O tribunal de Kiev ordenou ontem a prisão preventiva da ex-primeira ministra ucraniana, Yulia Timoshenko, por alegada perturbação do julgamento e obtrução à justiça, com os seus apoiantes a criarem tumultos no tribunal. Mais de 200 polícias anti-motim foram mobilizados para acompanhar a saída da ex-primeira-ministra.
A atual líder da oposição está a ser julgada sob a acusação de abuso de poder e diz que o processo é uma “farsa” montada pelo grande rival político, o atual presidente Victor Ianukovich. Timochenko é acusada de, enquanto primeira-ministra, ter aprovado um contrato ruinoso de abastecimento de gás russo, sem a autorização do governo, o que terá lesado o Estado em mais de 130 milhões de euros.
Os Estados Unidos e a União Europeia já expressaram preocupação pela suposta natureza política deste julgamento. Reagindo à detenção, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton afirmou-se preocupada com o respeito pelo estado de direito na Ucrânia. A França também reagiu com preocupação pelas alegadas motivações políticas que estão a influenciar o julgamento.
Em declarações à Euronews, o analista político Volodymyr Fesenko comentou a possibilidade de a líder da oposição ucraniana poder em breve vir a ser libertada frisando que tudo depende da pressão do Ocidente.
“É óbvio que o verdadeiro teste será a reação a nível internacional. O futuro de Yulia Timoshenko depende do que os líderes ocidentais vão dizer. Se a reação for forte será provavelmente libertada, ou agora ou depois da sentença. Se a reação for fraca então poderá permanecer na prisão”, disse o analista.
MRA Alliance/Agências