Os ministros das Finanças dos 27 países da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, para tentar resolver os problemas de financiamento do sistema de posicionamento por satélite Galileo, o concorrente europeu do GPS norte-americano. A presidência portuguesa da União Europeia tem uma missão difícil mas, talvez, não impossível. A indústria privada europeia, em Junho passado, abandonou o Galileo porque não era rentável. Uma fonte diplomática, citada pela agência Lusa indicou que a Alemanha tem a “faca e o queijo na mão” para resolver o problema. Os cofres do estado alemão serão mais generosos para o projecto Galileo desde que a parte de leão dos contratos seja adjudicada à indústria germânica. Berlim, nesse caso, assinaria de cruz o aumento do financiamento pedido pela Comissão Europeia. Bruxelas defende que os apoios financeiros provenham apenas de fundos públicos. Para que tal seja possível é necessário que os estados membros concordem em reforçar o orçamento comunitário. Cerca de 3 mil milhões de euros extra para a viabilização económica e financeira do Galileo, nos próximos cinco anos (2008-2013), incluindo as variáveis científicas, tecnológicas, logísticas, e político-administrativas. O Galileo Positioning System (vulgarizado simplesmente como Galileo para, em inglês, não se confundir com o americano GPS – Global Positioning System) foi uma ideia de Bruxelas, lançada em 2001, para tornar a Europa independente e menos vulnerável aos controlos e operações de intelligence (serviços secretos) usados pelo GPS, filho do complexo industrial militar anglo-americano. O GPS foi um sistema inicialmente criado para fins militares mas que, desde 1983, passou também a ser usado para fins civis. Entre 1997 e 2005 foram lançados 31 satélites GPS, os três últimos em 2005. Apenas um deles, executa missões e tem funções instrumentais de teste. O futuro sistema europeu prevê igualmente uma rede de 30 satélites, a funcionar em órbita geoestacionária, a cerca de 24.000 quilómetros de altitude. Fonte da presidência portuguesa considerou que as negociações estão “bem encaminhadas”. Outros eurocratas estão menos optimistas e admitem que o problema se possa arrastar até à última cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, entre 13 e 14 de Dezembro, em Bruxelas, a última sob a presidência de Portugal.
Fontes: Agências/ESA/Pentágono)