Conrad Black, 63 anos, um autóctone canadiano, naturalizado inglês para ascender à nobreza com o título de Lorde, e antigo dono de um império mediático global na América do Norte, Europa e Médio Oriente, foi ontem sentenciado ao cumprimento de uma pena de prisão de seis anos e meio por fraudes multimilionárias cometidas através da holding Hollinger International, o grupo editorial que fundou e controlou.
Um tribunal de Chicago considerou-o culpado do crime de “abuso de confiança” em prejuízo dos accionistas. A juíza Amy St Eve, nomeada para o cargo pelo presidente George W. Bush, na leitura da sentença, afirmou: “Não entendo como uma pessoa com o seu prestígio possa ter este tipo de conduta e pôr tudo em risco. (…) Neste país, ninguém está acima da lei.” A pena será cumprida numa prisão de baixa segurança, na solarenga Flórida, e o condenado aristocrata será obrigado a efectuar tarefas diárias, pelas quais receberá a compensação financeira de um dólar por dia.
Lorde Black desviou milhões de dólares das subsidiárias que editavam os jornais Daily Telegraph (Reino Unido), Jerusalem Post (Israel) e Chicago Sun-Times (EUA) através de esquemas fraudulentos. Altos dignitários do poder anglo-americano, como Henry Kissinger e Margareth Thatcher, foram membros não executivos do conselho de administração da holding. (pvc/agências)