Archive for the ‘Fraude’ Category

UBS corrige perdas por fraude para 2,3 MM de dólares

segunda-feira, setembro 19th, 2011

O banco suíço UBS revelou ontem que a perda devido a uma operação de trading não autorizada no sector da banca de investimento subiu de dois mil milhões de dólares para 2,3 mil milhões (1.666 milhões de euros).

A fraude decorreu durante os três últimos meses e foi possível porque o operador de mercados responsável, entretanto detido, escondeu os riscos gerando dados fictícios.

Entretanto, a polícia londrina deteve o corretor do banco suíço UBS que terá sido responsável pela fraude. De acordo com o jornal britânico Finantial Times, Kewku Adoboli foi detido pelas autoridades inglesas na manhã de quinta-feira no bairro financeiro da capital londrina, estando a ser investigado pelo seu alegado envolvimento na fraude.

O banco não identificou a divisão de onde terão saído estas perdas, adiantando apenas num comunicado que as posições dos seus clientes não foram afectadas, mas Kewku Adoboli (como o próprio escreve na sua página da rede social LinkedIn) era trader na divisão Delta1, do braço de investimento do UBS. Este departamento, entre outras competências, é normalmente um dos últimos recursos dos bancos para negociações próprias dos bancos de investimento, com recurso a activos do banco.

Este tipo de divisões Delta1 existe em outros bancos de investimento e foi onde o já condenado trader da Société Général Jerome Kerviel também fez negócios com dimensões avultadas (na ordem dos 50 mil milhões de euros), acabando por provocar perdas ao banco francês na ordem dos 4,9 mil milhões de euros.

MRA Alliance/Público

Fraude de 1,4 mil milhões de euros afunda UBS nas bolsas

sexta-feira, setembro 16th, 2011

UBS, o maior banco suíço informou ontem os investidores de que poderá apresentar prejuízos no terceiro trimestre em consequência de uma fraude no valor de 1,44 mil milhões de euros. A polícia londrina prendeu Kweku Adoboli, de 31 anos, ‘trader’ da UBS desde 2006, por estar alegadamente envolvido na transacção não autorizada em causa.

Estas notícias levaram os títulos da UBS a afundar 10,8% na bolsa de Zurique, enquanto a meio da tarde perdiam mais de 11% em Nova Iorque. Trata-se da maior queda diária desde Março de 2009.

Os responsáveis da UBS comunicaram apenas que o assunto está ser investigado:”Pretendemos chegar ao fundo da questão tão depressa quanto possível, e não pouparemos esforços para descobrir exactamente o que se passou”, explicaram.

No entanto, rumores de mercado apontam para transacções sobre o franco suíço. Adoboli estava integrado num departamento de ‘exchange-traded funds’ (ETF), chamado Delta One, onde os ‘traders’ tentavam gerar enormes lucros a partir de pequenas variações de preços. Os ETF são instrumentos complexos, que apostam na performance de activos subjacentes com recurso à alavancagem.

Louise Cooper, analista no BGC Partners, disse ao ‘The Guardian’ que os rumores relacionam as perdas com uma transacção sobre o franco suíço que terá corrido mal, depois da intervenção do Banco Nacional da Suíça para desvalorizar a moeda. A 6 de Setembro, a autoridade monetária estabeleceu que um franco suíço não poderia valer mais do que 0,83 euros. Nesse dia a moeda suíça caiu mais de 8% frente ao euro, “o que é uma grande oscilação no mercado cambial”, comentava a analista do BGC.

MRA Alliance/DE

Governo pede registo para impedir uso fraudulento da marca «made in Portugal»

domingo, agosto 14th, 2011
O Governo assinou o pedido de registo e proteção internacional dos símbolos nacionais, como o escudo e a bandeira, para evitar o seu uso indevido, nomeadamente em produtos contrafeitos, informou à Lusa uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A protecção internacional dos sinais e símbolos nacionais está prevista na Convenção da União de Paris.

A fonte adiantou que o registo de proteção dos símbolos da República Portuguesa, cujo pedido foi assinado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, deverá ser concretizado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual até ao final de setembro. Com este registo, deixa de ser autorizada a utilização dos símbolos nacionais em produtos que não tenham, de facto, origem portuguesa.

Produtos como o azeite, o vinho do Porto ou o vinho da Madeira têm sido, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, cada vez mais copiados em países como Brasil, Peru, Bolívia, Índia, Panamá, México, Ucrânia e Moldávia.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) já tinha alertado para o facto de Portugal ser dos poucos países que não têm registo de qualquer símbolo nacional.

MRA Alliance/DD

Espanha quer que notas de 500 euros sejam retiradas de circulação para combater lavagem de dinheiro

sábado, agosto 6th, 2011

O Governo espanhol está a estudar a possibilidade de propor ao BCE a retirada de circulação de todas as notas de 500 euros, pelo menos temporariamente, como forma de combate ao branqueamento de capitais, informa o jornal electrónico espanhol El Confidencial Digital.

A publicação refere um relatório do Centro Nacional de Inteligência (CNI) espanhol, segundo o qual 90% de todas as notas de 500 euros emitidas pelo BCE “já passaram por território espanhol”. As autoridades estimam que mais de um quarto de todas as notas desta denominação estejam fisicamente em Espanha.

Os espanhóis apelidam-nas de notas ‘binladen’ já que a esmagadora maioria da população raramente lhes põe a vista em cima pois são quase exclusivamente usadas em operações ilegais de branqueamento de capitais.

A justificação é simples. Segundo o Confidencial Digital “mil notas de mil pesetas equivaliam aproximadamente a un quilo de peso e o seu valor era de um milhão de pesetas. Por isso, “um quilo” também era sinónimo de um milhão. Agora mil notas de 5oo euros (um quilo) equivalem quase a 100 milhões de pesetas”.

MRA Alliance

Factura total do BPN só será conhecida em 2020

quinta-feira, agosto 4th, 2011

O negócio da venda do BPN deverá ficar fechado até ao final de Janeiro de 2012, mas só em 2020 será possível conhecer o valor total da factura que caberá ao Estado.

O Governo já assumiu que a nacionalização do banco vai custar aos contribuintes 2,4 mil milhões de euros, sendo que uma parte desse valor – 1,8 mil milhões de euros – já foi reconhecido no défice de 2010. Os cerca de 550 milhões de euros remanescentes – que irão capitalizar o BPN antes da sua venda ao BIC – só será contabilizado no défice deste ano.

Mas o custo final para o contribuinte da opção de nacionalização do banco só é possível apurar em 2020, pois uma grande parte dos activos tóxicos do BPN foram transferidos para três veículos do Estado, com financiamento da CGD e aval do Estado.

Se os três veículos não conseguiram recuperar o valor dos activos necessários para ressarcir a CGD, o Estado ainda poderá incorrer em perdas adicionais.

Estas contas só serão feitas dentro de dez anos, altura limite para se tentar recuperar o valor dos activos tóxicos do BPN que foram para o Estado, de acordo com o relatório e contas do banco nacionalizado.

MRA Alliance/DE

Estado pode ficar com mais de 1000 milhões de créditos do BPN

quinta-feira, agosto 4th, 2011

O Estado deverá ficar com mais de mil milhões de euros de créditos do BPN, estando a negociar actualmente a transferência desses créditos com o BIC, disse a secretária de Estado do Tesouro, ouvida em comissão parlamentar.

“O valor adicional a transferir para as sociedades é superior a mil milhões de euros. A razão é que o banco comprador quer ter um rácio de transformação de depósitos em crédito de 120%”, disse Maria Luís Albuquerque na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças.

Segundo a governante, tendo em conta a “fuga de depósitos”, esse rácio é “actualmente muito superior” pelo que está a ser acordado com o BIC “a transferência adicional de créditos”.

Maria Luís Albuquerque afirmou que a transferência “não tem a ver com a qualidade” dos créditos mas com o rácio de transformação de depósitos em créditos que o BIC pretende ter no momento da aquisição do BPN.

MRA Alliance/Agências

Venda do BPN levanta dúvidas e críticas

terça-feira, agosto 2nd, 2011

A venda do BPN ao BIC por 40 milhões de euros está a gerar uma onda de dúvidas e críticas. O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) suspeita que tenha havido «interesses exógenos».

«O próprio comunicado [do Ministério das Finanças] diz que foram recebidas quatro propostas de aquisição. Não conhecemos a quarta proposta, mas qualquer uma das duas outras, seja do Montepio, seja do NEI, era bem melhor que esta», afirmou à Lusa o presidente do SNQTB, Afonso Diz. «Interesses exógenos» que podem estar relacionados com «a natureza da administração da própria Caixa Geral de Depósitos e a forma atabalhoada como foi composta».

Ainda que tenha sido «estancado um sorvedouro de dinheiro», o responsável mostra-se apreensivo por não ser claro o destino dos trabalhadores do banco, uma vez que a proposta apresentada pelo Banco BIC, segundo o comunicado do Governo, «assegura a integração de um mínimo de 750 dos atuais 1.580 colaboradores» do BPN. Mas o sindicalista garante que são 1.710 e não 1.580.

Quem também não vê o negócio com bons olhos é a Federação do Sector Financeiro (Febase), que estranha que a proposta vencedora «não se comprometa minimamente com o número de trabalhadores a manter na instituição». Em comunicado, a Febase disse que «não pode deixar de estranhar a proposta agora vencedora que obriga “o próprio Estado a assumir os custos com essas eventuais rescisões, que serão decididas pelo Banco BIC».

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (SINTAF) critica que o banco BIC «não tenha sido obrigado a manter todos os postos de trabalho». «Os trabalhadores do BPN são assim, depois dos cidadãos portugueses que pagaram com os seus impostos a gestão fraudulenta e esta aventura cúmplice de branqueamento, as vítimas directas deste processo», refere o comunicado do SINTAF.

MRA Alliance/AF

Wikileaks: Ex-banqueiro entrega informação secreta sobre 2000 contas offshore

segunda-feira, janeiro 17th, 2011

Um ex-banqueiro suíço entregou hoje ao fundador da Wikileaks dois CD com detalhes sobre as contas de dois mil clientes. Rudolf Elmer recorreu ao portal responsável pela publicação de vários documentos secretos por considerar que o sistema das contas ‘offshore’ “prejudica a sociedade”, explicou numa conferência de imprensa em Londres. “Quero que a sociedade saiba como funciona este sistema”, em relação ao qual se manifestou “contra”.

Foi quando Elmer trabalhou para o Julius Baer, o principal grupo bancário suíço, nas ilhas Caimão que reparou na “cauda do rato”, contou. “Comecei a puxar um pouco e a cauda ficou maior, voltei para a Suíça e continuei a puxar e continuou a aumentar até que se transformou num dragão que cospe fogo e com várias cabeças”, acrescentou. Elmer desconfiou que algo estava mal desde o início, mas mesmo depois de mudar de banco continuou a “achar estranho” o sistema, disse. Todavia, encontrou dificuldades em divulgar a informação junto das autoridades fiscais e da imprensa até que entrou em contacto com o Wikileaks em 2008.

Enquanto perito neste tipo de operações, Eimer afirmou que há “dinheiro a ser desviado por instituições financeiras, multinacionais e indivíduos para ser escondido em contas ‘offshore'”. O antigo banqueiro recusou revelar nomes, embora, numa entrevista ao The Observer, tenha referido possuir detalhes sobre cerca de dois mil clientes, que descreve como indivíduos e empresas com “muito dinheiro”. Entre estes estarão, de acordo com o semanário, “aproximadamente 40” do Reino Unido, Estados Unidos e Ásia.

O fundador da Wikileaks garantiu que a informação será divulgada após ser analisada, eventualmente dentro de duas semanas ou mais tarde. “Vamos tratar esta informação como qualquer outra que recebemos, por isso assumo que irá haver uma revelação total”, adiantou Assange. Embora Elmer seja esperado na Suíça para o julgamento na quarta-feira por alegadamente ter violado a lei do segredo bancário, o fundador do Wikileaks considerou-o um “denunciante de boa fé” e “merecedor de apoio”.

O portal Wikileaks tem sido responsável pela divulgação de vários documentos confidenciais nos últimos anos, nomeadamente sobre as guerras do Iraque e Afeganistão. Actualmente é motivo de controvérsia devido à publicação de um lote de 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos.

MRA Alliance/DE

Bank of America reúne especialistas para responder ao WikiLeaks

terça-feira, janeiro 4th, 2011

O Bank of America está a preparar uma equipa para responder às ameaças feitas pela WikiLeaks. Esta equipa nasceu depois de Julian Assange ter referido a intenção de derrubar um grande banco norte-americano, apesar de nunca ter precisado de que entidade se tratava.

Assange, o fundador do WikiLeaks, manifestou a intenção de abater um grande banco americano e de revelar o que disse ser um eco-sistema de corrupção, mas nunca chegou a anunciar em concreto de que instituição se tratava.

Uma equipa formada por 15 a 20 gestores de topo e liderada pelo responsável máximo da gestão de riscos do Bank of America está já a passar em revista milhares de documentos, a analisar cada caso de desaparecimento de computadores, à procura do mais pequeno sinal de que o sistema de segurança possa estar em causa, revelou o ‘New York Times’.

Para além deste grupo interno que reúne especialistas em Finanças, Tecnologia e Direito, o Bank of America contratou também uma empresa de consultoria para tratar da comunicação externa da instituição se o escândalo chegar mesmo a rebentar.

MRA Alliance/DE

Juiz retira caução de 7,5 milhões a ex-gestores do BCP

quarta-feira, setembro 9th, 2009

O juiz do Tribunal de Instrução Criminal decidiu rejeitar as medidas de coacção pedidas pelo Ministério Público e que impunham o pagamento de uma caução de 7,5 milhões de euros a Jardim Gonçalves e a outros quatro ex-gestores do Banco Comercial Português.

O MP entendia, em Junho, que existia “um concreto e fundado perigo de fuga” de Jardim Gonçalves, Cristopher de Beck, Filipe Pinhal, Castro Henriques e António Rodrigues.

O juiz pensa exactamente o contrário. No despacho em que indeferiu o pedido do MP, o magistrado classificou “sem sombra de mácula” o comportamento processual dos arguidos.

Perante isto, o juiz entendeu aplicar a medida de coacção mínima – termo de identidade e residência – e permitir que viajem para o estrangeiro sem autorização prévia.

MRA Alliance/Agências 

Fraudes nos cartões de crédito disparam 60% este ano

quarta-feira, agosto 19th, 2009

A utilização cada vez mais frequente de cartões de débito e crédito como meio de pagamento alternativo ao “dinheiro vivo”, tem resultado, também, num aumento das fraudes, noticia hoje o Diário Económico.

A acompanhar esse crescimento está também a apresentação de um maior número de queixas relacionadas com a utilização fraudulenta dos cartões.

De acordo com números da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Polícia Judiciária, nos primeiros sete meses deste ano foram recebidas um total de 143 participações por falsificação e utilização abusiva de cartões, o que representa uma média de 20 queixas por mês.

MRA Alliance/DE

BPP: Congelamento das contas dos clientes prolongado por mais três meses

terça-feira, agosto 11th, 2009

Os clientes do Banco Privado Português (BPP) estão impedidos de movimentarem as suas contas até 1 de Dezembro, de acordo com uma decisão do Banco de Portugal (BdP). O congelamento das contas foi decretado em Junho e terminava a 1 de Setembro.

Numa breve declaração, o BdP referiu que foi decidido na reunião desta terça-feira «renovar até 1 de Dezembro» a medida que impede os clientes do BPP de movimentarem as suas contas, avança o Diário Económico.

«[Esta decisão] era esperada e não é uma surpresa, uma vez que ainda não está constituído o fundo e dificilmente estaria constituído até 1 de Setembro», disse à agência Lusa Jaime Antunes, o representante do clientes reunidos na associação Privado Clientes.

«Seria irresponsável deixar o banco ir para a falência sem operacionalizar o fundo, ou seja, sem salvaguardar o património que os clientes têm no banco«, frisou.

Jaime Antunes sublinhou que é o Banco de Portugal e o Estado que gerem o banco “há nove meses, tendo afastado os accionistas dessa função” e, por isso, “é sua a responsabilidade de salvaguardar o património dos clientes”.

A decisão surge na altura em que a actual administração do BPP está de saída. Liderada por Adão da Fonseca, a actual administração foi nomeada pelo Banco de Portugal.

MRA Alliance/Agências

BCP multado em 5 milhões por enganar deliberadamente o mercado

segunda-feira, agosto 3rd, 2009

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) multou em cinco milhões de euros o Banco Comercial Português (BCP) por “seis violações [a título doloso] ao dever de prestar informação verdadeira”.

O processo está relacionado com o recurso do banco a 31 off-shores para comprar acções próprias, sem que tenha sido comunicado ao mercado que controlava essas sociedades e que estava a comprar acções próprias.

“Aquelas sociedades foram financiadas exclusivamente pelo BCP”, ainda que o financiamento e as operações realizadas fossem registadas como transacções com entidades externas. “O BCP entre 1999 e 2006 praticou factos e realizou operações que nunca deu a conhecer ao mercado, comportamento que integrou uma acção planificada e orientada no sentido de alterar o juízo dos investidores em relação à real situação do BCP”, considera a CMVM em comunicado.

“A informação financeira divulgada pelo BCP reflectia a contabilização de juros e receitas que não correspondiam de facto a proveitos, omitia perdas realizadas e potenciais nas acções adquiridas pelas referidas sociedades, assim sobrevalorizando os resultados líquidos e os capitais próprios. (…) O valor declarado (pelo BCP) de capitais próprios chegou a estar sobreavaliado em 21% em 2002 e 2003 e em 17% em 2004”, explica a entidade que regula a Bolsa portuguesa.

Em 2007, o BCP informou o mercado que as contas mais recentes reflectiam as perdas registadas com as sociedades ‘off-shore’, mas, segundo a CMVM, isso “também não era verdadeiro”.

Esta entidade considera que o BCP violou Código dos Valores Mobiliários nas contas de 2003, 2004, 2005 e 2006 (1,25 milhões de multa por ano), na divulgação da situação financeira do terceiro trimestre de 2007 (1,25 milhões), e no comunicado emitido no final de 2007 acerca da inclusão nas contas das perdas registadas com as operações ocultadas nos anos anteriores (1,5 milhões).

O Conselho Directivo da CMVM decidiu, no entanto, suspender o pagamento de 2,5 milhões da coima, “pelo prazo de dois anos”, argumentando que o BCP corrigiu as contas e que é “adequado um espaço de oportunidade ao emitente e à sua nova administração para persistir no rigoroso cumprimento das leis e das exigências do mercado”.

MRA Alliance/Agências

Portugal: Ex-conselheiro de Estado envolvido noutro processo de corrupção

quarta-feira, julho 22nd, 2009

Dias LoureiroO Ministério Público abriu um novo processo que envolve Manuel Dias Loureiro, no âmbito do “Caso BPN”, por alegadas comissões na venda da empresa Plêiade à Sociedade Lusa de Negócios (SLN), ex-proprietária do Banco Português de Negócios (BPN).

A Plêiade era controlada pelo empresário e ex-banqueiro do Grupo BES, José Roquette, com negócios na área de infra-estruturas e da energia, na qual Dias Loureiro diz ter tido uma participação de 15%. Segundo o ‘Diário Económico’ tal versão não é aceite pelos investigadores. Estes suspeitam que o ex-conselheiro de Estado tenha recebido mais de oito milhões de euros pelo negócio, com base em documentos apreendidos durante as buscas realizadas à casa de Dias Loureiro, no final da semana passada.

Este processo soma-se, assim, a outro em que ex-administrador da SLN foi constituído arguido e que é relativo à compra e venda da empresa tecnológica Biometrics, de Porto Rico.

MRA Alliance/Agências

BPN: Buscas simultâneas às residências de ex-ministros de Cavaco Silva

domingo, julho 19th, 2009

Arlindo de CarvalhoAs casas do ex-ministro da Saúde de Cavaco Silva, Arlindo de Carvalho e do ex-ministro da Administração Interna, Dias Loureiro, que recentemente se demitiu do Conselho de Estado, foram alvo de buscas simultâneas, no âmbito do “Caso BPN”, no final da última semana, revela hoje o jornal Público.

As buscas foram sugeridas aos magistrados pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), responsável pelo inquérito sobre eventuais ilícitos criminais.

As referências a Arlindo de Carvalho apareceram pela primeira vez no final de 2008, quando uma auditoria ao BPN realizada pela Deloitte deu conta de que o militante social-democrata tinha recebido perto de 20 milhões de euros em operações de crédito.

MRA Alliance/Agências

Dias Loureiro é arguido devido a caso de Porto Rico

quarta-feira, julho 1st, 2009

A suspeita de que Dias Loureiro pode ter lucrado pessoalmente de negócios que foram nefastos para as contas da Sociedade Lusa de Negócios, detentora do BPN, levaram o Ministério Público a interrogá-lo, esta quarta-feira, como arguido.

Segundo o Jornal de Notícias, o ex-conselheiro de Estado ficou sujeito a termo de identidade e residência, medida de coacção mais leve do que a prisão preventiva aplicada ao ex-presidente do BPN e da SLN, Oliveira e Costa.

O interrogatório feito pelo procurador Rosário Teixeira no âmbito do processo BPN, que alguns sectores da opinião pública reclamavam há largos meses, começou de manhã e terminou ao fim da tarde. À saída do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Dias Loureiro confirmou que era arguido, por causa da compra da empresa Biometrics (Porto Rico) e da venda da Redal (Marrocos), pela SLN.

O procurador Rosário Teixeira tentará apurar se o que foi mau para a SLN e BPN foi bom para as contas pessoais de Dias Loureiro. Mas este insistiu, ontem, que não cometeu irregularidades e que o negócio de Porto Rico passou-lhe ao lado. “Só hoje é que percebi alguns dos contornos do negócio da Biometrics”, afirmou.

MRA Alliance/JN

Pena máxima de 150 anos para Madoff

segunda-feira, junho 29th, 2009

Bernard MadoffO norte-americano Bernard Madoff, de 71 anos, foi hoje condenado por um tribunal de Nova Iorque a 150 anos de prisão, conforme pediam os procuradores que investigaram a maior fraude financeira da história dos Estados Unidos, no montante de USD 50 mil milhões/bilhões (mm/bi). 

A defesa, que pediu uma pena de 12 anos, não conseguiu demover os juízes da aplicação da pena máxima. Segundo a BBC, o juiz, Denny Chin, considerou a fraude perpetrada por Madoff “assombrosa” e notou que “a quebra de confiança foi massiva”. A pena foi acolhida com aplausos pelo público que assistiu ao julgamento.

Na sessão de hoje, as vítimas descreveram o impacto que a fraude teve nas suas vidas. “A vida tornou-se num autêntico inferno. Parece um pesadelo do qual não conseguimos acordar”, afirmou Carla Hirshhorn, perante o juiz Denny Chin.

“Ele roubou aos ricos e aos pobres. Roubou a quem estava entre uma coisa e outra. Não tem valores”, acusou outra vítima, Tom Fitzmaurice.

Dominic Ambrosino classificou os golpes do antigo financeiro como “crime hediondo e indescritível”, e pediu ao juiz a aplicação da pena máxima, para que Madoff tenha consciência de que “estará aprisionado, da mesma forma que aprisionou” as suas vítimas. “De certa forma, eu até gostaria que alguém neste tribunal me pudesse dizer até quando durará a minha sentença”, acrescentou Ambrosino.

Antes da leitura da sentença, Bernard Madoff disse ao juiz que os crimes que cometeu não têm desculpa. “[Irei] viver com esta dor, este tormento para o resto da minha vida”, disse o réu.

MRA Alliance/Agências

EUA: Procuradores federais pediram 150 anos de prisão para Madoff

sábado, junho 27th, 2009

Bernard MadoffO multimilionário Bernard Madoff devia ser condenado a 150 anos de prisão por ter praticado a maior fraude financeira da história, defenderam ontem os procuradores federais no tribunal, em Nova Iorque.

“A dimensão da fraude exige uma pena severa”, escreveram os procuradores em resposta à moção da defesa, que pedia uma pena mais leve.

As leis norte-americanas contemplam sentenças de 150 anos. Neste caso, a decisão do tribunal deverá garantir “que Madoff passe o resto da vida na prisão”, disseram os procuradores federais.

MRA Alliance/Agências

Ex-administradores do BCP vão requerer abertura de instrução

quinta-feira, junho 25th, 2009

Os cinco ex-administradores do BCP acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de manipulação de mercado, burla qualificada e falsificação de contabilidade vão requerer a abertura da instrução, noticia o semanário SOL.

Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal (ambos ex-presidentes executivos), Cristopher de Beck, António Rodrigues e Castro Henriques foram notificados da acusação.

A decisão de requerer a abertura da instrução significa que os acusados vão submeter os factos apurados a análise prévia de um juiz, para que este confirme a acusação ou mande arquivar, pelo que, as acusações podem nunca chegar à barra dos tribunais.

Os processos dos outros três ex-gestores do BCP que estavam a ser investigados pelo MP – Alípio Dias (ex-administrador), Luís Gomes e Filipe Abecassis (ambos ex-directores) – foram arquivados.

Para o MP, ficou provado que houve «falsificação da contabilidade do Banco, com vista a ocultar as perdas resultantes para o Banco, no valor aproximado de 600 milhões de euros» e que os administradores obtiveram «avultados prémios, calculados em função de resultados deliberadamente empolados, com um prejuízo para o banco de cerca de 24 milhões de euros».

Os factos em causa, praticados no período entre 1999 e 2007, dizem respeito à utilização de veículos offshore, detidos pelo banco de modo a influenciar os valores de mercado e o rating dos títulos BCP no mercado de valores.

O Ministério Público requereu medidas de caução e os cinco acusados estão proibidos de sair do país. As cauções aplicadas totalizam 7,5 milhões de euros, disse à Lusa uma fonte do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa. Dois dos acusados foram intimados a pagar uma caução de 4,5 milhões. Os restantes três deverão pagar um milhão a cada um.

Jardim Gonçalves reage

“Fui ontem notificado de um despacho de acusação, facto já amplamente publicitado pela Comunicação Social, e que foi objecto de vários comentários, inclusive de responsáveis políticos”, escreveu Jorge Jardim Gonçalves, em nota enviada à agência Lusa. 

“Não aceito falsos moralismos, alguns de infeliz oportunidade política”, escreve, considerando que se vivem tempos de “justicialismo e de demagogia condenatória”. Numa resposta ao comentário de Cavaco Silva, Jardim Gonçalves garante ter adoptado “princípios éticos de responsabilidade profissional, cumprimento das regras e rigor”.

O ex-presidente do banco classifica de “injusta a acusação de aproveitamento pessoal” e refere que “a matéria constante da acusação é, em boa parte, a mesma das acusações do banco de Portugal e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)”.

“Assumo a minha responsabilidade institucional por tudo o que se passou”, mas “não pode representar uma condenação sem culpa nos factos de que sou indevidamente acusado”, concluiu Jardim Gonçalves.

MRA Alliance/SOL/Lusa 

Ex-administradores do BCP acusados de crimes graves

quinta-feira, junho 25th, 2009

Jardim Gonçalves, Cristopher Beck, Filipe Pinhal, Castro Henriques e António Rodrigues são acusados pelo Ministério Público de crimes que terão provocado um prejuízo de 600 milhões de euros ao BCP e de terem recebido indevidamente 24 milhões de euros em prémios de desempenho.

Durante oito anos, entre 1999 e 2007, cinco membros do Conselho de Administração do BCP conseguiram esconder um esquema de manipulação de acções que, de acordo com a acusação do Ministério Público, provocou €600 milhões de prejuízo ao banco. 

Cinco administradores do topo da hierarquia – Jorge Jardim Gonçalves, Cristopher Beck, Filipe Pinhal, Castro Henriques e António Rodrigues – são acusados de manipulação de mercado, falsificação da contabilidade e burla qualificada. Os dois primeiros crimes são puníveis com pena de prisão até três anos. O crime de burla pode chegar aos oito anos de prisão. É a primeira vez que responsáveis de um banco privado são acusados pelo Ministério Público.

Este processo resulta de uma queixa de um dos accionistas de referência, Joe Berardo, apresentada em Dezembro de 2007 e nada tem a ver com uma outra investigação que corre contra o BCP no âmbito da Operação Furacão.

De acordo com uma fonte judicial, os cinco suspeitos, através de uma empresa do banco, usaram 17 offshores das ilhas Caimão para comprar e vender acções do BCP, procurando assim, e de forma dissimulada, condicionar as cotações dos títulos. Com o crash bolsista que se seguiu ao 11 de Setembro de 2001 o valor das acções caiu a pique e estas operações provocaram um prejuízo de 600 milhões de euros ao BCP, que foi escondido aos outros responsáveis do banco e às entidades reguladoras.

Em 2002 o Banco de Portugal desconfiou destas operações e pediu informações ao BCP sobre se havia contas em offshores com acções do banco e quem eram os beneficiários das carteiras. O BCP indicou então quatro nomes que, segundo a acusação, veio a provar-se serem meros “testas de ferro”, sendo os títulos da efectiva propriedade do BCP.

Esta constatação, apoiada em investigações também conduzidas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, levou à acusação do crime de manipulação de mercado.  As 17 offshores chegaram a deter cinco por cento do capital do banco.

MRA Alliance/Expresso

Berardo acusa BCP de “roubo” e “aldrabice”

quarta-feira, junho 24th, 2009

Joe Berardo, terceiro maior accionista do BCP, teceu esta quarta-feira duras críticas à instituição, alegando que tem provas de casos de “roubo” e “aldrabice”. ‘O BCP continua a roubar ainda hoje em dia. Posso provar’, afirmou o comendador Joe Berardo, durante o ‘Ideia Fórum’ que decorreu em Lisboa.

À saída do encontro, o empresário que detém 6,2 por cento do BCP afirmou que ‘há poucos dias, Gordon Brown [primeiro-ministro inglês] disse que o presidente executivo do Banco Real da Escócia tinha uma reforma muito elevada, de 800 mil libras por ano. Aqui [no BCP], alguns administradores reformados ganham mais do que isso’.

Berardo acrescentou que os seus prejuízos atingem “valores extremamente elevados”. Relativamente ao pagamento feito aos gestores, o comendador disse não ter “problema de eles serem bem remunerados, mas sim com as aldrabices feitas, alterando os resultados para beneficiarem eles próprios.”

O empresário madeirense comentou ainda a situação do BPP, dizendo que a instituição “estava marcada há muitos anos”.

“Em 1998 tirei de lá o meu dinheiro e fiz um anúncio de pagina inteira no Público”, disse Berardo. “As pessoas quando não são honestas, nem o Banco de Portugal, nem ninguém, pode ter controlo sobre a situação’.

MRA Alliance/Agências

BPP: Clientes acusam administração estatal de “roubo”

segunda-feira, junho 22nd, 2009

A associação Privado Clientes enviou hoje uma carta ao primeiro-ministro, José Sócrates, pedindo que o Governo “abra uma via de negociação” e alertando para um alegado “roubo” praticado pela administração do banco.

“Nos nossos extractos de Maio, surgiu mais uma surpresa. O BPP está a passar para as carteiras dos clientes cerca de 200 milhões de euros de dívidas que contraiu”, disse o porta-voz da associação, Jaime Antunes, à entrada para uma reunião de clientes do banco, na Exponor, em Matosinhos.

“Considero isto inadmissível, inaceitável. É um verdadeiro roubo”, frisou Jaime Antunes, revelando que a Privado Clientes enviou hoje a José Sócrates uma carta em que denuncia esta situação e pede uma reunião.

Na carta, a associação acusa o Governo de ter “abandonado” os clientes de retorno absoluto do BPP, e critica o Banco de Portugal por ter congelado as suas poupanças.

“Não bastou o Governo abandonar os clientes à sua sorte. Não basta o BPP estar a funcionar sob administração do Estado há sete meses gastando o dinheiro dos clientes. Agora o BPP, administrado pelo Estado, prepara-se para praticar um acto de roubo aos clientes ao colocar nas carteiras, extractos de Maio, centenas de milhões de dívida”, salienta a associação.

MRA Alliance/DN

Governo ordena venda do Banco Português de Negócios

sexta-feira, junho 19th, 2009

O ministro das Finanças revelou no parlamento, na Comissão de Inquérito ao BPN, que o Governo deu instruções à administração do banco para avançar com a venda e garantiu que o Estado não gastou nada com a nacionalização.

Teixeira dos Santos foi a última personalidade ouvida na comissão criada para analisar a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), em Novembro  passado.

Teixeira dos Santos defendeu a intervenção do Estado argumentando que as imparidades detectadas pelos auditores e supervisores mostram que aquela foi a decisão correcta.

Entre as razões apontadas pelo ministro “o banco não tinha dinheiro”, facto que poderia constituir um “risco sério de crise sistémica”. A situação de falência técnica e a ausência de liquidez justificaram a  nacionalização, afirmou.

Segundo Teixeira dos Santos, até agora, o Estado não gastou “um euro sequer” com a operação de salvamento do BPN, mas precisou que a CGD realizou operações de liquidez no banco avaliadas em 2,5 mil milhões de euros.

Sobre a actuação do Banco de Portugal, o ministro criticou o deputado Nuno Melo (CDS-PP), com quem manteve várias picardias, por não ter tido “uma palavra para condenar os infractores”.

O deputado Honório Novo (PCP) pediu que fosse requerido “com urgência” ao BPN a data do último crédito concedido ao Grupo Visabeira – alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária esta semana – para verificar se foi concedido “antes ou depois da privatização”.

O deputado comunista entregou ainda ao ministro das Finanças um conjunto de documentos, cujas cópias enviara antes ao governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, alegadamente indiciador “de situações de fraude envolvendo pessoas que continuam na administração e na gestão do BPN”.

O relatório final da Comissão de Inquérito parlamentar será apresentado no Parlamento no dia 3 de Julho.

MRA Alliance/Agências

BPP: Rendeiro volta a atacar e “oferece” acções do banco que enterrou

sábado, junho 13th, 2009

O ex-presidente do BPP João Rendeiro propôs ontem, em entrevista à RTP, a entrega de 20% das acções de “um novo BPP” em complemento à garantia de capital dada aos clientes dos “produtos de retorno absoluto” por ele criados e comercializados.

Rendeiro manifestou até a sua disponibilidade para ceder a posição de 14% que detém na Privado Holding mas não forneceu dados sobre o seu actual valor de mercado.

Por outro lado, criticou o ministro das Finanças Teixeira dos Santos, considerando que ele “não pode falar na prática de crimes” depois de o ter acusado de alimentar “falsas esperanças” aos clientes lesados.

O aval do Estado ao empréstimo de 450 milhões de euros concedido por um consórcio bancário, no final de 2008, foi também contestado por ter como garantia a penhora dos activos do BPP. “Foi uma lógica de liquidação do banco”, disse o banqueiro suspeito de gestão ruinosa.

Os accionistas da Privado Holding assumem-se como os legítimos credores do património do BPP e vão contestar o estatuto de credor privilegiado concedido ao Estado pelo aval. De acordo com a legislação em vigor, o direito preferencial do Estado ao penhor de bens retira aos restantes credores, incluindo os depositantes, a possibilidade de reclamar património do banco.

O ex-banqueiro considera que a solução do Governo é “má”, argumentando que os “problemas de complexidade administrativa” podem “dividir os clientes”, mas sustenta que a sua proposta “viabiliza também o próprio banco”.

Segundo o seu modelo para resolver os problemas criados, Rendeiro propõe o pagamento imediato de 100 mil euros aos subscritores dos produtos de retorno absoluto e a distribuição mensal de juros das aplicações.

O advogado Miguel Henriques esclareceu que os clientes do BPP sob seu patrocínio “não vão abdicar da garantia do capital” independentemente da solução que vier a ser adoptada. Outros clientes do banco tecnicamente falido sugerem o accionamento imediato de todos os mecanismos legais para defesa dos seus interesses.

De acordo com o Diário de Notícias, edição de quinta-feira, o resgate imediato dos títulos de retorno absoluto renderiam aos 1 800 clientes do BPP “apenas um sexto do total aplicado, estimado em cerca de 1,2 mil milhões de euros, sem receberem capital.”

MRA Alliance/Agências/DN�

BPP: Rendeiro acusa governo de alimentar “falsas esperanças” aos clientes por ele enganados

quinta-feira, junho 11th, 2009

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, já reagiu à decisão do Governo de não apoiar a recapitalização do banco e de não garantir o dinheiro investido pelos clientes através da instituição. O criador dos produtos financeiros de “retorno absoluto”, actualmente sem garantias de remuneração para os clientes, acusou o Governo de ter alimentado “falsas esperanças” aos clientes que ele próprio iludiu com rendimentos “absolutamente seguros”.

No essencial, conforme admitiu o próprio presidente da CMVM, Carlos Tavares, tais produtos são mais parecidos com os comercializados pela portuguesa Dona Branca ou pelo americano Bernard Madoff do que verdadeiras aplicações financeiras. 

Em declarações ao jornal «i» publicadas hoje, Rendeiro afirmou: “Surpreendeu-me porque estava à espera de outra solução”. Sobre o que pretende fazer, após o anúncio das Finanças, o ex-presidente do BPP diz que não quer “falar antes de tempo e fazer como outros e avançar com soluções que não existem”.

O Governo anunciou na terça-feira que não vai participar na recapitalização do banco e que apenas o dinheiro dos clientes investido em depósitos a prazo será garantido. Quanto aos clientes com aplicações em produtos de retorno absoluto, o Governo não assume qualquer responsabilidade. As autoridades financeiras consideram ter havido crime no BPP e aconselham os clientes a recorrerem aos tribunais.

MRA Alliance/Agências

BPP: Ex-administradores podem passar a arguidos

domingo, junho 7th, 2009

Os antigos gestores do banco BPP vão ser interrogados em breve e poderão ser constituídos arguidos noticiou hoje a SIC. A notícia  surge na sequência das buscas efectuadas pela Polícia Judiciária no Banco Privado Português e na sociedade de advogados de que faz parte o antigo bastonário da Ordem José Miguel Júdice.

Ontem o “Diário de Notícias” também noticiou que o Ministério Público mandou congelar as contas bancárias de João Rendeiro, ex-presidente do BPP, e de dois antigos administradores da instituição.

Os procuradores pretendem manter o património pessoal daqueles gestores tão intacto quanto possível caso sejam condenados nos processos que estão a ser preparados pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e o tribunal determine a respectiva execução.

MRA Alliance/Agências�

Contas do BPP congeladas até 1 de Setembro

segunda-feira, junho 1st, 2009

O Banco de Portugal decidiu hoje prorrogar o período de suspensão de pagamentos no BPP por mais 90 dias, até ao próximo dia 1 de Setembro, noticia o Económico online.

A medida visa dar tempo para a concretização prática do plano de salvamento do Banco Privado Português que deverá ser apresentado hoje publicamente pelo ministro das Finanças. 

Com a prorrogação da suspensão, o prazo de bloqueio de acesso às contas aumenta para 280 dias, se for utilizado na totalidade.

MRA Alliance/Económico

BPP: Clientes lesados só recuperarão totalidade dos investimentos em 2013

sexta-feira, maio 29th, 2009

A criação de um fundo especial de investimento ou de uma sociedade de titularização deverá ser a solução para os clientes do BPP que subscreveram produtos de retorno absoluto. Para já, segundo o plano a anunciar brevemente pelo governo, cada um poderá aceder apenas a um máximo de 100 mil euros por conta da rentabilidade futura das carteiras. 

Segundo os relatos de vários orgãos de comunicação social, os contornos da solução – que ainda está a ser ultimada pelo Governo, Banco de Portugal e Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) – deverá passar pela criação de um fundo especial de investimento ou de uma sociedade de titularização que terá por missão a gestão dos fundos aplicados em “produtos de retorno absoluto”.

O objectivo é que a carteira se rentabilize para que, num prazo de três a quatro anos, os clientes possam reaver a totalidade das poupanças geridas pelo BPP. O seu valor actual é menos de metade do montante inicialmente investido. 

Em 2013, caso a valorização da carteira não seja suficiente para garantir o retorno do capital e juros, a diferença será coberta pelo Sistema de Indemnização aos Investidores (SII).

Antes de os activos serem canalizados para esse fundo ou sociedade de titularização, a solução poderá permitir a cada cliente o acesso a uma parte do dinheiro que resta da respectiva carteira de títulos.

Actualmente, o SII – que visa proteger os pequenos investidores que aplicaram poupanças em instrumentos financeiros – garante a cobertura das aplicações até ao valor máximo de 25 mil euros por investidor, enquanto o limite do Fundo de Garantia de Depósitos vai até aos 100 mil por banco e por titular da conta.

O valor máximo do FGD (que garante os depósitos à ordem e a prazo) foi aumentado de 25 mil para 100 mil euros no final do ano passado. A medida é temporária, caducando no final de 2011.

MRA Alliance/JN 

SLN/BPN: PGR diz que ainda não se justificou ouvir Dias Loureiro

quinta-feira, maio 28th, 2009

O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, disse hoje que «até ao momento não se justificou» a audição de Dias Loureiro no âmbito do processo SLN/BPN e que ainda não recebeu o pedido de audiência do ex-conselheiro de Estado.

O ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios, ontem, em entrevista à SIC, após a demissão, disse ter comunicado ao Presidente da República que iria pedir para ser ouvido pelo Ministério Público.

«Em face de não haver nenhum pedido de nenhuma autoridade judicial para ser ouvido no âmbito do inquérito ao BPN, eu comuniquei ao Presidente da República que depois de sete meses a ouvir tipos, notícias nos jornais, me achava no direito de pedir ao senhor procurador-geral da República para ser ouvido, nas instâncias que fazem este inquérito judicial», explicou Dias Loureiro no Jornal da Noite.

Pinto Monteiro, que falava aos jornalistas na Fundação Gulbenkian, à margem do congresso de medicina legal, garantiu que dará resposta ao pedido logo que dê entrada na PGR.

MRA Alliance/Agências

SLN/BPN: PGR e PJ apertam cerco ao ex-conselheiro de Estado Dias Loureiro

quinta-feira, maio 28th, 2009

As buscas realizadas há um mês a um escritório de advogados produziram novas bases documentais no âmbito do inquérito da Procuradoria Geral da República ao caso BPN e forneceram pistas sobre a intervenção do ex-conselheiro de estado e ex-ministro do PSD Dias Loureiro nos negócios do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que controla o banco nacionalizado em 2008.

Segundo a edição de hoje do Correio da Manhã, a equipa do Ministério Público e da Polícia Judiciária apreendeu “documentação em papel e em suporte digital”, na sociedade Baião, Castro & Associados, entidade que trata das questões jurídicas relativas às actividades políticas e empresariais de Dias Loureiro. 

“Estas informações – refere o CM – articuladas com as declarações de Oliveira e Costa, mostraram indícios sobre Dias Loureiro, em particular sobre o negócio de Porto Rico, que obrigaram a reequacionar os termos em que estava a ser pensada a sua audição no inquérito. Ontem, com a demissão, tudo mudou e, em princípio, estará dispensado o envio do pedido de levantamento da imunidade.”

MRA Alliance/CM