Archive for the ‘Grã-Bretanha’ Category

Violência em Inglaterra pode alastrar a Portugal

quinta-feira, agosto 11th, 2011

Os confrontos na Inglaterra podem estender-se a outros países europeus, incluindo Portugal, por razões demográficas, desemprego crónico e défices de qualificações da população jovem, defendeu hoje o investigador José Vegar.

“Estão criadas as condições para que as contestações se alastrem”, porque a “base da pirâmide demográfica é dominada por jovens, entre os 16 e os 25 anos, logo a propensão para haverem problemas é muito grande”, disse hoje à agência Lusa o investigador na área da segurança e professor universitário.

José Vegar exemplificou com os movimentos pela democracia em países islâmicos, no norte de África, em que a “população tem uma maioria de jovens, sem objectivos escolares e desempregados” implicando uma “tendência para existirem problemas muito grandes”.

Em certas áreas urbanas das grandes cidades, nomeadamente “as periferias das cidades de Lisboa, Setúbal, Porto as probabilidades [de protestos] são grandes”, e não é só por uma “questão de austeridade, dificuldade do mercado de trabalho e do emprego”, porque “já não é possível o estado social cobrir todas as funções que antes cobria”.

O investigador lembrou que uma das “principais reivindicações é que querem emprego, querem protecção, [mas] isso acabou e já não há”, tendo as “pessoas de se qualificar, para terem mais acesso.

José Vegar justificou que a “cultura profissional e laboral dominante em Portugal é a de ter direito”. “Por muitas qualificações que as pessoas tenham hoje em dia, o acesso ao emprego não é automático, só os melhores vão ter acesso”, o que aumenta a probabilidade de contestações e problemas sociais.

No caso inglês, “há uma extrema tolerância pelos pensadores, especialistas e académicos classificando os acontecimentos de movimentos sociais”, o que é na óptica do “totalmente absurdo”, porque os contestatários estão a “roubar, pilhar, e a destruir indiscriminadamente”. A “única acção a tomar é a da lei”,  sublinhou Vegar.

MRA Alliance/DE

Violência e saques de Londres alastram a toda a Inglaterra

terça-feira, agosto 9th, 2011

Durante a quarta noite de violência em Inglaterra, continuaram os saques e ataques incendiários a prédios, automóveis e lojas em Londres que começaram a ser igualmente praticados noutras cidades – Birmingham, Bristol, Liverpool, West Bromwich, Wolverhampton, Manchester, Salford e Nottingham –  informou hoje a polícia britânica citada pelo edição digital do diário “The Telegraph”.

A fonte policial precisou que um homem foi atingido a tiro em Leeds e ouve distúrbios em algumas localidades do Kent. Por enquanto, até agora, na Escócia, Gales e Irlanda do Norte não se verificaram incidentes.

Durante a noite, em Londres,  os ataques aumentaram e a polícia prendeu mais de 200 agitadores que realizaram assaltos, enquanto os bombeiros anunciaram que foram registados fogos “por toda a cidade”.  Mais de dois mil incidentes foram registados nas zonas de Clapham, Croydon, Hackney, Ealing, Lewisham, Peckham e Enfield. A população civil foi parcialmente evacuada nas duas primeiras áreas e, em Enfield,  o maior fogo foi registado no Centro da Sony, um grande edifício cujas chamas foram vistas a quilómetros de distância.

Os incidentes começaram em 4 de Agosto com a morte do líder de um gang, Mark Duggan, na área de Tottenham durante uma troca de tiros com os agentes da polícia envolvidos numa rusga para combater o crime armado nas comunidades africanas e do Caribe. Esta morte gerou protestos iniciais por parte daqueles grupos étnicos que degeneraram em violência na localidade.

No entanto, s autoridades britânicas sustentam que  generalização da violência nada têm a ver com a morte de Duggan. Na óptica das autoridades, mais não são do que “actos de criminosos que usam o incidente como pretexto para pilhar e destruir”, com a participação activa de marginais que não residem em Londres e de grupos de anarquistas.

A onda de anarquia e violência que está a flagelar as cidades inglesas, combinada com a falta de capacidade da polícia para fazer frente aos criminosos, está a gerar incredulidade entre os britânicos.

Num artigo publicado no ‘Daily Telegraph’, o director da organização ‘Civitas’, David Green, explica que actualmente a polícia tem sido “super-sensível” a assuntos raciais, evitando interferir em assuntos onde os envolvidos não são de origem europeia, por receio de serem acusados de racismo. Green nota que, em 2002, os agentes foram instruídos pelos seus superiores para aplicarem a lei ignorando a raça dos envolvidos. Green considera que esta postura “é errada e injusta”, por “não levar em conta o facto de que pessoas diferentes têm reacções e necessidades diferentes”. Green acrescentou que os agentes que não compreendessem esse facto e tentassem aplicar a lei de modo igual a todas as pessoas, independentemente da cor da pele, “seriam alvo de sanções disciplinares”.

“Neste tipo de atmosfera, não surpreende que os agentes encarregues de lidar com um motim pensem que é mais seguro esperar por ordens vindas de cima em vez de usarem o seu discernimento para proteger o público sem medo”, conclui o Telegraph.

MRA Alliance

Reino Unido substitui Khadafi por rebeldes como legítimos representantes do Estado líbio

quarta-feira, julho 27th, 2011

O Reino Unido reconheceu hoje formalmente como único Governo líbio o Conselho Nacional de Transição (CNT), formado pelos opositores ao regime de Muammar Kadhafi.

Em conferência de imprensa em Londres, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, adiantou que o seu Governo reconhece o Conselho como «única autoridade governamental líbia» e único interlocutor nas relações bilaterais Londres-Tripoli.

A medida foi tomada depois do acordo alcançado a 15 de Julho em Istambul pelo Grupo de contacto com a Líbia, quando decidiu o reconhecimento do CNT como autoridade de Governo. «Esta decisão reflecte a crescente legitimidade, competência e êxito do Conselho Nacional de Transição em chegar aos líbios em todas as partes do país», declarou o ministro.

MRA Alliance/Agências

Murdoch fecha jornal após escândalos e comportamentos anti-éticos

sexta-feira, julho 8th, 2011

O grupo News International, que detém o tablóide britânico News of The World, anunciou ontem que o jornal vai fechar depois do escândalo das escutas abusivas. James Murdoch, filho do dono, o magnata Rupert Murdoch, revelou que a  edição do próximo domingo será a última, justificando que o escândalo não só tirou prestígio ao jornal como a publicidade caiu.

A notícia de que os familiares dos soldados mortos no Afeganistão e no Iarque foram vitimas de intercepção de chamadas telefónicas pelo jornal News of The World tem gerado uma onda de consternação. Ao longo do dia de hoje foram várias as manifestações de revolta no Reino Unido.

“As coisas boas que o News of the World faz, ficaram manchadas com este comportamento errado. Realmente, se as recentes alegações são verdadeiras, é desumano e não tem lugar na nossa empresa”, disse em comunicado James Murdoch.

O News of the World há muito que vive sob a mancha de escândalos de escutas ilegais, desde personalidades da política a membros da família real, passando pelas celebridades.

Esta semana o assunto voltou a ser falado e o tablóide duramente criticado depois de se ter descoberto que o News of the World tinha interferido na investigação de uma menina britânica de 13 anos desaparecida e mais tarde encontrada morta. O jornal não só acedeu às chamadas telefónicas, como apagou mensagens do atendedor automático para que este não ficasse cheio e pudesse assim receber mais.

Na quinta-feira, o “The Guardian” revelou que o jornal de Murdoch subornou agentes da polícia, pagando-lhes 100 mil libras. As autoridades estão agora a investigar o caso, que envolve cerca de quatro mil pessoas, pelo que a empresa decidiu não existirem condições para que o centenário tablóide continue a ser publicado.

MRA Alliance/ Público

Espiões e diplomatas britânicos na Líbia para apoiarem forças anti-Kadhafi

domingo, março 6th, 2011

Black Watch, soldados de infantaria do Regimento Real da EscóciaO Reino Unido vai enviar equipas de espiões e diplomatas para a Líbia para ajudarem os rebeldes a deporem o líder Muammar Kadhafi noticia hoje a edição electrónica do jornal britânico Daily Mail.�

Operacionais dos serviços secretos MI6, apoiados por forças de elite aerotransportadas Special Air Service (SAS), vão aterrar “dentro de dias” em Benghazi, a segunda cidade do leste do país controlada pelos rebeldes.�

Por outro lado, 600 soldados das tropas especiais Black Watch estão em regime de prevenção preparando-se para serem deslocados a qualquer momento para a Líbia. 

O Daily Mail acrescenta que “diplomatas britânicos e espiões têm estado envolvidos em intensos esforços para contactarem com as forças da oposição líbia, lideradas por Mustafa Abdel Jalil, chefe supremo do Conselho Nacional Líbio.

MRA Alliance/Daily Mail

Reino Unido: Classe média gela e morre impotente face á crescente pobreza

terça-feira, dezembro 7th, 2010

Na sede do ex-império britânico, a crise económica e financeira e o rigoroso inverno tornam insustentável o quotidiano de mais de 15 milhões de famílias. Dezenas de milhares de reformados e pensionistas usam os passes sociais para fugirem ao frio passando o dia nos transportes públicos. Outros enchem bibliotecas e centros comerciais como forma de escapar às gelidas temperaturas. Uns e outros não têm dinheiro para usar ou pagar o aquecimento doméstico.

“Agora, que estamos a passar um dos invernos mais rigorosos, os idosos têm de tomar a indesejável decisão de ligarem ou de desligarem o aquecimento. O Governo deveria garantir que os subsídios ao aquecimento doméstico não serão cortados.”

Segundo estatísticas oficiais, o número de mortos pelo frio, durante 2009, vitimou nove idosos por hora. Nos quatro meses de inverno, no ano passado, faleceram quase 28 mil pessoas de causas relacionadas com as baixas temperaturas. 

As instituitições de caridade britânicas asseguram que o Reino Unido, no norte da Europa, suplanta em número de mortes os registados em países escandinavos como a Finlândia e a Suécia. Mais de metade das pessoas obrigadas a gastar mais de 10% dos seus rendimentos em custos com energia têm mais de 60 anos.

Este valor correspondente à definição de “pobreza energética” vigente na Grã-Bretanha. Ann Robinson, directora da organização de defesa do consumidor uswitch.com, garante que no Reino Unido “metade dos agregados familiares da classe média se encontram agora na categoria de ‘pobreza energética'”.

A organização ­National Energy Action estima que, no iníciuo de 2011, cerca de 5,5 milhões de agregados familiares britânicos se encontrem naquela situação devido à subida dos preços da energia. Face à última estimativa, este número representa uma subida de 400 mil agregados familiares, correspondendo a 21% do total existente no país (26 milhões).

MRA Alliance/Express

Van Rompuy emite certidão de óbito aos Estados-nação

sábado, novembro 13th, 2010

Herman Van Rompuy - Presidente da União EuropeiaHerman Van Rompuy, presidente da União Europeia, citado na sexta-feira pela edição online do jornal britânico Daily Mail, defende que a Era dos Estados-nação terminou e que a ideia de que os países podem ser sustentáveis sózinhos é uma “ilusão” e uma “mentira”.

Num discurso proferido na Alemanha por ocasião do 21º aniversário da queda do Muro de Berlim, Van Rompuy sustentou a sua tese afirmando que o eurocepticismo é o maior inimigo da paz na Europa.

As declarações do eurocrata de nacionalidade belga escandalizaram os parlamentares conservadores britânicos que exigiram ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que não ceda às pressões para a concessão de mais poderes a Bruxelas à revelia dos interesses britânicos.

MRA Alliance

Governo britânico vai eliminar 500 mil empregos na Função Pública

quarta-feira, outubro 20th, 2010

George Osborne na Câmara dos ComunsO Reino Unido anunciou hoje os detalhes do novo plano de austeridade, com vista a reduzir o défice de 10,1% para 2,1% até 2015 e que incluem a eliminação de cerca de meio milhão de postos de trabalho na Função Pública e uma nova taxação da banca.O ministro das Finanças de Inglaterra, George Osborne, na Casa dos Comuns, em Londres, explicou que o Governo pretende criar uma taxa permanente para o sector bancário, visando conseguir “o máximo de receitas sustentáveis” e disse ainda estar previsto o despedimento de 490 mil funcionários no sector público nos próximos quatro anos, embora parte desta redução dos quadros seja feita através do congelamento das contratações.

Este é o mais rígido pacote de austeridade do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial e tem em vista uma redução do défice orçamental do país em 156 mil milhões de libras (177 mil milhões de euros).

As medidas, que contemplam cortes orçamentais de 19%, em média, nos vários Ministérios, irão permitir diminuir os gastos públicos em 83 mil milhões de libras (94 mil milhões de euros) e baixar o défice dos 10,1% do PIB em 2010 para 2,1% no exercício fiscal de 2014-2015. Já os custos inerentes à dívida do país deverão de cair em mais de cinco mil milhões de libras (5,7 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos.

MRA Alliance/DE

PM britânico oferece-se à Turquia para desbloquear adesão à UE

terça-feira, julho 27th, 2010

David CameronO primeiro-ministro britânico, David Cameron, manifestou a sua “irritação” face aos entraves colocados à entrada da Turquia na União Europeia, acusando a França e a Alemanha de se oporem à nova adesão.

“Quando pensamos no que a Turquia fez para defender a Europa, tanto enquanto aliada da NATO como o que faz agora no Afeganistão ao lado dos aliados europeus, irrita-me constatar que o vosso percurso para a adesão à EU possa ser desencorajado como tem sido feito”, criticou Cameron num discurso perante homens de negócios, na visita que está a efectuar a Ancara.

“É um erro dizer que a Turquia que pode fazer de guarda do campo mas não pode entrar no campo. Serei o vosso advogado mais determinado para a adesão à UE e por uma maior influência à mesa das negociações da diplomacia europeia”, garantiu.As negociações para a adesão da Turquia à UE, que se iniciaram em 2005, avançam devagar, sobretudo devido à oposição da França e da Alemanha que receiam a entrada no clube europeu de um país com 73 milhões de habitantes, a maioria muçulmana.

“Sabem quem disse: ‘eis um país que não é europeu… a sua história, a sua geografia, a sua economia, a sua agricultura, o carácter do seu povo (…) tudo vai numa direcção diferente. É um povo que não pode ser membro de pleno direito, apesar das sua reivindicações e talvez das suas convicções’?”, questionou Cameron. “Foi o General de Gaulle que disse, sobre o Reino Unido, antes de vetar a nossa adesão à UE. Nós sabemos o que é ser excluído do clube. Mas nós sabemos também o que pode ser mudado”, acrescentou.

Londres sempre foi fervoroso defensor da adesão turca e o Governo de David Cameron prometeu reforçar os lanços com Ancara. Por seu lado, França e Alemanha mantém a oposição, preferindo uma “parceria privilegiada”.

MRA Alliance/SIC

Conservador Cameron nomeado primeiro-ministro britânico

quarta-feira, maio 12th, 2010

David Cameron - Novo primeiro-ministro britânicoDavid Cameron foi hoje, terça-feira, convidado pela rainha Isabel II a formar governo e tornou-se oficialmente o primeiro-ministro britânico. Esta tarde, Gordon Brown, o anterior primeiro-ministro, apresentara a demissão à rainha de Inglaterra. Brown referiu ainda que abandonará imediatamente o cargo de líder do Partido Trabalhista.

O líder dos democratas liberais, Nick Clegg, vai ser o número dois do Governo Cameron, segundo a BBC, mas as pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros serão atribuídas a dirigentes conservadores. De acordo com as informações avançadas, o ministro das Finanças será George Osborne, que foi responsável por esta área no partido conservador nos últimos anos. O antigo líder dos Tories William Hague terá, por sua vez, a responsabilidade pelos Negócios Estrangeiros.

Segundo a BBC, os termos da coligação entre os dois partidos está finalizada e será agora submetida ao voto do grupo parlamentar e do comité executivo dos democratas liberais.

Os estatutos do partido determinam a necessidade de uma maioria de 75 por cento destes dois órgãos antes de tomar uma decisão que “afete a independência de ação política”.

Embora os pormenores do acordo ainda não tenham sido revelados, o jornal The Guardian avançou que os democratas liberais, que foram o terceiro partido mais votado nas eleições de quinta feira, terão até cinco lugares num futuro governo de coligação.

MRA Alliance/JN

Reino Unido: Futuro político de Gordon Brown em risco

quinta-feira, janeiro 7th, 2010

Gordon BrownDois antigos ministros defenderam ontem uma votação secreta dos deputados trabalhistas à liderança do partido para se decidir se deve ser Gordon Brown a conduzir o partido às eleições legislativas que têm lugar este ano.

Geoff Hoon, ex-ministro da Defesa, e Patricia Hewitt, ex–ministra da Saúde, enviaram uma carta aos colegas deputados para resolver a questão “de uma vez por todas”. “Muitos colegas têm expressado frustração pela forma como a questão tem afectado o nosso desempenho político”, justificam.

A carta, que vem dar ênfase à divisão que existe no partido sobre a liderança de Gordon Brown, surpreendeu por ter como protagonistas dois antigos ministros. Conhecidos detractores de Brown, como o ex-ministro Charles Clarke, e alguns deputados, apoiam a iniciativa.

MRA Alliance/Correio da Manhã 

Britânicos também querem referendo sobre Tratado de Lisboa

domingo, setembro 20th, 2009

A grande maioria dos britânicos deseja um referendo sobre o Tratado de Lisboa da União Europeia (UE) se o líder do Partido Conservador do Reino Unido, David Cameron, ganhar as eleições gerais do próximo ano, de acordo com o resultado de uma sondagem publicada este domingo, pelo The Sunday Telegraph.

De acordo com a sondagem, feita pela empresa ICM por telefone entre os dias 16 e 17 de Setembro, 40 por cento apoia mesmo a saída do Reino Unido da UE, uma percentagem maior do que a resultante de sondagens anteriores.

Dos 1.018 adultos entrevistados 70 por cento exigem a realização de uma consulta popular sobre o texto que determina a reforma das instituições de governação da Europa a 27 países.

A maioria defende o referendo mesmo que o texto do Tratado de Lisboa já tenha sido introduzido na legislação nacional antes dos resultados eleitorais.

Interrogados sobre qual dos quatro grandes países membros beneficia mais da integração na UE, 43 por cento mencionam a França, 25 por cento a Alemanha, 10 por cento o Reino Unido e 0,8 por cento a Itália.

No passado dia 16, Cameron deixou claro o facto de, enquanto o texto não for ratificado por todos os Estados, o seu partido advogará a realização de referendo e recomendará o voto “não” com a finalidade de “mudar a Europa”.

MRA Alliance/Agências

Inglaterra: Recessão persiste e banco central mantém juros a 0,5%

quinta-feira, setembro 10th, 2009

Os governadores do Banco de Inglaterra decidiram manter o seu programa de compra de activos no valor de 175 mil milhões de libras (199,7 mil milhões de euros), para impulsionar a economia britânica, que dá sinais de não conseguir acompanhar a retoma económica mundial. 

O banco central manteve o seu programa de compra de obrigações e a taxa directora em 0,5%, em linha com as expectativas dos 60 economistas consultados pela agência noticiosa Bloomberg.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) previu uma recuperação “modesta” das economias desenvolvidas, apesar de considerar que o abrandamento do Reino Unido vai ser pior do que o anteriormente previsto.

“O banco está á espera para ver como as coisas correm”, adiantou Jonathan Loynes, economista da Capital Economics, citado pela Bloomberg, acrescentando que “é o ‘outlook’ económico que importa mas a economia não está a mostrar sinais de recuperação”.

No início deste mês, a OCDE reviu em baixa as previsões para economia britânica, antecipando uma queda de 4,7% do PIB em 2009, face aos anteriores 4,3% previsto em Junho.

Já o primeiro-ministro do país, Gordon Brown, identifica “sinais interessantes e encorajadores”na economia, segundo o seu porta-voz, Simon Lewis. A mesma fonte acrescentou ainda que Brown “acredita fortemente na necessidade de manter a recuperação em curso, mantendo o nível apropriado de despesa”.

Banco de Inglaterra “fabrica” mais dinheiro para combater a crise

quinta-feira, agosto 6th, 2009

O Banco de Inglaterra (BoE) decidiu hoje manter a taxa de juro nos 0,50%, o valor mais baixo desde o século XVII, e anunciou que vai “imprimir” mais 60 mil milhões de euros para comprar dívida ao governo britânico.

Este é o quinto mês consecutivo em que o Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra, liderado pelo Governador Mervyn King, decide manter os juros. A decisão foi unânime e já era esperada pela maioria dos analistas. A instituição anunciou que vai mandar emitir mais 50 mil milhões de notas em libras esterlinas (59 mil milhões de euros) para continuar a comprar nova dívida emitida pelo governo britânico.

Com este anúncio, o Banco de Inglaterra eleva para 175 mil milhões de libras (207 mil milhões de euros) a quantidade de dinheiro novo que já imprimiu para financiar o endividamento do governo chefiado por Gordon Brown.

MRA Alliance/Agências

Reino Unido: PIB caíu 2,4% e surpreendeu negativamente os analistas

terça-feira, junho 30th, 2009

A economia do Reino Unido contraiu 2,4 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao de 2008, mais 0,3% das estimativas avançadas pelos analistas. A recessão está a atingir todas as indústrias, informou o Gabinete Nacional de Estatísticas do Reino Unido. 

Um economista citado pela Bloomberg disse que «o melhor que o Reino Unido pode esperar é uma recuperação moderada». «O desemprego continua a subir e o crédito ainda é escasso. A recuperação é mais provável no terceiro trimestre», acrescentou.

MRA Alliance/Agências

Reino Unido: Desemprego sobe para 7,2%

quarta-feira, junho 17th, 2009

A taxa de desemprego no Reino Unido subiu para 7,2 por cento nos três meses terminados em Abril, segundo dados  publicados hoje pelo Departamento de Estatísticas britânico.

A taxa registou um aumento de 0,7 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 1,9 pontos face a igual trimestre de 2008, precisou o Departamento de Estatísticas britânico num comunicado.

Os analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam um agravamento ligeiramente superior (7,3%), mas usando o modelo de cálculo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

MRA Alliance/Agências

Grã-Bretanha: Governo Brown ameaçado de morte

sábado, junho 6th, 2009

Gordon BrownO primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pressionado pela crise ministerial e envolvido na reconstrução do governo, disse hoje que manterá as políticas trabalhistas apesar da derrota nas eleições autárquicas e do anunciado colapso nas eleições europeias.

Um dia depois da remodelação ministerial Brown disse ser “o homem certo” para liderar o governo britânico e confirmou que não se vai demitir.

Os eleitores britânicos, zangados com a crise bancária, com a recessão económica e com a actuação venal de alguns deputados, inflingiram uma pesada derrota ao Partido Trabalhista nas eleições autárquicas de quinta-feira. O partido perdeu o controlo das oito circunscrições eleitorais em disputa.

Prevê-se que amanhã o governo Brown enfrente um desaire eleitoral ainda maior quando forem divulgados os resultados das eleições europeias.

MRA Alliance/Agências

Gordon Brown tenta estancar hemorragia ministerial e formar novo governo

sexta-feira, junho 5th, 2009

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, vai proceder hoje a uma remodelação ministerial, após a anunciada demissão de cinco ministros nos últimos três dias, confirmou um porta-voz oficial. O anúncio desta remodelação poderá verificar-se nas próximas horas, segundo a imprensa britânica. 

Segundo notícias de vários jornais ingleses, o até agora ministro da Saúde, Alan Johnson, poderá ser o novo responsável pela pasta do Interior, em substituição de Jacqui Smith, que renúnciou ao cargo. O ministro da Defesa, John Hutton, também apresentou hoje a demissão, tornando-se o quarto membro do Governo trabalhista de Gordon Brown a deixar o cargo nos últimos dias, informou a “BBC”.

Ao contrário do ministro do Trabalho e Providência, James Purnell, que renunciou ontem à noite e pediu que Brown deixasse o poder, Hutton decidiu abandonar o Governo por motivos particulares, adiantou a emissora britânica.

MRA Alliance/Agências

S & P mudou perspectiva de rating da dívida inglesa para negativa

quinta-feira, maio 21st, 2009

A agência de notação de risco Standard & Poor´s (S & P) confirmou a classificação mais alta – “AAA” – da dívida do Reino Unido mas reviu a perspectiva de “estável” para “negativa”. Com a revisão, a agência informou o mercado que o “rating” da dívida britânica pode ser penalizado nos próximos anos.

“Mesmo assumindo um aperto fiscal adicional, o peso da dívida líquida do governo pode aproximar-se de 100% do PIB e permanecer próxima daquele nível no médio prazo”, referiu a S & P em comunicado.

A agência de rating sublinhou que a dívida poderá tornar-se “incompatível” com uma nota AAA. Para já, a S & P manteve em “AAA” o rating da dívida soberana de longo prazo e o de curto prazo em “A- 1+”.

A decisão da agência norte-americana reflecte a significativa deterioração das finanças públicas do Reino Unido causada pelo galopante endividamento público, pela forte quebra nas receitas fiscais e pelas sombrias perspectivas de recuperação económica até ao final de 2010.

O comportamento dos títulos do tesouro britânico “Gilts”, nos próximos meses, será um indicador seguro sobre o sentimento do mercado relativamente à sustentabilidade da política fiscal e orçamental do governo de Gordon Brown no actual contexto económico fortemente recessivo.

MRA Alliance/Agências

Escândalos e abusos levam presidente do Parlamento britânico à demissão

terça-feira, maio 19th, 2009

O presidente do Parlamento Britânico, Michael Martin, vai anunciar hoje a sua demissão em consequência das críticas que o envolvem em escândalos relacionados com despesas pessoais pagas com dinheiro público, informa a Reuters. Envolvido em escândalos que chocaram a Grã-Bretanha, Martin tornou-se o político mais destacado a pedir demissão nos últimos anos, facto que poderá provocar uma crise política do Reino Unido, mergulhado num clima de suspeição sobre a generalidade da classe dirigente. Segundo o líder da oposição conservadora, David Cameron, que se encontra à frente nas sondagens para as eleições parlamentares, os eleitores estão mais interessados em votar mais cedo do que propriamente na escolha do substituto do presidente da Câmara dos Comuns. Martin é actualmente considerado pela oposição como um obstáculo à reforma do Parlamento britânico. 

Em contrapartida, Norman Baker, do partido liberal-democrata, considerou que a substituição de Martin «é um passo importante para se lidar com o problema dos subsídios e das despesas».

Perante a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro Gordon Brown continua a resistir aos apelos para convocar eleições antecipadas.

MRA Alliance/Agências

Acusações de Lula a banqueiros “brancos, de olhos azuis” enchem jornais ingleses

sexta-feira, março 27th, 2009

As declarações do presidente brasileiro, Lula da Silva, durante a visita do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, responsabilizando os “brancos, de olhos azuis” pela actual crise financeira mundial, são destaque na imprensa britânica de hoje.

Sob os títulos “Lula disse a Brown: A culpa é dos banqueiros de olhos azuis”, “Presidente Lula do Brasil atribui aos `brancos de olhos azuis a responsabilidade da crise”, as edições electrónicas dos jornais Guardian e Times dão grande relevo à frase escolhida pelo estadista brasileiro para encerrar o encontro com o primeiro-ministro britânico, ontem, em Brasília.

O vetusto Financial Times cristaliza a mensagem com a frase “Presidente do Brasil responsabiliza brancos pela crise”.

 “Bombástica e bizarra”, foram os adjectivos escolhidos pelos editores do Mirror online.

O Daily Mail sintetiza as palavras de Lula da Silva sob o título “Banqueiros brancos, de olhos azuis colocam a economia mundial de rastos”.

O diário Independent embora reconheça “o embaraço” que as declarações de Lula causaram na comitiva britânica, escreveu: “Fontes de Downing Street sugeriram que as controversas observações foram feitas para ‘consumo interno'”.

O diário “The Telegraph” também optou pela desvalorização das declarações afirmando que “um ligeiramente atrapalhado Senhor Brown desdramatizou os comentários, insistindo que está mais interessado em encontrar soluções do que em saber exactamente quem são os culpados”. 

O presidente Lula salientou que a crise financeira mundial foi causada por “gente branca, de olhos azuis” e considerou injusto que negros e índios tenham que sofrer as consequências do “casino financeiro”.

“É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes da crise pareciam saber tudo e agora não sabem nada”, enfatizou.

MRA Alliance

Grã-Bretanha: Estado nacionaliza parcialmente banco Lloyds

sábado, março 7th, 2009

O Estado britânico vai assumir uma participação de até 75% no Lloyds Banking Group, revelou hoje a agência Reuters. O Tesouro da Grã-Bretanha estabeleceu um acordo para cobrir as perdas do banco com “activos tóxicos” – cerca de 250 mil milhões/bilhões de libras – segundo informou uma fonte próxima da negociação.

Após uma semana de intensas negociações, o Lloyds e o governo chefiado por Gordon Brown chegaram a um “amplo acordo” na sexta-feira, afirmou a fonte.

A transacção deverá aumentar de 43% para 60% o poder de voto do governo sobre a gestão do grupo financeiro, mas o contrato inclui uma cláusula através da qual a participação do Estado poderá chegar aos 75%, referiu a fonte.

Instadas pela Reuters, as partes recusaram-se a comentar  o assunto.

MRA Alliance/Reuters

Reino Unido: Exército preparado para reprimir “verão quente” e acções violentas

segunda-feira, março 2nd, 2009

O exército britânico encontra-se em estado de prontidão militar para suster revoltas populares contra a crise económica, noticiou o jornal Daily Express. “Foram elaborados planos de contingência altamente secretos para contrariar as ameaças de um ‘verão do descontentamento’, na Grã-Bretanha (…), escreve o diário britânico. O artigo adianta que o MI5, serviços secretos domésticos, está a vigiar “activistas políticos” alegadamente envolvidos nas acções de protesto suceptíveis de “incendiar a raiva popular provocada pelo desemprego e pagamentos de bónus a banqueiros incompetentes.”

O ministério da Defesa e a Scotland Yard, segundo o jornal, foram alertados para as ameaças através de um site que aconselha os leitores a acções sociais violentas:

 “Como manter o calor durante o aperto do crédito? Queime um banqueiro.”

MRA Alliance

Reino Unido: Salvamento do Lloyds Banking Group sinónimo de fiasco

sábado, fevereiro 14th, 2009

O Governo britânico admitiu hoje quer poderá ser obrigado a assumir uma participação maior no capital do Lloyds Banking Group, onde o Estado já detém 43% do controlo accionista, ou a optar pela sua nacionalização integral devido ao falhanço das operações de recapitalização que não lograram melhorar a desastrosa situação financeira  do banco. O Lloyds Banking Group anunciou  ontem que o banco HBOS, que adquiriu no ano passado, registou prejuízos de USD 14.394 milhões no exercício de 2008. O anúncio provocou a abrupta queda das acções do banco na Bolsa de Londres, registando uma perda de quase 33%, numa única sessão. 

Após a notícia, o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, defendeu a política do governo para o sector aregumentado que o Estado não tinha outra alternativa senão tentar salvar a instituição para evitar o colapso do mercado bancário britânico. Darling pretende agora que sejam rapidamente identificados os “activos tóxicos” que afectam os balanços dos bancos, “retirá-los do sistema” e recuperar a normalidade nas operações de concessão de crédito. 

Os partidos da oposição – Conservador e Liberal – acusam o governo de estar a malbaratar dinheiros públicos para salvar instituições que, em circuntâncias normais de mercado, estariam condenadas à falência.

Darling afirmou à BBC que após o Governo ter estimulado a fusão Lloyds TSB-HBOS e injectado 17 mil milhões de libras para viabilizar a operação, existirem “um leque de opções (…) para ajudar os bancos” frisando “que a integridade dos bancos é muito importante.” Os analistas interpretam estas declarações como um sinal de que, se fôr necessário, o governo trabalhista procederá à nacionalização do grupo financeiro.

MRA Alliance/Agências 

Reino Unido: Polícia abusou dos poderes conferidos pela lei antiterrorista de 2000

quinta-feira, fevereiro 12th, 2009

A polícia britânica prendeu apenas 255 suspeitos de terrorismo entre os quase 180 mil cidadãos investigados ao abrigo da lei antiterrorista em vigor na Grã-Bretanha, desde 2000. Dados oficiais obtidos pelo jornal “Daily Mail”, ao abrigo da legislação sobre o acesso à informação, publicados na edição de hoje, provam que a polícia abusou dos poderes que a lei lhe confere. Os resultados das acções policiais representam uma taxa de sucesso de 0,14%.

O artigo 44 estipula que as acções policiais de vigilância e detenção deverão ser usadas apenas em “circunstâncias extremas”. O facto mereceu críticas severas por parte dos partidos de oposição à maioria trabalhista e de várias organizações dos direitos civis.

Os activistas dos direitos civis acusam as autoridades de usarem abusivamente a lei para intimidar a população e coartar as liberdades individuais.

MRA Alliance/Daily Mail

Reino Unido: Bancos querem pagar milhões a gestores incompetentes

domingo, fevereiro 8th, 2009

O governo do Reino Unido vai ordenar uma investigação independente sobre a forma como os bancos são administrados e fiscalizar os pagamentos de salários e bónus aos gestores de topo. O ministro das Finanças, Alistair Darling, disse hoje ao jornal britânico “Sunday Telegraph” que “as pessoas se sentem revoltadas com os excessos dos bónus dos bancos” sublinhando que banqueiros e bancários “têm o dever de agir de forma responsável”.

Segundo o jornal, o Royal Bank of Scotland (RBS) prepara-se para pagar cerca de USD 1,5 mil milhões/bilhões (mm/bi) para distribuir pelos 177 mil funcionários, poucos meses depois de ter recebido cerca de USD 30 mm/bi em dinheiro dos contribuintes, para evitar a falência.

O RBS confirmou estar em negociações com o governo sobre o pagamento de bónus aos funcionários, mas não divulgou números.

Na passada quinta-feira, o primeiro-ministro Gordon Brown criticou a “recompensa pelo fracasso” praticada pelos bancos britânicos resgatados com dinheiros públicos.

MRA Alliance/Agências

Economia britânica reflecte crescente “sovietização” do sistema

segunda-feira, janeiro 26th, 2009

O estudo “Grã-Bretanha Soviética”, realizado pelo instituto de pesquisa económica Centre for Economics and Business Research (CEBR), concluiu que a quota da despesa pública em algumas áreas do país chega a ultrapassar os 75%, noticiou o diário “The Times”. Segundo o jornal conservador espera-se que, em 2009, na região nordeste do Reino Unido, o Estado seja responsável por 66,4% da economia. Há quatro anos aquele valor era de 58,7%. Quando o Partido Trabalhista chegou ao poder, há dez anos atrás, o peso estatal na economia da região era de 53.8%.

O estudo refere que a economia britânica depende em 49% de gastos públicos. No País de Gales, aquele valor atinge 71,6%, um agravamento dramático relativamente a 2004/2005 (59%). Na Irlanda do Norte a situação é mais problemática com 77,6% da economia a depender de fundos estatais. Menos preocupante é o desempenho económico nas regiões do sul, designadamente no leste, onde a quota da despesa passou de 33% para 36% nos últimos quatro anos.

“O Estado tem um peso muito maior em algumas partes da Grã-Bretanha do que em países do ex-bloco soviético, tais como a Hungria e a Eslováquia, quando abandonaram o comunismo, nos anos 90, quando a despesa pública representava cerca de 60% das respectivas economias”, acrescenta o Times.

Fonte: The Times

Reino Unido: Grandes bancos estão em situação de insolvência técnica, dizem analistas

segunda-feira, janeiro 26th, 2009

Analistas do Royal Bank of Scotland defenderam no sábado que os grandes bancos do Reino Unido estão “técnicamente insolventes” face ao grau de capitalização a preços actuais do mercado sugerindo que o governo deve continuar a conceder-lhes apoios financeiros para evitar a respectiva falência. Três meses depois da primeira intervenção, o segundo plano de resgate bancário, aprovado na semana passada pelo governo de Gordon Brown, prevê a concessão de uma ajuda de 110 mil milhões/bilhões (mm/bi) de euros ao sistema financeiro britânico.

Fontes: Independent, Libertad Digital

Inglaterra: Governo Brown duplicará dívida pública até 2014

terça-feira, novembro 25th, 2008

O agressivo programa de endividamento público para salvar o sistema financeiro britânico proposto pelo trabalhista Gordon Brown duplicará a dívida pública do Reino Unido e rompe com o monetarismo e o fundamentalismo do mercado, protagonizado pela conservadora Margaret Thatcher e pelo seu antecessor e correlegionário de partido, Tony Blair. O programa apresentado ao Parlamento, ontem, em Londres, para combater a recessão económica e evitar um ciclo deflacionário, vai custar ao país 25,6 mil milhões/bilhões (mm/bi) de libras (GBP), ou EUR 29,7 mm/bi.

Este é o maior programa estatal de estímulo económico, desde a recessão dos anos 80 e vai aumentar a dívida do Estado, até 2014, para GBP mil biliões/um trilhão (mibi/tri), ou EUR 1,2 mibi/tri.

A agenda do “Novo Trabalhismo”, iniciada por Tony Blair, nos anos 90 – menos Estado, menos despesa pública, menos impostos para os ricos e mais mercado – deu agora lugar ao “Velho Keynesianismo” – mais dívida pública, mais intervenção do Estado na economia e maior carga fiscal para os contribuintes abastados.

Assim, Brown ficará na história do Reino Unido como o homem que acabou com três décadas de ortodoxia neoliberal imposta pelo Partido Conservador e seguida pelo “New Labour”.

A medida reconciliou o Partido Trabalhista com os sindicatos – ao aumentar para 45% os impostos sobre os rendimentos anuais superiores a 150 mil libras e ressuscitou as divisões ideológicas com a oposição conservadora que o acusam de “irresponsabilidade”.

MRA Dep. Data Mining

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A revolta dos accionistas do Barclays contra dinheiro árabe

quarta-feira, novembro 12th, 2008

A estratégia independente de recapitalização da administração do banco Barclays está a provocar uma reacção dos accionistas não árabes face aos privilégios concedidos aos investidores do Qatar e do Abu Dhabi na aquisição de 1/3 das acções, por USD 8,9 mil milhões/bilhões (mm/bi), à taxa de juro anual de 14%.

O conglomerado financeiro britânico, que recusou aceder ao programa estatal de ajuda aos bancos, desencadeou uma segunda operação de financiamento da estrutura de capital – USD 11,2 mil milhões/bilhões (mm/bi) – para os actuais accionistas de referência. Estes consideram as condições da operação prejudicial aos seus interesses.

A seguradora Legal & General e o grupo Aviva Investors, que controlam respectivamente 5% e 1% do capital do Barclays, lideram a revolta dos accionistas para pôr em causa os acordos de recapitalização na Assembleia Geral Extraordinária programada para o próximo dia 24. As duas operações de recapitalização carecem de aprovação maioritária da AG.

Os principais argumentos contra referem a dissolução do poder dos actuais accionistas e os termos “inaceitavelmente favoráveis” que o acordo garante aos investidores árabes.

O dramatismo da situação, descrita hoje abundantemente pela generalidade da media britânica, pode ameaçar a estabilidade da gestão e pressionar o presidente John Varley e a administração à humilhante alteração das condições do acordo selado com os árabes, facto que pode minar a autoridade dos gestores de topo.

Os críticos de Varley acusam-no de pagar juros muito superiores aos do programa do governo, para poder recusar o apoio estatal e garantir a continuação do pagamento de chorudos bónus e comissões à equipa de gestão, à revelia da prática actualmente adoptada pela generalidade dos concorrentes.

MRA Dep. Data Mining/pvc