O Infarmed, a autoridade que regula o sector dos medicamentos, divulgou hoje, em conferência de imprensa, a primeira sondagem realizada em Portugal sobre o número de portugueses que compram remédios através da Internet. O presidente do organismo, Vasco Maria, em declarações à TSF, confessou-se preocupado com as conclusões do estudo, alertando para o facto de serem muitos os portugueses que, ao comprarem medicamentos na Internet, podem vir a sofrer de problemas de saúde.
«É um problema importante e há portugueses que correm risco de saúde ao adquirirem estes medicamentos via Internet. O seu grau de conhecimento sobre o risco que correm deixa dúvidas», disse. O responsável precisou quais os problemas de saúde que podem decorrer da compra de medicamentos em sites que não estão certificados. «O medicamento pode não ter a substância activa que se reclama, o que em algumas situações é extremamente grave, por exemplo no caso de infecções ou doenças oncológicas. O facto de estar a tomar um medicamento que não tem eficácia coloca questões muito graves», afirmou.
O presidente do Infarmed adiantou também que «os medicamentos falsificados podem ter substâncias tóxicas” susceptíveis de “provocar efeitos adversos graves e até mesmo provocar a morte». Vasco Maria apelou aos portugueses «para que não usem sites que não constem das listagens oficiais registadas no Infarmed porque esses medicamentos não oferecem garantia de qualidade e segurança».
É no Litoral Norte que a compra de medicamentos pela Internet é mais utilizada (8,1%). A região Sul (6,9%) surge em segundo lugar, seguida pelo Litoral Centro (6,2%), o Grande Porto (5,8%), a Grande Lisboa (5,3%) e o interior Norte (4,2%).
Cerca de 46% dos medicamentos comprados on-line destinam-se ao emagrecimento e 16,7% são anti-depressivos, revela ainda a sondagem. Do total de inquiridos que adquire medicamentos pela Net, perto de 15% compram fármacos para “aumento muscular”, 6,2% para a “impotência sexual” e 4,2% para as doenças oncológicas.
A faixa etária que mais utiliza a Internet para comprar remédios situa-se entre os 25 e os 34 anos (7,4%), seguindo-se a dos 55/64 anos (6,4%), a dos 18/24 anos (6,1%), a dos 35/44 anos (5%) e a dos 45/54 anos (4,8%).
A sondagem decorreu entre 4 e 11 de Janeiro e envolveu internautas de ambos os sexos, com idades entre os 18 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental, sendo a amostra constituída por 800 entrevistas.
MRA Alliance/TSF