Archive for the ‘Impostos’ Category

Défice público baixou 2.000 milhões em oito meses

terça-feira, setembro 20th, 2011

Após os sucessivos planos de austeridade lançados pelo anterior Governo e pelo actual, as contas do Estado parecem estar a melhorar. Entre Janeiro e Agosto deste ano, o défice público baixou em dois mil milhões de euros.

O saldo negativo está agora nos 7.200 milhões de euros, quando no mesmo período do ano passado estava nos 9.200 milhões de euros. Estes dados referem-se ao saldo do subsector Estado e à Segurança Social. Isto é, ficam de fora os Fundos e Serviços Autónomos, por exemplo, os hospitais, e também os municípios e as regiões autónomas, que como sabemos, no caso da Madeira, estão a mostrar surpresas negativas.

Por outro lado, as contas da execução orçamental referem-se ao saldo entre todas as verbas que a Administração Central e a Segurança Social receberam e tudo o que tiveram efectivamente de pagar, isto é a chamada contabilidade pública. De fora ficam os compromissos assumidos que só se percebem pela chamada contabilidade nacional. O que significa que, quando se fizer o acerto final das contas do estado neste período, o saldo pode ser diferente.

Recorde-se que é pela chamada contabilidade nacional que o Governo tem justificado o agravamento das medidas de austeridade por serem detectadas diferenças significativas nas contas do Estado.

MRA Alliance/SIC Noticias

Factura média da electricidade e gás aumenta 10 euros por mês

sexta-feira, agosto 12th, 2011

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou hoje que a partir de Outubro o IVA sobre a electricidade e gás passa de 6% para 23%, antecipando uma das medidas de consolidação orçamental programadas para 2012.

A factura média de electricidade dos portugueses ronda actualmente os 40 euros mensais. Segundo as contas feitas pelo Jornal de Negócios, retirando o imposto de 6% chega-se a uma conta da luz de 37,75 euros. Aplicando a este montante a nova taxa de IVA de 23% chega-se a 46,34 euros. O que implica o pagamento de mais 6,43 euros por mês. Isto significa que entre Outubro e Dezembro os portugueses vão, em média, desembolsar mais 19 euros pela electricidade.

Numa factura de gás de 25 euros, valor médio para um casal com filhos, o cliente paga agora 1,4% em IVA. Com o imposto a 23%, paga 5,42 euros. O que significa que a conta final passa dos 25 para os 29 euros. São mais quatro euros por mês, e 12 no acumulado do último trimestre. Tudo somado são mais 10,4 euros por mês entre luz e gás, o que dá um aumento de 16%. São mais 31,2 euros entre Outubro e Novembro.

MRA Alliance

Quase metade dos portugueses acha que o novo imposto é uma “uma boa ideia”

sexta-feira, julho 15th, 2011

Boa parte dos portugueses acha “uma boa ideia” o novo imposto especial criado pelo Governo de Passsos Coelho segundo os resultados de uma sondagem realizada pela Aximage para o Jornal de Negócios.

O inquérito revela que 45,6% dos inquiridos reage positivamente à pergunta “pagar custa a todos, mas diga-me com sinceridade o que acha desta decisão do governo”, considerando-a uma boa ideia e, 9,7% admite que é “assim-assim”.

A medida do executivo não reúne, todavia, um apoio unânime junto dos inquiridos, com 41% a considerar que esta não é a forma de resolver o problema das finanças públicas.

MRA Alliance/JN

Novo imposto extraordinário renderá 1,025 mil milhões

quinta-feira, julho 14th, 2011

A nova sobretaxa, que vai ser equivalente a metade do subsídio de Natal deduzido do valor do salário mínimo, vai render aos cofres do Estado 1,025 mil milhões de euros. Deste montante, 840 milhões de euros serão arrecadados este ano e 185 milhões no próximo.

O ministro das Finanças esclareceu hoje que “haverá um excesso de despesa a corrigir na ordem dos mil milhões de euros”. Sobre os valores do desvio que o novo Executivo encontrou nas metas de execução orçamental, Vítor Gaspar disse que “haverá um excesso de despesa a corrigir na ordem dos mil milhões de euros”, com base nos dados do INE até Março e tendo também em conta os dados da execução orçamental até Maio, explicou, frisando, contudo, que este “é apenas um número redondo para dar uma ideia do valor de que estamos a falar”.

MRA Alliance/DE

Patrões em guerra por causa da descida da Taxa Social Única

terça-feira, julho 5th, 2011

Os patrões do Comércio, Turismo e Agricultura não querem ser excluídos de uma eventual baixa da Taxa Social Única (TSU), medida que faz parte do acordo de entendimento com a ‘troika’ e que também já foi defendida pelo Governo. “Uma baixa tem de ser universal”, afirmou ao Diário Económico João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), refutando a ideia do Conselho para a Promoção da Internacionalização (CPI) que estudou a redução dos descontos para a indústria.

As afirmações surgem no seguimento da notícia publicada ontem pelo Diário Económico, que dá conta de um estudo feito no âmbito do CPI, que defende a redução das contribuições para 15% (de 23,75%) para a indústria, por este ser o sector que mais contribui para as exportações.

A opção custa 681 milhões de euros e pode ser compensada com aumentos de IVA, avança o documento. Outra hipótese seria reduzir a TSU para 12% na indústria, com custos de 915 milhões de euros – ainda assim abaixo dos 1.600 milhões projectados para uma redução em quatro pontos em todos os sectores (medida que já tinha sido apontada pelo PSD, a realizar ao longo da legislatura).

MRA Alliance/DE

Portugal: Governo confisca 50% do subsídio de Natal em 2011

quinta-feira, junho 30th, 2011

Passos Coelho anunciou, esta quinta-feira, novas medidas de austeridade para combater a crise entre as quais cobrar um imposto extraordinário “equivalente a 50% do subsídio de Natal, acima do salário mínimo nacional”. No discurso de abertura do debate sobre o Programa de Governo, Pedro Passos Coelho, no Parlamento, disse que o imposto assume a forma de “uma Contribuição Especial para o Ajustamento Orçamental”. A nova carga fiscal irá recair sobre “todos os rendimentos que estão sujeitos a englobamento no IRS, respeitando o princípio da universalidade, isto é, abrangendo todos os tipos de rendimento”.

Nas próximas duas semanas, o Governo apresentará mais detalhes sobre esta medida, mas Passos Coelhos já adiantou o principal para os portugueses: o seu subsídio de Natal vai sofrer cortes. Esta proposta do executivo PSD-CDS vai ser, segundo o chefe do governo, uma medida temporária, que vigorará apenas em 2011.

Paralelamente, o primeiro-ministro anunciou que também serão antecipadas para o terceiro trimestre as “medidas estruturais previstas no Programa de Ajustamento”, como a reestruturação do Sector Empresarial do Estado, a reforma do modelo regulatório e o programa de privatizações.

Passos Coelho reforçou a ideia de que o Governo será “implacável na redução da despesa do aparelho do Estado para que os custos da consolidação não recaiam apenas sobre as famílias, as empresas ou os funcionários públicos”. O programa do executivo prevê a gestão do sistema judicial e “desenvolver a justiça arbitral e criar uma bolsa de juízes de reacção rápida para atrasos crónicos”.

MRA Alliance/Agências

Apesar do crescimento do desemprego Estado paga menos subsídios

segunda-feira, maio 23rd, 2011

Em apenas um ano, registam-se mais 41.200 desempregados no País, em termos comparáveis. Mas a escalada da taxa de desemprego, que com uma nova metodologia já atingiu os 12,4%, não foi acompanhada pelo aumento dos gastos da Segurança Social, como é comum. Antes pelo contrário: as medidas de austeridade já estão no terreno e os gastos caíram 66,9 milhões de euros, mesmo em tempo de crise. Cortar o défice é a palavra de ordem. Segundo as contas do Diário Económico estes são os principais resultados dos primeiros quatro meses:

1 – Apoios sociais cortados
A despesa com prestações sociais caiu 1,1% nos primeiros quatro meses do ano, quando comparados com o mesmo período de 2010. As várias alterações nas regras de atribuição destes apoios públicos, implementadas no Verão do ano passado, contribuíram para a queda. Por exemplo, desde Julho que os desempregados são obrigados a aceitar colocações por salários mais baixos; foi imposto um tecto líquido no subsídio de desemprego correspondente a 75% do salário de referência; e o acesso a este apoio obriga a pelo menos 15 meses de contribuições (em vez de 12). Em Agosto entrou em vigor a Lei da Condição de Recursos, que apertou as regras de atribuição das prestações sociais.

2 – Salários reduzidos
As despesas com pessoal do Estado – que incluem salários e contribuições – caíram 6,9% de Janeiro a Abril deste ano, quando comparadas com o mesmo período de 2010. Só os gastos com as remunerações certas e permanentes recuaram 6,3% no mesmo período. O corte nas despesas com funcionários resulta da redução média de 5% dos salários na função pública e da redução progressiva do número de trabalhadores – duas medidas de austeridade determinantes para a redução do buraco das contas públicas.

3 – Receita fiscal sobe 16,8%
A receita fiscal cresceu 16,8% até Abril, face ao mesmo período do ano passado, impulsionado por uma subida de 33,3% dos impostos directos – IRS e IRC – e por um acréscimo de 9,2% nos impostos indirectos – IVA, ISV, entre outros. O IRC teve o crescimento mais expressivo, com 35,6%, que resulta da receita gerada com a tributação de dividendos em Janeiro, do aumento da receita bruta e da diminuição de reembolsos face ao período homólogo. O IRS, subiu 30,7%, devido à alteração dos prazos de entrega do IRS que adiaram o pagamento de reembolsos. No IVA, a subida foi de 20,2%, fruto do aumento das taxas em Julho do ano passado.

4 – Despesa do SNS cai 5,4%
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) recuou 5,4% nos primeiros quatro meses. Os dados mostram que o saldo global do SNS apresenta um défice de 13,5 milhões de euros, valor que compara com o défice de 157,2 milhões registado em Abril do ano passado. A quebra da despesa foi influenciada pela redução dos gastos com pessoal (- 6,1%) e dos subcontratos (-6,8%). No sector do medicamento, a quebra é ainda mais significativa. Fruto das medidas implementadas em 2010, os gastos do Estado com remédios vendidos nas farmácias caíram 19,6% para 453,7 milhões de euros.

MRA Alliance

Banco de Portugal propõe mini-reforma fiscal

terça-feira, março 29th, 2011

O boletim de Primavera do Banco de Portugal (BdP) traça um cenário negro para este ano, mas também avança uma sugestão técnica para melhorar o desempenho da economia nacional. O regulador considera que um aumento do IVA e a descida da Taxa Social Única podem diminuir o défice e a dívida pública, aumentar o emprego e promover a competitividade.

A medida em causa assenta na redução da componente patronal das contribuições sociais – a Taxa Social Única – compensada por um aumento da tributação do consumo, com um impacto neutro no saldo orçamental e na dívida pública.

Na análise desta instituição, liderada por Carlos Costa, a diminuição do valor da Taxa Social Única iria reduzir o custo do factor trabalho e, por essa via, os custos de produção também seriam menores. Isto iria permitir uma melhor competitividade da produção nacional, promovendo o aumento das exportações e uma redução dos conteúdos importados.

Quanto ao aumento da tributação do consumo, o Banco de Portugal considera que terá efeitos negativos a curto prazo, sobretudo para as famílias mais pobres, no entanto, defende que a médio e longo prazo poderia ter um forte impacto macroeconómico.

O regulador sublinha que taxa de IVA em Portugal sofreu aumentos muito significativos nos últimos anos. A taxa de 23% é das mais altas da Europa e sugere, por isso, um aumento nas taxas reduzidas e intermédias, o que resultaria numa harmonização das taxas do IVA.

Como forma de compensar as famílias mais carenciadas por esta subida, o Banco de Portugal sugere a transferência monetária – para estas famílias – de 10% da receita proveniente do aumento deste imposto.

MRA Alliance/RR

Governo quer aumentar imposto automóvel

segunda-feira, março 14th, 2011

A necessidade de travar a importação de automóveis é, a par da perda de receita que se tem vindo a verificar, a justificação dada por Sérgio Vasques para a subida do Imposto Sobre Veículos (ISV), o imposto que substituiu o antigo Imposto Automóvel.

Em entrevista por escrito ao Diário Económico, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais justifica e quantifica as medidas apresentadas pelo Governo na passada sexta-feira.

MRA Alliance

Governo húngaro quer introduzir “taxa-hamburger”

sábado, março 12th, 2011

Após a criação dos polémicos impostos sobre os sectores bancário, de telecomunicações, energia e distribuição, o governo húngaro pretende introduzir, agora, uma “taxa-hamburguer”. A notícia é da AFP, citada pelo portal do Sapo.

“Os ministérios examinam os efeitos possíveis da introdução deste imposto”, informou nesta sexta-feira o ministro da Economia György Matolcsy no site do parlamento húngaro.

“Estudos recentes sobre os hábitos alimentares dos húngaros e os seus reflexos na saúde mostram que os problemas relacionados com um grande consumo de gordura e sal aumentaram”, informou o ministro.

“Para reverter o processo, os diferentes ministérios examinam os impostos que poderiam ser introduzidos e quais seriam seus efeitos económicos. Mas os produtos relacionados, os valores e a utilização da receita proveniente destas taxas ainda são desconhecidos”, acrescentou Matolcsy.

O governo húngaro, que deu início a um programa económico severo para reduzir o défice público e a dívida externa, mostrou-se muito criativo no que se refere à introdução de impostos em sectores específicos.

Se a “taxa-hamburguer” for aprovada, as redes de restaurantes fast-food podem recorrer ao argumento de discriminação, já que a cozinha húngara não é conhecida pela sua leveza. O imposto vai atingir qualquer alimento considerado gorduroso ou muito salgado.

MRA Alliance/DE

Portugal não vai poder baixar impostos, diz economista do FMI

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

Teresa Ter-MinassianTeresa Ter-Minassian, que negociou o pacote de financiamento do FMI a Portugal em 1983, afirmou hoje que não acredita que haja margem no país para qualquer redução de impostos enquanto não forem atingidos os objectivos orçamentais. As declarações foram feitas na “Conferência Portugal 2011. Vir o Fundo ou ir ao fundo?”

“Não acredito que se possa reduzir a carga tributária em Portugal quando a prioridade é baixar o défice orçamental”, afirmou a economista do FMI, após a intervenção de Carlos Rodrigues, presidente do BIG que defendeu medidas de alívio do peso do Estado na economia.

MRA Alliance/JdN

G20: Sarkozy quer regular preços dos alimentos e impor imposto sobre transacções financeiras

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

Nicolas SarkozyA necessidade de controlo dos mercados de divisas e de matérias-primas alimentares é uma das ideias que o presidente francês Nicolas Sarkozy quer impor aos seus pares do G20, o maior fórum financeiro e industrial do mundo, onde agora detém a presidência rotativa. 

“Como é que podemos explicar que queremos regular os mercados financeiros sem o fazer no mercado de produtos básicos?” Foi assim que Nicolas Sarkozy afirmou que é preciso evitar a especulação sobre os produtos alimentares, defendendo a necessidade de desenvolver instrumentos para acalmar a subida de preços nas matérias-primas, segundo refere o “El País”.

O presidente francês apresentava as prioridades para a sua presidência no G-20, referindo que os preços actuais dos alimentos estão a níveis de há dois anos. O índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação para 55 matérias-primas alimentares alcançou, em Dezembro, o valor mais alto desde Junho de 2008, altura em que a crise alimentar esteve no seu auge.

A possibilidade de uma nova crise estar a regressar foi avançada há algum tempo pelas Nações Unidas, devido ao ritmo “alarmante” dos aumentos dos preços. “No dia em que haja revoltas, que país do G-20 é que vai dizer que não se preocupa com isso? Acho que nenhum”, referiu Sarkozy em relação ao tema.

Além da sua preocupação alimentar, Sarkozy salientou que “dizer que há um sistema monetário, é um grande erro”, já que defende existir um “não-sistema monetário internacional”, escreve o “Le Fígaro”.

“A emergência de novas economias poderosas conduzirá ao aparecimento de novas moedas internacionais”, disse o agora presidente do G-20. Argumenta, por isso, a necessidade de ampliação das funções do Fundo Monetário Internacional no mercado de divisas para regular as reservas dos diferentes Estados. 

Sobre a taxa sobre as transacções financeiras, Sarkozy caracterizou a medida como “moral face à crise financeira” que se está a atravessar, “útil para dissuadir a especulação” e ainda “eficaz para encontrar os novos recursos para o desenvolvimento”.

MRA Alliance/JdN

Portugal: Economia paralela vale 31 mil milhões e representa 1/4 do PIB

sexta-feira, dezembro 10th, 2010

Em 30 anos, o peso da economia não registada na riqueza criada subiu dos 9,3% para os 24,2%. Nos últimos dois anos, o problema tem-se agravado. A chamada economia-paralela (que não é registada e foge ao fisco) valeu, no ano passado, 31 mil milhões de euros, o equivalente a 85 milhões por dia. O número é apontado no ‘Índice de Economia Não Registada’, apresentado ontem no Porto pelo Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Faculdade de Economia do Porto. A elevada carga fiscal e o desemprego estão entre as principais causas do problema.

O índice, que resulta da tese de mestrado de Nuno Gonçalves, mostra que entre 1970 e 2009, a economia não registada evoluiu de um peso de 9,3% no Produto Interno Bruto (PIB) para 24,2%. Os números mais recentes apontavam apenas para um valor na ordem dos 20% da riqueza produzida, pelo que a economia paralela tem ganho relevância nos últimos anos. Segundo Nuno Gonçalves, o estudo mostra que “há picos de evolução” do peso desta realidade na economia oficial: “Entre 1974 e 76, depois no final dos anos 80 e início dos anos 90 e finalmente agora, nos últimos dois anos.”

“A carga dos impostos directos e das contribuições para a Segurança Social, o desemprego e os benefícios transferidos para os agentes económicos, ou seja, famílias e empresas” estão entre as principais causas apontadas pelo índice para o agravamento deste fenómeno. Segundo Nuno Gonçalves, “quanto maior é a carga fiscal, maior é a tendência que os agentes económicos têm em optar pela economia não registada”. No caso das empresas, existe a percepção de que “se maximiza o lucro não pagando os impostos”. Do lado da força laboral, “quanto maior é a carga fiscal que se tem de suportar, mais há tendência e apetência para ir buscar um trabalho fora da economia oficial”.

O índice – que assinala também o Dia Internacional da Luta Contra a Corrupção – mostra que o sector dos serviços foi aquele em que a economia não registada “mais aumentou”. Neste grupo surgem actividades como o comércio, restauração, hotelaria, informática, Pelo contrário, o agravamento nos sectores da indústria e da agricultura foram menores devido à desaceleração da actividade em ambos.

MRA Alliance/CM

Google usa paraísos fiscais para pagar só 2,4% de imposto

sábado, outubro 23rd, 2010

A Google conseguiu baixar os seus impostos em 3.100 milhões de dólares (qualquer coisa como 2.200 milhões de euros) durante os últimos três anos, recorrendo a uma técnica que passa por transferir a maior parte dos lucros de fora dos EUA para as Bermudas através da Irlanda e da Holanda, escreve a Bloomberg. O método, também usado pela Microsoft e pelo Facebook, permitiu à empresa baixar para apenas 2,4% a taxa que incide sobre os seus lucros obtidos no estrangeiro.

Ao facturarem na Irlanda, tiram ainda partido do facto de a lei irlandesa permitir alojar os lucros em filiais no exterior, escapando, inclusivamente, à taxa de 12,5% que a Irlanda aplica aos rendimentos das empresas. Os ganhos acabam assim em sociedades radicadas em paraísos fiscais, que não taxam os lucros.

Nada de ilegal já que, como explicou um porta-voz da empresa à Bloomberg, «as práticas da Google são muito semelhantes às de muitas outras empresas globais de vários sectores».

O Modus faciendi

O desvio dos lucros começa quando companhias como a Google vendem ou atribuem direitos de propriedade intelectual desenvolvida nos EUA a filiais em países com fiscalidade mais leve. Para a casa mãe, quanto mais baixo for o valor da venda, melhor, para não ter de pagar muito imposto nos EUA pelos ganhos e a Google conseguiu o aval das Finanças aos seus preços de transferência.

O grupo licenciou a sua tecnologia de busca, publicidade e outros activos intangíveis para a Europa, Médio Oriente e África a uma sociedade chamada Google Ireland Holdings, que detém a Google Ireland Limited.

Esta última filial em Dublin, que emprega 2 mil pessoas, concentrou 88% das receitas da Google fora dos EUA em 2009. Levar as receitas para a Irlanda permite à Google evitar as elevadas taxas de imposto aplicadas não só nos EUA mas também em vários países europeus. Mas os lucros não ficam na Irlanda porque a filial desse país paga 5.400 milhões de dólares em direitos à Google Ireland Holdings, registada nas Bermudas.

O dinheiro passa antes por uma sociedade holandesa para aproveitar isenções fiscais.
No final, escapa ao fisco indefinidamente ainda que, em teoria, parte desses lucros possa ser taxada ao regressar aos EUA.

MRA Alliance/Agência Financeira

Bruxelas sugere IRC ou IVA europeus a partir de 2014

terça-feira, outubro 19th, 2010

A Comissão Europeia deu hoje o tiro de partida para uma das negociações que se avizinham mais complexas: a reforma do Orçamento comunitário para o pós-2013.

Para além de querer repensar onde e como se gasta o dinheiro comunitário, que hoje se reparte fundamentalmente entre a Política Agrícola Comum e a Política Regional (fundos estruturais), Bruxelas quer avançar com uma reforma profunda no método de cálculo das contribuições nacionais para os cofres comunitários.

Uma das sugestões mais controversas, passa por eliminar a parte da contribuição nacional que é calculada em função do IVA arrecadado em cada país e substituí-la por uma – ou várias – novas taxas, cujas receitas seriam directamente afectas aos Orçamentos comunitários.

Sublinhando que se está no início de um debate que só será formalmente lançado em meados do próximo ano, o Executivo comunitário lançou hoje uma comunicação em que elenca seis candidatos possíveis a desempenhar essa função de financiadores das actividades da União Europeia. 

MRA Alliance/JdN 

Medidas de austeridade aumentam injustiça fiscal em 2012

sexta-feira, outubro 15th, 2010

As simulações feitas pela Consultora Ernst & Young para o Diário Económico concluem que nalguns casos, as subidas no IRS podem ultrapassar os 26%. As famílias poderão deduzir até um máximo de 1.100 euros no imposto do próximo ano e aproveitar benefícios fiscais, no máximo, até 100 euros.

A generalidade dos trabalhadores por conta de outrem vai pagar IRS em 2012 quando entregar a declaração relativa aos rendimentos de 2011. As subidas fazem-se sobretudo por via da imposição de tectos às deduções e benefícios fiscais, mas também das novas taxas de IRS anunciadas pelo Governo em Março deste ano.

Um casal com dois filhos – em que um dos membros esteja desempregado e não tenha rendimentos e o outro tenha um ordenado de 1.500 euros mensais – será penalizado em 26,7%.

Já um casal sem filhos com rendimentos de 4.500 euros por mês terá um agravamento da carga fiscal de apenas 3,29%.

No caso de um solteiro sem filhos com um rendimento de 1.500 euros, a subida será de 11,7%.

Só quem ganha o salário mínimo escapa ao agravamento.

MRA Alliance/Diário Económico

Pensões superiores a cinco mil euros serão ser taxadas a 10%

quinta-feira, outubro 14th, 2010

As reformas, pensões ou prestações idênticas com valores superiores a cinco mil euros irão ser taxadas a dez por cento sobre o montante que exceda este valor, de acordo com uma notícia avançada pela SIC.

De acordo com o canal de TV, que fala de uma “contribuição extraordinária de solidariedade”, estão abrangidas por esta medida, a aprovar no âmbito do Orçamento do Estado para 2011, “todas as reformas e pensões pagas pela Caixa Geral de Aposentações, pelo Centro Nacional de Pensões, por Fundos e institutos públicos, bem como entidades reguladoras”. Fica por esclarecer se a medida abrange apenas o sector público ou também os privados.

No caso da Função Pública, a Caixa Geral de Aposentações dá conta de 4533 aposentados a receber acima dos 4000 euros (valor mais elevado mencionado pela CGA).

MRA Alliance/Público

OE 2011: Governo corta deduções fiscais em todas as frentes

quinta-feira, outubro 14th, 2010

Tal como já se esperava, o Governo pretende cortar as deduções fiscais no ano que vem. Uma versão preliminar do documento, a que a Renascença teve acesso, revela que as deduções fiscais de despesas com saúde, educação, lares e imóveis ficam congeladas.

Em vez dos habituais aumentos anuais com referencial no salário mínimo (475 euros), passam a ter como referência o valor do Indexante de Apoios Sociais (420 euros). Todas as categorias de deduções passam a ter um tecto global.

Quem dever ao Fisco, perde sigilo bancário

A Renascença avança ainda que as pensões de alimentos passam a ter um limite para efeitos de dedução em sede de IRS de 1.047 euros mensais, e que acabam os benefícios fiscais para as energias renováveis e carros eléctricos.

Os contribuintes que tiverem dívidas ao Fisco perdem direito ao sigilo bancário, como já acontecia com os devedores à Segurança Social.

Empresas pagam taxa para comprar carros

Há também alterações para as empresas. O reporte dos prejuízos terá agora de ser obrigatoriamente feito em apenas quatro anos e as empresas que comprarem viaturas até 40 mil euros passam a pagar uma taxa de 10%. Acima dos 40 mil euros, a taxa sobe para 20%

Em 2011, mantém-se o adicional às taxas de impostos sobre produtos petrolíferos.

Os prémios de atletas e treinadores de alta competição passam a ser taxados, tal como os prémios literários, artísticos e científicos, que passam a ser sujeitos a um limite de isenção fixado em 4.192 euros.

As medidas constam da versão preliminar a que a Renascença teve acesso e poderão, ou não, constar da versão final da proposta do Orçamento do Estado para o ano que vem, que o Governo vai aprovar quinta-feira em Conselho de Ministros e apresentar na sexta-feira ao país.

MRA Alliance/Agência Financeira

Portugal: PSD não abdica de chumbar um “mau Orçamento”

quinta-feira, outubro 7th, 2010

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, não abdica do princípio de que mais vale não termos Orçamento do que termos um mau Orçamento em 20011 e nem as pressões que chegam de Bruxelas o fazem reequacionar.

Se o Governo não recuar no aumento de impostos ou, pelo menos, não substituir o aumento do IVA em dois pontos percentuais pela redução da taxa social única não contará com os 81 deputados do PSD.

O primeiro-ministro José Sócrates e Passos Coelho estão a jogar um póquer de alto risco num momento em que Portugal depende bastante dos mercados financeiros e da forma como estes avaliam a situação política do país.

OCDE, FMI e Comissão Europeia pedem um entendimento para que o Orçamento do próximo ano seja viabilizado mas o braço-de-ferro entre os dois principais protagonistas políticos está longe de esmorecer. MRA Alliance/Diário Económico

Portugal: Bancos serão taxados sobre a dívida externa

sábado, outubro 2nd, 2010

O Governo prepara-se para aplicar um imposto aos bancos que incidirá sobre os passivos, excluindo os depósitos incidindo sobre as emissões de dívida externa e sobre todo o financiamento externo. Ou seja, o financiamento nos mercados internacionais vai sair ainda mais caro aos bancos portugueses.

Por fim quem ficará penalizado é o crédito à economia. Uma vez que as consequências serão uma de duas: ou os bancos reduzem o crédito que concedem à economia ou este chegará mais caro. Esta é a opinião generalizada dos agentes do sistema financeiro.

MRA Alliance/Diário Económico

Portugal: Mais de metade dos contribuintes não paga IRS

sábado, outubro 2nd, 2010

Mais de metade das famílias portuguesas com rendimentos declarados não paga IRS. Do universo superior a 4,6 milhões de agregados com rendimento bruto declarado, em 2008, mais de 2,5 milhões não apresentam IRS liquidado.

Os dados constam das estatísticas do Fisco relativas a este imposto, ontem publicadas pelo Ministério das Finanças, e lançam um alerta ao fisco: está a aumentar do número de portugueses que não paga IRS.

São mais 143 mil que não apresentam rendimentos suficientes para serem tributados. Fiscalistas alertam que a crise económica vai acentuar esta tendência, continuando a retirar dezenas de milhares de portugueses da base de tributação. Isto por não terem rendimentos superiores a 7.980 euros, considerado mínimo de existência a partir do qual se é tributado.

“Do total dos agregados com rendimento bruto declarado em 2008, cerca de 55% não têm IRS liquidado (2,5 milhões)”, revelam as Finanças. Em 2007, eram 2,4 milhões as famílias nesta situação (53%).

MRA Alliance/Diário Económico

Portugal: Função pública, pensões e IVA a 23% pagam défice de 2011

quinta-feira, setembro 30th, 2010

congelamento_salarios11.jpgCom um corte de 5% nos salários, a função pública dá a maior ajuda ao corte do défice em 2011. O outro é a subida do IVA para 23 por cento. Os funcionários públicos e os pensionistas foram os alvos escolhidos pelo governo para conseguir reduzir o défice do Estado em 2011.

No próximo ano, os salários da função pública acima de 1500 euros terão cortes entre os 3,5 e os 10 por cento, uma medida inédita em Portugal, e todas as pensões ficarão congeladas. Nos impostos, o IVA passa de 21 para 23 por cento e o Governo avança com o corte das deduções no IRS.

As medidas foram anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e pelo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, no final da reunião do conselho de ministros para aprovar as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2011 e um conjunto de medidas adicionais destinadas a e garantir que o défice deste ano cai mesmo para 7,3 por cento.

MRA Alliance/Público

Portugal: Governo aprova hoje novas medidas de austeridade com aumento dos impostos

quarta-feira, setembro 29th, 2010

O Governo vai reunir esta quarta-feira em conselho de ministros para aprovar medidas de austeridade, para este ano e 2011. Segundo a RTP, entre as medidas consta um novo aumento de impostos que depois terá de ser votado pela Assembleia da República. TSF, RTPN e SIC Notícias adiantam por seu turno que José Sócrates reúne o Conselho de Ministros para aprovar as linhas gerais do Orçamento e medidas extraordinárias de austeridade.

Ainda segundo a RTP, serão também contempladas medidas extraordinárias também para aplicar já este ano, de modo a assegurar a descida do défice para 7,3% do PIB. A televisão estatal não especifica que impostos poderão ser aumentados mas recorda que a OCDE ainda ontem recomendou uma subida do IVA. Além disso, especula-se de novo sobre a possibilidade de ser criado um novo imposto sobre o subsídio de Natal, a aplicar sobre todos os salários, públicos e privados. Nada está, porém, confirmado.

A reunião do Conselho de Ministros está marcada para as 15h00 horas, após o Presidente da República receber esta quarta-feira o CDS, PSD e PS por causa do OE2011. Depois disso, José Sócrates deverá reunir-se com o partido para explicar as medidas aprovadas. A TSF adianta que Sócrates decidiu antecipar as ideias essenciais das contas do Estado na semana em que o país recebeu a visita da OCDE, tendo a organização recomendado um aumento de impostos e um congelamento de salários na função pública.

Um membro do executivo referiu à agência Lusa que a reunião do Conselho de Ministros deveria ser antecipada para hoje porque na quinta feira, dia habitual da reunião semanal do Governo, se realiza o debate quinzenal na Assembleia da República com a presença do primeiro ministro.

O debate quinzenal de quinta feira, o primeiro da presente sessão legislativa, deverá ser marcado pela discussão em torno da execução orçamental deste ano e do Orçamento do Estado para 2011.

MRA Alliance/JdN 

Saque fiscal até 2013 vai ser brutal, acusa CDS-PP

domingo, julho 11th, 2010

O CDS-PP fez as contas e chegou à conclusão que, até 2013, os portugueses vão pagar mais de mil milhões de euros em impostos com a entrada em vigor do novo Código Contributivo. “Uma brutalidade”, diz o líder parlamentar centrista, Pedro Mota Soares, citado pelo Jornal de Notícias.

Da análise do Relatório de Orientação da Política Orçamental (ROPO), discutido na semana passada no Parlamento, o CDS-PP percebeu que, já no próximo ano,  o Governo está a contar com as receitas das novas contribuições em matéria providencial e que, só em 2011, ascendem a 170 milhões de euros, disse ao JN o líder parlamentar do CDS-PP. No ano seguinte, o valor mais do que duplica (para 350 milhões de euros) e em 2013 vai atingir 565 milhões de euros.

“Uma subida brutal da carga fiscal dos portugueses”, considera Mota Soares, lembrando que estas deduções para a Segurança Social penalizam sobretudo agricultores, instituições de solidariedade social, pequenos comerciantes, pequenas e médias empresas e trabalhadores a recibos verdes, contribuindo ainda mais para “esmagar a economia portuguesa”.

“Este pode ser o maior aumento de impostos na nossa história e feito numa altura em que os portugueses já foram penalizados com o aumento do IRS”, disse Mota Soares que exige explicações do governo.

MRA Alliance

UE: Portugal está entre os países onde o IVA mais subiu

terça-feira, junho 29th, 2010

Portugal está entre os três países da União Europeia onde o imposto sobre o consumo mais subiu na última década, atrás da Grécia e do Chipre, mesmo sem contabilizar o aumento das taxas de IVA que entra em vigor na quinta-feira. Entre 2000 e 2010, a taxa máxima do IVA subiu, em Portugal, três pontos percentuais, situando-se nos 20%, o décimo valor mais elevado entre os países da UE, revelam as estatísticas do Eurostat.

Ao analisar os aumentos de IVA por país, Portugal surge no terceiro lugar, ao nível da Alemanha, Letónia e Malta. Na Grécia e no Chipre, em dez anos, este imposto subiu 5 pontos percentuais (para 23% no caso grego e 15% no Chipre).

O relatório não engloba a decisão recente de seis países da UE de subirem o IVA. Caso o fizesse, Portugal teria um aumento do IVA, entre 2000 e 2010, de quatro pontos percentuais. Desde 2000 até este ano, o IVA subiu de 17% para 19%, ainda no Governo de Durão Barroso. No Governo de José Sócrates aumentou para 21% e, em 2008, desceu para 20%. No dia 1 de julho volta a subir para 21%.

O Eurostat conclui, ainda, que em relação à taxa máxima de IRS, o nosso país tem o 13.º aumento da Europa a 27. O IRS subiu na última década dois pontos percentuais, para (42%).

Também sobre o imposto sobre pessoas singulares, o relatório do Eurostat não contempla o novo escalão recentemente criado para os rendimentos mais elevados (45%).

Em relação ao IRC cobrado às empresas, o relatório conclui que esta taxa desceu 8,7 pontos percentuais no nosso país (de 35,2% para 26,5%), a 11.ª taxa mais elevada na UE.

Nos impostos sobre o trabalho, Portugal tinha, em 2008, uma taxa fiscal média de 29,6%, abaixo da média da UE que é de 34,2% e da Zona Euro (34,4%).

Nos impostos sobre o capital, no mesmo ano, o nosso país tinha a quarta taxa mais alta, de 38,6%. Em 2007 esta taxa foi de 35%.

O Eurostat analisou, também, a evolução da carga fiscal na UE, até 2008, o primeiro ano da crise económica e financeira.

O organismo de estatística da UE adianta que, no nosso país, o peso dos impostos no Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 36,8% (em 2007) para 36,7% (2008) devido à redução da taxa de IVA para 20%.

Na comparação com o início desta década, a carga fiscal nacional subiu mais de dois pontos percentuais. Portugal está em 14.º lugar entre os países da UE com a carga fiscal mais alta e abaixo da média da UE a 27 e da Zona Euro.

O peso da carga fiscal na UE a 27 foi, em 2008, de 39,3% do PIB. O Eurostat destaca que este rácio era de 40,6%, em 2000, desceu para 38,9%, em 2004, e voltou a aumentar para 39,7%, em 2007, diminuindo ligeiramente em 2008.

Na Zona Euro, a carga fiscal era de 39,7% do PIB, em 2008. No ano anterior foi de 40,4% do PIB.

O Eurostat refere que em relação ao resto do mundo “a pressão fiscal na UE continua a ser geralmente elevada, ultrapassando em mais de um terço a dos EUA ou do Japão”.

O peso dos impostos, conclui o relatório, “varia significativamente” de Estado-membro para Estado-membro na UE. Na Roménia, Letónia, Eslováquia e Irlanda a fiscalidade tem um peso de menos 30% no PIB.

MRA Alliance/JN

CE estuda imposto sobre dívida de países incumpridores

quarta-feira, junho 23rd, 2010

A Comissão Europeia prepara-se para criar novas sanções para países incumpridores. Uma das medidas passa pela criação de um imposto sobre as emissões de dívida dos países que violem as suas promessas orçamentais e que falhem os seus objectivos de redução do défice, segundo um documento citado pela agência Bloomberg.

A nova taxa será adicionada ao custo de emissão de qualquer emissão de dívida pública de países incumpridores. O juro extra seria depois bloqueado numa conta e confiscado se o Estado-membro falhar no cumprimento das suas promessas orçamentais.Outras medidas previstas pelo documento é obrigar os países a publicar mais informação sobre as suas emissões de dívida e cortar o acesso dos incumpridores ao financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI).

O documento será hoje discutido em Bruxelas e também estará na agenda do encontro entre os ministros das finanças europeus agendado para 12 de Julho. O principal objectivo é assegurar que não se repitam casos como o da Grécia.

MRA Alliance/DE

Crise: Julho será um mês negro para os portugueses

sexta-feira, junho 4th, 2010

No próximo mês entram em vigor mais medidas de austeridade que vão afectar os bolsos dos portugueses, nomeadamente o aumento do IVA.Desemprego
A partir de 1 de Julho, muitas das medidas de apoio aos desempregados deixarão de vigorar. Por exemplo, a redução do prazo de garantia vai desaparecer. Para ter acesso ao subsídio, bastava um ano de descontos (menos três meses). A medida custaria 30 milhões de euros e chegaria a dez mil pessoas.

Restaurantes
A restauração, a partir de 1 de Julho, passará a aplicar e a pagar IVA de 13%. Este é apenas um exemplo de serviços que vão ficar mais caros devido ao agravamento em um ponto percentual de todas as taxas de IVA.

Cargos públicos
Deputados e os gestores públicos terão os seus salários reduzidos em 5%. A medida não tem objectivos financeiros concretos, vale mais pelo simbolismo, segundo o primeiro-ministro. A medida vai um pouco na linha da taxa de 45% para quem ganhe mais de 150 mil euros por ano (agora actualizada para 46,5%), que deve render ao Estado apenas 30 milhões de euros e será aplicada apenas a 3.600 famílias.

Empresas
O imposto pago pelas empresas também vai ser agravado. A taxa passa para os 27,5% para as empresas que tenham mais de dois milhões de euros de lucro tributável. Até agora as empresas pagavam uma taxa de 12,5% para os primeiros 12.500 euros de matéria colectável e 25% no restante montante. Os lucros conseguidos em 2012 já deverão voltar aos 25%. A medida deve render cerca de 160 milhões de euros este ano.

Autarquias
As autarquias vão ter apertar o cinto. É que as verbas que são transferidas para os municípios e para as regiões a abrigo da Lei de Enquadramento Orçamental vão ser reduzidas em cerca de 160 milhões de euros, um valor mais elevado que o inicialmente indicado, que era de 100 milhões de euros. As empresas públicas, como por exemplo os hospitais-empresa, também vão ter de funcionar com uma verba mais baixa, com menos cerca de 320 milhões.

Banca
A partir de 1 de Julho o sector bancário será afectado tanto pelo aumento do imposto de selo que vai encarecer o crédito ao consumo como pelo aumento do IRC para 27,5% para empresas com mais de dois milhões de euros de lucro tributável.

Carros
O sector automóvel vai sofrer um impacto a dois níveis. Por um lado, mais imposto sobre crédito ao consumo, através do aumento do imposto de selo, e do IVA que incide sobre o Imposto sobre Veículos. O OE/10 prevê que o IVA deixe de incidir sobre o ISV, mas até lá os preços aumentam.

MRA Alliance/DE

FMI propõe novos impostos sobre bancos

sexta-feira, junho 4th, 2010

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem que vai apresentar novas propostas para a taxação do sector financeiro na reunião dos ministros das Finanças do G20, que se realiza na sexta-feira, na Coreia do Sul.

«Vamos apresentar uma versão revista do nosso relatório sobre a taxação do sector financeiro», disse o porta-voz do FMI, David Hawley, citado pela Lusa

A primeira versão do relatório encomendado pelo G20 foi apresentado numa reunião dos ministros das Finanças em Washington, em Abril, mas não reuniu o consenso.

O FMI propõe dois impostos: um «contributo para a estabilidade financeira» sobre as receitas das instituições financeiras e ajustado ao risco que estas assumem; e um «imposto sobre operações financeiras», que «seria uma espécie de imposto sobre o valor acrescentado».

No entanto, segundo os analistas, mais uma vez não deverá haver acordo entre os ministros das Finanças do G20.

MRA Alliance/Agência Financeira

Portugueses começam hoje a pagar mais IRS

terça-feira, junho 1st, 2010

O Estado vai passar a arrecadar mais 48 milhões de euros por mês com as novas tabelas de IRS que entram hoje em vigor. Até ao fim do ano, os portugueses vão pagar mais 334 milhões. A partir de hoje entram em vigor as novas tabela de retenção na fonte do IRS. Com esta alteração, os cofres do Estado vão encaixar, no final do ano, mais 334 milhões de euros. Ou seja, a partir de Junho, os contribuintes singulares contribuem para o esforço de consolidação orçamental a uma média mensal de 48 milhões de euros.

As contas da receita adicional do agravamento de IRS em 2010 são do Governo e têm por base a estimativa de um impacto de 0,2% do PIB decorrente da aplicação das taxas adicionais sobre a matéria colectável. As novas taxas são calculadas a partir do rendimento anual do contribuinte, mas o esforço financeiro que será pedido ao contribuinte será só relativo aos sete meses.

No próximo ano, o contributo do imposto adicional de IRS duplicará, ascendendo a 668 milhões de euros. As tabelas de retenção, que começam a ser aplicadas a partir de hoje, assumem já que a sobretaxa equivalente a 1%, sobre sete meses, é de 0,58%. Acima do terceiro escalão, os contribuintes passam a reter mais 1,5% do salário, o que dá mais 0,875% com base no cálculo de sete meses. MRA Alliance/Diário Económico

Nova taxa de IRS já vai “comer” subsídios de férias

quinta-feira, maio 20th, 2010

A taxa agravada do IRS entrará em vigor um mês mais cedo do que o previsto, a 1 de Junho, o suficiente para apanhar a maior parte dos subsídios de férias no sector privado e a totalidade do subsídio pago aos cerca de 675 mil funcionários das Administrações Públicas, a ser recebido em Junho.

Depois do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, ter dito há dois dias ao i que as novas taxas – que aumentam o imposto em 1% e 1,5% – se aplicariam a todo o rendimento anual de 2010, o primeiro-ministro passou ontem por cima das Finanças e corrigiu a mão.

O desmentido da retroactividade da aplicação da nova taxa de IRS foi feito à hora de almoço pelo primeiro-ministro, José Sócrates, depois das reacções negativas – incluindo do PSD, parceiro no acordo – durante toda a manhã. Só à tarde chegou o esclarecimento do Ministério das Finanças: “As novas taxas de IRS, integrantes do pacote de medidas adicionais, tendo embora aplicação na liquidação de IRS respeitante a todo o ano de 2010, apenas incidirão sobre a parcela do rendimento angariada a partir de 1 de Junho, tal como sucederá com as novas tabelas de retenções na fonte”.

As duas intervenções, de chefe do governo e das Finanças, têm a mesma nuance: a medida de agravamento fiscal cuja entrada em vigor estava prevista para 1 de Julho (segundo anunciado na semana passada pelo governo) vai afinal avançar mais cedo. É apenas um mês, mas já chega para apanhar a maioria dos subsídios de férias, que em regra são pagos a partir de Junho – o anúncio da antecipação elimina a margem de manobra para pedidos antecipados do pagamento deste 13º mês.

A antecipação em um mês da entrada em vigor da nova taxa de IRS está dentro do acordo com o PSD, confirma o economista António Nogueira Leite, o negociador designado por Passos Coelho.

“Desde que a aplicação não seja retroactiva a antecipação da taxa respeita o acordado – se o governo decide apanhar o 13º mês em Junho isso é uma decisão que lhes compete explicar”, aponta o economista.

Mesmo com o esclarecimento das Finanças sobram muitas dúvidas aos especialistas sobre a aplicação desta nova taxa de IRS. “O governo devia explicar quanto antes o que quer fazer. Temos todas as dúvidas sobre qual vai ser feito”, aponta Rogério Fernandes Ferreira, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. “Já falaram de sobretaxa, de adicional e são coisas diferentes com efeitos distintos. Enquanto o governo não explicar o que vai acontecer ninguém consegue perceber nada”, acrescenta.

Resta saber como as empresas vão conseguir aplicar a nova retenção em tão pouco espaço de tempo – têm menos de duas semanas para saber como deverão proceder e ajustar a sua contabilidade.

MRA Alliance/ionline