Primeiro-ministro – Pedro Passos Coelho
O líder do PSD nasceu em Coimbra, em 24 de Julho de 1964, é o gestor e economista indigitado ontem no cargo de Primeiro-ministro pelo Presidente da República e que tomará posse do cargo no próximo dia 21. A infância e adolescência foram vividas em Angola de onde regressou com os pais, em 1975. Aderiu à Juventude Social Democrata em 1978, tendo chegado a presidente da sua Comissão Política Nacional, em 1990, cargo que ocupou até 1995. Foi deputado àAssembleia da República, pelo círculo eleitoral de Lisboa, entre 1991 e 1999. Integrou a Assembleia Parlamentar da NATO, até 1995, e foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, de 1996 a 1999. Foi candidato a presidente da Câmara Municipal da Amadora, em 1997, exercendo o cargo de vereador até 2001. É licenciado em Economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, desde 2001. Trabalhou na Quimibro (1987-1989), na Tecnoforma (2000) e LDN Consultores (2001-2004). Dirigiu o Departamento de Formação da URBE – Núcleos Urbanos de Pesquisa e Intervenção (2003-2004), após o que o ex-ministro e barão do PSD Ângelo Correia o convence a integrar o Grupo Fomentinvest onde chegou a director financeiro (2006) e a administrador executivo (2007-2009). Foi também presidente do Conselho de Administração das participadas Ribtejo e da HLC Tejo, a partir de 2005 e 2007, respectivamente. Entre 2007 e 2010 leccionou no Instituto Superior de Ciências Educativas. Foi vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD, na direcção de Luís Marques Mendes, de 2005 a 2006, e é presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, desde 2005. Em Maio de 2008 candidatou-se, pela primeira vez, à presidência do PSD, propondo uma revisão programática de orientação neoliberal. Derrotado por Manuela Ferreira Leite, fundou com um conjunto de apoiantes o think-tank Construir Ideias. Em Janeiro de 2010 lançou o livro Mudar e assumiu-se, de novo, candidato às eleições directas de Março de 2010. Eleito presidente do PSD a 26 de Março de 2010, foi o líder do maior partido da oposição, viabilizando no parlamento três alterações ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
Finanças – Vítor Gaspar
Vítor Gaspar era conselheiro do Banco de Portugal desde Fevereiro de 2010. É um economista próximo da ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, e esteve cerca de três anos como director do Bureau of European Policy Adviser, na dependência da Comissão Europeia. Entre Setembro de 1998 e Dezembro de 2004 foi director-geral do departamento de research do Banco Central Europeu – um cargo que também já tinha desempenhado no Banco de Portugal e no Ministério das Finanças. Licenciou-se em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e é doutorado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa.
Economia – Álvaro Santos Pereira
Álvaro Santos Pereira vai trocar a cidade de Vancouver, no Canadá, para regressar a Lisboa. O até agora professor da Simon Fraser University, onde lecciona as disciplinas de Desenvolvimento Económico e Política Económica, foi convidado por Pedro Passos Coelho para assumir a pasta da Economia. Santos Pereira tem uma vasta experiência académica, tendo já leccionado nos departamentos de Economia da Universidade de York (2005-2007) e da Universidade da British Columbia (2000-2004). O novo ministro, licenciado em economia pela Universidade de Coimbra, doutorou-se em economia na Simon Fraser University.
Negócios Estrangeiros – Paulo Portas
O líder do CDS-PP nasceu em Lisboa, em 12 de Setembro de 1962, iniciou a sua vida política na Juventude Social Democrata, em 1975 e aderiu ao PSD em 1979, cuja ligação rompeu em 1982. Nos anos 90, foi co-fundador do semanário “O Independente” com uma linha editorial oposta aos jornais esquerdistas de então. A par do jornalismo leccionou, na Universidade Moderna de Lisboa, a disciplina de História das Ideias Políticas, e acabou envolvido no escândalo que afectou aquela organização. Em 1995, foi eleito deputado à Assembleia da República, nas listas do Centro Democrático Social (CDS), pelo Círculo de Aveiro. Foi deputado à Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis (1997-2001), presidiu ao Grupo Parlamentar do CDS-PP (1999-2001), foi deputado ao Parlamento Europeu (1999) e foi candidato vencido a presidente da Câmara Municipal de Lisboa (2001), assumindo o cargo de vereador. Entre 2002 e 2005 foi co-responsável pela coligação governativa entre o PSD e o CDS-PP, vindo a exercer funções como Ministro de Estado e da Defesa Nacional (2002-2004) e Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar (2004-2005), nos XV e XVI Governos Constitucionais. O cargo ficou marcado por uma larga controvérsia pela compra de dois submarinos quando o país já estava fortemente endividado. Nas eleições legislativas de 2005, não conseguindo o objectivo de obter 10% dos votos e evitar a maioria absoluta do Partido Socialista, pediu a demissão. Em 2007, liderou a candidatura à Comissão Política Nacional, que o trouxe de volta à liderança do CDS-PP. Conduziu as negociações para a constituição do XIX Governo Constitucional de Portugal pelo CDS-PP com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que culminaram na assinatura a 16 de junho de 2011 de um acordo político de governação denominado “Maioria para a Mudança”.
Justiça – Paula Teixeira da Cruz
A vice-presidente do PSD foi a escolhida pelo primeiro-ministro indigitado para liderar um dos ministérios onde serão exigidas profundas reformas, na sequência do memorando assinado com a ‘troika’. Paula Teixeira da Cruz, 51 anos, nasceu em Luanda, Angola, tendo regressado a Portugal em 1975. Oito anos depois, em 1983, licenciava-se em Direito pela Universidade Livre de Lisboa e iniciou funções como docente na área do Direito Administrativo. Advogada desde 1992, passou pelo Conselho Superior da Magistratura, pelo Conselho Geral da Ordem dos Advogados e, também, pelo Conselho Superior do Ministério Público. A política entrou na sua vida em 1995, tinha à data 35 anos, filiando-se no PSD. A advogada foi uma das responsáveis pela elaboração do projecto de revisão constitucional que o partido quer apresentar na Assembleia da República. Tida como uma pessoa muito combativa e com experiência na área judicial, Paula Teixeira da Cruz tem pela frente a liderança de um dos ministérios mais ‘problemáticos’ e mediáticos, onde as várias classes que integram o sector têm tido nos últimos anos dificuldade em entender-se: o Ministério da Justiça. Foi durante anos casada com o ex-presidente do BCP, Paulo Teixeira Pinto.
Administração Interna – Miguel Macedo
Miguel Macedo troca a liderança da bancada parlamentar do PSD pelo cargo de ministro da Administração Interna, em substituição de Rui Pereira. Nascido há 53 anos em Braga, Macedo licenciou-se em Direito e exerceu a profissão de advogado que juntou à função de deputado na mais recente X Legislatura. Miguel Bento Martins da Costa de Macedo e Silva foi secretário de Estado da Juventude de Cavaco Silva, mas exerceu também o cargo de vereador da Câmara Municipal de Braga entre 1993 e 97. Desempenhou ainda as funções de secretário de Estado da Justiça nos XV e XVI Governos e de deputado nas V, VI e VIII legislaturas, além de membro da Assembleia Municipal de Braga.
Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto – Miguel Relvas
Número dois do PSD e um dos mais antigos promotores de Pedro Passos Coelho, não só a líder do partido como a primeiro-ministro, Relvas é amigo de longa data do actual primeiro-ministro. Diz-se que é um estratega por excelência, conhecido por ser o homem que melhor domina a máquina laranja sendo, por isso, considerado por muitos, o “Jorge Coelho do PSD”. Assume o cargo de ministro dos Assuntos Parlamentares numa legislatura em que PSD e CDS vão ter que convencer o PS a aceitar mudanças na Constituição. Secretário-geral do PSD de Passos Coelho e de Pedro Santana Lopes chegou à presidência do partido e do Governo. Em 1985, aos 23 anos, foi eleito deputado onde se manteve durante 24 anos. Aos 49 anos, foi secretário de Estado da Administração Local durante o Governo de Durão Barroso, fez parte de várias comissões políticas do partido e coordenou várias eleições. Licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Lusófona, viveu em Angola até 1974. Tem uma ligação muito forte ao distrito de Santarém, por onde é eleito.
Educação e Ensino Superior – Nuno Crato
O novo ministro da Educação tem 59 anos é um nome associado à Matemática. Até ir para a presidência do Taguspark, em Junho de 2010, Nuno Crato era presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, cargo que exercia desde 2004, e é ainda presidente da Assembleia Geral do Centro Internacional de Matemática. Professor de Matemática e Estatística do ISEG, onde se licenciou em Economia, Crato doutorou-se em Matemática Aplicada nos Estados Unidos tendo trabalhado por lá, alguns anos, como investigador e professor universitário. A Sociedade Europeia de Matemática atribuiu-lhe, em 2003, o Primeiro Prémio do concurso Public Awareness of Mathematics pelo seu trabalho de divulgação. Crato é pró-reitor para a Cultura Científica da Universidade Técnica de Lisboa e é também desde há muito, um interessado nas questões da Educação, com algumas obras publicadas sobre o tema.
Segurança Social – Pedro Mota Soares
Aos 36 anos, e com uma pós-graduação em Direito do Trabalho, assume agora o cargo de ministro dos Assuntos Sociais. Na última legislatura foi presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, com actividade ligada sobretudo à Comissão do Trabalho. Pedro Mota Soares fez sempre parte do núcleo duro de Paulo Portas desde que este assumiu a liderança dos democratas-cristãos. Ex-presidente da Juventude Popular, cedo Paulo Portas o chamou para a direcção do partido, atribuindo-lhe mesmo o cargo de secretário-geral e incluindo-o nas listas para deputado. Foi membro, em 2005, da Comissão parlamentar que tratou a revisão constitucional e integrou entre outras as comissões parlamentares de Juventude e Desporto e Saúde e Toxicodependência.
Agricultura, Ambiente e Território – Assunção Cristas
Mãe de três filhos e católica praticante, a nova ministra é doutorada em Direito Privado e professora na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Na última legislatura, foi a deputada-surpresa que Paulo Portas apresentou no Parlamento e distinguiu-se desde logo pela postura interventiva. É militante do CDS desde 2007 e já disse que não foi ela a chegar à política, mas a política que chegou a si. Já passava da meia-noite quando Paulo Portas lhe enviou uma mensagem a elogiar a sua prestação no programa da RTP1 “Prós e Contras” sobre o referendo à interrupção voluntária da gravidez – Assunção Cristas estava muito envolvida na campanha pelo “Não”. O resultado foi um convite para integrar a comissão política nacional do CDS assim que Portas regressou à liderança. Na última legislatura fez parte das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças, Assuntos Constitucionais e Agricultura.
Saúde – Paulo Macedo
Licenciado em e Organização e Gestão de Empresas e pós-graduado em Gestão Fiscal, foi pela mão de Manuela Ferreira Leite que chegou à Direcção Geral dos Impostos (DGCI) em 2004. Pelo seu trabalho neste organismo, onde se manteve até 2007, é apontando como um dos maiores responsáveis pela modernização e informatização da máquina fiscal. Natural de Lisboa, onde nasceu a 14 de Julho de 1963, Paulo Macedo é actualmente vice-presidente do conselho de administração executivo do Millennium BCP. Fora do grupo ocupa o cargo de vogal do Supervisory Board da Euronext, NV, é vice-presidente da comissão executiva do agrupamento de Alumni da AESE – Associação de Estudos Superiores de Empresa e ainda membro do conselho da escola do Instituto Superior de Economia e Gestão. Entre 2001 e 2004 foi administrador da Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A. (Médis). Ao longo da sua vida profissional passou ainda pelo Banco Comercial Português (entre 1993 a 1998 e mais recentemente entre 2007 e 2008, altura em que ocupou o lugar de director-geral desta instituição).
Defesa – Aguiar-Branco
José Pedro Aguiar-Branco tem 54 anos e é advogado e político: agora ministro da Defesa, em substituição de Augusto Santos Silva. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1980, e foi admitido na Ordem dos Advogados em 1982. Em 2003 fundou a sociedade de advogados, José Pedro Aguiar-Branco & Associados, com sede no Porto. O ex-ministro da Justiça no XVI Governo Constitucional, liderado por Santana Lopes (2004-2005), foi também presidente da Assembleia Municipal do Porto (2005-2009). E em 2010 foi candidato derrotado a presidente da Comissão Política Nacional do PSD, contra Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho. Com uma longa carreira partidária no PSD, foi membro do Conselho Nacional da JSD entre 1977 e 1984, e membro do Conselho de Jurisdição (1976 e 1995-1997), do Conselho Nacional (1982-1984 e 1988-1990) e da Comissão Política (1996-1998 e 2007-2010).
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