ou democrata. 

Cerca de 58 milhões de dólares chegaram às mãos do controlador dos EUA para o sul e centro do Iraque – Robert J. Stein Jr. – mas, apesar de o destinatário ter sido fotografado ao lado das pilhas de notas de 200 dólares, elas evaporaram-se.

Stein é um dos burocratas dos EUA que já foi condenado por fraude e lavagem de dinheiro durante a execução dos serviços que prestou no Iraque.

Agora, os investigadores querem descobrir o envolvimento de altas figuras do Pentágono e da administração Bush/Cheney na delapidação sistemática de fundos públicos.

O Prémio Nobel da Economia (2001), Joseph Stiglitz estima que a ocupação do Iraque deverá custar ao contribuinte americano qualquer coisa entre USD dois e três mil biliões (trilhões) de dólares.

Segundo o diário “New York Times”, o processo de investigação recomeçou quando os investigadores confiscaram recentemente os registos bancários do coronel Anthony B. Bell, coordenador das adjudicações de empreitadas no Iraque, nos anos de 2003 e 2004.

Outro suspeito é o tenente-coronel Ronald W. Hirtle, com idênticas atribuições, em 2004, no chamado processo de reconstrução do país ocupado pelos exércitos americano e britânico.

Pedro Varanda de Castro 

MRA Alliance/Agências

Obama promete retirada “substancial” do Iraque até Dezembro

segunda-feira, fevereiro 2nd, 2009

O presidente Barack Obama anunciou que “um número substancial” das tropas norte-americanas no Iraque regressará aos Estados Unidos no prazo de um ano. Washington ainda tem 142 mil soldados no Iraque e o novo Presidente dos Estados Unidos prometera retirar todas as tropas de combate em 16 meses, durante a campanha eleitoral..“Estamos numa posição que nos permite transferir mais responsabilidades para os iraquianos”, disse Obama numa entrevista ao canal de televisão NBC , transmitida na madrugada de hoje (hora de Lisboa). “É uma boa notícia, não só para as tropas mobilizadas, como também para as suas famílias”, afirmou.Obama reuniu-se na quarta-feira, no Pentágono, com os chefes do Estado-maior Interarmas para conhecer “a verdade real” sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, informou a Casa Branca. Os responsáveis militares têm dito que a retirada prometida pelo Presidente é apenas um dos cenários em análise. Porém, estão de acordo com a saída de uma parte dos militares nos próximos meses.

O Presidente saudou ainda o progresso que as eleições provinciais de sábado representam no Iraque. “Os iraquianos tiveram um escrutínio significativo, com uma redução substancial da violência”, disse Obama.

As eleições foram as mais tranquilas desde a queda do regime de Saddam Hussein e são importantes para a reconciliação naconal iraquiana.

Fonte: MRA/Agências 

EUA retiram do Iraque e aumentam tropas no Afeganistão

sexta-feira, novembro 7th, 2008

O Pentágono vai antecipar a redução do número de brigadas de combate no Iraque devido à diminuição da violência no terreno, anunciou ontem o Departamento da Defesa. Uma brigada integra entre 3 500 a 4 500 soldados.

A segunda brigada da 101ª divisão aerotransportada, posicionada a noroeste de Bagdade, deixará o Iraque em Novembro, e não em Janeiro, como estava previsto, informou o porta-voz Bryan Whitman. A terceira brigada da divisão, cuja partida também está prevista para Novembro, não será substituída reduzindo para 14 o número de brigadas no país ocupado.

Cerca de 152.000 soldados americanos estão actualmente activos no Iraque. Os Estados Unidos retiraram cinco brigadas do território iraquiano, em 2008. Em contrapartida, Washington decidiu enviar para o Afeganistão, em Novembro, um batalhão de marines inicialmente destinado ao Iraque. Além disso, uma brigada do Exército deve reforçar, em Janeiro, a capacidade operacional dos 32 000 soldados americanos instalada no teatro militar afegão.

As medidas vão ao encontro das propostas políticas do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, defendidas durante a campanha presidencial. MRA Dep. Data Mining

Petróleo iraquiano, é fartar vilanagem…

terça-feira, julho 1st, 2008

Calouste GulbenkianO governo pró-americano do Iraque abriu ontem as portas dos seus gigantescos campos petrolíferos, ávidos de I&D, às marcas de referência anglo-americanas, cinco anos após a invasão militar que derrubou do poder o seu ex-parceiro e aliado Saddam Hussein. Estamos a falar de quê? E, last but not least, de quanto? “Os 6 campos petrolíferos que foram colocados hoje no mercado representam a coluna vertebral da produção petrolífera iraquiana”, disse o ministro iraquiano do petróleo Hussain al-Shahristani durante uma conferência de imprensa. Com uma produção diária estimada de 4,5 milhões de barris dia (mbd), em 2013, a preços actuais (USD 143/barril), o negócio valerá USD 643 500 milhões/dia.

Al-Shahristani confessou que com as reservas agora «libertadas pelo mercado» o seu país corre o risco de ser «o 2.º ou 3.º maior produtor de petróleo do mundo» confirmando informações conhecidas antes da invasão anglo-americana (2003). Rumaila, Kirkuk, Zubair, Qurna Ocidental (Fase I), Bai Hassan e Maysan, mais três campos autónomos (Bazargan, Abu Gharab e Fakka) são as jóias da coroa agora colocadas para exploração. Cinco das adjudicações de curto prazo envolvem empresas e consórcios dos países invasores – Royal Dutch Shell; Shell/BHP Billiton; BP; Exxon Mobil e Chevron/Total. A Anadarko Petroleum Corporation (USA), a Vitol (USA-CH-RUS) e a Dome (CND-USA) apresentam-se como outsiders.

A história do petróleo recorda-nos que o generoso campo de Kirkuk, sob monopólio ocidental (1925-1961), através da IPC (Iraq Petroleum Company), foi a obra de um arménio (Calouste Gulbenkian/Partex) mancomunado com as já então majors ocidentais British Petroleum (BP), Exxon, Mobil, Shell e Compagnie Française des Pétroles/CFP (hoje Total). Desde os tempos da sua antecessora – TPC/Turkish Petroleum Company (1912-1929) – os negócios das empresas petrolíferas no Iraque e no Irão tiveram tudo a ver com monopólios e estatismo geridos pelas oligarquias industriais e financeiras sedeadas em Londres e Nova Iorque. Ontem como hoje a geopolítica decreta e organiza a liberdade da oferta e da procura, ou seja, impõe as regras da chamada «economia de mercado».

MRA Dep. Data Mining

EUA querem acordo sobre segurança com Iraque até Julho

sexta-feira, junho 6th, 2008

Os Estados Unidos e o Iraque querem fechar em Julho as negociações iniciadas em Março com o Iraque para definir o estatuto das forças militares americanas no país árabe, a partir de 2009, e o quadro das relações diplomáticas bilaterais. Fontes do governo de Bagdade revelaram ser pouco provável que tal aconteça pois as negociações se encontram ainda longe da fase final, contrariando a agenda do presidente George W. Bush. O governo americano despoletou tensões e suspeitas no Iraque de pretender prolongar a presença militar no país para além do mandato da ONU, que expira em Dezembro próximo. Os EUA mantêm 155 mil soldados no Iraque, cuja missão tem sido um dos temas centrais nas eleições presidenciais norte- americanas. MRA/Agências

França defende independência da Palestina e força negócios com Iraque

domingo, junho 1st, 2008

Bernard KourchnerA criação de um Estado palestiniano independente é a única maneira de garantir a segurança de Israel, segundo o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kourchner, em Amã. “Impor a criação de um Estado palestiniano viável, democrático, autónomo e independente. Continuo a acreditar que essa é a única solução”, declarou Kouchner, numa conferência de imprensa após um encontro com o seu homólogo jordano, Salah Bechir. “Embora o diálogo prossiga, na prática, não há muito progresso”, destacou. Kourchner acrescentou que a França continuará a pressionar no sentido de demonstrar que “a criação de um Estado palestiniano que será a única maneira de garantir a segurança de Israel”. Após a visita, durante a qual assinou um acordo de cooperação nuclear, o chefe da diplomacia francesa iniciou uma visita-surpresa ao Iraque, que terminará hoje (domingo). Kouchner, garantiu à agência iraquiana “Aswat al-Iraq” que “o objectivo da viagem é transmitir uma mensagem de amizade e paz ao povo iraquiano”. A visita, ocorre um mês antes do início da presidência francesa da União Europeia (UE). O ministro francês deseja, antecipadamente, expressar aos iraquianos a “disponibilidade da França” em trabalhar, “ao lado de todas as comunidades” do país, para promover a reconciliação nacional, refere uma nota ministerial, distribuida em Paris. Simultaneamente, Kourchner procurará o envolvimento de empresas francesas na reconstrução do Iraque. A esmagadora maioria dos contratos foi adjudicada pelo governo local, apoiado por Washington, a empresas do principal país ocupante – Estados Unidos. As empresas da Grã-Bretanha, país aliado na invasão e ocupação, têm-se queixado de terem sido preteridas a favor dos americanos. MRA/Agências

Iraque/Sérvia: Negócios escuros levantam suspeitas de corrupção no exército

domingo, abril 13th, 2008

munO diário New York Times denuncia hoje um negócio secreto montado por funcionários governamentais iraquianos para a compra de armamento à Sérvia no valor de USD 833 milhões. O facto revela o nível de corrupção e ineficiência que campeiam na intendência militar do Iraque no sector de compras de equipamento de defesa. O jornal cita funcionários do governo Bush/Cheney afirmando que o exército iraquiano tem muito que aprender sobre como gastar dinheiro de forma inteligente. Em 2005, os iraquianos malbarataram USD 1.3 mil milhões/bilhões (mm/bi) em material militar de qualidade duvidosa, grande parte do qual nunca chegou a ser fornecido. O negócio com a Sérvia aparente ser mais um golpe para iludir as leis anticorrupção vigentes no país ocupado pelas tropas anglo-americanas.

MRA – Dep. Data Mining

Governo Blair com medo de Israel

sexta-feira, fevereiro 22nd, 2008

Blair em IsraelO diário britânico The Guardian publicou ontem (21/02/2008) factos sobre manipulações a favor do Estado de Israel, em Setembro de 2002, pelo ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido (Foreign and Commonwealth Office /FCO). O governo pressionou a eliminação das referências a Israel num documento sobre Armas de Destruição Maciça (ADM’s), alegadamente em poder do Iraque, para não afectar as relações anglo-israelitas. Na altura o governo britânico era chefiado pelo trabalhista Tony Blair. Mais…

‘Poder da mente’ aceite como parte da nova doutrina militar dos EUA

sábado, fevereiro 9th, 2008

iraque_soldados vigiam mercado localO exército americano, num novo manual que será divulgado este mês, estabelece orientações e práticas que reconhecem pela primeira vez o “poder da mente” como um instrumento a utilizar na sua estratégia de guerra. A necessidade de vencer batalhas pelo uso da força, implica alterar o comportamento dos inimigos, obtendo o seu apoio para intervenções militares idênticas às que a tropa americana executa no Afeganistão e no Iraque . Numa entrevista à BBC, o general William Caldwell, afirmou que o exército dos EUA aprendeu que a invasão e a estabilização de países estrangeiros, bem como ganhar a confiança da população local, exigem muito mais do que apenas talento militar.

“Descobrimos que o uso do ‘poder subtil’ – que defino como o ‘poder da mente’ – se provou muito, muito mais eficiente no processo de estabilização no Iraque e no Afeganistão”, disse. Em sua opinião, o exército dos EUA pode até vencer militarmente todas as batalhas, mas nunca atingir o objectivo final – ganhar a paz.

Caldwell descreveu o manual como uma referência para a forma como o exército americano deve actuar nos próximos 10 a 15 anos. Os cépticos afirmam que a aplicação prática dos novos ensinamentos exigirá mais tempo. Segundo o general, a mudança de doutrina implica que mais soldados terão que conhecer as culturas locais e dominar pelo menos uma língua estrangeira. “88% das pessoas que participarão nos nossos programas de treino para oficiais serão obrigadas a escolher uma língua. É uma mudança radical. Hoje, são cerca de 33%, esclareceu. (pvc/agências/BBC)

Estudo revela 935 falsidades da administração Bush sobre ameaça iraquiana

quarta-feira, janeiro 23rd, 2008

As Grandes Mentiras de Bush - Livro - Amazon.comO presidente George W. Bush e a Casa Branca fizeram centenas de declararações falsas sobre a ameaça do Iraque para a segurança dos Estados Unidos após os atentados de 11 de Setembro, segundo o resultado de um estudo divulgado ontem, nos EUA, pelo Centro para a Integridade Pública. Antes da intervenção militar para derrubar o Governo do presidente Saddam Hussein, em Março de 2003, o governo Bush afirmou que o líder iraquiano estava envolvido com o terrorismo e desenvolvia armas de destruição maciça. Estas nunca foram encontradas. Investigações posteriores indicaram não existirem provas de que Hussein fora cúmplice do islamismo radical.

O texto afirma que, no total, houve 935 afirmações falsas de Bush e de membros de seu gabinete, nos dois anos seguintes aos atentados de 11 de setembro de 2001. O presidente dos Estados Unidos fez 259 declarações falsas – 231 sobre as supostas armas de destruição maciça e 28 sobre alegadas ligações entre o Iraque e a Al Qaeda. Também proferiram falsas declarações o vice-presidente, Dick Cheney, a responsável máxima pela Segurança Nacional, Condoleezza Rice, agora Secretária de Estado, o então Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e o antigo chefe da diplomacia estadunidense, General Colin Powell.

O estudo revela que o “efeito acumulado das mentiras foi enorme” e que os meios de comunicação foram cúmplices do Governo. “Alguns jornalistas, e até algumas organizações de imprensa, reconheceram que, durante os meses anteriores à guerra, adoptaram uma atitude condescendente e acrítica” no tocante às falsas teses governamentais, sublinhou o documento. A Casa Branca não comentou as conclusões do estudo, preparado em colaboração com o Fundo para a Independência no Jornalismo.

EUA apoiaram o ataque turco no Curdistão iraquiano

segunda-feira, dezembro 17th, 2007

Mapa do Curdistão e vizinhosO bombardeio da Turquia contra alvos do movimento separatista curdo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) no Iraque ontem (domingo) foi previamente aprovado pelos Estados Unidos, revelou o comandante das Forças Armadas turcas, general Yasar Buyukanit, numa entrevista entrevista a uma emissora de TV do país. Segundo o general, as autoridades americanas não apenas forneceram informação militar mas também abriram o espaço aéreo do norte do Iraque para a operação.O apoio americano ao ataque turco ocorreu depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ter anunciado em Novembro que Washington forneceria ao governo de Ancara informação secreta (intelligence) obtida por satélite, em tempo real, sobre os movimentos do PKK no norte do Iraque. Fonte: UOL

Governo americano encobre violação sexual no Iraque

segunda-feira, dezembro 17th, 2007

Jamie Leigh Jones em BagdadeJamie Leigh Jones, actualmente com 22 anos de idade, de Houston, Texas, acusa o governo Bush/Cheney de ter encoberto até agora um crime de violação de que foi vítima no Iraque, em 2005. O delito terá sido perpetrado por colegas seus na KBR, empresa subsidiária, até Abril passado, da famigerada Halliburton – poderosa multinacional de serviços petrolíferos presidida pelo actual vice-presidente Dick Cheney , entre 1995-2000. A jovem iniciou recentemente uma disputa judicial acusando vários homens da KBR, em Bagdade, de a terem violentado sexualmente.

No processo contra as duas empresas, Jones diz ter sido mantida durante 24 horas num container, sem água nem comida, vigiada por seguranças armados. “Senti-me como numa prisão”, afirmou numa entrevista à ABC News . Um dos guardas, mais cooperante, forneceu-lhe o telemóvel/celular através do qual comunicou o sucedido ao pai. O Sr. Jones, contactou o congressista do seu círculo eleitoral (Ted Poe, Republicano, Texas) pedindo-lhe ajuda. Após a intervenção de Poe junto do Departamento de Estado (DE), em Washington, poucas horas depois a jovem foi libertada da clausura por agentes da embaixada americana no Iraque. A cadeia americana de televisão confirmou que nenhum orgão policial, ou do Departamento de Justiça, tenha investigado o caso.

Jurisconsultos entrevistados pela ABC afirmaram ser improvável que os violadores e respectivos cúmplices alguma vez venham a ser julgados nos EUA devido ao vaccum legis existente. Na prática, todas as empresas americanas, seus funcionários e subcontratados não são abrangidos pela jurisdição penal ou criminal dos Estados Unidos, tendo a respectiva impunidade assegurada.

A Halliburton e a KBR, embora negando todas as acusações, pretenderam que o caso fosse exclusivamente apreciado num processo privado de arbitragem, não aberto ao público, impedindo a presença de juízes e jurados, e durante o qual não são feitas gravações, nem permitidas transcrições das audiências. A decisão do caso, nesta modalidade, é feita por um mediador (árbitro).

Até agora, nestes processos, a Halliburton obteve 80% de decisões a seu favor. No Iraque, a empresa tem estado envolvida em vários escândalos de corrupção, fraude, sobrefacturação ilegítima e controversas adjudicações directas de multimilionários contratos, por alegado por favorecimento de Cheney, que é suspeito de continuar a receber compensações milionárias pelos serviços prestados. (pvc/ABC)

Iraque não quer bases permanentes dos EUA no seu território

terça-feira, dezembro 11th, 2007

Mowaffaq al-RubaieO Iraque nunca irá permitir aos Estados Unidos manter bases militares permanentes no seu território, afirmou Mowaffaq al-Rubaie, assessor de segurança nacional do governo mas disse que o país precisa dos ocupantes para a luta antiterrorista, a vigilância fronteiriça e de ajuda económica, diplomática e política. Porém, no tocante à questão das bases foi peremptório na recusa: “Forças ou bases permanentes no Iraque para quaisquer forças estrangeiras é uma linha vermelha que nenhum nacionalista iraquiano permitirá que seja transposta”, disse o assessor ontem à noite, numa entrevista à TV Arabiya.

Os EUA têm cerca de 160 mil soldados no Iraque, oficialmente sob mandato da Organização das Nações Unidas (ONU), desde a invasão, em 2003. Bagdade renovou ontem à ONU o pedido de renovação do mandato até o fim de 2008. Porém informou que não deseja a sua continuação a partir de 2009, e deixou em aberto a possibilidade, se fôr do seu interesse, pôr-lhe termo durante os próximos meses. Recorde-se que, em Novembro, os governos americano e iraquiano assinaram uma “declaração de princípio” para a manutenção, a longo prazo, de relações bilaterais amigáveis e cooperantes. Um eventual acordo, para a manutenção das tropas ocupantes dos EUA em solo iraquiano, pós 2008, ainda não foi negociado. (pvc/agências)

Guerras multibilionárias: Afeganistão e Iraque custam mais que Vietname e Coreia. E o Irão?…

sexta-feira, novembro 9th, 2007

Independente - Sim ou não ao cessar-fogo imediato no Iraque?

“O Presidente George W. Bush terá gasto mais de um milhão de biliões [USD –trillion/BRL-trilhão] em aventuras militares quando abandonar o cargo, no final de 2008, montante superior ao total conjugado dos gastos das guerras do Vetname e da Coreia”, escreveu recentemente Leonard Doyle, num artigo publicado no jornal britânico “The Independent”. O articulista acrescenta existirem actualmente “sinais perturbadores” de que o chefe da Casa Branca “está a preparar um ataque ao Irão durante os meses que ainda lhe restam no cargo.” O diário britânico esclarece que “ele [Bush] pediu mais USD 46 mm/bi ao Congresso até ao Natal, tendo incluido apenas uma simples frase, explicitando que os fundos são para actualizar os bombardeiros B-2”. Estas sofisticadas aeronaves militares, conhecidas também como aviões furtivos, conseguem dissimular equipamentos, pilotos e tripulação e confundir os radares inimigos como se fossem pequenas aves.

Bush - Reforço orçamental para a guerra - Congresso - Out/2007O pedido de reforço orçamental, feito pelo próprio presidente na Câmara dos Representantes na companhia dos pais de um soldado morto no Iraque, mereceu um comentário agreste por parte de Nancy Pelosy, a líder do Congresso, eleita pelo Partido Democrático: “Com a despesa de menos de 40 dias de guerra no Iraque, poderíamos garantir cuidados de saúde para 10 milhões de crianças [americanas] durante um ano inteiro.” Pelosy, representante do partido que detém a maioria na câmara legislativa dos EUA – é a 3.ª figura da hierarquia do Estado. Em caso de impedimento do Presidente ou do Vice-Presidente para o exercício dos respectivos cargos, cabe ao dirigente máximo do poder legislativo federal – Speaker of the House of Representatives (o equivalente em Portugal, ao cargo de Presidente da Assembleia da República) – assegurar a presidência dos EUA.

O orçamento militar americano para o presente ano fiscal já atingiu os USD 196,4 mm/bi. O Pentágono está a caminho de gastar uma verba total acumulada de USD 806 mm/bi, dispendida exclusivamente com a invasão e ocupação do Afeganistão e do Iraque. Esta verba ultrapassa qualquer outra utilizada no financiamento de conflitos militares envolvendo tropas americanas, desde a II Guerra Mundial. A verba total da despesa, estimada em 1 (um) milhão de biliões [trillion (EUA)/trilhão (Brasil)], inclui o pagamento dos juros das dívidas contraídas através da emissão de Obrigações do Tesouro. A título de curiosidade refira-se que, em percentagem do PIB estadunidense, os orçamentos militares afectos a cada um dos casos citados são bastantes díspares: Afeganistão e Iraque (4,2%), Coreia (12,2%), Vietname (9,4%). A II Guerra Mundial consumiu mais de 40% de toda a riqueza produzida pelos EUA. (pvc/Congresso/Casa Branca)

Pentágono quer mais USD 196 mil milhões para ocupação do Iraque e Afeganistão

sexta-feira, novembro 9th, 2007

fracção do tesouro de guerra americanoO Pentágono solicitou ao Congresso dos Estados Unidos que aprove o orçamento de USD 196 mil milhões/ bilhões (mm/bi) para as campanhas no Iraque e no Afeganistão durante 2008, considerando a verba “essencial” para a “guerra contra o terrorismo”. “O Departamento da Defesa deseja que o Congresso autorize o pedido de verba apresentado pelo presidente (George W. Bush) para financiar a guerra contra o terrorismo. É essencial e a melhor maneira de garantir que nossos soldados tenham o que precisam”, acentuou o porta-voz Bryan Whitman.O financiamento das guerras no Iraque e Afeganistão é aprovado à parte do orçamento comum do Departamento da Defesa. Os negociadores do Congresso aprovaram na terça-feira 459 bilhões de dólares do orçamento ordinário do Pentágono para 2008, revelou a Câmara de Representantes. Porém, os congressistas autorizaram uma pequena parte (referente à manutenção de carros blindados) dos USD 196 mm/bi para a “guerra contra o terrorismo”. O restante não foi aprovado. (pvc/AFP)