Archive for the ‘Incumprimento’ Category

Alemanha previne-se contra eventual default grego

segunda-feira, setembro 12th, 2011

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, prepara-se para a possibilidade do colapso da Grécia, depois de Atenas ter admitido que a economia do país deverá contrair 5% este ano, em vez da recessão de 3,8% anunciada em Junho. Nesse caso, será impossível atingir o défice de 7,6%, em 2011, acordado com a ‘troika, impedindo o envio da próxima parcela da ajuda financeira internacional.

A edição desta semana da revista Der Spiegel, citando fontes próximas do gabinete de Schäuble, revela que funcionários do Ministério das Finanças alemão estão a analisar cenários prevenindo um eventual incumprimento dos pagamentos da Grécia e avaliando o impacto dessa situação na zona euro.

A revista diz que estão a ser considerados dois cenários de uma eventual falência técnica da Grécia: no primeiro o país continua na zona euro, enquanto no segundo Atenas deixa a moeda única, voltando à dracma, o que provocaria uma subida em flecha da dívida pública grega, que está em euros, e o colapso dos bancos.

Nos dois cenários, os especialistas sugerem a abertura de linhas de crédito preventivas para países como Espanha e Itália, caso tenham dificuldade em financiar-se nos mercados, e az concessão de ajudas a alguns bancos da zona euro com  excesso de exposição à dívida grega.

O jornal alemão adianta que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) também têm um papel importante na elaboração daqueles cenários. Brevemente, o FEEF terá mais poderes de acordo com as decisões tomadas na cimeira extraordinária da União Europeia de 21 de Julho.

A iminência de um incumprimento grego acentuou-se depois de terem sido suspensas as negociações entre o Governo helénico e a missão de inspectores da União Europeia e do FMI devido à descoberta de uma derrapagem orçamental de 1,7 mil milhões de euros.

MRA Alliance/DE

Despejos disparam por não pagamento das rendas

quinta-feira, agosto 4th, 2011

A crise económica e financeira fez disparar o número de empresários, comerciantes e industriais que deixaram de pagar a renda dos espaços que tinham arrendados para exercer o seu negócio.

Entre 2008 e 2010, segundo as mais recentes estatísticas do Ministério da Justiça, a que o Diário Económico teve acesso, o número de acções de despejo que deram entrada nos tribunais contra estes empresários ou industriais aumentou 30,2%.

O motivo foi sempre o mesmo: falta de pagamento das rendas. O aumento deste tipo de processos judiciais deu-se também no que toca aos prédios arrendados para habitação, em que o morador deixou de pagar a renda, mas neste caso subiu 9,7% entre 2008 e 2010, altura em que a crise se agravou.

MRA Alliance

Imparidades no crédito custam mil milhões ao BCP, BES, BPI e Totta

quinta-feira, agosto 4th, 2011

No primeiro semestre, os quatro grandes bancos que já apresentaram resultados – BCP, BES, BPI e Santander Totta – registaram imparidades no crédito no valor de 1.039 milhões de euros, mais 57% que no mesmo período do ano passado.

Este valor compara com lucros de 317 milhões de euros dos bancos em questão, na primeira metade do ano. Ou seja, as imparidades com o crédito malparado foram quase três vezes superiores aos resultados líquidos. Porém, falta ainda conhecer os resultados semestrais da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o maior banco português.

Os analistas e as fontes do sector contactadas pelo Diário Económico consideram que, à medida que a crise económica se acentuar, com empresas e fechar portas e o desemprego a crescer, haverá cada vez mais casos de incumprimento por parte das famílias e das sociedades.

“É uma tendência crescente e que se deverá manter, devido à actual conjuntura económica”, afirmou um analista contactado pelo jornal.

MRA Alliance

Casas entregues à banca disparam a partir de Abril

terça-feira, julho 19th, 2011

Desde o início deste ano, as famílias portuguesas já entregaram 3060 imóveis por incumprimento às instituições bancárias. Só no último mês de Junho, foram entregues à banca 600 imóveis, um dos resultados mais penalizadores desde início do ano.

De acordo com estimativas da Associação Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), ao longo dos primeiros seis meses de 2011 foram transaccionados entre 98 mil a 101.700 imóveis – tanto urbanos, como rústicos e mistos. No entanto, no último mês, verificou-se uma quebra de vendas para valores entre os 15.200 e os 15.800 negócios, uma contracção de 11% face a Maio.

De acordo com a APEMIP, ao longo dos primeiros seis meses de 2011, já foram contabilizados 3060 imóveis entregues em dação de pagamento. Segundo os dados da associação, os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto são os mais afectados concentrando cerca de 50% das ocorrências relativas a imóveis entregues à banca.  Segundo estes dados, aqueles concelhos representam 21% das transacções imobiliárias registadas no mercado nacional.

MRA Alliance/DE

Portugal é o 2º país mais perigoso no índice BlackRock da dívida soberana

quarta-feira, junho 29th, 2011
A gestora de activos BlackRock criou um índice de risco soberano, para classificar o nível de segurança da dívida pública de 44 países a nível mundial. Na lista Portugal está no segundo pior lugar (43º) logo a seguir à Grécia (44º).
“No final da lista estão a Grécia e Portugal, cujos níveis de endividamento se revelam insustentáveis nos actuais níveis de crescimento e de comportamento de gastos”, refere o documento publicado.
Logo a seguir, com maiores possibilidades de entrarem em incumprimento, estão a Venezuela (42º), Egipto (41º), Itália (40º), Hungria (39º) e Irlanda (38º). A completar o grupo das dez  nações mais perigosas para os credores estão a Argentina (37º), Espanha (36º) e Turquia (35º).

Em contrapartida, a Noruega lidera a lista, o que significa que, entre os 44 países analisados,  é o que oferece menos probabilidades de “default”. A seguir, entre os que estão em melhor posição, contam-se a Suécia, Suíça, Finlândia e Austrália.

Segundo a BlackRock, muitos intervenientes do mercado têm gravitado em torno de indicadores simples de qualidade do crédito, como o rácio dívida pública/PIB, para orientarem as suas decisões de investimento. No entanto, esses indicadores apenas contam parte da história, sublinha a publicação do BlackRock Investment Institute.

Há outros factores, como o estatuto de moeda de reserva de cada divisa nacional, a tendência das taxas de crescimento, a situação demográfica do país, as maturidades das obrigações ou as probabilidades de maior inflação, factores igualmente importantes na avaliação da vulnerabilidade da dívida a um evento de crédito [possibilidade de incumprimento da dívida ou ocorrência similar], escrevem os especialistas da BlackRock.

Por isso, o índice laborado pela gestora de activos baseia-se em quatro grandes categorias: contexto orçamental (rácio dívida/PIB, estatuto de moeda de reserva e taxas de juro dos empréstimos), posição financeira externa (sensibilidade aos choques comerciais e macroeconómicos), saúde do sector financeiro e disponibilidade para pagar , que, respectivamente, representam 40%, 20%, 10% e 30% do índice.

“Os investidores estão a acordar para a importância do risco da dívida soberana nos mercados obrigacionistas mundiais, mas quantificar o prémio adequado continua a ser difícil. Em resposta a isso, estamos a apresentar uma abordagem transparente e disciplinada à avaliação do risco da dívida soberana”, salienta o estudo do instituto de investimento da gestora de activos, que agora pomos à disposição dos nossos leitores.

MRA Alliance

Uma em cada cinco PME falha pagamentos à banca

quarta-feira, junho 22nd, 2011

O peso do crédito malparado não pára de aumentar, segundo dados hoje publicados pelo o Banco de Portugal. A dificuldade em pagar as prestações bancárias é cada vez mais comum. No primeiro trimestre deste ano, 22% das PME tinham pagamentos em atraso, o que significa que mais do que uma em cada cinco PME está em incumprimento. Os números constam do Boletim Estatístico do Banco de Portugal.

No caso das grandes empresas – isto é, com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios acima dos 50 milhões de euros – o incumprimento é menor, mas ainda assim expressivo: 14,4% destas companhias está em falta.