Archive for the ‘Fundos’ Category

Oposição líbia pede 1,7 mil milhões para estabilizar o país

quinta-feira, agosto 25th, 2011

Com as forças do regime quase expulsas de Tripoli, no dia do golpe de Estado que levou Kadhafi ao poder em 1969, as atenções dos aliados voltam-se agora para o apoio económico à reconstrução da Líbia.

Ao falar ontem em Doha, capital do Qatar, o primeiro-ministro do Conselho Nacional de Transição (CNT, governo provisório da oposição), Mahmud Jibril, anunciou a convocação “imediata” nessa cidade de uma conferência de países doadores, que tem como objectivo a angariação de fundos para o novo governo: cerca de 1,7 mil milhões numa primeira fase. Entre os países presentes estão os EUA, o Reino Unido, a França, a Itália, a Turquia e o Qatar.

Londres anunciou que a ONU vai debater já na próxima semana uma resolução para descongelar os activos líbios em todo o mundo. “As nações aliadas esperam abrir o caminho para o descongelamento dos activos que, em última análise, pertencem ao povo líbio”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, William Hague.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que Washington espera desbloquear imediatamente entre 694 milhões e mil milhões de euros para a oposição líbia.

A Áustria também manifestou o desejo de colocar à disposição do conselho revoltoso parte dos 1,2 mil milhões de euros em activos líbios que tem congelados.

MRA Alliance/DE

UE: Alemanha e França querem suspender fundos a países com défices excessivos

quinta-feira, agosto 18th, 2011

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy defendem uma linha mais dura para com os países que não tomem medidas agressivas para reduzirem os seus défices. Na carta, que os dois líderes enviaram ontem ao presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy, é proposto que todos os pagamentos dos fundos estruturais e de coesão sejam suspensos se um Estado-membro da zona euro não cumprir as recomendações sobre o procedimento de défice excessivo.

A medida já está prevista no Pacto de Estabilidade – que o eixo franco-alemão quer reformar até ao final deste ano -, mas nunca foi accionada até agora. Aliás, Bruxelas só suspendeu fundos comunitários até à data por suspeita de uso indevido. Em 2008 foram congelados 500 milhões de euros à Bulgária e, durante o primeiro semestre deste ano, os fundos regionais deixaram de correr para a economia britânica por alegada fraude. Sempre que os fundos não sejam gastos pelos Estados-membros, os dois países proponentes advogam uma transferência para outro fundo de crescimento e competitividade administrado pela Comissão.

Para a formação de um governo económico europeu, Paris e Berlim querem ainda que os países mais endividados apresentem planos detalhados para voltar ao equilíbrio orçamental. Uma medida que se insere na revisão do Pacto de Estabilidade até ao fim deste ano, onde está também incluída a chamada ‘regra de ouro’ – criação de um tecto de endividamento em cada Constituição nacional . Os países europeus “terão que levar a cabo um complicado processo de ratificação de um novo e muito ambicioso tratado. Alguns falharão na ratificação e serão forçados a deixar a União”, diz Hugo Brady, ‘senior fellow’ do Centre for European Research (CER) .

MRA Alliance/DE

Bruxelas estica fundos comunitários para Portugal receber 629 milhões

segunda-feira, agosto 1st, 2011

A Comissão Europeia (CE) chegou hoje a acordo para aumentar as taxas de co-financiamento para os fundos da União Europeia (UE), com vista a dinamizar a recuperação de algumas economias, como Portugal. O impacto máximo previsto é de 629 milhões de euros.

Em comunicado, a CE revela que apresentou uma proposta ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros da UE para que aprovem uma medida extraordinária: co-financiamento suplementar da UE para a Grécia, Irlanda, Portugal, Roménia, Letónia e Hungria. Uma medida que Bruxelas considera “vital” para levar a cabo “projectos que reforçam o crescimento e a competitividade em cada um destes países”.

O presidente da CE, Durão Barroso, apelou a que o Parlamento e o Conselho Europeu aprovem o quanto antes esta decisão, de modo a que o financiamento esteja operacional no início do próximo ano.

“Estas propostas são uma resposta excepcional a circunstâncias excepcionais”, afirmou Durrão Barroso, salientando que, “ao acelerar estes fundos, juntamente com os programas de assistência financeira, a Comissão mostra a sua determinação de reforçar a prosperidade e a competitividade nestes países, mais severamente atingidos pela crise financeira – contribuindo, assim, para uma espécie de Plano Marshall para a recuperação económica”. Para o presidente da CE, isto permitirá injectar financiamento nas economias e reduzir a pressão para co-financiamento de projectos pelos orçamentais nacionais.

A CE esclarece que a medida proposta não representa financiamento novo ou adicional, mas sim um reembolso antecipado de fundos já autorizados. A contribuição da UE poderá ir até aos 95 por cento, caso um dos Estados-membros o solicite, o que permitirá aos países avançarem com projectos que, de outro modo, ficariam suspensos ou seriam cancelados. Mas, aqui, será dada prioridade que incidam sobre o crescimento e o emprego, como “a reconversão de trabalhadores, a criação de clusters de empresas ou investimentos nas infra-estruturas de transportes”.

MRA Alliance/Público

Depósitos em Portugal “estão muito seguros”

segunda-feira, maio 30th, 2011

O administrador financeiro do BCP, Paulo Macedo, afirmou hoje que os depósitos em Portugal estão “muito seguros”. “Creio que os depósitos estão seguros (…). Aconteça o que acontecer não digo de certeza, mas face ao contexto actual os depósitos estão muito seguros”, afirmou o responsável numa conferência organizada esta tarde pelo Jornal de Negócios em Lisboa.

“É importante que as pessoas saibam isto e que também tenham o seu património investido de forma diversificada”, afirmou o gestor do BCP na mesma ocasião.

MRA Alliance/DE

BCE em risco de insolvência técnica por causa das dívidas soberanas

terça-feira, dezembro 14th, 2010

A insolvência técnica poderá afectar o BCE se a instituição registar uma taxa de prejuízos de 5% nos títulos de dívida soberana que adquiriu nos últimos meses. De acordo com o balanço do Banco Central Europeu, a autoridade monetária detém actualmente 60 mil milhões de ‘covered bonds’ e 70 mil milhões de obrigações soberanas de países da zona euro.

Para o mercado, o volume de dinheiro que o BCE despendeu nestes dois activos como forma de retirar pressão dos mercados juntos dos países periféricos da zona euro, consiste num potencial problema para a estrutura da autoridade monetária do euro numa situação de agravamento da crise da dívida europeia.

Segundo estimativas do consultor alemão Achim Dubel, num cenário conservador, o aumento de 1% da taxa de juro numa obrigação com uma taxa de cupão de 3% e com uma maturidade de sete anos, traduz-se numa taxa de perdas de 5,32% nas contas do BCE, o suficiente para deixar a instituição liderada por Jean-Claude Trichet numa situação de insolvência técnica.

Assim, aumenta a possibilidade do BCE avançar com um aumento de capital, como foi ontem avançado pela Reuters, com base em fontes da instituição liderada por Jean-Claude Trichet. O BCE recusou comentar o assunto.

MRA Alliance/Agências

Portugal: Lista dos ministérios que conseguiram ‘fintar’ a austeridade

quinta-feira, outubro 21st, 2010

No Orçamento do Estado para 2011 há cinco ministérios que vão ver as verbas reforçadas. Conheça os orçamentos previstos para cada ministério. Eis os ministérios que vão ter os orçamentos reforçados…

  • Presidência do Conselho de ministros: +12,8% (8.563 milhões)

Os Censos 2011, que vão tirar a fotografia à população portuguesa, custam 43,2 milhões de euros aos cofres do Estado e constituem a mais importante fatia do Orçamento da Presidência do Conselho de Ministros. À conta deste projecto, o ministério de Pedro Silva Pereira é dos poucos que vê a sua despesa subir no novo Orçamento, aumentando 13,1% para os 318,1 milhões de euros. Já as verbas destinadas ao funcionamento sofrem uma redução de 8,8%. Os serviços secretos, na alçada de Silva Pereira, também vão sofrer na pele a contenção lançada pelo Executivo. O SIS vai receber 500 mil euros a menos, num corte de 4,5%, e o SIED menos 200 mil euros (-1,7%). O gabinete do secretário-geral e estruturas comuns das secretas sofre um corte de 5,8%, passando a contar com 10,6 milhões de euros.

  • Ministério da Agricultura: +33,5% (1.129 milhões)

É o Ministério da Agricultura que sai mais reforçado com o OE/2011, com um aumento de verbas de 33,5%, que corresponde a uma despesa consolidada de 1.129 milhões, no próximo ano. De acordo com o documento, o reforço do ministério de António Serrano resulta de um crescimento de 33,2% do subsector Serviços e Fundos Autónomos, para 916,7 milhões de euros. Por outro lado, o subsector Estado apresenta uma redução de 3,7%, para 489,1 milhões de euros, com a dotação a favor do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) a ascender aos 81,2 milhões de euros. A estratégia para a agricultura, delineada no OE/2011, passa por promover a competitividade do sector agro-florestal, através da internacionalização e de acções de promoção em novos mercados, e dos territórios rurais. No sector das pescas, aquacultura e indústria do pescado, também sob a alçada de António Serrano, o objectivo é a melhoria da competitividade das empresas, inovação e qualidade dos produtos, diversificação da indústria transformadora e desenvolvimento das zonas costeiras.

  • Ministério do ambiente: +20,2% (392,4 milhões)

É um dos poucos ministérios que sobe o orçamento para 2011, em 20,2% para os 392,4 milhões de euros. No Ambiente, o Governo pretende dar destaque à monitorização e dinamização da execução das operações da política de cidades, POLIS XXI, aprovadas ao abrigo das linhas de apoio financeiro do QREN. Em 2011, serão também constituídos, segundo a proposta, Fundos de Desenvolvimento Urbano, a partir da abertura ao mercado de um Fundo de Participações, já constituído, no montante de 130 milhões de euros. As políticas públicas no domínio dos recursos hídricos procurarão defender e promover o valor da água e dos ecossistemas associados, enquanto no sector dos resíduos será aprovada a Estratégia Nacional de Gestão de Resíduos. O Fundo para a Conservação da Natureza e Biodiversidade, regulamentado em 2010, será operacionalizado com vista a poder apoiar os primeiros projectos de conservação da natureza.

  • Ministério da economia: +15,4% (476,1 milhões)

A despesa deste está concentrada nas medidas relacionadas com o turismo e outras funções económicas (administração e regulamentação), com cerca de 66% (314 milhões de euros). Estas medidas estão concentradas nos seguintes organismos: Instituto de Turismo; ASAE; Autoridade da Concorrência; Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional; IAPMEI; Direcção-Geral do Consumidor.

  • Ministério da Cultura: +2,9% (201,3 milhões)

Gabriela Canavilhas vê o seu orçamento subir ligeiramente em 2011, o que se deve à diminuição de custos, nomeadamente com na despesa com comunicações e redução do consumo de electricidade em 10% e à procura de novos financiamentos. A maioria dos organismos terá maior verba para gastar, com destaque para a Cinemateca, que vê o seu orçamento subir 48% para 5,5 milhões. As medidas do aumento de receita prevêem protocolos de cooperação com autarquias e outras entidades públicas e privadas para aumentar o número de visitantes e receitas de bilheteira, bem como a comercialização dos artigos existentes nas lojas dos museus e palácios.

MRA Alliance/DE

Estado pede emprestado para salvar execução de fundos europeus

domingo, julho 18th, 2010

Portugal está, pela primeira vez, a recorrer ao Banco Europeu de Investimento (BEI) para poder pagar a componente nacional do financiamento dos projectos que vão receber apoios comunitários. Este foi o recurso encontrado pelo Estado português para acelerar a execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e assim ajudar a economia nacional.

Trata-se de um pedido de financiamento de 1,5 mil milhões de euros – o limite máximo concedido pelo BEI – para projectos na área da energia, águas, tratamento de esgotos e resíduos sólidos, infra-estruturas urbanas, transportes, saúde e educação que ascendem a mais de 23,4 mil milhões de euros, no âmbito do actual quadro comunitário de apoio (2007-2013).

“Este é o primeiro financiamento com estas características. Trata-se de um empréstimo directo à República portuguesa para ajudar o Estado a co-financiar os projectos que vão receber fundos comunitários”, explicou, ao Diário Económico, fonte do BEI. “E assim acelerar a execução do QREN”, acrescentou. A medida não é inédita. A Polónia, por exemplo, também utilizou a mesma estratégia, recentemente.

MRA Alliance/DE

Portugal: Execução do QREN em 20%

sábado, junho 12th, 2010

A bancada social-democrata acusou o Governo na sexta-feira, no Parlamento, de incompetência e falta de vontade política na gestão do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O ministro da Economia garantiu que no final deste ano a taxa de execução será superior a 20%.

Vieira da Silva anunciou ontem que o Governo prevê uma execução superior a 20% do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no final de 2010, “o que fará com que este ano seja um dos anos de mais elevada utilização de fundos comunitários”.

O governante, que falava durante uma interpelação ao Governo da iniciativa do PSD sobre “competitividade da economia e execução do QREN”, garantiu que “nos últimos seis meses, a execução do QREN acelerou de forma muito significativa, passando de 6,6% para 11,8%”, uma injecção adicional na economia superior a mil milhões de euros.

Para o responsável pela pasta da Economia, “esta evolução do QREN reforça claramente o seu papel como instrumento modernizador e de combate à crise”, garantindo que Portugal não corre o risco “de qualquer corte nos fundos estruturais”.

As declarações de Vieira da Silva surgem depois de o líder da bancada do PSD, Miguel Macedo, ter dito que o QREN, que devia ser “um objectivo nacional”, está transformado “num documento burocrático, imbuído de uma lógica centralista e centralizadora”. “O que constatamos é uma baixa execução, na ordem dos 11,8%, o que é um resultado negativo que só muita incompetência e falta de vontade política pode justificar”, disse o deputado laranja.

Miguel Macedo defendeu que o QREN deveria privilegiar o apoio às pequenas e médias empresas e potenciar as suas capacidades exportadoras. Vieira da Silva respondeu, alertando para o papel das linhas PME Investe.

MRA Alliance/JN 

Participação lusa no megafundo europeu pode atingir 13.627 milhões

sexta-feira, maio 28th, 2010

Portugal poderá ter de contribuir com 13.627 milhões de euros para o megafundo europeu, caso o Comité Económico e Financeiro europeu aprove um aumento da participação dos países para 120 por cento, disse hoje Teixeira dos Santos.

De acordo com o ministro das Finanças, que falava no Parlamento, na audição na Comissão de Orçamento e Finanças, Comité Económico e Financeiro europeu está reunido em Malta, e está mesmo a equacionar o aumento da participação de cada país, com o objetivo de permitir que as obrigações emitidas pelos Estados tenham a melhor notação de risco, ou seja AAA.

Teixeira dos Santos afirmou que, na reunião de Malta está presente um representante do Governo português.

Assim, apesar de na programação inicial o Estado poder “ser chamado a conceder garantias até ao montante de 11.355 milhões de euros”, com estas alterações, que o ministro diz ter tido conhecimento através do representante português na reunião, ainda hoje, “o potencial de garantias a conceder por Portugal poderia ascender a 13.627 milhões de euros”.

Esta, aliás, é a justificação ministro para pedir já uma alteração legislativa ao Orçamento do Estado, um orçamento rectificativo.

Teixeira dos Santos adiantou ainda na sua intervenção inicial na Comissão de Orçamento e Finanças, onde apresenta o novo pacote de austeridade aos deputados, que os Estados membros que participarem no mecanismo irão prestar garantias para que sejam emitidas obrigações, correspondente à sua quota parte no Banco Central Europeu.

MRA Alliance/Agências

BES Investimento decide aumento de capital para 180 M€

segunda-feira, junho 29th, 2009

O Banco Espírito Santo de Investimento, após a assembleia geral de hoje, informou o mercado que vai fazer um aumento de capital social de 110 milhões de euros (M€), passando dos actuais 70 para 180 milhões.

O aumento será «subscrito e realizado pelo seu accionista único – o Banco Espírito Santo, S.A., mediante entrada em dinheiro de igual montante».

A operação de capitalização «visa o reforço dos meios financeiros para fazer face ao crescimento das suas actividades domésticas e internacionais», conclui a informação fornecida pelo BES à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

MRA Alliance/Agências

Lisboa já desviou 1500 milhões do QREN destinados ao Norte

sábado, junho 27th, 2009

Cerca de 1500 milhões de euros os fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) destinados ao Norte foram desviados para “projectos totalmente localizados em Lisboa”, voltou a denunciar ontem o social democrata, Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto e da Junta Metropolitana do Porto (JMP).

Ontem, no final da reunião da JMP, Rio distribuiu a listagem dos projectos em curso em Lisboa e que estão a absorver parte das verbas que chegam da União Europeia para as regiões mais pobres do país (regiões de convergência).

“São obras atrás de obras em Lisboa que estão a ser feitas com o dinheiro que devia ser destinado às regiões do país que apresentam um PIB per capita inferior a 75% da média europeia”, disse. Da listagem constam 97 projectos, como a modernização administrativa da PSP de Lisboa. “Um verdadeiro escândalo”, afirmou.

Das verbas para regiões de convergência (21 milhões), o Norte teria direito a cerca de 50%, o Centro a 30% e o Alentejo a 20%. Mas dos 11 mil milhões disponíveis para o Norte, 1500 milhões já terão ido para Lisboa, que não se podia candidatar a estes fundos.

Na opinião da JMP, o Governo deve ser “responsabilizado politicamente” pela decisão de desviar verbas ao abrigo de uma excepção na lei que regulamenta o QREN, segundo a qual é possível apoiar projectos fora das regiões de convergência, desde que daí resulte “um efeito muito importante de difusão pelo território nacional”.

“O mais injusto é que de cada vez que se faz uma obra em Lisboa, contabilisticamente o dinheiro aparece como tendo sido investido no Norte”, lamentou Rio. “É uma vergonha e está aqui a explicação para o atraso da região”.

Em meados do ano passado, a JMP tinha já apresentado uma queixa junto do Tribunal das Comunidades, em Bruxelas. No âmbito deste processo a junta teve acesso à listagem de obras em curso na capital, uma vez que o Governo foi instado a apresentar a relação dos projectos.

“Mas quando ganharmos já todo o dinheiro estará aplicado”, disse Rui Rio, lamentando a inexistência de um mecanismo legal que pare imediatamente o processo. Sem meios para travar o desvio, a JMP enviará todo o dossiê para o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, na expectativa que ele o faça chegar à comissária da Política Regional.

MRA Alliance/Jornal de Notícias

Brasil empresta 10 mil milhões de dólares ao FMI

quarta-feira, junho 10th, 2009

O Brasil vai aplicar 10 mil milhões de dólares (7,1 mil milhões de euros) das reservas internacionais brasileiras para adquirir bónus do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega.”É um passo importante que o Brasil está a dar para se transformar em credor e não em devedor do Fundo”, afirmou o ministro.

Segundo Mantega, os recursos que estão a ser emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o FMI a socorrer países que estão em dificuldades devido à crise, especialmente os emergentes, e a incrementar o comércio mundial.

MRA Alliance/Lusa

Crise: Ásia cria fundo de emergência de 120 mil milhões

domingo, maio 3rd, 2009

ASEAN+3O bloco ASEAN+3 decidiu hoje criar um fundo de emergência de USD 120 mil milhões/bilhões (mm/bi) para garantir liquidez a qualquer uma das nações durante a crise económica, evitar crises cambiais e combater fugas de capitais, noticiou a Reuters. O lançamento formal do fundo deverá ocorrer até ao final do ano.

De acordo com o plano, a China e Japão vão contribuir com 32% do fundo baptizado de “Iniciativa Chiang Mai”. À Coréia do Sul caberá aportar 16%. O restante virá dos 10 membros da Associação da Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Paralelamente, o Japão anunciou a criação de um programa no montante de USD 61,54 mm/bi para apoiar países os países asiáticos mais atingidos pela crise.

Os analistas admitem a possibilidade de as medidas de emergência, anunciadas à margem do encontro anual do Banco de Desenvolvimento Asiático, realizado em Bali, na Indonésia, poder ter efeitos positivos de curto prazo na evolução dos mercados bolsistas da região. 

Kirby Daley, estratega do Newedege Group, de Hong Kong, considera que a decisão é “um passo na direcção certa para a Ásia reduzir a sua dependência do Ocidente”. No entanto, em sua opinião “a implementação não deverá ter uma impacto duradouro nas economias asiáticas na ausência de um consumo forte nos Estados Unidos.”

O comunicado conjunto da reunião de Bali assinada pelos 13 ministros das Finanças, sublinha que “a situação global requer mais esforços conjuntos para ampliar a credibilidade, manter a estabilidade financeira, e prevenir maiores quedas do crescimento económico”. Por esta razão, futuramente, as economias dos países membros serão monitorizadas com mais rigor pelo Banco de Desenvolvimento Asiático.

MRA Alliance/Reuters

Fundo de reabilitação imobiliário financia obras em património estatal até 80%

terça-feira, março 24th, 2009

Os imóveis do Estado que beneficiarem das verbas do Fundo de Reabilitação e Conservação Patrimonial vão receber no máximo 80% do custo estimado para as obras, de acordo com uma portaria publicada hoje, em Diário da República.

O Fundo, com uma verba de 10 milhões de euros, foi criado no âmbito do Programa de Gestão do Património Imobiliário do Estado e terá como principal função financiar as operações de reabilitação e de conservação dos imóveis públicos.

No entanto, nem todos aqueles imóveis poderão ter acesso ao financiamento do fundo. “Podem ser beneficiários os serviços utilizadores dos imóveis da propriedade do Estado”, excepto os que pretendam fazer obras «apenas para modernização das respectivas instalações” ou em «imóveis disponíveis para alienação”.

O financiamento do fundo não abrange os imóveis do Estado com obras inferiores a 100 mil euros bem como os não ocupados por serviços públicos ou aqueles cuja receita obtida com a venda reverteu a favor das entidades utilizadoras dos serviços.

MRA Alliance/Agências 

Stress dos «hedge funds» pode gerar crise bolsista, dizem gestores e analistas

terça-feira, novembro 18th, 2008

Um crescente número de analistas prevê uma quebra das bolsas mundiais, até ao final do ano, após os resgates comunicados pelos investidores, no último sábado, aos fundos de protecção de riscos – hedge funds.

A aversão ao risco e a consequente fuga das aplicações em activos tóxicos, por parte dos clientes, vai obrigar os gestores dos fundos a vender ao desbarato posições accionistas em empresas que integram os principais indíces bolsistas mundiais, provocando a sua queda.

“Uma profunda recessão é agora inevitável e a possibilidade de uma depressão não pode ser excluída”, disse o especulador George Soros, na semana passada, perante a comissão do Congresso dos EUA encarregada de analisar o papel daqueles fundos na actual crise sistémica.

Durante as sessões parlamentares, todos os gestores de hedge funds convocados – George Soros, James Simons, John Paulson, Philip Falcone e Kenneth Griffin – concordaram que a ausência de regulação das suas actividades pode agravar o carácter sistémico da crise e reconheceram o direito das autoridades em conhecer as suas posições e estratégias de investimento para evitar o stress dos mercados.

Durante a sessão, o congressista republicano Thomas Davis (Virgínia) informou que os oito mil fundos hedge gerem activos no valor de USD 1,5 mil biliões/trilhões (mibi/tri) e representam cerca de 30% do mercado bolsista nos EUA.

“Fundos institucionais e de pensões públicos – sublinhou Davis – estão profundamente dependentes dos ganhos prometidos por hedge funds. Isto significa que os funcionários públicos e os reformados da classe média perdem dinheiro cada vez que um hedge fund entra em colapso ou resgista prejuízos.”

Martin van Vliet, analista económico do banco holandês ING, disse ao New York Times que “historicamente, as recessões precedidas por crises bancárias são tendencialmente mais profundas e duram mais tempo. (…) Por isso, é altamente provável que a actual crise de crédito seja mais dolorosa do que a de 2001 e 2002 – que se seguiu à bolha tecnológica.”

Um estudo recentemente publicado pela Kinetic Partners concluiu que apenas 10% dos fundos hedge britânicos estão dispostos a adoptar as boas práticas propostas pelo sector, 20% recusaram-nas de forma peremptória e 2/3 ainda não decidiram…

MRA Dep. Data Mining

pvc

A resiliência dos mercados financeiros à especulação vai ser testada

domingo, novembro 16th, 2008

Todo o mundo anda preocupado com as soluções que os 20 países mais ricos do mundo vão arquitectar para minimizar os efeitos das diversas crises – imobiliária, crédito, câmbios, commodities, etc. – mas poucos estão atentos ao comportamento dos fundos de protecção de riscos – hedge funds. Estes fundos são uma fonte privilegiada de informação sobre as tendências do mercado e o sentimento dos investidores (institucionais e particulares). Regra geral, para os fundos hedge, sábado é o Dia do Juízo.

Ontem, de acordo com os contratos, os investidores puderam pedir o resgate das suas participações num mercado que perdeu USD 700 mil milhões/bilhões (mm/bi) no último ano, ao passar de USD 2 mil biliões/trilhões (mibi/tri) para 1,3 mibi/tri. Ninguém pode prever os montantes envolvidos. O banco Morgan Stanley calculou que a fuga de capitais dos hedge funds, em 2008, atingirá cerca de 25% do valor do segmento.

Ken Heinz, presidente da empresa Hedge Fund Research afirmou à agência Bloomberg que os gestores dos fundos ” anticiparam saídas de capitais nos últimos meses. (…) Porém, é impossível saber quanto. A dimensão depende do que acontecerá nas próximas seis semanas.”

O retorno dos investimentos em fundos de protecção de risco caíu 20%, em 2008, o pior ano do segmento desde a sua criação, há duas décadas.

O fundo PGAM – Platinum Grove Asset Management – criado pelo Prémio Nobel Myron Scholes, suspendeu os pagamentos e resgates após registar perdas de 30%, na primeira quinzena de Outubro.

O especulador Carl Icahn injectou USD 250 milhões num dos seus hedge funds para contrabalançar a bilionária pressão dos resgates.

Em termos globais, ninguém é capaz de avaliar a liquidez e o impacto da fuga de capitais no sector da economia americana mais avesso à regulação, mas com dimensão suficiente para condicionar o seu funcionamento.

O boletim electrónico TheDeal.Com, escreveu na sexta-feira: “George Soros, o craque dos hedge funds, prevê o colapso da indústria ao afirmar, perante uma comissão do Congresso, que ‘a bolha rebentou e os fundos serão dizimados. Eu penso que os recursos financeiros que gerem terão uma quebra entre 50% e 75%.”

A partir de amanhã, os mercados de capitais vão dar sinais importantes sobre o papel dos hedge funds na economia real.

MRA Dep. Data Mining

pvc

2008 vai ser o pior ano para os «hedge funds» americanos

segunda-feira, novembro 10th, 2008

O sector de fundos financeiros de protecção de riscos – hedge funds – estão a viver a pior crise da sua história, sobretudo após a falência do banco Lehman Brothers. O segmento, que movimenta USD 1,7 mil biliões/trilhões (mibi/tri), sofre os efeitos da reapreciação em baixa dos activos, com elevados prejuízos nas vendas, da fuga de clientes para investimentos menos arriscados, da subida em flecha dos preços dos seguros de risco e do endurecimento do regime de garantias financeiras.

No mês passado os fundos do sector desvalorizaram-se 5,4%. Desde Janeiro, a desvalorização total foi de 15,5%, de acordo com o índice HFRI Fund Weighted Composite Index, compilado pela empresa especializada Hedge Fund Research.

Outubro foi o quinto mês com perdas consecutivas. Este é igualmente o maior período de declínio desde que a HFRI lançou o índice, em 1990. “Em 2008, os prejuízos deverão ser os piores na história do sector”, afirmou a agência Bloomberg.

O fundo Tontine Capital Partners, que caíu 65,7%, em Outubro, e registou uma desvalorização de 76,8% desde Janeiro, ocupa o primeiro lugar de uma lista publicada hoje pela Bloomberg.

Fund Oct. (%) YTD (%)
Tontine Capital Partners -65.7 -76.8
Passport Global Strategy -38 -44
Platinum Grove Contingent -29 (15/Out) -38
Citadel Kensington -22 -39
Clarium -18 -2.8
Greenlight Capital -13 -26
Third Point Offshore -10.3 -26.9
Farallon Capital -9 -23
Harbinger -5 -13
SCP Ocean Fund Ltd. +0.85 – 8.24
Caxton Global +2.6 + 7.25
Paulson Advantage Plus +3.8 +29.4
Ionic Capital +8 +16.5
Clive Fund +19.8 +43
BlueGold Capital +29.5 +162

Fonte: Bloomberg

Hedge funds são empresas privadas, não sujeitas a regulação, que gerem avultados recursos financeiros que aplicam em operações especulativas – apostas na queda ou na subida de acções, índices, taxas de juro, divisas, etc. Os gestores são principescamente remunerados pelos clientes em função do retorno das aplicações. Em média, cobram taxas de 2% sobre os activos e de 20% nos lucros dos investimentos.

MRA Dep. Data Mining/Agências/pvc

Fundo Goldman Sachs perdeu mil milhões desde Janeiro

terça-feira, novembro 4th, 2008

Um dos mais promissores hedge funds do banco Goldman Sachs, gerido por não menos promissores quadros de Wall Street, foi encerrado após registar perdas de um milhar de milhão/um bilhão de dólares (mm/bi) desde o seu lançamento, em Janeiro passado, noticiou hoje o Financial Times.

O fundo Goldman Sachs Investment Partners (GSIP), com activos superiores a USD 6 mm/bi, comunicou aos investidores ter perdido USD 989 milhões, até Setembro – menos 15,5%, desde a data de lançamento. MRA Dep. Data Mining

Argentina nacionaliza sistema privado de pensões

quarta-feira, outubro 22nd, 2008

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, sancionou, nesta terça-feira, um projecto de lei que elimina o sistema de previdência privada face aos prejuízos que o sector regista com a crise financeira global, conforme referimos esta manhã. O projecto cria o Sistema Integrado de Previdência Argentino (SIPA), liquidando o actual regime de capitalização, que será substituído pelo “regime de partilha” (estatal), anunciou oficialmente o governo. O plano oficial dá por ‘‘encerrado” o sistema de previdência privada, criado em 1994. O Estado irá absorver os funcionários dos fundos privados. Consultada pelos jornalistas sobre quando pretendia enviar o projecto para ser apreciado pelo Congresso, a presidente Kirchner respondeu: ”Hoje mesmo”. A urgência da presidente argentina está directamente relacionada com a urgente necessidade de fundos, por parte do Estado, para saldar compromissos com a dívida externa. Até ao final do ano, são necessários USD 7 mil milhões/bilhões (mm/bi) para o pagamento de juros. Em 2009, mais USD 14 mm/bi. No seu conjunto, os 10 fundos privados geriam activos no valor de USD 29 mm/bi e detinham o controlo de 5% das companhias listadas na bolsa de Buenos Aires e possuíam 27% das acções cotadas. A decisão de Kirchner, numa conjuntura internacional adversa – queda dos preços das matérias primas agrícolas, recessão e taxas de juro mais elevadas – deverá deprimir ainda mais o já débil mercado de capitais argentino. Antes do anúncio da nacionalização, o índice bolsista Merval caiu 11%, em apenas uma sessão. Desde Janeiro, perdeu 51%. Em 2001, o governo argentino também tentou controlar os recursos dos fundos de pensões, pouco antes de anunciar a suspensão do pagamento de juros sobre USD 95 mm/bi. A medida é um rude golpe na reduzida crebilidade financeira da segunda maior economia sul-americana. A prazo, deverá acentuar a fuga de capitais, o encarecimento do serviço da dívida e a reapreciação em baixa dos activos argentinos. O receio de um segundo calote, em apenas dez anos, será devastador para a economia do país. O efeito é perverso pois boa parte deles estão contabilizados nos balanços dos fundos agora nacionalizados. MRA Dep. Data Mining

Fundos de pensões: Zilhões de problemas e mais uma crise anunciada

terça-feira, outubro 21st, 2008

Desde 2004 que o provável colapso dos fundos de pensões tem sido glosado por vários analistas e economistas, com destaque para os estudos dos professores Laurence Kotlikoff e Nouriel Rubini. Todos concordam que este será o próximo castelo de cartas a desmoronar-se. Nos próximos meses. Só divergem nos números – entre USD 1,5 e 3 mil biliões/trilhões (mibi/tri). Pensamos ser oportuno actualizar cálculos e previsões.

Irlandeses avisam

Patrick Burke, presidente da Associação Irlandesa de Fundos de Pensões (IAPF, em inglês) alertou, em Dublin, para o colapso de “alguns fundos de pensões privados” se não forem accionadas medidas preventivas “radicais” para “impedir o desastre”. A despeito de já ter recebido as propostas de solução da IAPF, a ministra irlandesa da tutela, Mary Hanafin, em contrapartida, informou o país “desconhecer situações” que sugerissem uma tal realidade. As notícias foram veiculadas pela Radio Telefís Éireann (RTE), o canal público da televisão da Irlanda. A Rubicom Investment Consulting estima que os activos dos fundos irlandeses terão perdido, nos últimos 12 meses, mais de 20%, causando estragos significativos nos activos dos fundos irlandeses…

Escoceses também

O jornal Scotland on Sunday, em Março passado, noticiou que, em conjunto, os bancos tentavam vender USD 200 mil milhões/bilhões (mm/bi) de dívidas contraídas em operações de aquisição de empresas – LBO/Leverage Buy-Out. “Como resultado, acredita-se que algumas empresas de capital de risco vão olhar para os fundos de pensões como fontes alternativas de financiamento”, escreveu o jornal escocês…

Americanos idem, idem…

O jornal electrónico Pensions & Investments, no passado dia 13, publicou um artigo sobre a situação norte-americana, no qual se afirmava: “Existe uma crise financeira que se agiganta e que, potencialmente, é tão grande quanto a actual crise dos mercados financeiros. Esta é a crise dos benefícios não financiados das pensões e dos cuidados de saúde. Este défice de financiamento é visível em planos de reforma e pensões de empresas, sistemas públicos e sindicatos, no programa da ‘Pension Benefit Guaranty Corporation’, bem como nos planos da Segurança Social e do ‘Medicare’.”

… e fazem análises

Um estudo realizado, em Dezembro último, pelo Pew Charitable Trusts revelava que os 50 estados que integram a federação norte-americana “prometeram pagar aos funcionários públicos, nos próximos 30 anos, pelo menos USD 2,73 mil biliões/trilhões (mibi/tri) em pensões, cuidados de saúde e outros benefícios. (…) Os estados pouparam o suficiente para cobrir cerca de 85% dos custos com as pensões no longo prazo e apenas 3% dos fundos necessários para o pagamento dos cuidados de saúde aos reformados e de outros benefícios extra pensões. (…) Assim, os estados já alocaram cerca de USD 2 mibi/tri para cobrir as suas obrigações de longo prazo. No entanto, ainda terão de alocar USD 731 mm/bi – uma estimativa conservadora pois não inclui todas as despesas com professores e com os funcionários do poder local e autárquico.” Registe-se que, no segmento dos benefícios extra pensões, em Maio, a agência de rating Standard & Poor’s revelou que 38 dos 50 estados norte-americanos tinham dívidas que já excediam os níveis de endividamento estaduais. “No total, os estados têm dívidas superiores a USD 400 mm/bi”, noticiou a Reuters.

O autismo aumericano

Não deixa de ser espantoso o facto de os profissionais ainda tentarem tapar o sol com a peneira. Desde Fevereiro de 2007, vivemos na corda bamba do aperto do crédito, da desconfiança generalizada entre todos os agentes dos diversos mercados – mobiliário, imobiliário, dívida, commodities – e num clima agudamente recessivo. A generalidade dos investidores manifesta uma profunda aversão ao risco e desfaz-se, sempre que possível, de todos os activos perigosos, designadamente acções e títulos imobiliários. A reavaliação em baixa do património dos fundos de pensões provocou uma sangria nos respectivos balanços. Perante esta realidade, seria de esperar parcimónia e prudência por parte dos gestores dos fundos, públicos ou privados. É precisamente neste quadro que a ficção assume o controlo da situação. Em meados de Agosto, a agência Bloomberg noticiava: “Os fundos de pensões públicos estão a aumentar as apostas em ‘hedge funds’, de alto risco, e no imobiliário, tentando tapar os défices nos planos de reforma e recuperar do seu pior desempenho nos últimos seis anos.” A tendência é confirmada pela ONG Center on Budget and Policy Priorities e estimulada pela necessidade de 29 estados precisarem, no mínimo, de USD 48 mm/bi para tapar buracos nos orçamentos para 2009. A agência noticiosa estadunidense informou que os os activos de USD 2,45 mibi/tri geridos pelos fundos públicos, em média, encolheram 5,1% até ao final de Junho. “Porém, ao tentarem obter rendimentos mais elevados através da diversificação dos activos, os gestores poderão estar a comprometer dinheiro dos contribuintes, numa altura em que a economia cresce ao ritmo mais lento desde 2001”, sublinhava a Bloomberg

Autistas de outros países, uni-vos!

O guião da tragicomédia estadunidense é reproduzido à letra nos vários palcos financeiros espalhados pelo mundo. Tal como na crise subprime, é nos principais mercados dos países desenvolvidos que a bolha das pensões toma proporções assustadoras.

Canadá – Os fundos canadianos perderam 8,6% no terceiro semestre do ano, a maior queda desde 1998, ano da célebre implosão do hedge fund Long-Term Capital Management, provocado pelo calote russo. Os dados foram coligidos pelo Royal Bank of Canada/Dexia Investor Services. Nos primeiros 9 meses do ano as perdas acumuladas ascendem a 10%, segundo o estudo…

Grã-Bretanha – A Lane Clarke & Peacock, empresa especializada no segmento, forneceu pistas para avaliar o desastre britânico. Os fundos de pensões do país passaram de um activo conjunto de USD 20 mm/bi, em 2007, para um passivo superior a USD 70 mm/bi, no final do primeiro semestre de 2008. Em Julho, o então moribundo Lehman Brothers publicou dados segundo os quais a solvência (rácio activos/passivos) dos fundos de pensões britânicos recuou 13% nos primeiros seis meses do ano. A Deloitte & Touche LLP, em 24 de Julho, informava que as companhias listadas no índice FTSE 100 poderão registar, em 2009, um aumento dos défices nos fundos de pensões da ordem dos USD 158 mm/bi…

Holanda – No passado dia 11, o periódico Financieele Dagblad noticiou que metade dos fundos de pensões do país registam rácios de financiamento abaixo do nível recomendado (105%). Caso aquele valor caia para os 100%, ou menos, os fundos deixam de poder cumprir as suas obrigações. O jornal lançou o alarme de que um dos maiores fundos do país e do mundo (ABP), que gere investimentos para a reforma dos funcionários públicos, já está abaixo dos 105%. O ABP, que gere activos totais de USD 226,5 mm/bi, perdeu mais de USD 50,6 mm/bi em aplicações nos mercados accionistas globais, só em 2008. O banco central da Holanda viu-se obrigado a escrever aos gestores de 600 fundos de pensões advertindo-os para não correrem riscos excessivos, na tentativa de equilibrarem os balanços, incitando-os antes a preparar planos de contingência para aplicar em situações de stress financeiro…

Japão – A recente falência da centenária companhia de seguros Yamato Life Insurance, ocorrida este mês, foi a notícia que nenhum gestor de fundos de pensões queria ouvir. Eles sabem que a mesma sorte lhes pode bater à porta. O clima de pânico que se abateu sobre a bolsa nipónica na semana passada – com prejuízos superiores a USD 670 mm/bi – deve ter provocado elevadas perdas nos activos dos fundos de pensões japoneses…

Estes são alguns dos países identificados como “mais ameaçados” pela “bolha pensionista”. O boletim confidencial de informação económica LEAP 2020 dramatiza a situação, profetizando que “pelo final de 2008, esta crise assumirá o papel dominante na presente crise financeira global” antecipando que “também provocará uma crise social” nos cinco países citados, mas que não terá consequências significativas no resto do mundo.

Não estamos tão certos disso. As carteiras de investimentos de fundos de pensões dos países nórdicos, bem como dos estados mais populosos do mundo, não estão imunes ao contágio e à turbulência que se avizinham. Basta atentar na situação do Brasil onde as pensões são desproporcionadas face ao relativo pequeno número de idosos comparativamente à população mais jovem. Dados do Banco Mundial, indicam que os subsídios para a cobertura dos défices dos regimes públicos das pensões, a nível federal e estadual, passaram de 4.6% do PIB (1998) para 5.6%(2003/2004). Embora as autoridades brasileiras continuem a sustentar que o grau de exposição dos fundos de pensões brasileiros à crise subprime é reduzido, o certo é que boa parte das aplicações é feita na Bovespa cujo índice caiu mais de 20%, nos últimos três meses. Na vizinha Argentina, com a recessão global a aumentar os riscos de um novo incumprimento da dívida soberana, ontem, o diário Clarín colocou os gestores financeiros à beira de um ataque de nervos ao anunciar planos do governo para colocar os fundos de pensões argentinos sob custódia estatal…

Fundos de pensões? Zilhões de problemas. Detectados e analisados. Nos quatro cantos do planeta. Mas, como sempre, atirados para as calendas. Até quando? E Portugal?

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor

“Hedge funds” perderam USD 210 mm/bi em três meses

domingo, outubro 19th, 2008

Os fundos de protecção de risco – hedge funds – perderam 10% dos activos, no valor de USD 210 mil milhões/bilhões, no trimestre terminado em Setembro, revelou a empresa especializada HFR/Hedge Fund Research. Esta foi a maior desvalorização trimestral desde o início da recolha estatística. Os investidores resgataram, no período, fundos superiores a USD 31 mm/bi. Os activos geridos globalmente por hedge funds ascendem agora a USD 1,7 mil biliões/trilhões (mibi/tri). A HFR avalia globalmente mais de 7 800 fundos, sendo considerado um indicador sectorial de referência. Kenneth Heinz, presidente do HFR, fez uma análise pessimista da situação: “Com os prejuízos a manterem-se durante Outubro, parece que 2008 será o pior ano na história da indústria em termos do desempenho dos fundos e do movimento de activos. MRA Dep. Data Mining

Pensionistas noruegueses perdem USD 61 milhões com falência Lehman

segunda-feira, setembro 15th, 2008

O fundo de pensões da Noruega – Statens pensjonsfond – Utland – perdeu cerca de NOK 5oo milhões (EUR 61 milhões) na falência do banco americano Lehman Brothers, anunciou hoje o Ministério das Finanças norueguês. “Para a Noruega, o efeito imediato [da falência] foi termos perdido cerca de metade de mil milhões de coroas norueguesas através do nosso fundo de pensões”, disse a ministra da tutela, Kristin Halvorsen, à cadeia norueguesa de televisão TV2 Nyhetskanal. Em Junho, o fundo de pensões nórdico geria activos, no valor de EUR 251,8 mm/bi (NOK 1 992 mil milhões), maioritariamente oriundos de taxas e royalties da indústria petrolífera, aplicados em títulos (acções e obrigações) nos mercados financeiros globais. Em Dezembro de 2007, o fundo, considerado um dos maiores e mais conservadores do mundo, detinha uma participação de 0,273% no capital do banco estadunidense. MRA Dep. Data Mining

UE: Portugal reportou 757 irregularidades (€ 57 milhões) na utilização de fundos em 2007

quarta-feira, julho 23rd, 2008

Portugal reportou à Comissão Europeia um total de 757 suspeitas de irregularidades na utilização de fundos comunitários, em 2007, que implicam verbas no valor de 56.746.256 euros, segundo um relatório divulgado em Bruxelas. Das irregularidades identificadas, 190 dizem respeito ao sector da agricultura (5.570.368 euros), 540 a fundos estruturais (49.916.493 euros), 4 a fundos de coesão (865.435 euros) e 23 a recursos nacionais (393.960 euros). Em Portugal foram recuperados, no ano passado, 14.272.467 euros resultantes de irregularidades, faltando ainda reaver 28.666.161 euros, respeitantes a 2007. No seu relatório, Bruxelas pede mais atenção às autoridades portuguesas para respeitar os prazos. Cerca de 10% das irregularidades denunciadas diziam respeito a casos com mais de dois anos. A Comissão Europeia destaca ainda que “todas as irregularidades apresentadas estão a ser tratadas e sujeitas a um acompanhamento individualizado”. MRA/Agências

Brasil cria fundo soberano contra a crise e a queda do dólar

quarta-feira, maio 14th, 2008

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a criação de um fundo que será administrado pelo governo no exterior, o chamado fundo soberano. O fundo visa garantir a poupança contra crises, apoiar empresas no exterior e retirar dólares do Brasil para impedir uma desvalorização maior da moeda norte-americana. A medida é criticada por economistas, já que parte do dinheiro virá dos recursos da arrecadação de impostos e será utilizado para financiar empresas. Além disso, para poupar esse dinheiro extra, o governo terá de fazer um esforço a mais na contenção de gastos, ou dos investimentos. Mantega afirmou que o dinheiro desse fundo não entra no cálculo do superávit primário, economia que o governo já faz para pagar os juros da dívida pública, cuja meta é de 3,8% do PIB, em 2008. MRA/Agências

UE: Commissão ameaça processar estados membros sobre contas dos fundos estruturais

sexta-feira, fevereiro 1st, 2008

TCEA Comissão prepara-se para accionar judicialmente quaisquer dos 27 estados membros da União Europeia (UE) que não apresentem, até ao dia 15 de Fevereiro, os relatórios intercalares dos controlos nacionais sobre a utilização dos fundos comunitários. O orgão executivo da UE, presidido por Durão Barroso, está sob pressão dos deputados do Parlamento Europeu (PE) para que adopte medidas mais apertadas sobre as auditorias nacionais aos gastos com dinheiro proveniente do orçamento da União. As exigências resultam da forte crítica elaborada pelo Tribunal de Contas Europeu, no relatório publicado em Novembro passado, referente às contas do exercício de 2006. Os auditores calcularam que foram indevidamente pagos aos países membros cerca de 4 mil milhões de euros (12% da totalidade dos Fundos Estruturais) devido a erros contabilísticos. (pvc/agências)

2007 foi um ano desastroso para os fundos mobiliários portugueses mais populares

quarta-feira, janeiro 9th, 2008

2007 - Um ano para esquecer nos fundos mais popularesO ano de 2007 foi o pior na história do mercado português de fundos de investimento mobiliários. Apesar de só estarem disponíveis dados a partir de 1999, os profissionais do sector contactados pelo Diário de Notícias foram unânimes: saldo negativo de 3,83 mil milhões de euros. Em 2007, os únicos fundos com resultados positivos foram os específicos, flexíveis, acções (não americanas) e os de risco nulo ( com garantia de remuneração do capital investido). Os PPR (fundos poupança reforma) também se salvaram devido aos benefícios fiscais em sede de IRS. Com aplicações de quase 73 milhões de euros, o saldo de Dezembro foi positivo, ultrapassando os 39 milhões de euros. (pvc)

Fundo imobiliário inglês congela resgates durante seis meses

sexta-feira, dezembro 21st, 2007

Friends Provident  Os investidores retalhistas no fundo Friends Provident , que gere uma carteira de £ 1,2mil milhões/bilhões ( 1,65 mm/bi) em imobiliário comercial, foram informados que poderão ser impedidos de resgatar as suas aplicações até seis meses devido à crise de liquidez no mercado interbancário britânico. Após medidas idênticas tomadas por vários fundos de investimentos, a decisão da Friends Provident é a primeira desde a última crise no sector, há cerca de 15 anos. Cerca de 118 mil detentores de unidades de participação serão afectados pela decisão. Os activos líquidos do fundo caíram para 5% esta semana. O regulador britânico do sector – Financial Services Authority – foi previamente informado. (pvc/ Financial Times)

terça-feira, dezembro 18th, 2007

Símbolo da libra estrelinaO Banco de Inglaterra (BOE, em inglês) vai injectar nova dose de fundos – 10 mil milhões (mm/bi) de libras (14,04 mm/bi euros) – em mais uma tentativa para reduzir o impacto do aperto global do crédito e do dinheiro mais caro. O anúncio foi feito ontem, numa altura em que crescem os rumores de que o Parlamento britânico se prepara para ouvir o governador do BOE, Mervyn King, sobre a situação e, eventualmente, pressionar o seu abandono do cargo por, inicialmente, ter resistido a fornecer dinheiro extra aos bancos menos cuidadosos nos empréstimos que concederam.

Na continuação da acção concertada dos cinco bancos centrais das economias mais desenvolvidas, a intenção do BOE visa diminuir os spreads dos juros interbancários. Esta variável do mercado financeiro subiu consecutivamente nas últimas semanas, mas aparentemente vai entrar num novo ciclo. Manter os níveis de consumo privado em níveis que sustentem as previsões de crescimento é outro dos objectivos.

Em Londres a taxa Libor caiu ontem, pela terceira vez consecutiva. Os analistas interpretaram o facto como um ténue sinal de que o anunciado plano de emergência para escorar o sistema bancário, anunciado na semana passada, com o fornecimento de notas frescas de USD (100 mm/bi) nos mercados interbancários, pode estar a dar resultado. Mas ainda é cedo para cantar vitória… (pvc/agências)

Activos geridos por fundos de investimento recuaram 2,5%

sexta-feira, novembro 9th, 2007

Investidores fogem da queda dos fundosO valor dos activos geridos pelos fundos de investimento mobiliário ascendeu, no passado mês de Outubro, a 27,32 mil milhões de euros, o que se traduziu num decréscimo de 2,5% face ao mês anterior.Desde o início do ano, registou-se um recuo de 6,2%, enquanto que desde Outubro do ano passado a redução dos montantes sob gestão se situou nos 4%. A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) revelou ontem que ” se manteve a instabilidade no mercado de crédito estruturado e interbancário provocada pela denominada crise do mercado «subprime» norte-americano e que foi agravada na última quinzena do mês devido aos resultados negativos no trimestre registados por alguns bancos de investimento norte-americanos”. Em Portugal, o valor dos resgates nos fundos de investimento mobiliário foi de 1,84 mil milhões de euros em Outubro, menos 2,05 mil milhões de euros face ao mês anterior. O volume de subscrições atingiu os 851,3 milhões de euros no mês em análise, traduzindo-se numa redução da procura, quer face à média de 2007 (1,41 mil milhões de euros) quer em relação ao mês anterior (989,9 milhões de euros). A associação informou que em Outubro o número de fundos em actividade aumentou para 285, mais dois do que os existentes em Setembro. Fonte: Diário Económico

UE/Portugal: Assinatura hoje dos fundos QREN, 21,5 mm/bi euros (2007-2013)

quarta-feira, outubro 17th, 2007

QREN - A última chuva de grandes subsídiosPortugal e a União Europeia assinam hoje 10 dos 14 programas operacionais (PO) do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013, num valor total que ascende aos 21,5 mi milhões de euros. As primeiras propostas candidatas aos fundos comunitários podem começar a ser apresentadas já em Novembro. As áreas prioritárias para a aplicação dos fundos vão para a qualificação dos portugueses (seis mil milhões de euros), para os factores de competitividade e para a valorização do território. O projecto do comboio de alta velocidade e o novo aeroporto de Lisboa, independentemente da sua localização, são alguns dos projectos que concorrem às verbas de Bruxelas no âmbito do QREN.

Além dos 21,5 mil milhões de euros previstos para os programas operacionais, Bruxelas poderá ainda atribuir a Lisboa verbas na ordem dos 99 milhões de euros para o desenvolvimento de projectos de cooperação transfronteiriça com Espanha.

O ministro do Ambiente Nunes Correia admitiu que apoios desta envergadura não vão repetir-se. O ministro prefere falar de «grande oportunidade» e da «última de grande dimensão” que os fundos comunitários podem proporcionar a Portugal. «Isto não quer dizer que depois de 2013 não haja fundos comunitários. Haverá mas não terão a dimensão actual. Isso é um bom sinal”, concluiu o ministro.