Os 75 quilometros de auto-estrada, que vão ligar a Eslováquia de Norte a Sul e de leste a Oeste, vão custar quase tanto como as previsões iniciais de investimento no novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete – 3.300 milhões de euros. A concessão, por trinta anos, foi atribuída ontem a um consórcio internacional, o Slovenské Dial’nice, que é integrado pela Mota-Engil, com uma participação de 19 por cento.
Em declarações ao PÚBLICO, Gonçalo Moura Martins, responsável pela Mota-Engil, Ambiente e Serviços, e também pela Ascendi, a holding criada com o grupo Bes para gerir um portfolio de concessões, explicou que o preço elevado se justifica pela orografia daquele pais, que obriga à construção de mais de um terço da extensão de auto-estradas em pontes (serão 168 obras de arte) e ainda quatro túneis com um comprimento total de 7.300 metros.
“É uma obra de grande complexidade de engenharia”, explicou. De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), o investimento previsto para o período de construção ascende aos 2500 milhões de euros.
O consorcio Slovenské Dial’nice é integrado por dois blocos: um investidor financeiro, integrado pela empresa gestora de fundos com sede do Luxemburgo Meridiam, e os sócios industriais, que vão assegurar a construção. É nesta parcela que entra a Mota-Engil, com uma quota de 19 por cento, a mesma que foi assegurada pelas eslovacas Doprastav e a Vahostav, e pela francesa Bouygues, que vai ficar engarregue da exploração da concessão. A empresa de Africa do Sul Intertoll integra o consórcio com uma quota inicial de cinco por cento.
Os sócios do consórcio acordaram que logo que sejam fechados os acordos de financiamento e início efectivo da concessão, os investidores exlusivamente financeiros vão reforçar a sua posição: a Meridiam deverá passar a deter 49 por cento da concessionária. Os parceiros industriais, que em conjunto deterão 51 por cento do capital, vão reduzir a sua participação proporcionalmente. A Ascendi, que vai integrar esta concessão no seu portfólio, deverá ficar com 12 por cento.
MRA Alliance/Público